Cinderella escrita por Alina Black


Capítulo 16
Caixinha musical




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— Eu acho que está pronto.

Sussurrei para Honey encostando o vestido em meu corpo, após três semanas bordando finalmente estava como eu havia imagina, simples, porém bonito.

—Mamãe ficaria muito feliz...

— Renesmee..

A voz de Mel me tirou de meu transe temporário, Honey latiu enquanto eu tentava dobrar o vestido de uma forma apressada.

— O que faz aqui?

— Seu vestido está bonito! Ela falou encarando Honey que continuou a latir em sua direção.

— O que deseja Mel? Tenho certeza que não veio até aqui elogiar meu vestido.

— Na verdade não! Ela respondeu – Será que pode calar essa vira-lata?

— Honey, é assim que ela se chama! Respondi me abaixando e chamando a poodle que correu para meus braços – Então o que você deseja? Perguntei novamente.

— Mamãe pediu para lembra-la de limpar a casa hoje, ela e eu vamos a Bruges mas Abby ficará em casa!

— Eu agradeço que tenha vindo até aqui me lembrar de algo que eu não esqueci! Respondi – Mas alguma coisa?

Mel sorriu dando as costas e caminhou até a porta – Vou buscar meu vestido hoje, sabe eu mudei de ideia e não quero mais o da cinderela!

Rolei os olhos e fiz uma cara de dor, Mel sempre fazia questão de falar sobre o seu lindo vestido de princesa como se isso fosse de meu interesse, infelizmente ela achava que era.

— Que bom Mel! Respondi largando Honey e indo até meu baú o fechando – Deseja mais algo? Insisti.

— Não nenhuma preciso ir ou vou me atrasar! Ela respondeu parando na porta – Até mas tarde! Em seguida saiu rindo.

—Eu mereço! Murmurei.

Coloquei comida para Honey e então fui para a mansão, ao me aproximar pude ver tia Maeve e Mel saindo juntas com o novo motorista, Maeve havia demitido todos os empregados que eram da mamãe e contratado novos, não sabia se ficava triste ou feliz por eles.

Ao menos tinha algo de bom na viagem das duas cobras, eu poderia procurar tranquilamente a pasta com os documentos da casa, Seth havia me pedido a alguns dias e eu precisava de uma oportunidade, finalmente eu a tinha.

Abby estava em casa, mas com certeza ficaria trancada em seu quarto vendo TV, entrei pela cozinha e como esperado a sala estava vazia – Vamos lá Renesmee ache os papéis! Murmurei para mim mesma indo até a pequena biblioteca, existia uma chance de a pasta estar lá.

Comecei pelas gavetas de uma estante que ali havia, haviam muitos papéis e a maioria eram notas fiscais e dividas, me perguntei de onde tia Maeve estava tirando tanto dinheiro para gastar com roupas tão caras para Mel.

Após mais de uma hora vasculhando gavetas meus olhos se fixaram no cofre, dei um sorriso e caminhei até ele, era obvio que só poderia estar lá e como apenas mamãe sabia a senha mestre não havia  a menor possibilidade de Maeve haver mudado a senha pois precisaria da senha mestre para isso.

Após digitar a combinação o cofre se abriu.

—Bingo! Murmurei.

Dentro do cofre haviam alguns envelopes, coloquei todos sobre a mesa olhando um por um, quando finalmente encontrei os documentos que Seth precisava, sorri largamente mas meu sorriso se desfez assim que ouvi a voz de Abby chamando por meu nome.

Apressadamente e peguei os envelopes os colocando dentro do cofre e o tranquei escondendo os papéis dentro da blusa, mas ao olhar para o chão percebi que um pequeno envelope havia ficado para trás.

—Droga!

—Renesmee! Abby gritou – Está aí?

Escondi o envelope dentro da blusa junto com os outros papéis e peguei a vassoura caminhando até a porta da biblioteca dando de cara com Abby.

— O que faz aí? Ela perguntou desconfiada.

— Eu ouvi um ruído! Respondi saindo de forma apressada.

— Que ruído? Abby perguntou me seguindo.

—Não sei, achei que fosse um rato! Respondi.

— Ai meu Deus! Abby falou em um tom alto de voz e eu baixei a cabeça rindo.

— Quer alguma coisa Abby? Perguntei enquanto seguia para a sala.

— Não! Ela respondeu me seguindo – Quer dizer, queria conversar!

Virei meu corpo ficando de frente para Abby  - Conversar? Perguntei desconfiada.

— Nós conversávamos antes lembra? Eu sempre adorei conversar com você! Ela respondeu.

—É antes da sua mãe me expulsar da minha casa! Respondi voltando a dar as costas para ela e indo em direção a cozinha, tudo que eu precisava era escapas dos olhos dela antes que ela notasse o volume em minha blusa.

— Eu nunca concordei Nessie! Abby respondeu – Eu não posso falar nada porque mamãe só tem olhos para Mel, você sabe que não posso fazer nada.

— Achei que estivesse gostando de me escravizar! Respondi ficando atrás da mesa da cozinha escondendo assim metade do meu corpo.

— Eu sinto muito por isso! Abby respondeu suspirando -Eu só queria fazer algo que mamãe gostasse, mas não adianta, ela sempre terá olhos apenas para Mel porque eu sou gorda!

—  Largue de bobagem você não é gorda! Falei a olhando seriamente em seguida me aproximei e estendi a mão a ela – Vem cá!

Abby sorriu timidamente e segurou minha mão e seguimos juntas até a escada indo para o seu quarto, ao entrarmos a parei diante do espelho – Olhe para você Abby, você é linda, tudo em você é exclusivamente seu, seus olhos, o formato do seu corpo, seus cabelos, ninguém é igual a ninguém, e cada pessoa tem a sua própria beleza!

Abby suspirou – Fala isso porque você é linda!

— Não, eu falo isso porque é a verdade! Falei me afastando.

— Olha para você, a cor do seu cabelo, você nunca o tingiu, seu corpo é bonito, sua pele, seu rosto, a cor dos seus olhos, Nessie você parece que foi desenhada, por isso Mel te inveja tanto.

— Pare de se comparar! Falei me sentando na cama fazendo com que minha blusa folgasse e então os papéis caíram no chão.

— O que é isso? Abby perguntou enquanto eu me abaixava os juntando.

—Coisas minhas, da escola! Respondi.

— Isso esta mais para documentos da casa! Ela respondeu com uma folha nas mãos – Esta atrás dos documentos da casa?

— Droga! Resmunguei.

— Você esta atrás dos documentos da transferência, não é?

—Abby eu...

— Para que quer esses documentos? Abby me interrompia.

— Eu não posso falar! Respondi.

— Seja para o que for esses não são os verdadeiros! Abby respondeu – Eu lembro que mamãe guardou os papéis no cofre que não estavam autenticados.

— Droga! Falei em voz alta.

Abby sorriu – Mas eu sei onde estão os verdadeiros!

Olhei para Abby surpresa – Você me entregaria os papéis verdadeiros?

—Estaria traindo a minha mãe! Ela respondeu e em seguida sorriu – Mas quer saber não me importo, vem comigo!

Abby me puxou pela mão me levando para o antigo quarto que era da minha mãe, e agora pertencia a Maeve e abriu o grande guarda roupa tirando de dentro uma caixa, dentro da caixa estava a pasta vermelha.

—São esses! Ela falou me entregando.

— Tem ideia do que está fazendo? Perguntei pegando a pasta das mãos dela.

— O que é certo! Abby respondeu – Eu não quero ser como minha mãe e minha irmã, mas se ela sentir falta você me promete que jamais dirá que eu te entreguei isso?

— Eu prometo! Respondi.

— Então melhor você ir!

— Obrigada Abby! Respondi a abraçando – Eu nunca vou esquecer do que esta fazendo.

— Devo isso a tia Bela! Ela respondeu.

Sorri e sai do quarto com a pasta nas mãos tirando os papéis que estava em minha blusa entre eles o envelope, então voltei para o celeiro, Seth havia chegado e brincava com Honey.

— Hey! Falei dando um sorriso- Onde se meteu esses dias?

— Oi Ness! Ele respondeu com Honey nos braços – Eu além de seu anjo da guarda preciso trabalhar, fui a Bruges.

—Falou com o Jake? Perguntei curiosa.

— Nossa que empolgação! Ele respondeu me fazendo corar – Sim ele perguntou por você.

— E como ele está? Está se protegendo, não é?

— Relaxa Nessie, Jake sabe se cuidar não se preocupe, a proposito ele mandou isso para você.

Seth deixou Honey no chão e caminhou até um dos caixotes pegando uma pequena sacola decorada e me entregou.

— O que é isso? Perguntei curiosa.

— Não faço a menor ideia! Ele respondeu.

Dei um sorriso largo e sentei deixando  pasta vermelha e o envelope ao meu lado abrindo a sacola, havia um pequeno embrulho dentro feito com papel de seda, desembrulhei cuidadosamente e sorri ao ver a pequena caixinha de música junto, a abri e uma doce melodia começou a tocar enquanto meus olhos se fixavam curiosos no cartão que havia dentro dela.

Peguei o cartão o lendo.

“ Hoje faz um mês que eu a vi pela primeira vez, e não vejo a hora de revê-la novamente.”

Meu coração dançou no ritmo da melodia que tocava.

Eu também sentia saudades dele.


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