Me Encontre escrita por SouumPanda


Capítulo 5
Já é um começo




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Era isso, chega de mentiras, eu tentava encontrar palavras para explicar os fatos para Peyton ela olhava o quarto andando em direção a minha cama e se jogando ali olhando para o teto esperando uma explicação para tudo isso. Me deitei ao lado dela, ambas olhando para o teto em silencio. Queria saber o que ela pensava de mim neste momento, meu estomago parecia que se eu abrisse a boca iria me fazer vomitar como a menina no exorcista, respirei fundo algumas vezes até conseguir controlar o gosto amargo da boca para falar, me apoiei sobre um dos meus braços podendo ter melhor visão de Peyton que então me olhou curiosa e esperando uma resposta, mas nada saia.

— Achei que fossemos amigas Zoey, pensou que eu iria querer seu dinheiro? – Ela falava com desapontamento na voz e aquilo me fazia apenas querer vomitar ainda mais. – Jamais seria sua amiga por interesse. – A voz de Peyton era de total decepção e eu merecia escutar tudo que ela quisesse falar. – Sabe que eu também tenho dinheiro, mesmo tudo isso aqui sendo exagero. – Ela olhava em volta. – Seu pai obviamente é o deputado.

— Achei que se ninguém soubesse eu conseguiria ter uma vida mais privada, meu pai mesmo antes da política colocava seguranças atrás de mim, mas ele ficou paranoico com tudo que tem acontecido no governo e eu vivia mais escoltada que alguém da realeza britânica. – Forjei um sorriso. – Vir para cá, me transferir no meio do semestre não foi fácil, conversei sobre esconder quem seria e em troca mais privacidade para mim e para o Isaac. Meu pai concordou. – Eu falava me encolhendo e ela abriu um sorriso acolhedor e me abraçou forte. – Me desculpe, sem mais mentiras. – Nos olhamos sorrindo e pressionei os lábios. – Me fale o porquê da sua voz tão triste no telefone?

— Eu não te contei, mas desde a boate. – Ela falava pausadamente. – Eu tenho dormido com Liam. – Ela se encolheu e seu olhar se entristeceu. – Falamos que era algo sem compromisso para não exigirmos nada um do outro, mas na festa o vi beijando uma das amigas da Annabelle. – Lagrimas rolavam pelo rosto de Peyton lembrando do episódio. - Não te contei porque você tem se afastado e te entendo agora, mas espero que me entenda também. Estou surtando em querer falar disso com alguém, não aguento mais engolir as coisas. – Abracei Peyton o mais forte que conseguia, senti ela relaxar no abraço, em meu peito uma onda de alivio foi invadida, me sentia segura com ela ali sabendo de toda verdade.

— Está tudo bem, você vai ficar bem. Liam não merece ter uma garota como você, é boa demais para ele. Você é uma boa moça Peyton. – Ela chorava desolada enquanto me escutava, respirei fundo. – Vai encontrar alguém que te mereça de verdade, com maturidade o suficiente para ter esse mulherão que você é. – Nos olhamos com sorriso cordial. – Liam acha que tudo é resumido em beleza só porque já chamaram ele para ser modelo em catalogo de cueca. – Rimos do meu comentário e consegui fazer Peyton parar de chorar. – Você vai ficar bem, vai ver. – Falei forjando meu melhor sorriso e seus olhos brilharam.  Depois de todo desabafo, acabei contando exatamente tudo a Peyton, até mesmo de Hunter o que a pegou de surpresa. Ela estava tão intrigada quanto eu como Caleb se mostrou interessado por mim e riu quando falei que achava que ele era namorado de Annabelle. Acabamos adormecendo em meio de um filme e pela primeira vez, consegui dormir mais tranquila com minha mente e meu coração.

 

 

Era de manhã estava tomando café com meu pai e Isaac quando Peyton se juntou a nós, vi meu pai sorrindo de um jeito diferente ao vê-la, já era estranho ver meu pai sorrir, e quando ele percebeu que o encarava tornou a fechar seu semblante. Meu pai era jovem até, com poucos cabelos grisalhos, ele tinha tido eu muito nova, por isso se casou com minha mãe e depois de mais de 20 anos resolveram ter Isaac e eu me esquecia que ele em enquete popular ganhou de deputado mais novo e mais bonito. Tinha um sorriso encantador e era muito charmoso. Sentia minha espinha até se arrepiar lembrando de como sempre briguei com as minhas antigas amigas porque meu pai sempre acabava dormindo com algumas delas. Engoli seco vendo que Peyton já estava sorrindo para meu pai e pigarrei quebrando todo esse show de trocas de sorrisos.

— Então Peyton, faz faculdade com Zoey? -  Logico que ele iria puxar assunto com ela, por isso eu tinha que sempre esconder quem eu era, meu pai sempre fodia com tudo que usava saia e entrava nessa casa sendo minha amiga.

— Sim, estamos na mesma turma. -  Ela sorriu e respondeu de forma educada, me olhando brevemente notou meu desconforto e escondeu os dentes um pouco. Não demorou para Angelina tirar Isaac da mesa, Peyton após terminar o resto do café em silencio subiu para meu quarto para juntar suas coisas e eu fuzilei meu pai que observava ela como se fosse um filé.

— Por favor, dá para parar de flertar com minhas amigas? – Eu pedi em suplica o que o fez me olhar. – Pare de agir como alguém da minha idade e se porte mais como alguém da sua idade e seja o pai e o adulto que precisamos que seja. – Falei ríspida e me levantei subindo para meu quarto para terminar de me arrumar e ir para o campus.

 

Peyton me seguiu até Cambridge, quando estacionei o carro ela parou na vaga ao lado. Me curvei pegando o celular que deixei cair e olhei embaixo da grande arvore, lá estava ele, parado de óculos escuro e o cabelo um tanto bagunçado, o sorriso de malandro que tanto me fazia tremer as pernas, parecia olhar na minha direção, mas era incerto por conta dos óculos escuros. Apertei o volante e engoli seco e sorri feito boba o vendo ali. Quando Hunter bateu na porta do carro, pulei assustada como se estivesse fazendo algo errado.

— Vamos entrar princesa, está passando mal? – Ele perguntou me olhando preocupado, enquanto peguei minha bolsa e desci do carro o olhando e sorri sem jeito. Caleb continuava parado, agora sim era nítido que me olhava, caminhei um pouco com Hunter e parei olhando Caleb e Hunter acabou percebendo e franzindo a testa.

 – Tudo bem, se vemos no auditório. – Hunter em reluta entrou me olhando ir em direção a Caleb que quando me aproximei tirou o óculos e esboçou um sorriso radiante vindo de encontro e parando diante de mim e colocando as mãos no bolso da sua jaqueta de couro.  

— Vamos almoçar juntos? – Ele perguntou com o vento bagunçando seu cabelo e sorrindo de forma marota, do jeito que me fazia sentir as bochechas pegarem fogo.

— E para isso eu teria que perder minha aula, certo? – Eu falei apertando os livros nos braços, Caleb sorria afirmando, pressionei meus lábios respirando fundo. Todos que estavam ainda no estacionamento nos olhavam, era logico que seria munição para Annabelle saber disso. – Então onde vamos?

— Aonde quiser, mas dessa vez um restaurante bom, sem hambúrguer. – Ele disse em bom humor me direcionando para o carro dele, engoli seco sentindo todos os olhares em nós, entrei correndo no carro saindo dali em disparada para outro lugar, eu iria onde ele me levasse. Me sentei de maneira mais relaxada podendo olhar Caleb e o admirar, ele me olhava sorrindo sem graça pela forma que o encarava, quando notei que ele passava por todos os restaurantes e não para em nenhum, fiz uma careta um tanto assustada, vi um sorriso debochado no rosto dele, logo parou o carro no semáforo me olhando. – Vamos para outro lugar, mas calma não quero te assustar, vamos para o porto está bem?  - Nos encarávamos, engoli seco e sorri torto concordando sobre onde quisesse me levar, logo ele ligou o rádio e cantava Loves Bites do Def Leppard e nos encaramos escutando a música, não sabia se queria cantar ou me afundar no banco, Caleb percebendo o meu desconforto levou o dedo ao rádio aumentando a música e cantando alto de forma totalmente desafinada, comecei a rir e acho que essa era a intenção dele e terminamos que cantamos a música juntos. Chegamos no porto e descemos do carro vendo os grandes barcos e iates de luxo a nossa frente, abracei meu corpo sentindo a brisa e o vento bagunçar meu cabelo. Logo Caleb tirou uma cesta do carro, me fazendo franzir a testa era sério que ele tinha me levado para um piquenique? Ele pegou em uma das minhas mãos me direcionando para o lado oposto do porto, onde tivemos que subir uma breve colina e sentamos em baixo de uma arvore, víamos a imensidão do mar a nossa frente e algumas embarcações, o cheiro de marina me transmitia paz, vendo ele ali e sentindo o olhar dele em mim me fazia se sentir bem comigo mesma. Da cesta ele tirou alguns canapés, salgadinhos e cervejas. Nos olhamos e caí na risada pensando na comida de verdade que ele tinha falado que comíamos. O sol estava forte, mas com o inverno se aproximando tudo estava confortável, eu não sabia exatamente se era por estar ali com ele naquele momento, mas nada me importava.

— Porque o porto? – Perguntei quando terminei de comer e dei um breve gole na cerveja, nossos olhares estavam fixados um no outro, o vendo sorrir me fazia querer pular em cima dele, mas eu queria entender o porquê ele estava vindo atrás de mim, o que ele viu em mim, qual era o real motivo dessa aproximação.

— Sempre venho aqui quando preciso colocar meus pensamentos em ordem, achei que precisava disso pelo nosso último encontro. – Ele falou pressionando os lábios, senti a mão dele sobre a minha e como ele me olhava, queria eu culpar a brisa gelada que batia em nós sobre o frio na barriga que eu sentia, respirei fundo mordendo o lábio, estávamos em um silencio constrangedor, olhei para frente sentindo como o vento levava meus cabelos para trás. – Zoey. – Ele sussurrou me fazendo olhando para ele e logo nossos lábios estavam juntos iniciando um beijo lento mas um tanto intenso. Nossas testas encostadas afastei nossos lábios o olhando, respirei fundo e tornamos a se beijar com mais intensidade, meu coração parecia que ia saltar do peito, mas meu celular começou a tocar e vi que era Angelina e sem graça parei o beijo tentando recuperar o folego.

— Angie, algum problema? – Minhas pernas estavam dormentes, mesmo se eu quisesse levantar elas me deixariam cair, lagrimas rolavam pelo meu rosto conforme escutava Angelina, acho que perdi toda o sangue do rosto, Caleb me amparou em um abraço forte me ajudando a levantar. – Já estou indo Angie, por favor tenta entrar em contato com meu pai. Caleb apenas entendeu sem que eu dissesse nada, não pegando nada corremos de volta para o carro, precisava ir no campus ainda pegar meu carro, mas ele prontamente se direcionou ao hospital, pisando fundo no carro que me fez grudar no banco, estava em alpha não falando nada vendo tudo se passar diante dos olhos. Apenas sentia lagrimas escorrer pelo meu rosto e meu corpo doer, meu coração estava a mil, sentia ele bater na minha cabeça. Respirei profundamente quando avistei o hospital que parecia distante, queria voar nesse momento, quando paramos na frente, meu corpo travou. Eu não conseguia andar mais nenhum passo, senti uma mão quente e grande se entrelaçar na minha e me olhar com um riso reconfortante, Caleb me olhava com ternura e como se quisesse que soubesse que ele estava ali, forjei um sorriso em meio as lagrimas e com um puxão de Caleb, passei pelas grandes portas de vidro.                     


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