Me Encontre escrita por SouumPanda


Capítulo 22
Coração Aflito




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Hunter, Peyton e eu observava a casa da tal Sra. Wilson, quando vi o carro parando no e ela descendo do mesmo, até o jeito de andar lembrava minha mãe, meu estomago revirava, minha cabeça girava, parecia um pesadelo essa semana, que não conseguia escapar, o dia está sendo um pesadelo, um dia que parece que durava mais que meses e não tinha fim.

— Não pode ser. – Eu disse incrédula, olhando para aquela mulher e a foto da minha mãe. – Eu não sei o que sentir, se vou lá e questiono, se apenas passo e vejo a reação dela. – Eu falava vendo Hunter e Peyton me observar, olhei para o relógio e bufei. – Podemos discutir isso amanhã em um jantar? Peço para meu pai comparecer e acho que minha tia chega até lá. – Pressionei os lábios, apoiando a mão na testa. – Minha cabeça está cheia por hoje, aconteceu tanta coisa.

— Sabe que pode dividir isso com a gente. – Hunter disse apoiando gentilmente sua mão em meu ombro, sorri forçadamente.

— Agradeço, quando for a hora pode ter certeza que irei dividir. – Eu disse sorrindo torto e totalmente sem vontade. Abracei ambos que me olhavam. – Amanhã tudo bem? – Eles afirmaram, saí da casa da Peyton com minha cabeça cheia e meu coração pesado. Dirigi para casa, precisava pensar, refletir e saber o que fazer dessa minha vida. Não posso viver assim, não posso mesmo.

Passei todo o dia deitada, não conseguia mais levantar da cama, sentia uma confusão e tristeza tão grande dentro de mim, não queria mais pensar em nada, queria apenas ficar ali deitada. Isaac e Louise hora ou outra vinha até o quarto, não conseguia comer, Katarina até tentou sorrir, mas viu como tudo que estava acontecendo me consumia. Não culpava ela, não completamente, era John que tinha um relacionamento comigo, é ele que era meu marido, ela é apenas uma garota ambiciosa que conseguiu o que queria, achando que levaria em alguma coisa, e com que moral vou exigir algo de John? Sendo que na primeira oportunidade fui e fiquei com Caleb? Ah, e o Caleb? Tão próximo, o que faria com ele, com tudo isso? Podia ouvir conversas altas pela casa, era a voz da minha tia e do meu pai, eles tinham chegado meu corpo tremeu em ter que discutir sobre aquela mulher, porque se tivesse qualquer ligação com minha mãe eu não aguentaria. 

Tomei um breve banho e desci, vi Peyton e Hunter junto deles. Peyton próxima ao meu pai, Hunter engolia minha tia, mas abriu um sorriso ao me ver, Caitlyn brincava com Louise em seu colo.  Não conseguia me sentir receptiva, estava me sentindo perdida naquele momento, mas forjei meu melhor sorriso para todos.

— Vamos jantar? – Eu disse mostrando a mesa para todos enquanto pegava Louise de Caitlyn, coloquei Louise ao meu lado no cadeirão e os empregados se colocaram a nos servir, o jantar era silencioso, Angelina e Katarina estavam paradas ao fundo nos observando, todos notavam meu olhar baixo e sem vontade. Comi o mais rápido que conseguia, mal sentia o sabor da comida, quando acabei todos me olharam e sorri torto bebendo um gole de água. – Espero vocês no escritório, Katarina, pode olhar Isaac e Louise fazendo favor. – Me levantei da mesa vendo Katarina indo até Louise, entrei no escritório indo direto as bebidas, precisava de algo mais forte para aguentar tudo isso, enchi um copo de whisky e dei um breve gole. Logo a porta se abriu me fazendo virar para a mesma, meu pai veio em minha direção sorrindo preocupado, me deu um breve abraço e respirei fundo. – Como está papai?

— Já tivemos dia melhores, não é? – Ele disse se servindo da mesma bebida e virando em um gole. – Como se sentiu vendo a vizinha da Peyton?

— Não consigo nem descrever, tem acontecido tanta coisa que não estou conseguindo administrar tudo. – Eu disse virando toda bebida, fazendo uma careta e colocando o copo sobre a mesa vendo Peyton, Hunter e minha tia entrar. Sentamos em volta da pequena mesa de centro, fiquei em pé dando espaço a todos e encostei na mesa, Hunter não conseguia tirar os olhos de Caitlyn e não julgava, ela era linda, doce, mais parecia uma irmã mais velha do que minha tia, meu pai ciumento com a irmã espreitava seu olhar para Hunter. – Então ... – Pigarrei chamando a atenção de todos. – Essa vizinha da Peyton que chamamos de Sra Wilson é assustadora a semelhança com minha mãe. Para isso acontecer só se fossem gêmeas. – Eu disse e vi meu pai desconfortável com a situação.

— Deveríamos bolar algo bem trabalhado para nos aproximar dela, podíamos fazer uma festa para a alta sociedade, assim eu conhecia umas moças daqui e me divertia. – Caitlyn falava vendo o olhar perplexo de Hunter nela, era impossível não rir, vendo que ela não jogava no mesmo time dele.  – Chamaríamos ela, Zoey usa o sobrenome de casada, sua posição que isso te deu ou coisa do tipo, ela não saberia quem é.

— Poderia ser uma ótima sugestão Zoey, alugue um lugar para isso, para que não seja aqui. – Peyton tinha acatado a ideia, pressionei os lábios escutando ambas. – Se não quiser organizar nada, eu mexo os palitinhos e em dois segundos temos uma festa digna de ser da realeza e uma armadilha perfeita.

— Pare. – Meu pai disse grosseiramente. – Vocês estão falando como se essa mulher fosse uma criminosa. – Ela talvez seja uma pessoa desconhecida e vocês achando que é um fantasma da minha falecida esposa. – Ele suspirou se levantando e andando até a mesa sob o silencio de todos. – Acho que apenas devíamos aceitar que ela se foi e não atacar uma mulher inocente. – Ele olhou com pesar para Peyton com quem aparentemente estava com relacionamento estremecido, então saiu do escritório nos deixando ali. Falar da minha mãe era algo que sempre mexia com meu pai, vendo que foi o primeiro amor dele, ficaram juntos, crescendo na vida. Ela que tinha sido importante produtora de moda, jamais encenaria a própria morte, seria algo muito fantasioso para a vida real.

Me despedi de Peyton e do meu pai que partiram em direção a cidade, Hunter foi logo em seguida após me dar um abraço caloroso, ele sempre conseguia sentir quando eu precisava de abraços apertados, me despedi deles acionando o alarme de casa enquanto olhava a casa de Caleb ao longe. Me virei e Caitlyn me olhava intrigada me acompanhando para a cozinha me vendo preparar chá para nós.

— O que te aflige Zoey? Vi que por mais que tentava focar na conversa, sua mente estava distante. – Sorri de nervoso, enquanto colocava a agua nas canecas e os sacos de preparado de chá inglês. – Você não é assim, te conheço. – Ela disse olhando eu terminar o chá e sussurrava como se tudo fosse um segredo. – E John como está? A tempos não o vejo deve estar lindo.

— John está lindo até demais. – Eu disse molhando a boca e sentindo o liquido esquentar minha garganta. – Digamos que ele não mudou nada desde a adolescência. Continua o mesmo. – Eu suspirei vendo Caitlyn erguer a sobrancelha. – Sabe que quando namoramos a anos atrás ele acha que o deixei porque vim embora, mas não sabe que eu sei que ele ficou com uma das garotas da sala dele enquanto estávamos juntos. Éramos adolescentes imaturos e não achei que era algo que tinha que fazer alarde. – Mordi o lábio. – E agora acho que ele possa ter me traído com a babá de Louise.

— Como pode ser isso? – Ela falava indignada tomando o chá e fazendo uma careta. – Vão se divorciar?

— Vamos conversar quando ele voltar de Londres, porque isso me deixou tão furiosa que fui até Caleb e transamos. – Eu falava suspirando e vendo os olhos de Caitlyn se arregalar de forma de espantosa. – Não foi certo, mas também não significou nada.

— Zoey, você tem noção que se John descobrir por mais que ele tenha aprontado ele vai ficar furioso. Ou ele te mata ou mata Caleb. Tenho certeza que você não quer ter um marido criminoso ou o cara que ama morto. – Ela me olhava séria e sorri sem graça negando com a cabeça.

— Não amo Caleb, ele é passado para mim. – Tornei a beber o chá, toda essa conversa me deixava de garganta seca. – Ele não me interessa mais.

— É verdade que ele não te interessa mais? – Ela questionou empurrando a xicara e segurando minha mão.

— Não vale a pena insistir em algo que não pode acontecer, algo que não dá certo, e ele não é para mim. – Não conter que meus olhos lacrimejassem, como se eu tentasse me convencer das minhas próprias palavras.

— Sempre tem escolhas Zoey, foi uma escolha casar com John, você é crescida e sabe o que fazer. Você tem a opção de escolha em ficar com Caleb que tenho certeza que te ama também. Ou ficar com John que por mais lindo, romântico sabemos que sempre vai acabar te traindo.  – Ela apertou minha mão. – O único erro do Caleb foi esconder que trabalhava com seu pai, ele te amava e ainda te ama. Ele não te traiu foi você que o deixou.

— Minha vida me tornou desconfiada de tudo, meu pai me criou assim. – Eu disse tentando sorrir, mas inevitável.

— Essa é sua chance de voltar atrás e fazer o certo para você, pelo que sente. – Ela sorria cordialmente. – Se sentir que deve ficar com algum deles, fique. Se não, fique sozinha, você é linda, rica, não tem que pensar muito. Sofrer por isso. – Ela falava gentilmente o que me fez sorrir.

— Creio que Caleb não vai querer me ver tão cedo, quem sabe um dia. – Eu disse rindo da situação, terminamos o chá e ambas subimos para os quartos.

Após me trocar colocando a camisola, fui até a janela vendo as luzes da casa de Caleb acessa, meu coração estava acelerado, me abracei respirando profundamente repetindo para mim mesmo que um dia será, para me tranquilizar. Esfregava meus braços me aquecendo, e vendo as luzes da casa dele se apagar. Fui para a cama olhando para o teto e ouvindo meu celular tocar incansavelmente e ignorando na mesma proporção John. Olhava o teto com a mente pesada e uma insônia terrível, não adiantava eu me fazer de fria e não se importar com ele, porque me importo. Não adiantava falar para o mundo que tinha esquecido ele, porque no meu coração sabia que isso não era verdade, o que me fazia sentir o peito comprimir e doer. Na verdade, meu coração pulsava por ele e batia fora de ritmo só de pensar nele, será que o dele também se sentia assim?

O sol batia forte, não sabia exatamente a hora que era e meu celular tocava, me sentei pegando o mesmo na mão e desligando, não queria falar com John, não saberia como falar e como me sentir. Ele errou, mas eu também acabei errando, então não acho que estaria em posição de exigir nada dele. E se antes éramos imaturos, agora não somos tínhamos que arcar com tudo que causamos um ao outro e conversar sobre isso, mas não por telefone, não agora eu teria o tempo necessário para pensar e ver o que faria. Desci para tomar café, Isaac estava terminando e Louise já brincava na sala, respirei fundo indo até a cafeteira e me servindo apenas de café puro, Angelina me olhava com pesar vendo meu olhar fixo em Katarina na sala.

— Se você despedir ela, vou entender querida. – Ela disse com a voz triste me fazendo olhar para ela e sorrir cordialmente.

— Eu preciso entender o que aconteceu Angie. – Suspirei tomando o café. – Preciso entender o que quero para exigir alguma explicação de John, ela é ambiciosa e linda. Se ver uma brecha, ela tem que agarrar. – Eu não acreditava que estava justificando as ações de John e Katarina, mas era a realidade. – Vou levar Louise e Isaac ao pediatra, para consulta de rotina, podem trocar eles enquanto tomo um banho? – Prontamente Angelina e Katarina afirmaram me vendo subir para o quarto e me trocar.

Coloquei Isaac e Louise no banco da BMW X5 preta, com vidro sufilmados, liguei o rádio e fui saindo do condomínio para a cidade. Percebi assim que entrei na pista, que Caleb também estava saindo o que me fez apertar o volante, seria uma luta para chegar na cidade e assim foi. Pisei no acelerador não querendo fazer disso uma corrida, pulei ao ouvir o meu celular tocar no rádio do carro pelo Bluetooth.

— Se estiver com sua filha no carro, diminua a velocidade. – Sua voz era autoritária.

— Não tem que se intrometer na minha vida. – Desliguei o telefone bufando, e ele tornava a ligar mesmo sabendo que eu recusaria, quem teria passado o meu número para ele? Entrei na cidade indo em direção ao consultório, aparentemente ele não estava mais atrás o que me fez dar um longo suspiro de alivio, desci Isaac que me ajudava com as bolsas e quando peguei Louise e fechei o carro lá estava ele, nos olhando, revirei os olhos indo em direção ao prédio e ele vindo de encontro.

— Queria verificar se chegaram bem, naquela velocidade era de preocupar qualquer um. – Ele sorria como se as palavras dele tivessem graça.

— Estamos muito bem, se me de licença. – Quando fui entrar, num surto Louise começou a chorar e se jogar em direção de Caleb que arregalou os olhos. – O que foi filha? – Tentava acalmar ela, mas era em vão ela perdia o folego de chorar, Caleb acariciava sua cabeça.

— Me dê ela. – Ele exigiu esticando os braços me fazendo proteger Louise com meu corpo. – Sério Zoey, talvez ela esteja sentindo falta do pai, vou tentar acalmar ela. – Falta de quem? Do pai? O que ele sabia? Meus braços amoleceram assim como minhas pernas, ele pegou Louise e foi entrando no prédio, acompanhado de Isaac, não demorou para automaticamente eu ir atrás deles. No elevador me encostei ao fundo ainda tentando controlar meu coração, Caleb segurava Louise com ternura e ela tinha se acalmado com ele, ver os dois se olhando era visível a semelhança, será que fiz o certo em fugir e privar ele de tudo? Até que confirmei nossa vinda Caleb ficou com Louise e Isaac, meu coração se apertava mais e mais, como se eu fosse enfartar. As mães olhava Caleb, não as culpava ele tinha essa beleza rara, era sensual e horrivelmente gostoso. Louise estava confortável, mas era visível meu desconforto, quando o médico veio em nossa direção, ele segurou firmemente Louise em seu colo, quando olhei ambos sorriam e era impossível não dizer que era filha dele.

— Sra e Sr Stewart sou o Dr. Skpper. – Ele apertou nossas mãos e foi nos acompanhando para dentro da sala.

— Ele não é o Sr Stewart. – Eu disse sem graça. – É meu segurança. – Ao ouvir isso o médico olhou Louise e logo Caleb, já sei o que devia estar pensando “ meu chapa ela teve um caso com o segurança”, peguei Louise do colo de Caleb e respirei fundo. – Se quiser, pode esperar lá fora, estamos seguros aqui. – Falei firmemente com Caleb que franziu a testa e saiu.

— Bom, vamos cuidar dessa mocinha e desse rapazinho. – Ele disse simpaticamente, quando examinava Louise sob minha observação, pigarrou me olhando. – Sabe senhora Stewart, sua filha se parece muito com o seu segurança. – Ele disse me fazendo franzir a testa e revirar os olhos.

— Ainda bem que estou pagando para cuidar da minha filha e do meu irmão e não da minha vida. – Eu disse grosseiramente e ele entendeu o recado. Logo o Dr Skpper examinou os dois e liberou elogiando a saúde de ambos, o que me fazia se sentir orgulhosa de todo cuidado. Quando saímos Caleb se levantou e veio em nossa direção e estava sorrindo ao ver Louise esticar os bracinhos para ele, revirei os olhos não acreditando nisso. Descemos no silencio absoluto e vendo a cena que me embrulhava os estômagos, mas de ser tão lindo de ver. Logo ele entregou Louise pressionando os lábios.

— Ela está bem? – Ele questionou me fazendo encarar ele.

— Sim, perfeitamente bem né filha. – Eu disse colocando Louise na cadeirinha e prendendo Isaac também.

— Isaac cuide bem das duas, amigão. – Ele disse para Isaac que afirmou sorrindo, revirei os olhos entrando no carro e saindo, o vendo nos olhar pelo retrovisor. Bufei aliviada ao sair desse encontro horrível, que me fez as pernas falharem.

— Gosto do Caleb Zoey e acho que você ainda gosta dele também. – Olhei Isaac pelo retrovisor franzindo a testa e sentindo a pontada em meu peito em saber que Isaac reparava nas coisas tanto quanto eu. – E Louise parece ter gostado dele também, deve sentir esse lance de pai e filha. Deveria pensar mais no bem dela e se não seria melhor ela ter ele junto dela. – Pronto para Isaac estar me dando lição de moral com toda certeza eu estava muito errada.


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