Winx e a Fada sem Asas escrita por Maddu Duarte


Capítulo 9
Capítulo 9 - Vem Mostrar


Notas iniciais do capítulo

Esse é o último capítulo.
Não me esganem.



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Vem Mostrar é a versão brasileira de Show Yourself, uma música de Frozen II.

 

— O que ela fez? — As meninas perguntaram, observando a ruiva cansada cair ao chão. 

—  Ela... —  iniciou Aria. —  Encerrou com a chama do dragão. 

—  E o que fazemos agora? A chama do dragão era o que protegia nossa escola! —  uma aluna gritou em desespero. —  Estamos perdidos. 

Aria não a escutou, pelo contrário, soltou mais um de seus feitiços de silêncio e observou o próprio punho. Havia sido uma luta dura, mas nada doeu mais do que sentir o vazio da chama em seu corpo. Andy, agora, era um feiticeiro sem poderes, eles não estavam mais ligados e o amor entre eles... o amor entre eles permanecia bem. Ela se aproximou, com Flora segurando seu pulso e pronta para atacar — e se perguntou o que fez para merecer que uma desconhecida a protegesse —, mas Andy apenas a olhou com arrependimento, se afastando. "O que eu fiz?" ele perguntou, olhando para as próprias mãos. O que você fez, Andy? 

O que nós fazemos com quem amamos? 

—  Está tudo bem, não era você... —  Aria tentou explicar. 

—  Não! Eu... eu machuquei você —  ele revidou, olhando as marcas no rosto da jovem e tocando em seu próprio ferimento. —  Eu estava disposto a matar você, Ariane, eu...

—  Ei, É aria, lembra? Aria. Sua música. 

Mas não havia tempo para romance. Flora apontou para Bloom, conversaram, foi uma longa conversa. Andrew confessou que havia outras pessoas com Runas, eles conheceram entre suas viagens, provavelmente, todas estavam sentido o que ele sentia agora: inutilização. Desconhecimento. 

Decepção. 

—  Bloom não pode continuar aqui —  foi a voz de Griselda que deu o veredito final. —  É perigoso para uma não-mágica frequentar reinos mágicos. 

—  Mas ela pode viver em Magix... —  defendeu Flora. 

—  E ela gostaria? O que ela gostaria? 

Todos se calaram. As memórias possuem poderem, aterrorizante poderes. Andy estava calado como nunca esteve, não falava do sol ou das expedições, Aria permanecia olhando o horizonte enquanto as pixies cuidavam de seus ferimentos externos. Faragonda apenas tomava seu chá, como se esperasse a hora certa para sentencia-la a morte. 

—  Podemos deixá-la morando em Magix... Por favor, Griselda. Ela é tudo que nos resta... Ela é... 

—  Uma pessoa — a voz baixa de Aria ressoou, tão altiva quanto há poucas horas. —  Apague as memórias dela, é o que você quer fazer, não é, Faragonda? —  acusou. 

— Apagar as memórias? Mas isso... —  Flora colocou a mão na boca, surpresa. Aisha ainda estava em recuperação e ela certamente estava em desvantagem, mas não poderia perder uma amiga. Não. Bloom era como sua irmã, elas compartilharam perdas, vitórias, luto. 

E o luto une mais do que qualquer laço familiar. 

—  De fato... colocar memórias falsas dela em Gardênia... dos últimos 3 anos... seria difícil, mas não impossível. 

—  Faragonda! —  Flora declarou. —  Está mesmo pensando nisso? 

—  Cometi muitos erros, Flora. Não posso me atrever a cometer mais um. Talvez, Bloom esteja mais segura no lugar em que ela nunca devesse ter saído. 

E, naquela noite, magia foi exposta ao mundo. 

E Bloom retornou para casa. 

Sua casa. 

Então, por que o coração de todos permaneciam tão pesados? 

*

Não houve enterro para Bloom, porque, de fato, Bloom não morreu. Porém, era como se a presença dela fosse um assunto inóspito naquele local. Um gato preto indesejado no dia das bruxas, uma sensação de azar. E quando Aria levantou-se e pôde andar normal novamente, ela e Andy decidiram que era melhor partir para longe — sabendo  que a dívida que deixaram era maior do que a que quando partiram. 

—  Aria... — Faragonda a chamou, pelo nome, dessa vez. Seu nome. O nome que ela havia escolhido, ficado e sobrevivido. —  Eu posso ter a honra de tomar um chá pela última vez com a minha filha? 

—  Seria um prazer. 

A vida prega peças. Você pode não querer aceitar, mas todos temos inocência e bondade, e, naquele momento que a fada sem asas colocou pó de fada nas xícaras, ela rezou para nunca trocá-las. A fada sem asas bebericou seu chá e entregou a outra xícara à bruxa, que sorriu e sentou na cadeira. Como nos velhos tempos, conversaram sobre Magix, a dimensão mágica, sobre crianças... Ariane contou sobre como queria ser mãe e, agora, sem tantos impedimentos, talvez fosse. Ainda era nova para pensar nisso. Ainda era nova para viver o bastante. 

Infelizmente, nova demais para notar que uma vez bruxa, sempre bruxa. 

E que a destruição é apenas o lado oposto da criação. Porém, assim como você pode criar coisas boas, você pode criar coisas ruins. Existia um motivo para Faragonda ter ido cuidar de fadas e perdido suas asas, existia um motivo para sua história. 

Mas Aria nunca ouviria. 

Porque tomará o pó mágico encantado, para nunca mais acordar. 

Andy foi o primeiro que notou a diferença na esposa, quando ela não se mexeu para ir embora. Ele gritou, pediu por ajuda, estava desesperado; sem Aria, era fraco, vazio, um ser humano normal sem amor algum para dar ou ganhar. Gritou o nome dela, Flora foi quem testemunhou que não havia vida. 

E Faragonda compareceu ao enterro triste por sua filha. 

Na noite seguinte, ela chamou o seu genro para conversar e tomar um chá. 

A bondade engana, mas a intuição não falha. Infelizmente, o luto nos faz perder a ideia de intuição. 

E a fada sem asas poderia ser chamada de muitas coisas, dentre elas, o mais comum era aquela palavra amarga que Faragonda tantas vezes pronunciou com rispidez; bruxa. 

*

—  Você acha que fizemos o certo? —  Griselda perguntou, olhando para Palladium, que colocava um quadro com a foto dos amantes na sala secreta. —  Ainda poderiam ter sido úteis. 

—  Erramos com Ariane, agora, não poderíamos cometer o erro de errar mais —  Palladium comentou. —  É uma pena, era uma boa aluna. 

E o sorriso do quadro foi coberto por um tecido vermelho. 

—  Não fizemos o certo, fizemos apenas o que deveriamos fazer. E, agora, ninguém nunca saberá disso. Nós manteremos a sete chave... esses dois nunca dispertarão dessa sala... E a comunidade mágica está a salva novamente, com Aisha e Flora a protegendo. Isso que importa. Palladium, Griselda, não contem a Griffin. Você sabe que ela sempre foi muito ligada a bruxas, seria um escândalo. 

—  Sim, seria de fato um escândalo ela descobrir que, no final, a única bruxa da história... era você. 

Um sorriso surgiu no rosto da velha. 

—  Ah, é hora do chá.

 


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Notas finais do capítulo

Não me matem.
Headcanon: Faragonda é uma yandere do cassete.
Oitava temporada, ou é a sétima, eu te desço na porrada se te ver.



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