Após terminarmos de desembarcar todos os passageiros no aeroporto de Nova York fui para cabine pegar minha bolsa para finalmente ir para o hotel, Leah e eu tínhamos combinado de ir a clinica que ela se consultava sempre que estava na cidade, quando abri a porta para sair Alec me esperava encostado na parede ao lado da porta do lado de fora.

— Será que podemos conversar?

— Tem que ser agora? Eu perguntei apressando meus passos – Jacob está a minha espera.

— Eu só quero ter uma conversa civilizada! Ele respondeu – Estou pedindo demais?

Eu parei e virei meu corpo ficando de frente para ele, Alec sorriu e meus olhos rolaram – Okay! Sussurrei – O que quer falar?

— Não aqui! Ele respondeu pegando a sua bolsa do chão – Na lanchonete do aeroporto, eu espero você lá.

Ele não me esperou responder se iria ou não, simplesmente deu as costas e caminhou pelo corredor do avião e desembarcou.

Respirei profundamente e então desembarquei, Jacob me esperava do lado de fora enquanto conversava com Paul e Leah, e não ficou nem um pouco feliz por eu ter concordado em encontrar Alec sozinha, Jacob ainda era inseguro com relação a isso pelo ocorrido com sua ex-mulher, mas como esperado ele foi compreensível e respeitou minha decisão.

Ao chegar na lanchonete eu escolhi uma mesa próxima a porta, Alec era sempre uma caixinha de surpresas e muitas vezes tinha atitudes violentas, por isso, quanto mais próximo das pessoas estivéssemos era melhor, apoiei os cotovelos sobre a mesa e fiquei pensativa, Leah havia me passado o endereço da clinica e me encontraria lá, hoje eu acabaria com as dúvidas sobre minha gravidez.

—Oi! A voz de Alec me tirou de meu devaneio - Obrigado por ter vindo! Ele falou sorrindo e puxou a cadeira sentando-se – Não me atrasei, não é? Eu tive que acompanhar uma passageira deficiente até o portão A13 os parentes aguardavam por ela!

— Não, você está adiantado! Respondi.

Alec Sorriu, ele tinha uma expressão calma em seu olhar – Você está bem? Você sabe, sobre Max? Eu fiquei preocupado, mas achei melhor não ir ao hospital e depois você foi ficar com o Jacob!

— Foi traumático, mas eu estou bem, obrigada por se preocupar!

— Fico feliz em saber disso, quer beber algo, eu pago!

— Talvez um café! Respondi.

Alec fez um sinal para uma garçonete e assim que ela se aproximou ele pediu dois expressos, assim que a moça se afastou eu decidi não perder tempo e apressar a conversar para irmos direto ao assunto.

— Então, sobre o que queria conversar comigo?

A garçonete retornou com a bandeja nas mãos deixando os dois cafés sobre a mesa, Alec pegou o seu e soprou dando um gole em seguida e olhou para mim – Quero pedir desculpas, por aquele dia...

—Eu já te perdoei por isso! Falei pegando meu café – Mas precisa limpar sua consciência? É isso?

— Não! Ele largou a xicara sobre a mesa – Embora eu continue com raiva de mim mesmo por ter estragado tudo.

Inclinei a cabeça para o lado e franzi minhas sobrancelhas o encarando – Tem algo mais não tem? Suspirei – Olha eu estou cansada e ainda tenho um compromisso então se puder dizer logo.

Ele sorriu com o canto dos lábios e novamente pegou sua xicara tomando seu expresso – Apenas que a perfeição não existe, se algo está perfeito tenha certeza que existe algo que não está percebendo.

—Não entendi! Falei pegando a pequena colher e mexendo meu café.

—Apenas a voz da razão! Ele respondeu.

Eu bufei, não acreditava que ele tinha me chamado para falar coisas sem sentindo, tinha certeza que ele queria baixar minha guarda, mas não conseguiria, segurei minha xicara com ambas as mãos e levei aos lábios tranquilamente enquanto ele me encarava – Seu ciúme acabou aumentando tanto que não consegue mais se conter? É isso?

Alec deu de ombros – Não apenas um conselho amigável!

Quase engasguei com o café – Amigável? O mesmo amigo que tentou acabar com a minha relação com o Jacob com aquelas calcinhas plantadas?

—Pense nisso como ciúmes se quiser! Ele respondeu – Pode até ser, eu só percebi o que perdi quando era tarde demais – ele deu uma pausa- É impossível não sentir ciúmes de qualquer homem que fica perto de você, mas se você pensar bem, pode concordar que estou dizendo a verdade.

Larguei a xicara sobre a mesa irritada com o argumento dele.

—Se algo parecer perfeito olhe novamente, pois perfeição não existe, todo mundo saber disso, e eu sei que você acha que Jacob é o senhor perfeição! – Ele sorriu com o canto dos lábios – Perfect Jay! – Ele continuou – Você acha que a história de vocês é perfeita até nos mínimos detalhes, então o que acha de olhar direito e ser menos superficial!

Alec levantou e eu levantei logo em seguida sem hesitar, não havia a menor possibilidade dele me fazer ir até aquela lanchonete e dar a última palavra naquela conversa.

—Você pode me dizer o que quiser, isso não me afetará nem um pouco, você esta perdendo seu tempo esperando que eu caia nessa Alec, apenas eu posso dizer o que está acontecendo em minha vida e como está meu relacionamento e honestamente eu pouco me importo com o que você pensa, eu conheço o Jacob e eu tenho certeza que ele não é só um rostinho bonito e corpo malhado escondendo algo obscuro em seu interior – Dei uma pausa e respirei fundo tentando manter a calma – Eu agradeceria se nunca mais falasse sobre isso, porque se você continuar falando coisas sobre o Jacob, nem amigos seremos.

Alec levantou as mãos como gesto de derrota – Eu já entendi Nessie, não quero aborrecer você, honestamente não me importo, só falei isso por consideração a você.

— Agora você não se importa, mas admitiu a segundos atrás que sente ciúmes, por favor seja mais coerente no que diz! Percebi que já havia dado muita corda a Alec e começava a ficar nervosa – Jacob está me esperando, melhor eu ir embora!

Olhei para a mesa e peguei minha bolsa saindo de forma apressada sem olhar para trás, mas senti que os olhos dele mantiveram fixos em mim até eu dobrar uma esquina.

—Perfeição não existe! Murmurei – O pior de tudo era que isso que encaixava perfeitamente em meus pensamentos dos últimos dias, tudo entre Jake e eu era perfeito demais e fazia eu sentir um medo gigante no mais intimo do meu ser, minha história de amor era perfeita demais para ser verdade.

Enquanto entrava no taxi me perguntei se um dia eu cairia das nuvens.

Meu celular vibrou enquanto eu seguia para o endereço que Leah havia me dado, tirei o aparelho da bolsa e era uma mensagem de Jacob, sorri timidamente enquanto respondia a mensagem.

— Jake – Preocupado...

—Nessie – Estou bem, em um taxi indo encontrar Leah.

— Jake – Posso saber como foi?

—Nessie – Conto a você quando chegar ao hotel!

— Jake -Se eu estiver dormindo me acorde, pedi um quarto de casal.

— Nessie – Eu sei como acordar você.

— Jake – Eu amo isso...

O Taxi parou diante de um pequeno prédio, paguei o motorista e desci do carro entrando em uma porta de vidro, ela uma pequena clinica ginecológica, Leah me esperava na recepção.

— Você demorou, achei que tivesse sido sequestrada! Ela reclamou – Já fiz sua ficha.

— Desculpe, Alec...

— Eu já teria mandando por inferno! Ela respondeu me fazendo rir, mas me contive ao ouvir a recepcionista chamar meu nome.

—Senhorita Cullen!

—Cullen? Olhei para Leah que sorriu timidamente.

—É mais poderoso! Ela falou me puxando pelo braço em direção a sala da doutora.

A ginecologista fez algumas perguntas, a única a qual não consegui responder foi sobre minha última menstruação, os horários e escalas me deixavam louca e por isso havia me perdido no uso do anticonceptivo.

Após a conversa eu entrei no banheiro e vesti uma pequena bata e deitei na maca enquanto a médica ligava os aparelhos.

— O ultrassom vai dizer quantas semanas tem o feto! A médica explicou.

A tensão tomou conta do meu corpo, Leah apertou minha mão enquanto doutora passava o gel em meu abdômen e começava a deslizar o aparelho enquanto olhava no pequeno monitor.

— Sente enjoos? A Doutora perguntou.

— Poucos! Respondi – Estava sendo tranquilo!

—Isso é algo muito raro, geralmente até o terceiro mês a mulher sente enjoos com frequência – Ela sorriu – Ele mede dez centímetros.

Eu sorri olhando para Leah, a cena era até engraçada, uma grávida ajudando a outra.

— E quantos meses ele tem? Perguntei com medo da resposta.

— Quatro semanas! Ela respondeu – Isso equivale a dois meses.

Um sorriso se fez em meus lábios e senti um imenso alivio em meu coração, faziam exatos três meses desde a ultima vez que Alec e eu havíamos transado, o bebê era do Jacob, sim, eu tinha absoluta certeza, Jacob era o pai do meu bebê.