Bokuto sentou-se na arquibancada com o olhar perdido na quadra, aquele mal-estar de volta ao seu corpo o impedindo de jogar usando todo seu potencial. Sua equipe estava preocupada com sua falta de atenção, mas nem mesmo ele sabia o que estava acontecendo. Na verdade, ele imaginava. Passou a noite em claro pesquisando a possível causa de seu problema. O resultado o assustou muito, não fazia ideia de como contar aquilo à sua equipe. 

— Ei, Bokubro — Kuroo o cumprimentou quando se sentou ao seu lado.

— Yo! — Bokuto sorriu e esperou que Kuroo acomoda-se — Kuroo..

— Hm? 

— Acho que estou doente… 

— Puta merda — Kuroo o olhou assustado. — O que você está sentindo? 

— Meu coração — Bokuto colocou a mão sobre o peito — está muito acelerado…

— Você é um atleta... acho que é normal.

— Não… ele bate muito rápido e… me dá um negócio aqui na barriga — Bokuto coçou a lateral da cabeça. — Minhas mãos soam e eu não consigo pensar em nada direito…

— Pensar nunca foi seu forte, nada de errado até então.

— Poxa bro… — Bokuto crispou os lábios. — Isso é sério… talvez eu esteja com algo grave... eu pesquisei no Google! Eu estou com algo sério! Posso morrer a qualquer momento, Kuroo! — contou choroso. — você deveria me ajudar a escrever um testamento-

— Eu já sei o que você tem — Kuroo tinha o ar de riso. — Não é nenhuma doença.

— Oh! Tem certeza? — Bokuto o olhou em expectativa — O que eu tenho?

— Antes de te responder, me diga uma coisa — Kuroo parou de falar para dar um ar de suspense — Você sente isso com que frequência?

— Antes era só quando eu via o Akaashi… agora é o tempo todo! Eu não consigo pensar direito! Às vezes quando estou em casa sozinho ou quando estou tomando banho… quando eu vejo o Akaashi parece que vou ter um troço! 

— Bro, você não está doente — Kuroo sorriu. — Você está apaixonado. 

Bokuto o encarou e Kuroo contou até 20. Os olhos de Bokuto se arregalaram e a boca escancarou em surpresa.

— O QUÊ?! 

— É isso, você está apaixonado por Akaashi.

— Puta merda! 

— E agora?

— O quê? - Bokuto o encarou em dúvida.

— Você já sabe que está apaixonado, o que vai fazer agora? — Kuroo o fitou em expectativa.

— Eu não sei… o Akaashi... ele…

Kuroo sentiu o tsunami emo mode chegando, precisava contornar a situação.

— Conte a ele, diga a ele como se sente.

— Mas… e se ele não gostar de mim? — Bokuto suspirou.

— Eu não acho que isso possa acontecer…, mas você precisa contar a ele. 

— Hey hey HEY! Eu vou fazer isso! — Com a confiança renovada Bokuto planejou se declarar. — cara, eu achei que estava com arritmia — confidenciou ao melhor amigo que riu abertamente — chorei durante a madrugada achando que nunca poderia ter uma coruja de estimação.