Eu passei horas olhando pela pequena janela até que finalmente o sol começou a se por, olhei para a pequena porta que dava entrada para um minúsculo banheiro e caminhei lentamente tentando chegar nele, ao parar diante da pia eu liguei a torneira mas vi que não havia água.

— Droga! Murmurei.

Sentei no vaso e meu olhar desceu até meu pé, que não estava nada bom depois de dias sem tomar os medicamentos, olhei para a minha mão direita e a atadura que cobria o golpe acidental enquanto eu lava a louça estava sujo, tinha certeza que dessa vez eu iria morrer, em apenas um ano em Forks eu havia ficando duas vezes no hospital, caído de um penhasco e quase morrido afogada, quebrado o pé, cortado a mão, me perguntei se existia alguém mais azarada do que eu, o medo me dominou ao ouvir o barulho da porta abrindo.

Eu levantei do vaso e sai caminhando lentamente, Riley estava de pé encostado na porta em uma das mãos tinha novamente uma sacola e na outra uma caixa de pizza.

Riley estava me causando um grande terror psicológico.

— Eu disse que voltaria a noite! Ele falou sorrindo – Vem cá!

— Por favor...eu murmurei.

— Isso vai terminar amanhã, em breve seremos só nos dois! Riley falando estendendo a mão.

Eu engoli um pouco de saliva e caminhei até ele, se eu queria uma chance de sair viva disso irrita-lo não era a melhor opção, Riley sorriu me puxando lentamente pela mão – Eu trouxe algo para o machucado da sua mão e do seu pé, fazem três meses que você foi atropelada e ainda está assim! Ele falou sorrindo.

— Eu não me curo rápido como um... Dei um pausa.

—Um vampiro! Ele completou – Princesa quando você for uma vampira não saberá mais o que é se machucar, eu ficarei menos preocupado já que você é uma expert em se machucar.

Eu fiquei calada.

Riley baixou abrindo a sacola e tirou uma roupa de dentro – Acho que esse cabe em você!

—Para que isso? Perguntei.

— Você vai morrer! Ele respondeu sorrindo.

Eu congelei e ele continuou a sorrir – Ao menos é no que sua família vai acreditar, pobre senhor Swan vai enterrar as duas filhas em apenas 24 horas.

Eu balancei a cabeça em sinal de negação – Não pode fazer isso Riley, Charlie não vai acreditar sem ver meu corpo.

— Tire a roupa! Ele pediu.

— O que? Me exaltei.

— Estou mandando tirar esse vestido!

— Não! Eu gritei, mas em seguida me calei ao sentir meu corpo sendo pressionado na parede.

— Faça o que mandei! Ele ordenou rasgando meu vestido nas costas e fazendo com que o mesmo caísse no chão.

— Por favor, não faz isso! Eu desabei em lagrimas escondendo o rosto em seu peito gélido, as mãos dele deslizaram por minha costa e subiram até minha nuca fazendo com que eu o olhasse.

— Eu não farei nada – Ele respondeu selando meus lábios em seguida se afastou juntando o meu vestido me entregando o limpo – Agora veste esse.

Eu concordei com a cabeça e vesti o vestido limpo, ele me puxou me fazendo sentar no colchão e segurou minha mão tirando atadura da mesma, eu não conseguia reagir, estava tremendo apenas soltei um gemido assim que ele fez o ferimento sangrar, seus olhos ficaram mais vermelhos ainda e eu percebi que ele tentava se controlar, Riley pegou o vestido sujo e limpou o ferimento envolvendo novamente em outra atadura.

— Prontinho, agora precisa comer! Ele falou puxando a caixa de pizza para meu lado e levantou – Vamos sair agora para o nosso ataque, tenho certeza que será mais fácil matar seu querido Jake se ele acreditar que está morta!

—O que? Não! Gritei.

—Achou mesmo que isso aqui é para o chefe de polícia? Eu volto amanhã quando terminarmos – Após falar isso ele sorriu e saiu trancando a porta.

— Jake! Eu murmurei sentindo meu coração apertar, olhei para a caixa de pizza e a abri, eu precisava comer me sentia fraca, mordi o primeiro pedaço mas larguei ao sentir um gosto estranho, passei a ponta dos dedos nos pedaços de pizza e senti algo em meus dedos como se fosse um pó – O que é isso? Sussurrei tentando sentir o cheiro daquilo.

Minha cabeça começou a girar, havia alguma coisa naquela pizza, Riley estava muito tranquilo em me deixar sozinha sem nenhum vampiro por perto, olhei para a garrafinha de água e bebi enquanto tudo ao meu redor parecia girar – Preciso sair daqui!

Olhei para a bota ortopédica e nela havia algo como uma fivela, onde o velcro decima passava lá tinha uma pequena abertura, levantei batendo o ferro fino na parede e quando ele cedeu o retirei, ouvi um novo som na porta e me deitei rapidamente sobre o colchão escondendo a bota a minha frente e fechei meus olhos.

— Renesmee? A voz de Riley saiu alta, eu senti sua mão tocar em meu ombro, mas me mantive imóvel.

— Todos já estão a postos! Uma voz masculina e desconhecida falou – Vai deixar alguém a vigiando?

—Não será necessário, ela vai demorar a acordar! Riley respondeu.

— Então vamos, Victoria está a nossa espera!

Senti os lábios de Riley em meu rosto e em seguida o trancar da porta, esperei mais alguns minutos até que finalmente as vozes foram ficando cada vez mais distante, lentamente me virei e eu estava sozinha novamente.

— Sanguessuga idiota! Murmurei levantando e me apoiei na parede, eu estava drogada eu tinha absoluta certeza, lentamente caminhei até a porta me segurando na parede e arregalei meus olhos tentando acertar quais dos 4 buracos vistos por mim era o da fechadura, após alguns erros eu finalmente acertei – Não deve ser difícil, eu consigo! Sussurrei movendo o ferro dentro da fechadura.

Eu já estava a muito tempo tentando, mexendo aquele pequeno ferro sem sucesso, voltei a chorar e quando acreditei que Riley havia vencido ouvi um pequeno estalo, movi a maçaneta e a porta se abriu.

— Isso! Eu gritei levando as mãos ao rosto tentando me manter de pé, sai lentamente pela porta e não vi ninguém, eu estava dentro de um grande galpão cheio de caixas, sorri novamente ao consegui chegar a porta maior de onde eu podia ver a estrada.

Eu olhei para os lados tentando descobrir onde eu estava, tinha absoluta certeza que era em Forks, mas era uma estrada de terra com certeza aberta de forma clandestina, olhei para a floresta, não era a forma mais segura de se escapar, mas eu precisava apenas encontrar o caminho até a área dos lobos, sem perder tempo eu entrei e comecei a caminhar em meio a escuridão.

Totalmente cansada eu parei após muito tempo sentando no chão encostando as costas em uma arvore – Você consegue Nessie, você consegue! Falei para mim mesma levantando – Continue a anda...continue a andar! Comecei a repetir enquanto a floresta rodava em volta de mim, os pequenos raios de sol começaram a surgir entre as folhas das arvores, meus olhos estavam prestes a se fechar quando eu olhei para frente e vi o grande lobo surgindo diante de mim.

Eu sorri enquanto meu corpo caia para frente, mas antes que eu tocasse o chão o lobo se colocou debaixo de mim me fazendo cair sobre ele, eu estava segura? Realmente eu tinha encontrado algum lobo ou havia finalmente morrido?

— Nessie!

A voz feminina estava distante, mas foi ficando cada vez mais forte.

— Acorde Nessie!

Eu abri meus olhos e ela sorriu – Eu já avisei o Jake que encontrei você.

— Leah...murmurei.