CN Beyond: Elemento X escrita por Primus 7


Capítulo 8
Fogo de Prometeu


Notas iniciais do capítulo

OLÁ LEITORES
Primeiramente, se você não viu as novas capas animadas do CNB vai lá e veja! Eu fiz novas capas gifs para Elemento X, O laboratório e Terrivel que ficaram show. Vão e dão uma olhada.
Quero me desculpar pela demora mas tive que ceder meu tempo livre para cuidar dos meus estudos já que estava estudando para o vesticular.
Esse capitulo é grande não só em tamanho, a partir daqui a história tomará seu rumo final. O próximo capitulo vai com certeza explodir a cabeça de vcs.



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Link para ouvir a trilha sonora oficial da história Elemento X

Caco e as meninas invadiram sorrateiramente o interior secreto das Hardly Industries. Com os poderes das meninas e a tecnologia que Caco havia desenvolvido, foi fácil eles entrarem e passarem pela segurança sem serem notados ou filmados. Os quatro entraram em um elevador que levava a um distante e misterioso subterrâneo da empresa onde ela guardava seus os experimentos mais secretos e perigosos. A Hardly era conhecida por ser uma fabricante de armas e tecnologia militar e espacial de todos os tipos. Moral, nunca foi exatamente o foco da empresa que sempre visou criar a próxima “bomba-atômica”. Quando se lida com pessoas atravessam tantos limites sem se preocupar com as consequências e visando apenas o lucro, só se pode esperar o pior. Quando o elevador chegou em seu destino e as portas se abriram e uma escuridão total preencheu toda a vista. Caco, apertou um botão em sua manopla tecnológica que ficava em seu braço esquerdo, ativando remotamente as luzes do lugar secreto. Luzes estas que eram de neons esverdeados que iluminavam o lugar parcialmente. Com sua visão retomada os quatro retomaram para sua  missão. Todavia, o que os quatro viram a seguir com seus próprios olhos, os deixou pasmos.

— O que é isso? — Perguntaram as trigêmeas em simultâneo, enquanto tentavam entender o que estavam diante de seus olhos. 

 — Isto, meninas, são apenas algumas das milhares de vezes em que os humanos tentaram brincar de Deus. — Respondeu Caco com um sorriso de determinação. 

 Era como um museu da ciência maluca. O lugar estava cheio de cilindros e aquários que guardavam as mais diferentes engenhocas e experimentos, certamente ilegais, criados pela Hardly. As trigêmeas Utonium sentiram uma mistura de calafrios e curiosidade ao verem tantas coisas bizarras e misteriosas juntas no mesmo espaço. Tomando coragem, elas cruzaram calmamente o lugar olhando um item de cada vez.

Lindinha, que segurava com vontade os ombros de sua irmã Florzinha pelo tamanho medo que sentia, tentou não olhar para aquela exibição de horrores, contudo, não teve sucesso, pois sua curiosidade falou mais alto. Curiosa, a loira deparou-se com um cilindro de vidro a sua esquerda que continha um robô desativado dentro: tinha olhos amarelos, mãos em forma de pinças e cabeça em formato cúbico tendo no topo dela o que parecia ser uma lâmpada incandescente. Na base do cilindro de vidro havia gravado em uma placa “002 - JONAS” em letras de forma. Á esquerda dele, tinha uma gigantesca esfera de vidro que brilhava faíscas amarelas. Quando a loira se aproximou dela, as faíscas transformaram-se em uma criatura estranha. Tinha uns vinte centímetros de alturas, era preta, a cabeça era no formato de uma pilha e continha um raio amarelo na barriga, além de dois pares de olhos alienígenas e amarelados que encaravam-na com intenções agressivas. Na base da esfera estava gravado na placa: 005 - B10OS “BUZZSHOCK”

A valente Docinho já não se domava pelo medo. Para ela, chegava até a ser empolgante ver as peculiaridades daquele cemitério de experimentos. Ela olhou para um que parecia ser um braço robô que se conectava diretamente ao cérebro do usuário, e ela só sabia disso porque havia notado que a massa cerebral do último usuário ainda estava presa no extremo inferior da máquina. Na base, a placa dizia:  006 – MGPM “S1E16”. Ao lado, havia o que parecia um grande ganhão laser parcialmente desmontando que pelo seu tamanho deveria ser muito poderoso o que deixou nossa morena entusiasmada para entender como funcionava a tal arma. Ela se aproximou da placa e viu sua descrição que dizia: 000 – “ARMA DE RAIOS MOVIDA Á CARNEIRO”. Quando Docinho leu isso coçou o topo da cabeça perguntando-se se aquilo estava escrito certo ou se era realmente uma arma de raios que usava carneiros como combustível ou algo assim. Como isso seria possível? Ela imaginou que jamais saberia. 

Por fim, Florzinha apenas tentou ignorar tudo, sem sucesso obviamente, pois, não deixou de notar algumas coisas que realmente lhe chamavam a atenção naquele submundo desconhecido da ciência. O que mais se destacou para ela, foi quando passou por um tubo cilíndrico que lembrava fortemente aqueles que o Professor Utonium usou no dia que ressuscitou ela e suas irmãs através do Elemento X. Eram realmente muito parecidos, a maior diferença era no meio do recipiente havia colado em adesivo um símbolo de alerta de “risco biológico”. A tamanha semelhança com o seu passado fez a esperta e dedutiva ruiva questionar a estreita relação desse lugar com seus pais e o que ela suas irmãs se tornaram por causa disso. Florzinha e suas irmãs precisaram se tornar as inimigas públicas número 1 da cidade para descobrir que seu pai tinha Dick Hardly como amigo e que trabalhava para ele. Apesar de saber que que ele e sua mãe trabalhavam em um lugar nunca soube exatamente aonde.

“Será que foi assim que ele conseguiu os equipamentos para nos fazer?” Ela questionou em sua cabeça. Agora, tudo fazia sentido. Seus pais trabalhavam criando armas experimentais para Dick Hardly que nunca foi conhecido pelo seu altruísmo, moral e confiança. Talvez, metade das criações medonhas desse lugar horrível tenham vindo das artimanhas ocultas de seu pai e mãe usando a ciência. Aquilo partiu o coração já ferido da menina que via seus país como ideais, como seus exemplos de pessoas. Agora, ela sabia que até mesmo eles tinham seus demônios. Na placa de descrição do recipiente ela leu “016 – BLISS”. Toda essa reflexão e conclusão fez Florzinha perguntar para o vazio:

— O que mais eles escondiam de nós?

O engenhoso macaco Caco foi único que se manteve frio e focado no percurso. Ele passou pelos corredores como se nada daquilo lhe importasse, como se nem estivessem ali. O que importava para ele era o objetivo, a missão, o destino final. Nada mais importava.

— Foco, meninas! Estamos muito perto para nos distrairmos com bobagens. —  Pediu o macaco à elas mantendo sua compostura séria e concentrada.

Obedientes, as meninas seguiram com seu pedido e tentaram ignorar sua curiosidade. No final do corredor havia uma porta de segurança gigantesca feita de titânio que só poderia ser aberta com identificação de retina.

— Devemos arrombar a porta, Caco? — Perguntou Docinho cerrando os punhos com um sorriso de determinação.

— Não será necessário, minha cara.

O primata esverdeado enfiou sua mão peluda na bolsa que carregava e tirou de lá um pequeno objeto redondo e suavemente melado da bolsa. As meninas não observaram direito o que era, parecia algo como uma bola de ping-pong, mas, certamente não era. Ao analisar o objetivo, a tranca desbloqueou-se e a imensa porta abriu-se vagarosamente sozinha emitindo rangidos no ar quase ensurdecedores. Com a porta aberta uma fumaça espeça e gelada cobriu o vista e a temperatura ambiente começou a cair como se elas estivessem entrando em um frigorífico.

 

— O que é isso? — Perguntou Lindinha.

— Para manter a estabilidade, o Elemento X tem que ser guardado em temperaturas baixas. — Explicou Caco.

— É uma geladeira gigante. — Observou Florzinha.

Quando a fumaça diluiu-se, pode-se ver um painel de controle bem no centro do lugar. Com suas mãos simianas coordenadas por seu poderoso intelecto super-humano, Caco conseguiu usar o painel do controle e após digitar um complexo código de ativação, finalizou com um simples aperto de um botão que fez uma escotilha abrir-se na parede liberando ainda mais fumaça fria no ar e um recipiente de quase um metro de altura em formato de um prisma hexagonal emergiu de lá dentro. Nesse recipiente, havia vários pequenos recipientes cilíndricos menores organizados em pequenos compartimentos, cada um contendo 2 litros do tal Elemento X.

 

 

 

 

— Então, esse é tal de “Elemento X” que causou toda essa merda. — Disse Docinho com leve tom de revolta. — Olhando agora, parece ser só um treco nojento.

Apesar do sarcasmo de Docinho, as palavras dela não entravam na mente de Caco que distraído ao deslumbrar-se perante o Elemento X. Ele contemplou o recipiente de boquiaberta e abismado, ajoelhando-se diante dele com lagrimas de alegria em seus olhos e uma respiração acelerada. Para ele, era como se estivesse diante de uma manifestação da presença de força dívida. As meninas estranharam esse comportamento, até acharam engraçado ao entenderem que se tratava algum tipo empolgação. Elas sorriram uma para outra ao sentirem a satisfação por saberem que estavam tão perto de recuperar vida que tinham.

— Nós conseguimos! — Gritou Lindinha de animação.

— Isso! — Berrou Docinho. — Nós quatro somos imbatíveis.

— Finalmente. — Disse Florzinha deixando as lagrimas cair dos olhos. — Tudo vai voltar a ser como era...

Caco continuou em sua posição ainda contemplando o recipiente. Em impulso estranho, ele levantou seu braço e esticou para tentar toca-lo. O Elemento X parecia tão perto, e ao mesmo tempos estava tão distante. O macaco mutado não acreditava que fosse possível, mas, apesar das barreiras invisíveis, ele conseguiu toca-lo, permitindo-se sentir frio do metal. Aquilo lhe deu um frenesi, uma euforia indescritível que o fez sorrir mostrando seus caninos pontudos. Com uma voz muito baixa, quase inaudível, o macaco disse para o nada:

— Finalmente! O Fogo dos Deuses está em minhas mãos!

Mesmo as palavras sendo ditas em tom sussurro, elas reverberaram no ar até serem captados pela audição amplificada de Florzinha onde sua reverberação ecoou pela mente da menina o que a fez desmanchar o sorriso de alegria e substitui-lo por uma expressão de choque.

“O Fogo dos Deuses está em minhas mãos”

“O Fogo dos Deuses está em minhas mãos”

“O Fogo dos Deuses está em minhas mãos”

“O Fogo dos Deuses está em minhas mãos”

“O Fogo dos Deuses está em minhas mãos”

 Uma luz fria e dura como a própria realidade iluminou os pensamentos da garota ruiva encobertos pela ilusão de voltar a ter vida que tinha antes, mas, agora tudo havia se desmanchado. Uma ideia corrompeu sua mente brilhante e a fez refletir sobre tudo o que sabia de Caco, sobre ela, suas irmãs e o Elemento X.

— Prometeu. — Ela concluiu substituindo a expressão de choque com a de raiva.

Caco levantou-se e tender por si mesmo levantar o recipiente, mas ele percebeu de cara que ele era muito pesado.

— Ai ai, achei que fosse conseguir. Meninas, poderiam me dar uma pequena ajuda? — Pediu Caco com sorriso carismático para suas amigas.

— Deixa comigo! — Respondeu Docinho.

Todavia, Florzinha levantou o braço obstruindo sua irmã. Docinho ficou confusa com tal atitude de sua irmã. Já Lindinha, olhou nos olhos de Florzinha e viu um olhar de terror misturado com ódio no rosto de sua irmã

— Florzinha, o que foi? — Perguntou a loira. — Parece que viu uma fantasma.

Florzinha olhou para suas irmãs e depois encarou Caco com seu olhar franzido e com os punhos cerrados.

— Ele está mentido para nós. — Acusou a ruiva.

— O que você tá dizendo? Ele tem ajudado a gente. — Apontou Docinho.

— É, ele é nosso amigo. — Reforçou Lindinha.

Caco olhou a menina ruiva com falso olhar de decepção e tristeza e depois blefou:

— Florzinha, o que está insinuando? Eu sou seu amigo, esqueceu? Estou tentando ajudar vocês. Pare com essa birra e venha me ajudar.

 

Antes de responder, Florzinha trocou olhares com seu companheiro onde ele percebeu seu olhar amargo de ódio e retrucou as palavras do Macaco com apenas uma:

— Prometeu.

— Aquele livro que vimos antes?  — Recordou Lindinha

— O que tem a ver isso, Florzinha? — Questionou Docinho. — Caco, o que ela está dizendo?

As trigêmeas olham todas para o companheiro símio mutante diante delas tentando esperando algum entendimento daquela situação estranha. De repente, Caco muda a sua expressão, exibe um sorriso ambíguo e malicioso, depois começa a rir, ou melhor, a gargalhar histericamente, exibindo seus caninos pontiagudos de sua boca e esbugalhando seus olhos roxos o que exalava uma loucura interior que as meninas nunca viram antes. Quando o macaco parou de rir, sua expressão se transforma da euforia da loucura para uma seriedade fria que deixou Lindinha e Docinho pasmas. 

— Deixa eu lhes contar uma coisa sobre Prometeu: Na mitologia grega, ele foi um benfeitor da humanidade, o único entre os seus que percebeu a injustiça que havia ali. Os Deuses do Olimpo que reinavam com todo seu esplendor, eram seres poderosos, implacáveis e soberanos, eram adorados e venerados pelos homens. Porém, a triste verdade é que eles eram apenas seres egoístas, mesquinhos e megalomaníacos. Mas, Prometeu, que amava os homens, pensava “Se os Deuses fizeram deste animal esculpido do barro, que é o homem, a sua imagem e semelhança, por que os homens então não podem ser como eles?”. Ele então, roubou o fogo dos deuses e entregou a humanidade, permitindo que ela evoluísse, crescesse e se transformasse. Tal atitude nobre ofendeu os Deuses do Olimpo que o condenaram ser acorrentado a uma montanha, onde teria suas estranhas perfuradas por uma ave, todos os dias, por toda a eternidade. Esta é a história de Prometeu, meninas, e ela está prestes a se repetir.

— Eu não entendo. Ele estava mentindo para nós esse tempo todo? Não há forma de nos curar? — Indagou Lidinha que estava mais perdida e confusa do que nunca. 

Docinho cerrou os punhos e grunhiu de raiva.

— Eu devia ter visto isso antes. Você enganou a gente esse tempo todo! — Berrou. —  E para quê? O que significa tudo isso?

— Vocês não entenderam ainda? — Ele nunca pretendeu nos curar. Ele quer é fazer mais de nós! — Explicou Florzinha. 

— O quê? — Gritaram as duas.  

Caco sorri e gargalha loucamente novamente.

— Eu subestimei você, minha cara Florzinha. Para uma garota da sua idade, você é muito experta, de verdade. Sim, eu menti para vocês — Admitiu ele. —  Lamento por isso, nunca foi minha intenção partir o coração de vocês assim. Entretanto, vocês precisavam de um estímulo para participar desse meu projeto. Nem tudo foi mentira, a minha fórmula teria curado vocês se tivessem sido afetadas por algumas horas, fora isso não há como curar o que nós temos.

Lindinha chorava com punhos cerrados ao ouvir a dolorosa verdade. Querendo expor toda a raiva de seu coração ela começou a berrar o mais que conseguia:

— VOCÊ NOS USOU! TODOS AQUELES CONSELHOS, AQUELAS MISSÕES, TUDO FOI SÓ PERDA DE TEMPO, NÃO É?

— Isso não é verdade, Lindinha. Eu realmente precisava daquele equipamento, assim como eu precisava do Elemento X. Mas, o meu real objetivo nunca foi a tecnologia. Eu queria que vocês abrissem suas mentes, olhassem para si mesmas e percebessem todo o seu verdadeiro potencial. Eu menti sobre muitas coisas, mas não sobre minha vida. Eu já fui sim um excluído, um rejeitado tanto pela minha espécie quanto pela espécie humana, passei anos da vida odiando, temendo a mim mesmo assim como vocês. Até que houve um dia em que eu percebi que o que tinha não era uma maldição e sim uma benção, um presente. Nos foi passado um fogo sagrado que nos levou ao auge de nossas formas, e junto a ele, a missão de passar esse fogo adiante. Olhem só o que vocês conseguem fazer, meninas! Ir até as estrelas, sobreviver à profundidade e à escuridão mar, correr em altas velocidades e muito mais, tudo graças ao poder do Elemento X. Ele nos tornou algo melhor, nos tornou poderosos, nos tornou iguais aqueles deuses. Nos foi dada a oportunidade de criar um futuro melhor, não apenas para nós, mas para todos nesse mundo inteiro. Imaginem, se todos no mundo pudessem fazer essas coisas: Poderíamos avançar muito além das estrelas, sobreviver a qualquer desastres, ser imunes a doenças, tornaríamos até a própria morte irrelevante, criaríamos um futuro onde não existiriam mais deuses, nós seríamos nossos próprios Deuses, como deveria ser. Eu peço, ou melhor, eu suplico a vocês, meninas. Juntem-se a mim, ajudem-me a forjar esse futuro, ajudem-me a trazer a luz para esse mundo sombrio.

Docinho, Lindinha e Florzinha trocaram olhares entre si e por um infeliz momento, pensaram em se juntar ele. Todavia, trigêmeas sabiam que isso tudo era errado, de alguma forma. Elas não sabiam quem eram ainda, mas esse futuro era perigoso demais para se existir. E que moral esse mentiroso tinha para elas agora? Não seriam enganadas por esse macaco novamente. Elas cerraram os punhos com coragem e gritaram em simultâneo e com convicção:

— Não! 

— Acha mesmo que vamos confiar em você depois de ter mentido para nós assim? — Declarou Docinho levantando seus punhos.

— Você não está construindo um futuro, está fazendo de si mesmo um Deus. — Argumentou Florzinha com razão.

— Você se acha experto, mas não passa de um Macaco Louco! — Ofendeu Lindinha.

— E nós impedirmos vocês! — Disseram as três novamente juntas preparando-se para a batalha.

Perante a ameaça, o tal do Macaco Louco apenas reagiu com leve sorriso malicioso que transbordava uma ideia de superioridade perante as meninas. Para aquele primata mutante, a tamanha ingenuidade daquelas irmãs chegava a ser adorável.

— Meninas, meninas, meninas... — Disse o Macaco em tom de zombaria. — Vocês acreditam mesmo que, logo eu, estaria aqui de pé contando todo meu plano para vocês como se fosse um vilão de desenho animado se houvesse alguma chance de vocês me deterem? Eu calculei todas as probabilidades, pensei em todos detalhes. — Eis que o macaco mutante revela algo que escondia nas suas costas, era um dos cilindros cheio de Elemento X que ele removeu do recipiente enquanto distraia as meninas com sua conversa. Com cilindro ele encheu um tipo de seringa que imediatamente injeta em seu próprio braço. — O futuro já foi escrito meninas, alguém só tem que contá-lo.

(Trilha sonora - Your God is Dead - Really Slow Motion) 

O que aconteceu depois foi medonho, diante dos olhos das jovens poderosas, começou a ocorrer uma metamorfose horrível e desagradável.  Primeiro, as veias de Caco começaram a dilatar em um processo extremamente dolorido que o fez berrar do fundo de sua alma, depois seu corpo começou a expandir, a crescer: primeiro foi seus braços que ficaram maiores, mais cumpridos enquanto rasgavam suas roupas e assemelhando-se cada vez mais com braços de um gorila; ele ficou mais alto, um pouco maior que ser humano comum; suas unhas e dentes cresceram ainda mais, ficando afiados como os de uma besta sanguinárias e todo pelo preto de corpo ficou mais espesso e bagunçado; seu cérebro mutante que já era tão grande aponto de não caber no crânio, fiou ainda maior não podendo mais ser escondido facilmente; por fim, os olhos do animal brilharam roxo lhe dando uma percepção do poder que fluía pelo seu novo corpo.

Após a dolorosa metamorfose, Caco havia se transformado em algo ainda menos amigável, estava mais forte e possuindo quase o triplo de seu tamanho original. Exausto pela transformação, ele despenca no chão.

Aquele era momento pensou Docinho que levantou seus punhos e se preparou para golpeá-lo enquanto ainda estava caído no chão. Ela lançou-se como um foguete na direção dele e concentrou toda sua força em seu punho direito enquanto gritava para expressar toda raiva e agonia que sentia junta a uma vontade desesperada de ensinar uma lição esse macaco mentiroso. Mas quando seu punho ficou bem perto da face desacordada de Caco, sentiu como se ele tivesse batido em algo duro, como se tivesse socado uma parede. Uma rajada forte de vento se formou daquele ponto e quando a poeira e fumaça fria do ar congelando se dissiparam, Docinho viu a mão bestial e anormal de Caco segurando seu punho com uma demonstração de um poder equiparável ao dela.

— As doses de Elemento X que o Professor Utonium deu a mim, foram o suficiente para conceber a minha inteligência. — Declarou Caco enquanto se levantava já consciente e segurando o soco de Docinho com suas novas mãos monstruosas. — Todavia, diferente de vocês, não tive o suficiente para levar-me a meu verdadeiro potencial. No entanto, com mais Elemento X, finalmente, nós estamos por iguais.

Docinho ficou tão chocada e apavorada com a situação que não reagiu quando o outro punho de Caco veio e lhe deu soco bem no estomago. Tão poderoso foi soco que a garota foi arremessada vários metros até bater contra a parede de aço a ponto de abrir um buraco enorme nela. O estrondo do choque foi tamanho a ponto de ativar os alarmes de segurança do lugar. Florzinha correu para socorrer Docinho, viu que ela estava desacordada murmurando coisas sem sentido. Já Lindinha, furiosa, deixou-se dominar pelo ódio algo que só ocorria em raríssimas ocasiões em sua vida. Ela também levantou seus punhos e correu para esmurrar o macaco e vingar sua irmã. O que ela não esperava é que ao se aproximar do Macaco, ele levantou sua mão direita e uma onda psíquica foi emanada de sua gigantesca massa encefálica não-humana. Sem entender as razões, a jovem loira ficou completamente paralisada em pleno ar enquanto Caco sorria maleficamente sabendo agora que tinha uma vantagem em relação às meninas.

— Ou talvez, não tão iguais assim como eu pensei. — Ironizou o Macaco.

Sabendo de seus novos poderes telecinéticos, Caco emite uma nova onda psíquica de seu cérebro que impulsiona Lindinha à vários metros para atrás, colidindo também com a parede de aço do lugar. A pancada dela foi ainda mais forte que a de Docinho e abriu um buraco ainda maior.

— Lindinha! — Gritou Florzinha chocada e preocupada.  Restou somente a ruiva que se viu obrigada a enfrentar o poderoso primata mutante sozinha. Florzinha engoliu seco, mas enfrentou a situação com coragem.  — Você vai pagar por tudo, seu Macaco Louco! — Declarou dominada pela raiva.

A garota imediatamente pensou em uma estratégia: Lindinha e Docinho haviam tentado ataques diretos e não deu certo, pois, elas subestimaram seus novos dons. Ele era mais forte que elas e tinha poderes mentais agora. Não teria como adivinhar que outros poderes ele tinha, no entanto, havia algo que ele não poderia fazer igual a ela mesmo se pudesse fazer. Seu novo corpo robustos e seus pés adaptados, certamente dificultariam a locomoção em alta velocidade, ele seria mais lerdo que ela, mesmo se tivesse supervelocidade como ela. Com seu plano já em mente, a ruiva sorriu confiante, e desapareceu em um raio rosa, movendo-se agora em supervelocidade de forma aleatória pelo lugar. Os movimentos rápidos sem um padrão iriam confundi-lo, ele não poderia prever por onde ela atacaria.

O Macaco até tentou acompanhá-la com seus olhos roxos, enquanto a ruiva corria como um relâmpago rosado ao seu redor, mas mesmos usando seus olhos aprimorados eles eram muito mais lerdos em comparação. “Está dando certo” pensou a menina, agora era só atacar ele quando menos imaginar. Com uma mistura de raiva e confiança em sua face, Florzinha se prepara para golpear o macaco com um pontapé nas costas, imaginando que a velocidade de seus pés, somadas a sua superforça iriam superar a resistência dele. Apesar de seu esforço, inesperadamente, Caco agarra a menina pelo seu pescoço mesmo naquela velocidade absurda e sem conseguir vela corretamente.

— Você é mais esperta que as suas irmãs, Florzinha. Isso é um fato. — Elogiou Caco com um tom zombaria. — Suas irmãs foram derrotadas, pois subestimaram as minhas novas habilidades. Já, você, não e então bolou toda essa estratégia para me vencer onde certamente eu não a superaria. Esperta, contudo, cometeu o erro de subestimar meu poder mais antigo, aquele que eu sempre tive: a minha inteligência que certamente supera a sua.

Com seus enormes dedos em torno pescoço de Florzinha, o macaco a esmaga contra o piso com uma força absurda que fez abrir uma cratera contra o chão e fez toda poeira se misturar com o nevoa gelada. A garota derrotada com só golpe, não teve ferimentos devido a sua invulnerabilidade, mas sentia uma dor como se seu corpo tivesse em pedaços. 

Mesmo com corpo dolorido, Florzinha tentou se mexer com intuito de levantar-se e continuar lutando. Apesar de seu ingênuo esforço, só conseguir mexer com a cabeça, sentido o desconforto das diversas lascas do que já foi o piso do lugar. O máximo que conseguiu foi poder olhar, dali do chão, nos olhos do animal que já chamou de amigo. Eles trocaram olhares: ela viu a loucura e a escuridão de sua alma e ele viu um olhar amargo vindo menina que dizia "como você pode?"

Ao ver aquele rosto de tristeza e sofrimento daquela criança, Caco imediatamente percebe o que havia feito e sentiu um grande arrependimento em seu coração. Todavia, o símio sabia que foi um mal necessário. Com lágrimas verdadeiras nos olhos ele disse:

— Eu sinto muito. Não era para as coisas acontecerem assim, mas eu não tive outra escolha. Vocês me chamam de louco porque estou tentando melhorar o mundo, criar um futuro onde todos atinjam seu potencial máximo. Mas eu digo que não sou eu que estou lutando por um mundo onde todos me odeiam, onde todos me tratam como uma aberração, onde sou obrigado a viver escondido e com medo de mim mesmo. Já passaram por isso e ainda insistem nessa realidade? Saibam que meu tempo ao lado de vocês foi especial para mim, vocês três são o que tenho mais próximo de um lar, uma família. Quando eu criar esse novo futuro, vocês irão perceber o quanto estavam erradas. Saibam que vocês vão ter sempre um lugar ao meu lado e nunca serão chamadas de aberrações, pois vocês serão o novo normal nesse meu futuro. Vocês não terão mais de esconder a sua força e fingirem serem pessoas que já não são mais. Mas até lá... não me obriguem a matar vocês, fiquem fora do meu caminho!

Após o aviso, Caco lançou seu poder mental no recipiente do elemento X e ele foi atraído até suas mãos verdes como se fosse um ímã e de lá ele partiu. Ele saiu do refrigerador e entrou de volta ao elevador. Saindo de lá, deparou-se com exército de seguranças, armados apontando todas as suas pistolas e metralhadoras para a sua cabeça. Eles atiraram, no entanto, em vão, pois com seu poder mental, o macaco criou um escudo psíquico que o protegeu de todos os tirou, não que ele precisava já que seu pelo era aprova de balas. Com um ataque de seu poderoso cérebro, Caco esmagou todos os ossos dos seguranças apenas a força de seus pensamentos. Com o caminho livre, ele decolou para os ares atravessando as paredes de concreto como se nem estivessem ali.

Lindinha saiu de seu buraco na parede, tonta e com sentidos desorientados. Ela olhou para sua frente e viu um vulto depois escutou a voz de irmã Docinho.

— Lindinha! — Dizia Docinho.

— Docinho é você? — Perguntou confusa. — Onde você tá?

— Eu estou na sua frente. — Disse ela.

Os sentidos dela começaram funcionar novamente e vulto se transformou em duas pessoas na sua diante dela: era Docinho segurando Florzinha em seus braços.

— Florzinha! O que aconteceu? — Perguntou a loira horrorizada com estado de sua irmã.

— Aquele macaco acabou com a gente, foi isso que aconteceu! — Respondeu Docinho enraivecida e frustrada.

Lindinha e Docinho ajudaram Florzinha a se levantar com cada um segurando-a pelos braços. Ela estava tonta e abalada, mesmo sem quebrar nada sentia como se tivesse quebrado tudo inclusive seu espirito e coração.

Os reforços da segurança da Hardly chegaram até aquele subterrâneo e entraram no cofre refrigerado apontando suas armas para a cabeça das trigêmeas. 

— Paradas! — Gritou os guardas.

— O que vamos fazer? — Falou Lindinha sem saber o que fazer.

— Qual o plano, Florzinha? — Pediu Docinho.

— Não tem plano, meninas. — Afirmou Florzinha com dificuldades para falar.

— O quê?! — Reagiu Docinho. — Mas você sempre tem um plano.

— Vocês não entenderam. Já era! Acabou. Não temos mais planos, é fim da linha. Perdemos tudo, não há o que fazer.

A ruiva voltou ao chão, ajoelhou-se perante aos seguranças armados e fez um gesto implorando para ser algemada. A morena e loira trocaram olhares entre si, assustadas, abaladas e perdidas, resolveram em fim aceitarem que este era o fim, como sua irmã disse. Não havia mais para aonde ir ou o que fazer depois disso.

Por fim, as duas fizeram o mesmo que Florzinha e aceitaram o destino duro e cruel que lhes aguardava. 


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Notas finais do capítulo

[ Dicionário de Referencias e Easter Eggs ]
1) O robô que Lindinha viu é uma referência ao desenho “Jonas, o Robô”. “002 – JONAS” sendo 002 referente 2002 o ano de lançamento dele e Jonas seu nome. Era um desenho de um robô que vive uma vida escolar típica.
2) A criatura que Lindinha viu é um Nosedeeniano, espécie alienígena do alien Chocante de Ben 10. “005 - B10OS “BUZZSHOCK” quer dizer “2005 Ben 10 original séries e “buzzshock” é o nome em inglês do alien Chocante. Este Nosedeeniano foi capturado pela Hardly que tem usado de seus poderes elétricos para energizar certas armas.
3) O Braço mecânico que Docinho viu é uma referência ao braço robô usado por jake macaco aranha no desenho “Meu amigo da escola é um macaco” “006 – MGPM “S1E16”” quer dizer 2006 – “my gym partner's a monkey” Season 1 Episode 16” é referente ao episódio em que jake usa essa braço.
4) A arma maluca que Docinho viu é do desenho “Sheep na cidade grande”. Na descrição dizia “ARMA DE RAIOS MOVIDA Á CARNEIRO” pois no desenho, Sheep era caçado por um general que queria usar ele como combustível para sua arma maluca.
5) O tanque que Florzinha viu que estava escrito com “016 – BLISS” é uma referencia a 4 meninas superpoderosa chamada de “Bliss” ou Estrelinha apresentada no reboot 2016. Seria essa uma pista para futuro? Não sei.
6) Lindinha chama Caco de Macaco Louco dando origem ao nome do personagem.
7) Assim como no filme, Caco apunha-la as meninas pelas costas. Plot Twist!
8) No filme das Meninas Superpoderosas, Macaco Louco toma a formula do elemento X e fica gigantesco do tamanho de um Kaiju. Eu achei que seria um baita exagero aqui na história então eu fiz ele apenas ficar maior e ganhar alguns poderes inspirados no gorila Grodd da DC.



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