Nada é real até que se acabe escrita por asthenia


Capítulo 1
A mensagem


Notas iniciais do capítulo

Eu nem acredito que estou de volta. E com uma longfic. Em Universo Alternativo!!
Essa história ficou por DIAS na minha cabeça e eu percebi que precisava escrevê-la. Ao contrário de outras que tenho escrita pela metade, essa já está bem encaminhada, com capítulos já escritos.
Esse é meu primeiro UA!!! Tô num misto de ansiedade e insegurança... Mas precisava postar.
Ela é inteirinha inspirada na música Before It's Too Late do Goo Goo Dolls (da onde, por sinal, roubei o título da fanfic) e Rebel Girl do Angels & Airwaves. Alguns capítulos pretendo colocar parte dessas músicas.
Foi inspirada também na fanfic "Serenity Prayer", postada no fanfiction.net, da autora Katarina-hime. Ela é em inglês e eu SUPER recomendo!
Em todos os capítulos terá um flashback, podendo ser no começo ou no final do capítulo.

Espero que gostem, foi escrita de coração. ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/784102/chapter/1

 

I wander through fiction to look for the truth

Buried beneath all the lies

and I stood at a distance

To feel who you are

Hiding myself in your eyes

“Eu viajei através dessa ficção para encontrar a verdade

Enterrada sob todas as mentiras

E eu fiquei a uma distância para sentir quem você é

Me escondendo em seus olhos”

 

Assim que puder entre em contato comigo. É urgente. Obrigado.

Shikamaru.

A mensagem era sem rodeios. Junto dela, mais duas ligações perdidas, do mesmo número. Não era comum Shikamaru entrar em contato com ela – nem sequer sabia que ele tinha seu número – e por esse motivo se preocupou de imediato. Saiu da sala de aula ainda se despedindo de alguns alunos que circulavam pelo corredor e se encaminhou para uma área verde, ao lado da escola. Sem demora discou os números, já com o código de área adequado. Shikamaru não demorou a atender.

— Hinata?

— Oi Shikamaru. Vi sua mensagem agora. – Caminhava distraidamente. – Está tudo bem?

— Me desculpe por ligar assim e pela mensagem. Ino me passou seu número. – A voz dele soava séria e seca. – Asuma sofreu um acidente e acabou falecendo ontem de madrugada.

Asuma Sarutobi era um antigo professor de física da escola em que se formou em Konoha. Era um professor atencioso, sempre muito amigável. Lembrou-se rapidamente da feição de seu professor. Mas não foi propriamente por causa do professor que Shikamaru entrara em contato com ela. Kurenai.

— Como está Kurenai?

Ouviu um suspiro fundo.

— Como você deve imaginar, nada bem. Está desolada.

Hinata comprimiu os lábios sem saber como responder. Kurenai havia sido quase uma mãe para ela. Alguém a quem podia recorrer sempre que precisava de qualquer coisa, quem a apoiava e a resgatava. Pensou na perda de sua antiga tutora. Nem sequer podia imaginar.

— Hinata, eu sei que o que vou pedir pode ser muito.

A Hyuuga parou por um momento e respirou fundo.

— Kurenai precisa de você nesse momento. Ela está grávida e sei que você pode ajudá-la. Kiba e Shino são ótimos, mas... Nesse momento não sei se são adequados.

Uma ligação não seria o suficiente. Tampouco uma mensagem, assim como as duas andavam se comunicando nos últimos seis anos. Shikamaru estava pedindo a presença de Hinata e sabia que isso era muito. Nunca chegara a pensar que alguém realmente precisasse da presença dela lá, por mais que Sakura e Ino dissessem que as saudades eram constantes. Não depois de tudo. Entretanto, era Shikamaru quem estava fazendo o pedido e o conhecia bem o suficiente para saber que ele não faria esse pedido sem necessidade. Respirou fundo. O ar parecia ter ficado difícil.

— Eu farei o possível para ir até aí, Shikamaru.

Ouviu ele agradecer e em seguida terminaram a ligação.

Não era à toa que não queria aparecer. Já eram seis anos desde que saiu de lá, sem qualquer intenção de retornar. Além de todas as razões pessoais (e públicas), até aquele momento específico não tinha qualquer motivo para voltar a Konoha. Sua família a visitava com certa regularidade em Kumo. Até Ino e Sakura chegaram a passar alguns dias com ela, mesmo a contragosto. Hinata havia se privado de voltar a Konoha, nunca sequer havia sido uma possibilidade, não tão cedo. Porém conhecia Shikamaru. Ele nunca pediria isso a ela por um motivo superficial. Não que estivesse fazendo pouco pela perda de um querido professor. Asuma não era próximo a ela, havia sido um querido professor apenas. Sua esposa, no entanto, era bem próxima a ela.

Alguns minutos após chegar em casa, falou com Sakura. As duas deram detalhes do que havia acontecido. Um acidente de carro e Asuma faleceu no local. Kurenai ficou alguns minutos estática após receber a notícia, e depois só foram lágrimas. Shikamaru também estava bastante mal, fumando mais que o normal e sem dormir há horas, o que era incomum vindo dele que apreciava sempre um bom sono. Sakura não perguntou se ela iria a Konoha, mas sentiu que a presença dela estava sendo implicitamente necessária.

— Eu vou até aí, Sakura.

Ouviu um ruído vindo de Sakura. Era como se pudesse vê-la sorrir.

— Kurenai vai ficar feliz em vê-la. Todos nós vamos.

Hinata sorriu. Agradeceu a sua amiga e desligou o telefone. O seu coração se apertava, fazendo-a lembrar de um passado que julgava estar distante. Um passado que ainda doía e a machucava. E, sem precedentes, lembrou-se dele.

O professor de literatura caminhava lentamente pelo corredor e a Hyuuga ainda estava tentando descobrir a razão pela qual Kakashi a havia chamado, ao final da aula de biologia da professora Anko. Os dois pareciam estar caminhando para alguma sala específica. Provavelmente a sala de literatura.

— ...Pensei em Sakura. Mas ela não é paciente e se irritaria. Então, Asuma tocou em seu nome e me disse que você era calma e bastante paciente. Isso é verdade, Hinata?

Kakashi era sempre um mistério para ela. Nunca teve problema algum com ele, pelo contrário, suas notas eram sempre as melhores, nos mesmos níveis de Sakura. A diferença principal entre as duas é que Sakura era sempre um destaque pela sua personalidade. Já ela era sempre tímida e retraída.

— S-Sim, Kakashi-sensei. Mas no que eu posso ajudar?

Caminhavam pelo corredor.

— É simples. Precisamos de uma tutora para um aluno muito especial. Tutora em todas as matérias básicas.

Antes que pudesse perguntar quem era, Kakashi abriu a porta da sala de literatura, ao final do corredor.

Encostado na mesa do professor, emburrado, estava Naruto. Ele olhou para Kakashi e Hinata assim que ouviu o barulho da porta. A expressão emburrada mudou rapidamente quando ele viu a morena ao lado de seu professor. Um sorriso apareceu em seu rosto.

Hinata conhecia o rosto. O olhar, o sorriso, o Uzumaki. Ele tinha a pele bronzeada, os cabelos loiros bagunçados e dava a ela a sensação de estar sempre quente e confortável. Ele era o oposto dela em todos os parâmetros. Pálida e fria. Ela decorou cada expressão, cada formato de seu rosto, como quem decora um mapa. Sempre tinha a vontade de tocá-lo. Ela o sentia tão quente que só de se aproximar já se sentia esquentar também. Provavelmente ela estava corada.

— Oi, Hinata!

— Você aceita ser tutora do Naruto?

E só de ver o sorriso dele, não pestanejou em concordar.

O que Hinata não sabia era que aquele era o começo do sucesso dele e do declínio dela. ”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A música do começo do capítulo é do Goo Goo Dolls. Daqui uma semana posto o segundo capítulo. Prometo, sem nenhum atraso! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nada é real até que se acabe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.