A Namorada Do Papai escrita por Thay Paixão


Capítulo 8
A realidade chega.


Notas iniciais do capítulo

Como sempre muito obg por cada comentário, cada favorito, e cada recomendação. graças a vcs eu to escrevendo num ritimo bom o/ muito obg pelo apoio!

Boa leitura ♥



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Isabella.

 

Eu não consegui dormir no quarto da casa de Tanya. A cama era enorme, e confortável, sim, eu tinha muito luxo desde que tinha pisado em Nova York, o problema era minha cabeça que não parava de pensar, propor inúmeras teorias para justificar o porquê de Edward não ter me contado que ele e Tanya moraram juntos no começo da gravidez dela.

Ok, isso não era grande coisa, não agora dezesseis anos depois. Mas… se não era grande coisa, ele podia muito bem ter me dito!

Fiquei brincando com o celular na mão, decidindo se ligava ou não para ele.

Não era uma conversa para se ter por celular, de maneira nenhuma.

Eu não tinha só isso para pensar, estava com a cabeça cheia de Renesmee, e o ex namorado manipulador.

Não que eu a achasse uma grande inocente, pelo o que sabia dela, era outra manipuladora. 

Ora só, uma manipuladora sendo controlada por outro!

Eu não queria ter esses pensamentos maldosos sobre Renesmee, ela era só uma menina afinal de contas, cheia de hormônios, sentimentos, e um ex namorado babaca por quem ela parecia ainda nutrir sentimentos. 

Eu tinha que conversar com ela sobre isso, ou seria melhor falar com a mãe dela? Eu não sabia se essa noite tinha servido para uma trégua permanente entre nós, ou se as coisas voltariam ao ponto em que estavam; ela ignorando minha existência e evitando a casa do pai.

ah, isso era outro problema. Não estava certo! Edward e eu estávamos sendo muito irresponsáveis com a nossa relação, nos fechando numa bolha, vivendo uma utopia, como se fossemos um jovem casal sem responsabilidades com outras pessoas. Eu mal tinha falado com meus pais esses dias, demorei muito a retornar a inúmeras chamadas de Angela.

Angela, quis gemer de frustração ao lembrar da minha amiga e agente. Eu precisava estar em Los Ângela logo depois do meu aniversário para acompanhar as gravações do filme, e ficaria lá até o início de outubro.

Com tantas coisas acontecendo aqui, eu não queria passar um tempo fora. Isabella, isso não é da sua conta! Talvez fosse até melhor mesmo que eu passasse um tempo longe, e assim Edward se focasse na filha. 

Agora, seria perfeito se eu viajasse com ele…

não, não, não… ele não pode se ausentar agora! E eu estou chateada com ele de qualquer forma…

—Bella? - A porta foi entreaberta e Rosalie colocou a cabeça para dentro. - Está acordada?

—Sim. - Sentei encostando na cabeceira. Acendi o abajur, a expressão dela estava abatida. 

—Desculpe pelo vexame. - Ela disse entrando e fechando a porta.

—O que? Não foi vexame nenhum, todo mundo tem o direito de beber um pouco a mais. - Falei sem dar muita importância.

—Obrigada por ser compreensiva. Edward não é dado a essas coisas, certo?

Nesses poucos meses de convivência, quando algo não saia como Edward queria, ou ele se sentia chateado ou até mesmo frustrado, ele apenas se recolhia para sua sala de música, tocava, compunha… e depois voltava normal. Recuperado. Edward era muito fechado com seus sentimento negativos, mas eu tinha certeza de que ele não fazia nada autodestrutivo.

—Ele é mais do tipo ‘’caladão’’. -Comentei sem jeito.

—Eu não devia ter envolvido vocês de qualquer forma… aliás, onde está Alice? - Ela olhou em volta, como se pudesse achar Alice jogada em algum canto do quarto.

—Ficou com Jasper. - Falei.

—Uau… então a noite não foi uma completa perda de tempo. - Ela sorriu largo, contudo os olhos pareciam triste.

—Rosalie… o que há de errado? Eu não quero ser intrometida, nem nada. Sério. Só me preocupo com você.

Eu tinha estendido a mão para ela enquanto falava, ela aceitou, sua mão parecia muito fria em contato com a minha. 

—Acho que Emmett esconde algo de mim, e sou covarde demais para enfrentá-lo. Eu sei, é ridículo vindo de mim, mulher dele em tantos sentidos durante tantos anos!

Não a julguei, confrontar alguém pode ser algo muito… estressante. 

—Obrigada por ser compreensiva, mas isso está nos destruindo e eu preciso… ficar de pé. Tomar uma atitude, mas eu sinto... - ela se interrompeu, olhando para longe de mim. Deixei que se preparasse para me dizer o que precisava, seja lá o que fosse. - que se eu fizer isso, nós vamos chegar ao fim.

—Você quer apenas desabafar, ou quer também um conselho? - Falei.

—De uma escritora? - Ela brincou - Com certeza, espero que você tenha algo para um final feliz.

—Eu não tenho a fórmula para um final feliz. Nunca há. -Falei com sinceridade olhando fundo em seus olhos. - Mas esse… segredo parece estar consumindo vocês. A verdade pode não trazer um final feliz, entretanto quem disse que ela precisa trazer um final? Você precisa se libertar dessa angústia, é muito pior.

—E se o que a verdade trouxer me deixar pior? Eu não sei se posso viver sem Emmett, Bella. - Ela começou a chorar. 

Deixei que ela chorasse, tentando formular bem o que eu diria. 

—Rose… - a chamei de vagar. - a gente só não vive sem oxigênio. Viver um relacionamento em cima de uma mentira… não é bom. Veja como está agora.

—Você sabe não é?  -Ela me perguntou, e meus pensamentos correram para Tanya imediatamente. 

—Sobre…- incentivei.

—Eu acho que Emmett não quer ter filhos, que de alguma forma ele está evitando que eu engravide! Eu só não sei o porquê ou como!

Então não era o que Tanya me disse, ela não sabia pelo menos.

—Converse com ele! Vocês vão se casar! Não pode casar com alguém… que não quer o mesmo que você.

—E se eu tiver que deixá-lo? - ela sussurrou.

—Converse com ele, Rose. Depois pense nisso.

—Você é uma ótima cunhada. - Ela murmurou estendendo os braços para mim em um abraço.

—Você também é. - A abracei apertado.

—Rosalie acabou ficando no meu quarto, e assim eu pude finalmente dormir.

Pela manhã parecia que um trator tinha passado por cima de mim. Minha cabeça doía, meu corpo estava dolorido, Rosalie parecia ter o mesmo costume do irmão de rolar a cama toda, ela tinha me chutado bastante durante o sono.

Ela ressonava de barriga para cima quando acordei, um braço por cima da cabeça, as pernas espalhadas por cima da minha. Me desvencilhei dela com cuidado para não acordá-la mesmo que eu duvidasse que ela pudesse acordar naquela hora, pelo barulho que fazia.

Coloquei minha roupa da noite anterior de volta, e sai do quarto andando devagar.

O cheiro de café me pegou na descida das escadas, uma mesa bem posta estava a minha espera e meu estomago roncou.

Tanya estava ali, mexendo em um tablet, muito bem vestida de forma social, uma xícara de café em mãos. Me senti intimidada, ela parecia diferente da mulher que conheci na noite anterior de camisola.

Porém ela me sorriu, deixando o aparelho de lado.

—Bom dia, Bella. 

—Bom dia. - Respondi corando.

—Você quer uma roupa emprestada?

—Não precisa, logo vou para casa.

—Você que sabe, fique a vontade se quiser alguma coisa. Maria, vá chamar as meninas por favor? Não quero que elas se atrase para a escola. - Uma senhora quase idosa apareceu. -Ah, Maria essa é Bella, namorada do Edward.

Nos apresentou.

—É uma prazer senhorita. - Ela disse, ao contrário dos empregados de Esme, ela não tinha o hábito de se curvar. menos mal.

—É um prazer Maria. - Me precipitei para apertar sua mão.

Ela subiu atrás das meninas.

—Achei que Renesmee não fosse a escola hoje. Quer dizer… depois de ontem. - Comentei me sentando de frente para ela.

—Ela já não foi a escola ontem, com certeza para me afrontar sobre o que aconteceu antes de ontem. - Ela resmungou. - Vou te dizer, adolescentes são um pesadelo! Quando acho que as coisas estão indo bem entre nós, ela vira a cabeça e apronta das suas!

—Renesmee tem namorado? - Perguntei como se ela não tivesse dito nada. 

Tanya piscou para mim, surpresa com minha interrupção.

—Não, bom ela tinha. Está aí a explicação, porque ela está tão amarga. - Tanya fez uma careta tomando um gole de sua xícara. -Quando ela estava com o Riley, não era assim. Estávamos nos dando bem de verdade, sabe? Agora ela vive dando coices, como se fosse uma mula! - Ela riu da própria piada.

—Você sabe porque eles terminaram? - Perguntei cortando uma fatia de queijo.

—Ela não me contou, provavelmente disse a Edward. Sabe, quando ela era criança eu tinha ciúmes dela com Edward, sempre pareceu que ela gostava mais dele. - Ela usou um tom magoada.

—Eles se gostavam muito? - Continuei a sondar.

—Parecia que sim, mas quando terminaram ela logo estava aprontando, então nem devia gostar tanto assim dele. -Ela fez pouco caso. - Queria que Renesmee se apaixonasse de verdade, e sentisse… o que é amar alguém mais que tudo. - Ela disse a ultima parte muito baixo, o olhar distante.

Será que Edward sabia o bastante da relação de Renesmee com o ex namorado?

—Tanya, você acha que… - eu iria perguntar o que ela achava do tal Riley, mas naquele momento Renesmee e amiga desceram as escadas fazendo barulho.

—Já disse que amo te ter de volta, Maria? sim? Não? Eu amo! - A menina disse e Maria riu.

—Gosto de estar de volta, menina. 

—Olha essa mesa! - Bree disse. - Bom dia Tanya, bom dia Bella. - Ela parecia mais descontraída sem nos tratar com formalidades.

—Bom dia Bree.-  Tanya disse sem tirar os olhos da filha. Renesmee deu um olhar desafiador para a mãe, e se sentou bem na cabeceira do outro lado.

—Bom dia a todas. - Ela disse olhando irônica para a mãe.

— Bom dia meninas.  -Eu disse. As duas estavam com uniformes de colegial, que parecia terem saídos de algum filme de adolescentes rebeldes. 

—Renesmee, não pense que irá continuar escapada da nossa conversa. Ainda não disse porque não foi a escola ontem, e acabou a noite numa boate. - Tanya disse.

—Eu fui ao hospital ontem cedo, sabe, eu caí naquele piso. - Ela apontou a sala, e a mãe apertou os lábios numa linha fina.- E meu quadril estava doendo. Acabei perdendo a hora da escola, então decidi que precisava ir fazer as unhas, dá uma hidratada no cabelo… essas coisas. Então chamei Bree, fomos nos divertir… ficamos bonitas demais, compramos roupa nova e pronto. Tínhamos que ir a algum lugar mostrar as roupas. -Renesmee relatou.

—É verdade, senh… Tanya. - Bree disse de boca cheia. 

—Mas o que custava me mandar uma mensagem? Ou atender minhas ligações?!

—Achei que você ainda estivesse muito ocupada com Félix. - Renesmee disse ácida.

—Renesmee…- Tanya começou, o tom nervoso.

—Eu não acredito que você ficou com ele.- Renesmee disse mais baixo, parecendo magoada. -Depois de tudo o que ele te fez… o que me fez!

—Ele não fez nada com você! - Tanya gritou e tanto Bree quando eu nos assustamos. 

—Você é inacreditável!Como pode ficar com aquele homem?!

As duas estavam de pé agora.

—Você não entende nada!  -Tanya gritou para a filha.

—Não, eu não entendo como você pode ficar com aquele homem casado! CASADO! E acreditar que ele vai largar a mulher dele por você! Ele não vai Tanya! 

Tanya contornou a mesa correndo, parou a centímetro da filha. Fiquei de pé me aproximando delas, pronta para separá-las caso tivesse.

—Cala a boca! - Tanya gritou na cara dela.

—Não calo! é a verdade e você não quer aceitar! Ele usa você, Tanya, você é o brinquedinho dele, e será assim para sempre enquanto você aceitar isso!

—Não tem a ver com você! - Tanya gritou de volta, muito nervosa e eu entrei no meio das duas afastando Tanya da filha. 

—Tanya, calma! - Pedi.

—Essa menina me desafia! Parece que tem prazer em me torturar! - Tanya começou a chorar.- Eu faço tudo por você, tudo!

—Tudo? Eu sou um problema que você tenta encaixar na sua agenda! Teria sido melhor ter me dado ao meu pai desde pequena, nunca ter ficado comigo, eu estaria mais feliz com ele! Você só me quis para provar a Sasha que podia ter uma filha!

—Vai morar com seu pai então se ele é tão melhor que eu!

—Eu vou mesmo! - Renesmee gritou de volta. -E eu nunca mais vou pisar aqui, você vai ficar sozinha com seu vinho nesse apartamento grande, porque nem Félix nem nenhum outro homem quer você!

—Cala a boca sua pirralha mal amada! - Tanya se desvencilhou de mim, pegou um copo e atirou na direção da filha.

Maria deu um grito, Bree ofegou e eu estava em choque, Por sorte Renesmee se abaixou e o copo se espatifou na parede mais atrás dela. Tanya tinha usado muita força a parede estava longe da menina. Um silêncio caiu na cozinha.

—Tanya piscou algumas vezes, parecendo se dar conta do que tinha feito.

Renesmee tinha os olhos arregalados, finalmente se enchendo de lágrimas.

—Filha… filha me perdoa… - Ela tentou se aproximar.

—Eu odeio você! - Renesmee gritou, pegou a mochila ao pé da escada e correu para a porta.

—Menina! - Maria tentou e segui-la, mas ela bateu a porta com força, num claro sinal de que não queria companhia.

—Eu… acho melhor eu ir, vou cuidar dela, não se preocupem! -Bree disse pegando alguns pãezinhos doce da mesa e correndo.

Renesmee saiu sem nem ao menos tocar no café da manhã.

—Tanya… - eu nem sabia o que dizer. Agora porém entendia a agressividade de Renesmee, era uma característica da mãe. O quão agressiva ela era com a filha? 

—Eu não sou assim. -Ela falou baixo, Maria respirou fundo se aproximando dela.

—Eu sei senhora. É normal se descontrolar.

—Eu… nunca fiz isso, Bella, você tem que acreditar em mim! - Ela disse segurando meus braços.

—Tanya… - seu aperto estava me machucando.

—Eu estou muito estressada esses dias, ela não devia me provocar desse jeito. Eu sou a mãe dela!

—Você falou com ela como se fosse uma irmã. - A contei e tirando suas mãos de mim com suavidade.

—Você não tem filhos, não entende. - Ela sacudiu a cabeça, parecia mais calma voltando a mesa.

Maria já estava limpando a bagunça de cacos do chão.

—Não tenho filhos, mas minha mãe nunca falou desse jeito comigo, muito menos eu com ela. - Falei. -Como você quer inspirar o respeito dela se não o dá?!

—Eu não sei, ok? Eu caí de paraquedas nisso, eu realmente não sei! costumava a ser fácil com ela! Agora, logo agora que ela está tão perto de ser adulta, tudo parece mais difícil!

O telefone da casa começou a tocar.

—Maria! Por favor, atenda esse telefone maldito!

—Que alvoroço é esse? - Rosalie apareceu aos pés da escada, apenas de calcinha e uma blusa de alcinha. o cabelo uma bagunça.

—Você só acordou agora?! -Tanya riu sem humor nenhum.

—Senhora Tanya, é do seu trabalho. 

—Não quero saber Maria, mande esses porcos se fuderem! Eu não vou lá hoje!

—Parece que… aquele político está com problemas… - Maria disse sem jeito.

Tanya fechou os olhos.

—Diga que chegou em vinte minutos. -Disse com a voz controlada. 

—Acho que você tem uma situação a resolver aqui. - Falei com ela.

—Não tenho, ela já disse que me odeia antes, ela vai pra casa do pai reclamar de mim, semana que vem Edward a convence a voltar… -Tanya se levantou. - Preciso retocar a maquiagem.

—Brigou com Nessie? - Rosalie disse tranquila. 

—Uma tormenta passou por essa casa. - Maria disse a Rosalie.

—Onde está minha sobrinha, Tanya?

—Você a conhece, sabe como é dada a dramas! Saiu! E se não for a escola o problema não é meu!

Tanya saiu apressada em direção ao segundo andar.

—Ela não cria jeito. - Rosalie disse de cara fechada. - Bom dia, Bella.

Se sentou à mesa.

—Rose… às coisas aqui foram tensas. - Comentei.

—Maria, pode me trazer uma aspirina? Vamos tomar o café da manhã, Bella, depois encontraremos Renesmee, conversamos com ela, e tudo vai se ajeitar.

—Não acho que seja tão simples.

—As coisas parecem pior do que são. - Rosalie disse simples.

Eu não concordava com ela, mas quem era eu ali afinal?

Apenas a namorada recente do pai dela.

 

Rosalie foi comigo para a casa de Edward, como previsto Renesmee não apareceu na escola e não atendia ao celular. Nesse ponto a tia dela ficou preocupada, ainda mais quando Bree disse que ela não quis conversar com ela.

—Me ignorou e continuou andando. Eu vim para a escola, não podia perder outro dia de aula.

tinha nos explicado.

Eu queria gritar com a menina, ela me parecia uma amiga por oportunidades; ‘’o que a amizade com Renesmee pode me proporcionar hoje?”

—Não tem a casa de alguma amiga que ela possa estar?- Perguntei a Rosalie a caminho da casa de Edward.

—Só Jane, que estava na escola você viu. - Ela se lamentou. 

encontramos Edward na piscina. Eu quis socá-lo.

—Amor. - Ele tirou os óculos escuros quando nos viu.

—Cadê a porra do seu celular? - Eu gritei com ele, o que o assustou. Eu não costumava a falar palavrões.

—Bom dia para você também. -Ele ironizou.

—Temo um alerta vermelho com Renesmee, Edward. Não nos provoque. - Rosalie disse.

—O que aconteceu? - Ele ficou sério imediatamente.

Contei a versão resumida dos fatos, o foco do momento era encontrar a filha dele.

—Ela e Tanya sempre discutem… - ele tentou.

—Foi diferente. - Falei mesmo sem saber como era uma discussão corriqueira das duas. - Estou muito preocupada com ela, Edward. Ontem… eu a peguei na boate com um cara, ele estava claramente aliciando ela…

—O QUE? - Edward e Rosalie gritaram juntos.

—Era o ex namorado dela! - Achei que iria dar uma amenizada. - Eles estavam aos beijos, mas ele queria a convencer a sair dali com ele, e ela não queria… então eu interferi e ela pareceu grata.

—Aquele merdinha terminou com ela. - Edward disse. -Eu nunca gostei dele, velho demais para ela.

—Ele tinha dezoito anos, Edward. - Rosalie o lembrou. -E o que mais aconteceu?

—Eu não sei bem, parece que ela não gosta do namorado de Tanya e ele fez algo com ela…

Agora sim Edward estava muito nervoso.

—O que ele fez com ela? - Falou baixo e agora parecia mais desesperado.

—Não sei, ela não disse. Foi esse o motivo da briga com Tanya, Renesmee falou mal do cara, Tanya não gostou. -Que eu não esteja falando merda meu Deus.

—Eu vou acabar com a Tanya se aquele promotor de merda encostou um dedo na minha filha…

—Ah, por favor não banque o machão agora. - O cortei, eu estava chateada com ele. Eu não sabia como colocar a situação, mas Edward tinha culpa naquilo, e talvez… eu também. 

— A gente passou as últimas semanas como se o mundo não existisse, você agiu como se não tivesse responsabilidades, e sabe se lá o que sua filha passou nesses dias!

—Nós nos falamos!

—Mas não se viram direito! E eu sei que tenho minha parcela de culpa nisso…

—Bella, amor, você está errada… - ele tentou dizer.

—Não estou e você sabe. -Talvez ele não soubesse. O que eu mais amava em Edward, seu jeito leve e despreocupado, era o pior nele, era o pior para o pai de uma adolescente. Despreocupação não cabia ali.

—Você está sendo omisso na vida da sua filha e eu tenho culpa nisso.

—Bella, eu acho que você está se desesperando a atoa. -Rosalie se meteu. -Nós, os Cullens somos assim. Gostamos do nosso espaço e da nossa privacidade. Edward e eu demos a Renesmee o tipo de liberdade que tivemos a vida toda, e de acordo com a responsabilidade que ela tem.

—Rosalie eu conheço essa menina a menos de um mês e sei que ela mal come! Como vocês não sabem disso?! Como vocês não percebem? Como você, que é como uma mãe para ela não teve tempo de notar?

Rosalie fechou a cara.

—Ok, isso aqui não vai ajudar em nada. Vou atrás da minha filha e depois conversamos.

Edward assumiu uma postura mais séria, caminhou para a casa sem lançar outro olhar para Rosalie e para mim. Eu quis segui-lo, mas Rose me impediu.

—Deixa ele. Ele entrou no modo "mamãe-leoa", vai atrás do seu filhote.

—Mas eu…

—Você não pode ajudar. -Ela me disse seria. -Temos nosso próprio modo de lidar com essas merdas, pode não ser o melhor modo, mas dá certo.

Eu não fazia ideia do que ela estava falando. Antes que eu pudesse pedir mais explicações, um Emmett esbaforido adentrou a área de lazer.

—Por onde você andou?! -gritou furioso.

—Pelas ruas. - Ela disse sem se abalar com o nervosismo dele.

—Rosalie… 

—Você sabia onde eu estava, eu só não podia estar com você nesse momento! - disse firme. Ok, aquela não era a conversa que eu queria assistir. Parti atrás de Edward, ele não iria me dar as costas naquele momento daquele jeito.

—Edward! - Ele estava no banheiro do seu quarto, completamente nu debaixo do chuveiro. A visão me tirou o fôlego por um momento.

—Sim? - Ele percebeu meu olhar.

—Eu não estou entendo nada. - Falei frustrada.

—Eu tenho uma ideia de onde Renesmee possa estar, e vou conversar com ela e entender o que está acontecendo.

Ele terminou seu banho, se cobriu com uma toalha e começou a se mover pelo quarto.

Edward parecia tão seguro, tão decidido.

E eu me sentia uma intrusa ali.

Eu não fazia muita ideia do que estava fazendo, ou se de alguma forma estava exagerando…

não, eu sei o que vi. A briga entre Tanya e Renesmee era intensa demais para ser tratada com leviandade; Renesmee parecia ter cicatrizes e distúrbios sérios demais, eu não estava imaginando coisas.

Me sentei na cama enquanto Edward se vestia, ficando em silêncio. Quando terminou de colocar os tênis ele me deu atenção. 

—Quando encontrá-la aviso.

—Avise a Tanya. - O lembrei. Ele respirou fundo, caminhou na minha direção, se ajoelhando na minha frente pegou minhas mãos.

—Não fique chateada comigo. - Pediu. 

—Por que não me contou que Tanya morou com você no começo da gravidez?- Soltei. Ele pareceu surpreso.

—Não… achei que importasse. - Disse devagar.

—Você estava disposto a ficar com ela, na época.

—Parecia o certo. - Foi tudo o que ele disse.

—Tanya não quis.

—Ela sempre precisou de amor. Paixão. Não havia esse último entre nós. 

Esse último.

— E entre nós? - Perguntei. Quando abri meus olhos para essa manhã, para a realidade que estávamos ignorando, eu vi Edward como um… homem perdido. Como um cara que assumiu muita responsabilidade cedo demais, e que viu em mim a oportunidade de viver algo até então esquecido.

—Eu amo você. - Ele disse -Estou completamente apaixonado por você, como pode duvidar?

—Eu não sei, Edward. Tudo está muito confuso agora.

—Então vamos conversar depois, ok? - Ele franziu a testa. -Eu vou te contar tudo que quiser saber, a gente vai conversar… só… espere aqui, sim?

—Esperar aqui enquanto você resolve as coisas sérias da vida. -Comentei sorrindo, sem ter graça alguma. Eu não queria estar de fora, mas não queria me impor. Eu precisava que ele me incluísse.

—Bella, eu não estou entendo o que se passa na sua cabecinha, mas agora eu não tenho tempo, ok? Apenas… espere aqui.

Edward saiu do quarto, me deixando sozinha com as minhas questões. 

 

 

Não se passou nem uma hora completa, Edward mandou uma mensagem dizendo que estava com Renesmee e a traria para casa, para ficar um tempo. Eu vi Rosalie e Emmett conversando na piscina, pela janela do quarto. Eles pareciam controlados, sentados um de frente para o outro em uma espreguiçadeira. A falta de contato entre eles era um alarme sobre as coisas não estarem indo muito bem.

Criei coragem para começar o dia de fato, um banho, roupas confortáveis, e tudo ficaria bem com certeza.

—Rosalie? - Cheguei devagar na área de lazer. Ela e Emmett estavam em silêncio, desviando o olhar um do outro. Não tinha certeza, mas achei que Emmett chorava.

—Sim? - Ela me respondeu com o olhar frio. Rosto limpo, expressão dura.

—Vou fazer o almoço, vão ficar?

—Não quero incomodar.

—Eu amo cozinhar, e não é incomodo. Edward mandou uma mensagem dizendo que vai trazer Renesmee para cá, talvez ela queria falar com você quando chegar.

—Talvez. - Ela me respondeu ausente.

—Ah… ok. Vou estar na cozinha se precisarem de algo. - Sai dali o mais rápido que pude, o clima entre eles era muito, muito frio.

Comecei a cozinhar para manter minha cabeça ocupada, mas logo estava distraída e realmente envolvida. Como dizia minha avó, a comida servia para unir uma família e eu sentia que a essa família precisava disso.

minha família.

O pensamento me pegou de surpresa, eu estava tão confusa com tudo o que estava acontecendo ali, e mesmo assim… eu queria aquela família.

Eu queria ele.

Eu queria tudo que tinha a ver com ele.

—Ei você. - Edward sussurrou encostado no batente da porta. Tinha os olhos cautelosos, os braços cruzados firmes no peito.

—Ei você.- Disse de volta desligando o fogo.

—Está com o cheiro ótimo. - Ele disse.

—É porque eu tomei banho. - Brinquei. Teve o efeito desejado, ele pareceu relaxar e caminhou na minha direção. Abri os braços para recebê-lo. Edward me abraçou forte me erguendo do chão. Me deixei levar cheiro em seu pescoço, absorvendo aquilo que era tão ele, tão Edward.

Ah eu era uma boba apaixonada.

—Como foram as coisas? - Perguntei assim que ele me pôs no chão. 

—Mais fácil do que acreditei. 

—Onde ela estava? 

—Agora você talvez fique surpresa. - Ele riu. - Ela estava num antiquário.

—Antiquário?

Sim eu estava surpresa.

— Eu tenho uma amiga que é filha do dono, levei Renesmee lá algumas vezes, é um lugar que ela vai quando está triste, ela gosta de conversar com o velho dono de lá.

—Isso é realmente uma surpresa. Renesmee gosta de conversas com idosos?

—Ela gosta de ouvi-los falar. - Ele deu ombros.

—E onde ela está agora? Ela conversou com você?

—Ela subiu para o quarto dela, vai ficar aqui por um tempo. Tanya virá a noite para conversarmos, Nessie não quis me dizer o que aconteceu sobre o namorado da mãe dela.

—E sobre Riley?

—Ela disse que ficou supresa e balançada por encontrar o ex namorado ontem a noite, e foi só. Ficou agradecida por você’’ tê-la salvado de fazer uma besteira.’’ Ela não me disse que besteira.

—Então não serei eu a dizê-lo.

Ele ficou em silêncio por um tempo.

Comecei a me mover pela cozinha, pegando a louça para pôr a mesa.

—Me ajuda?

—Achei que quisesse conversar. - Ele disse meio esquivo.

—Não agora. Rosalie e Emmett estão a manhã toda na piscina em uma conversa tensa, você já teve uma conversa tensa e terá outra a noite. Eu só quero… almoçar em paz e talvez te beijar.

—Eu adoraria te beijar. - Ele deu aquele sorriso torto que fazia meu coração vibrar como se mil borboletas batesse as asas por ali. 

—Vem cá. - O chamei. Ele enlaçou minha cintura, puxou meu corpo para junto do seu, nossos lábios se encontraram em um beijo calmo e apaixonado.

—Achei que eu tivesse sido convidada para um almoço, será que nós teremos que pedir comida, Nessie? - A voz de Rosalie nos interrompeu.

—Acho que Isabella é mais aplicada que isso. - Renesmee a respondeu. Me separei de Edward vendo as duas na entrada da cozinha, lado a lado elas pareciam duas modelos. A mais nova, ainda com o uniforme da escola, os círculos vermelhos em volta dos olhos apontando para que havia chorado.

—Com certeza estou me distraindo porque o almoço está pronto. - Me defendi.

—Isso é ótimo, estou morrendo de fome. - Rosalie disse se sentando na cozinha. - Quer ajuda para pôr a mesa?

—Onde está Emmett? - Perguntei.

—Foi embora, não precisamos dele. - Ela disse rude.

—Rose, o que houve? - Edward perguntou a irmã.

—Nem me dirija a palavra, Edward. - Ela o encarou. - Sua hora vai chegar, você sabia não é?

—Não faço ideia do que está falando.

Rosalie sacudiu a cabeça descrente.

—Que seja. Tudo o que precisam saber é que Emmett e eu não estamos mais noivos.

Edward respirou fundo.

—Eu não vou me meter nisso. Ele é meu amigo, você é minha irmã… eu não vou me meter nisso.

—Faz bem. - Ela elogiou.

—Parabéns tia, queria que minha mãe fosse como você.  -Renesmee disse.

—Vamos mostrar a sua mãe como não precisamos de homens mentirosos para nada. 

—Ih… acho que essa é a parte em que eu saio, né? - Edward disse.

Rosalie se inclinou perto de mim pegando pratos.

—O que aconteceu? - Perguntei.

—Depois conversamos. -Ela me disse, o tom completamente diferente, parecia lutar para se manter neutra.

Nos quatro almoçamos falando pouco, Edward contrariando o que havia dito sobre não se meter entre Rosalie e Emmett, perguntou a irmã o que estava acontecendo entre eles.

Rosalie por sua vez desconversou, ele insistiu até que o nariz dela ficou vermelho, os olhos cheios de lágrimas e ele recuou. Renesmee chamou a atenção para si mesma nesse momento, dando tempo para que sua tia se recuperasse.

Os Cullen tinham um problema. Eles… tentavam esconder seus sentimentos. Seus problemas, suas… mágoas. 

Olhei fixo para Edward ao meu lado, o modo agora como ele tinha dado espaço a irmã, falando animadamente com a filha. Isso seria impossível na minha casa, ao notar que eu estivesse prestes a chorar, minha mãe iria insistir no assunto até que eu interrompesse em lágrimas. Eu ficaria mortificada, enquanto chorasse e contasse tudo. Então, depois de colocar tudo para fora, eu ficaria bem. Será que Esme e Carlisle também eram assim? Escondiam seus sentimentos?

—Isabella. - Renesmee falou diretamente comigo pela primeira vez na noite. O ‘’Isabella’’ também não escapou, era primeira vez que ela não me chamava de ‘’Bella’’ na frente de outras pessoas, e meu nome correto saiu mais sincero em seus lábios. - Obrigada por ontem a noite, se não fosse você eu poderia ter voltado com Riley.

Voltado não era a palavra que eu usaria de qualquer jeito.

—Não tem porque me agradecer.

—Eu conversei com o meu pai e pedi a ele para ficar aqui por um tempo, estou muito chateada com minha mãe agora. Tudo bem para você?

—Renesmee essa é a sua casa. - Eu estava sem graça.

—Mas eu não quero ser demais entre vocês.

—Nunca seria demais entre nós, filha. - Edward disse.

Ela continuou me olhando. 

—É claro que pode ficar.- Falei porque achei que era o que ela estava esperando de mim.

—Obrigada. - Disse sorridente.

—Não ache que isso quer dizer que pode ficar sem falar com sua mãe. -Edward disse sério. 

Renesmee fez uma careta, mas não retrucou.

Então seria assim, até que eu tivesse de ir a Los Angeles. Renesmee, Edward e eu.

Sobre o mesmo teto.

 


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Notas finais do capítulo

Quem ai ta colocando fé nessa aparente mudança da Nessie?
Vejo vcs por ai bjs :*