Shut Up! escrita por Daniela Mota


Capítulo 20
2ª Fase: Cápitulo 5 - A culpada


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Edward PDV

Abri a porta do meu quarto e saí, já estava de madrugada e eu tava morrendo de fome, aquele plano de ficar longe da família na hora dos almoços e jantares só me trazia uma coisa: fome, mas, pelo menos poupava do fato de eu ter uma família ridicula, e idiota.
Desci as escadas e avistei Isabella mexendo na geladeira, eu sei lá o que aquela louca fazia, só sei que ao me ver ela fechou a geladeira num rompante, como se estivesse sendo pega fazendo algo de errado e veio até a mim, seu olhos brilhavam, brilhavam mesmo, só que sua expressão era indecifrável, ela me encarou por 5 segundos, com ambas as partes caladas, o brilho dos seus olhos chegavam a me cegar, ela parou de me encarar e subiu as escadas correndo.
É melhor ignorar do que ficar discutindo por aí, ela deve ter coisas melhores pra fazer, como por exemplo ficar dando pegas por aí, o que eu não posso fazer mais.

Desci o resto das escadas e fui até o armário, apanhei uma bolacha recheada de chocolate, e abri a geladeira e peguei um suco, um resto de suco de manga que havia.
Coloquei o suco no copo e levei o lanche lá pra cima, pra eu comer no meu quarto.

Bella PDV

Acordei com raios solares nos meus olhos eu havia esquecido a janela entreaberta, o dia estava tranquilo e quente, não sabia porque, mas eu estava mais feliz, me levantei num rompante dando um pulo e parando de pés no chão, eu havia sonhado, e eu sentia que o sonho tinha sido bom - pela primeira vez - só não me lembrava dos acontecimentos, e nem das pessoas que estavam neles, mas, já que era um sonho, concerteza eu posso riscar Edward da minha lista de figurantes ou personagens desse sonho.

Avancei ao closet disposta a procurar por uma roupa que arrasasse, e como eu tinha um arraso de guarda roupa - não querendo me gabar - não ia ser uma busca tão longa assim. Bati meus olhos numa blusa, ela era branca, tinha um coração bem pequenino e lindo e no centro tinha escrito: "Love me". Ah que ótimo! Amor... É o que eu menos preciso nesse momento, o amor não tem me trazido coisas boas, ultimamente quanto mais eu amo mais eu me fôdo.

Pensei por um momento porque eu tinha xingado em pensamento, eu era tão certinha, que nem em pensamento eu xingava, mas não questionei muito minha mente, já que, isso tinha me dado muita raiva.

Continuei procurando e achei outra blusa, ela era linda e glamourosa, tinha uma boca vermelha desenhada no centro e logo abaixo tinha escrito "Kiss the future" perfeita, agora eu precisava de uma outra peça, procurei no lugar das calças, e vi uma calça jeans meio acinzentada, com um cinto de lantejoulas, a peguei de vez sem nenhum questionamento, logo após peguei minha bota marrom de cano baixo.

Pronto escolhi um conjunto de roupas em três minutos, é... Eu tinha aprendido muito.

Fui direto pro banheiro, tirei minhas roupas e liguei o chuveiro, a água morna me fazia relaxar, e... pensar.

Edward PDV

Acordei sentindo uma dor de cabeça fila da mãe, eu parecia ter tomado uma surra, talvez eu tenha sonhado que Isabella me bateu. Ri sem humor.

Levantei e cambaleei até o banheiro, disposto a tomar um banho frio, eu não me arriscaria de maneira alguma a encarar a velha tarada, ela deve estar no outro banheiro me esperando, e eu comecei a considerar ela uma fugitiva da prisão e perto daquela velha, eu não chegava mais, nunca.

Liguei o chuveiro e senti a água fria entrar em confronto com meu corpo, foi como uma espécie de choque, tudo estava rodando ao meu redor, agora dava pra perceber que o mundo girava - na prática, claro - mas, aquele gira gira já estava me deixando tonto, peguei um sabonete liquido e expremi no meu corpo, eu não estava bem, não mesmo, me enxaguei me segurando para não caí, fechei o chuveiro frio, e me enrolei numa toalha, bem eu acho que tinha me enrolado, não dava pra ver nada direito, tudo estava tão embassado, troquei as pernas até o closet, e fui me agarrando as prateleiras, enxerguei uma calça jeans, e a peguei, logo após peguei uma camisa que era... preta, ou era marrom, bem isso não me importava, não agora.

Vesti as peças ainda me segurando, borrifei o perfume no rosto, no ombro, no pescoço na calça no casaco, nas costas, eu não conseguia me controlar, era como se minha mão fosse automática.

Avistei uma coisa estranha dentro do closet, uma coisa muito estranha, no inicio era só um vulto preto, mas logo após foi ganhando forma e se transformou num cara de bigode, forte, careca , ele me olhava de um jeito estranho. O que ele estava fazendo no meu quarto? Andei um pouco pra trás, ele parecia pronto a explodir, me encarava e abriu um sorriso. Andei bambo ainda pra trás, na esperança que fosse apenas coisa da minha cabeça.

–Quem é você? - perguntei.

Limpei meus olhos, e quando os abri, ele havia sumido, apenas coisas da minha cabeça - pensei - me virei e tomei um susto ao vê-lo na minha frente, feito um armário, me distanciei tropeçando e ele continuava a me segui.

–O QUE VOCÊ QUER DE MIM? - berrei.

Ele levantou as sobrancelhas e sorriu ironicamente.

–SAIA DAQUI, SAIA! EU EU VOU SER OBRIGADO A... - berrei já encostado na parede, não tinha pra onde ir.

Andei pro lado e por um momento pensei que estava livre, mas ele me encarou novamente.
Fechei minhas mãos em punho direcionei fracamente minha mão até a sua cara, foi como se eu tentasse bater num cara invisivel, minha mão o atravessou, e ele me chutou me derrubando no chão.

–FRACO, VOCÊ É UM FRACO! - uma voz falou na minha cabeça, apesar do cara não mecher a boca, nem por um segundo, e eu coloquei a mão pra tapar meus ouvidos.

–Não sou fraco, eu... Sou forte! - falei.

–VOCÊ NÃO É NADA! NÃO É NÃO, UM DIA NADA, SEMPRE NADA! - uma voz falou em tom furioso na minha cabeça.

–SAIA DAQUI! ME DEIXA EM PAZ! - coloquei as mãos nas orelhas e fechei meus olhos.
Os abri, e não vi nada.

Me levantei rapidamente, percebendo que o desespero havia tomado conta de mim e destranquei a porta do meu quarto, saindo de lá, tentei correr trocando as pernas, mas percebi que ele não estava mais atrás de mim, mas ele iria voltar, ele iria me matar!

Eu estava tremendo, suando, tudo junto, e minha cabeça explodia, tudo ainda girava a minha frente, e ficava difícil andar assim, segurei ainda mais forte na parede, o que me fez ficar quase empé, continuei andando, mas percebi que eu ficava mais fraco a medida que eu andava, meu corpo não aguentava mais, olhei pra trás e avistei o sujeito e uma pessoa meio embassada, tentei apressar o passo e minhas mãos escorregaram da parede me fazendo caí pra trás e bater com tudo minha cabeça no chão.

Bella PDV

Saí do quarto e uma imagem intrigante prendeu meu olhar, Edward corria trocando as pernas, e logo depois olhou pra trás, diminuiu o passo e se segurou na parede, parecia um bêbado saindo do bar o que me fez ri, alto demais. Me aproximei dele aos poucos, ele segurava a parede com força, até a sua mãos escorregarem, e ele desabou no chão com toda força, minha cabeça latejou ao ver ele bater a cabeça com tudo no chão. A maior parte de mim estava rindo descontrolada só de ver aquele desgraçado supostamente desacordado no chão, me aproximei dele lentamente, e percebi que ele forçava suas pálpebras a se abrirem.

–Edward? - chamei.

–Q-u-em tá aí? - ele abria seus lábios devagar e falava palavras devagar - M-E D-E-I-X-A em paz!

Do que ele estava falando?

–Edward? É Bella, devo adimitir que você passou da conta, bebeu quantos litros de cachaça? - falei rindo e me divertindo com seu estado lastimável.

–Isabella... - ele forçou os olhos a se abrirem, mas não os abriu - Isabella, eu... Querem me pegar Isabella!

–Ahan, bebeu o que cara? Tá maluco? - perguntei rindo.

–Eu não bebi Isabella, eu... Eu... - ele tentava falar mais não o deixei terminar a frase.

–Ah tá! Não bebeu? É a mesma coisa que você fumar drogas, ter alucinações e dizer: "Não uso drogas!" - falei em tom zombador.

–Me ajude, eu... - ele sussurrava.

–E porque eu te ajudaria? Você nunca me ajudou, pelo contrário, você me jogou ao chão, então já que você está no chão, não tenho mais nada a fazer... Edward, eu teria misericórdia por você se você tivesse tido comigo... Lamento - cruzei meus braços.

–Vai viver no passado? - ele perguntou rouco.

–Tem certas coisas, que a gente não esquece... Ainda mais, quando ambas partes se odeiam - falei.

–Pois eu não odeio você! - ele falou com a voz rouca.

–É uma piada? - perguntei irônica.

–Isabella, você ainda não percebeu? Não percebeu o que está acontecendo, o que eu estou escondendo de você e de mim mesmo, você não percebeu? - ele perguntou, seu tom de voz pela primeira vez demonstrava ternura, uma coisa que eu pensei que nunca aconteceria.

–Eu não sei do que você está falando... - falei fria.

E de fato, eu não sabia mesmo.

–Claro que não sabe, eu finjo muito bem... Eu me recuso a aceitar que... - ele falou, sua voz estava rouca, mais continuava melodiosa - Você não vai me levar saia daqui! Vai pro inferno! - sua perna deu um chute na parede.

–Edward, eu já perdi muito tempo... - falei e ele novamente tentava abri as pálpebras.

–A minha cabeça dói, eu não sinto cheiro de nada, e não consigo abri os olhos, tem um cara atrás de mim me perseguindo... Eu vou pro inferno Isabella, você entende isso? - ele falou e eu ri em seguida.

–Calma Edward, você não vai pro inferno, até porque não vão te querer por lá! - falei e me agachei até ele, sentindo seu perfume, o que me deixava zonza, era um perfume tão cheiroso, que me fazia...
Cheguei mais perto sentindo seu aroma exalar, ele guiou sua mão até a mim e quase tocou meus cabelos, me levantei rapidamente.

–Por favor, me ajuda Bella! - ele sussurrava, e ao escutar ele chamar meu nome certo, como eu pedi, uma coisa me apertou, mas eu ainda não sentia nenhuma misericórdia, meu inimigo estava a minha frente me pedindo pra ajudá-lo e eu conseguia me controlar bem.

–Da próxima vez não consome isso que você consumiu, beleza? - o pulei, ele de certa forma não era a barreira só do corredor, era a barreira da minha vida, a barreira que me atrapalhava de viver, viver... Continuei andando, mas olhei pra trás, e vi que ele tentava chutar alguma coisa, ele segurou sua cabeça e gemeu de dor.

–SAIA DAQUI! - ele berrava, ri da situação, parece que o Cullen anda tendo visões, acho que ele precisa de uma vida social.

O melhor era que nada em mim me pedia pra voltar e ajudar meu inimigo, nem minhas pernas, nem minha mente, e pouco menos o meu coração. Isso me fazia senti um orgulho de mim mesma.
Eu me sentia tão livre quanto uma ex dependente de drogas e isso me dava tanta alegria, a sensação de que eu não estava presa a nada, e que agora meu coração começou a bater apenas pela minha sobrevivência, e não por ELE.

Desci as escadas e avistei Mary batendo alguma coisa no liquidificador, aproveitei pra passar direto, não estava com fome, e pouco menos queria falar com ela. Ah não ser que fosse pra demiti-la coisa que eu não faria só porque ela veio bebada e pegou o canalha do patrão.

Abri a porta da casa e a fechei depois que passei, devagar claro.

Apertei o botão e destranquei as portas do meu carro, entrei nele, que por sinal ainda tinha aquele cheiro de carro novo, coisas novas até que não são ruins.

Abaixei o pequeno espelhinho e pus-me a examinar meu rosto, estava perfeito, sem nenhuma falha, eu usava uma maquiagem fraca, mas o meu batom era vermelho, o que deu uma vida no meu rosto, o que me deixou mais diferente do que eu já estava, o que me deixou mais... sexy.

Coloquei meu cabelo no ombro direito, chequei se estava bagunçado, mas não estava, logo após fechei o espelho.

Liguei o carro e pisei fundo no acelerador, eu sempre fui uma tartaruga, sempre respeitei as regras, mas quem respeita as regras acaba perdendo toda a diversão. Apertei o botão e abri toda a janela, sentindo o vento bater no meu rosto, era revigorante, eu sentia adrenalina nas minhas veias, quanto mais rápido eu dirigisse.

Meus cabelos voavam ao vento, peguei minha lupa no porta treco e a coloquei, virei a esquerda depois de 4 minutos em reta, normalmente eu demorava 10 minutos em reta, mas o tempo havia reduzido devido a minha velocidade, eu queria estar bem, me senti livre, me senti feliz, nem que fosse apenas por um momento, o meu momento.

Avistei uma blitz policial a minha frente, é dessa vez minha felicidade durou 5 minutos. Ri sem humor.

Parei o carro em frente ao policial que dava a mão.

Dois policiais vieram até a mim, um novo com cabelo castanho e outro com cabelo crisalho, os dois me encararam por 5 segundos, e eu tive que quebrar o silêncio.


–Algum problema policial? - perguntei tirando minha lupa e colocando no porta treco.

Ele limpou o suor acumulado no rosto enquanto o mais novo me olhava.

–Você está correndo rápido demais, e... Está sem o sinto de segurança! - ele falou olhando pro lugar onde deveria estar o cinto.

–Claro, claro! - falei.

Na verdade eu não tava nem aí pra multa, eu queria quebrar todas as regras.

–Terei que aplicar uma multa na senhorita... - ele falou e eu o interrompi.

–Bella... - falei rápido.

–Sabe Bella, eu só estou fazendo meu... - ele falou.

–Trabalho... - completei e ele assentiu.

Me acomodei melhor e joguei meu cabelo pra trás, enquanto o novinho dava um papel a ele, ele me encarou em vez de escrever na droga do papel, o que me deixou tremendamente irritada.

–Se o senhor não se importa, eu tenho hora e... - falei.

–Perfeitamente, é... Pode ir! - ele falou e eu fiz uma expressão de curiosidade.

–E a multa? - perguntei.

–Não precisa, Bella eu sei que você aprendeu a lição! - abri um sorriso.

Homens, se eu fosse uma baranga enlouquecida e resolvesse ser feliz, no minimo pagaria oitocentos dólares e teria pontos arrancados da carteira de motorista.

–Obrigada senhor policial! - falei pegando minha lupa novamente.

–Não, eu sou o Norb, e ele o Cragy! - ele falou apontando pro colega que já estava me fazendo ficar constrangida de tanto me olhar.

Liguei o carro novamente saindo dali, a mesma capacidade que alguns homens têm de ser canalhas, é a minha mesma capacidade de ignorar essa canalhice.

O resto do percusso foi chato e sem graça, estacionei meu carro, e saí dele, batendo meus olhos no Jacob que parecia me aguardar na grande porta da entrada, ele abriu um grande e brilhante sorriso ao me ver chegando perto, aumentei o passo para chegar até ele.

–Oi Bella! - ele falou rindo e me cumprimentou com um beijo na bochecha, fiz o mesmo - Eu tava te esperando...

–Bom dia Jake... - falei.

–Você tá tão feliz, radiante e linda... - ele falou e eu tentei não me constragir de maneira aparente.

–É... eu tô mesmo feliz! - falei e avancei para dentro, ele veio ao meu lado.

–E eu posso saber o motivo de tamanha felicidade? - ele perguntou assim que eu parei a frente do meu armário.

–Pode... Sabe Jake, parece que tudo está dando certo novamente, parece que a vida resolveu sorri pra mim, mas não um sorriso forçado, um sorriso sincero e alegre! - falei.

–Como assim? - ele perguntou.

–Tipo... O seu sorriso! - falei, e ele sorriu.

–E porque a vida resolveu sorri do nada? - ele perguntou.

–Vai ver que ela cansou de me botar pra baixo. - falei rindo e abri o meu armário.

Ele se encostou ao lado dele e ficou me encarando, com os olhos brilhantes e profundos.

–Eu prefiro ver você assim, é tão ruim te ver sofrer por quem não merece... - ele falou e eu olhei no seu rosto.

–Eu... Cansei disso! Eu não quero senti isso, eu não estarei pronta pra amar de novo, vai restar sequelas em mim, entende? - falei.

–Acho que você não deve se fechar para o amor... - ele falou.

–Eu... Não quero esse sentimento novamente, apesar de ele ter criado uma resistência dentro de mim! - falei e continuei - Apesar de me sentir livre, eu sei que não acabou.

–Eu sinto tanto desprezo por esse Edward, ele foi um canalha com você, ele não soube valorizar o que você sentia por uma pessoa COMO ele - ele falou ainda encostado no armário.

–É ele não soube... - falei.

–Mas, que bom que você é uma pessoa forte! - ele falou sorrindo.

–Basicamente meu coração parou de bater por ele, minha mente parou de pensar apenas nele, minhas pernas passaram a me respeitar quando estou perto dele, o Edward não foi apagado da minha vida, ele foi riscado - falei.

Percebi que Jessica me encarava, eu estava tão focada na conversa com Jake que não percebi o que havia no meu redor, era tão bom contar pra alguém o que eu sentia, ainda mais pra alguém que me entendia. Jessica ainda estava parada na minha frente, me olhava de um jeito estranho, uma expressão que eu não consegui identificar, a encarei e ela desviou seu olhar e andou.

Mas, ela não andou muito, ela voltou no meio do caminho.

–Você sabe onde o Edward está? - ela perguntou com a voz um pouco rouca, Jacob me olhou esperando a resposta.

–O namorado é seu, deveria saber a resposta! - falei fria.

Ela não disse nada, apenas se virou e saiu dali.

–Ela... Não sabe o que o Edward é? - ele perguntou.

–Sabe de boa parte, mas é tão ingênua que quando ele fala um "eu te amo" ela se derrete toda - falei.

–O "eu te amo" hoje em dia é usado assim, você falar que ama é fácil, difícil é senti... Por isso que pra mim isso não basta, temos que demonstrar isso, com atos... - ele falou.

–É por isso que eu ultimamente acredito mais em um "vai se ferrar" do que em um "eu te amo" - falei e ele me encarou, passei a encarar seus olhos pretos brilhantes.

O sinal tocou me fazendo pôr as mãos nas orelhas, Jacob apenas sorriu.

–Vamos pra aula? - ele perguntou se dirigindo a classe.

–Hoje eu estou quebrando regras, não vou a aula! - falei sorrindo e fechei meu armário, na verdade eu não sabia porque o tinha aberto se eu não peguei nada nele.

–Ah não? - ele perguntou.

–Não, aulas não são nem um pouco divertidas - falei.

–Você é imprevisivel... - ele falou.

–Tchau Jake! - me aproximei e dei um beijo na sua buchecha, ele não retribuiu, o que me fez questioná-lo com o olhar.

–Posso te acompanhar? - ele perguntou.

–Você vai perder o assunto! - falei.

–Hoje o assunto provavelmente será sobre os tipos de sangue, teremos que furar os dedos pra descobrirmos nosso tipo, e eu já sei o meu tipo de sangue, então se você não deixar eu te acompanhar eu vou assim mesmo! - ele falou.

–Deixa eu pensar... - falei andando - Jake vá pra aula, agora! - eu falei e ele me acompanhou sorrindo o encarei - Viu? Eu tentei... Não sou má influência!

Ele riu.

Peguei na sua mão e o puxei até a cantina correndo.

–Vamos tartaruga, não estamos respeitando regras, não podemos simplismente caminhar por aí... - falei ainda correndo.

–Apelido carinhoso hein? - ele riu e adentrou a cantina junto a mim, sentei a mesa mais longe e ele sentou ao meu lado.

–O que vamos fazer em duas horas de aula? - ele ergueu as sobrancelhas.

–Eu não sei, mas qualquer lugar é melhor do que lá... - falei.

–Tem razão! - ele falou e passou a encarar o teto, logo após pôs os pés na mesa.

–O que aconteceu? - perguntei baixo e coloquei meus pés a mesa igual a ele.

–É o meu pai, ele me arrumou uma garota... - ele falou.

–Isso é ruim? - perguntei.

–Bella... Ela é minha prima e está sendo tão forçada quanto eu a fazer isso, parece até um compromisso da realeza, em que você não escolhe quem ama! - ele falou e eu ri baixinho.

–Sua prima? - arregalei os olhos e ri mais alto.

–Ah Bella! Que coisa feia ri das pessoas desse jeito - ele falou em tom brincalhão.

–Desculpe, mas maioria dos pais não querem que você namore um parente... - falei.

–Não o meu pai, ele acha que eu tenho que arrumar uma garota o mais rápido possivel, pra mostrar que eu sou homem... - ele falou.

–Mas você é homem! - falei.

–Só preciso provar isso a ele, mas não antes de achar a mulher ideal... - ele falou.

–UUUH, ideal! - falei rindo.

Passei a encarar o teto, e fechei os olhos.

–No que está pensando? - ele perguntou baixinho ao meu lado.

–Eu estou pensando em 10 maneiras de matar um homem sem deixar pistas - falei e ele riu.

–Esse homem não seria eu, seria? - ele ergueu as sobrancelhas.

–Ah não, você vai viver! É muito novo pra morrer! - falei.

–Tenho 16, vou fazer 17! - ele falou.

–Continua novo... - falei.

Ele fez uma expressão de irritação, e passou a mão nos cabelos curtos.

–Se for assim, eu ganho em altura! - ele falou e eu fiz uma careta.

–Falta quanto pra se igualar a mim? - perguntei.

–Exatamente... 2 semanas! - ele falou.

–Ok, está poupado até lá... - falei e ele me encarou.

–Bella, eu não acho que você queira virar uma assassina, então me diz no que estava pensando? - ele perguntou.

–Não vou dizer nada tartaruga! - falei e ele me deu um pitoque.

–Diante da sua agressão a minha pessoa, é agora que eu não vou contar nadinha! - falei fingindo irritação.

–Ah é? E se eu arrancar o que você está pensando? - ele perguntou.

–Você lê mentes? - perguntei.

–Não, mas se eu lesse a primeira que leria seria a sua... Você está pensando em unicornios babuinos balbuciando em bando? - ele falou e eu ri em seguida.

–Se você acha que o idiota do ECA é um unicórnio... - falei rindo.

–Do ECA? - ele perguntou e eu virei meu rosto e o encarei.

–É um código, quando temos uma guerra contra outra pessoa não podemos deixar pistas... - falei baixo.

–E o que seria ECA? - ele perguntou rindo baixo.

–O nome DELE é Edward Anthony Cullen, eu só fiz embaralhar, e criei a sigla eca, duplo sentido! - falei.

–Boa lógica! - ele falou.

–Entendeu? - perguntei.

–Sim! - ele falou.

–Então me explica por favor... - falei e ele riu.

–Você me faz ri... - ele falou.

–Não tenho vocação pra palhaça... - falei rindo.

Voltei a encarar o teto.

–Também preciso pensar... Em como falar pra Embry que eu não a amo, e não quero namorar com ela, espero que ela entenda, tenho que falar de alguma maneira, que ela não sofra! - ele falou.

–JAAAKE! - o empurrei pro lado e continuei - VOCÊ É UMA ESPÉCIE RARA!

–O que pensa em executar na missão eca? - ele perguntou.

–Eu não sei realmente o porque, mas parece que o ECA quer me ver irritada com o namoro dele, ele quer que eu tenha ciúmes, acha que é uma forma de se vingar de mim... Ele vive tocando no assunto, diz que eu sou uma vadia, diz que eu vou pegar todos aqui do colégio, mas eu não entendo, o que ele tem a ver com a minha vida? - falei e olhei pro Jake, ele tinha uma expressão confusa, então continuei - Eu... dei um murro na cara dele quando ele tentou me agarrar, e acho que isso provou o ódio que eu disse senti, agora estamos nos ignorando... Eu quero pensar numa coisa, que o prejudique, muito... Que o faça sofrer, mas ao mesmo tempo aprender, aprender a viver, é tipo... Quase uma missão impossivel! - falei e ele levantou as sobrancelhas.

Passei a encarar minhas botas, o silêncio reinou por 2 minutos, Jacob parecia pensar, olhou pro meu rosto, mecheu a boca pra falar, mas não disse nada, logo após disse o mesmo, só que dessa vez, baixo.

–Bella, você já pensou na hipótese do Edward está se apaixonando por você? - ele perguntou.

Tive um súbito ataque de riso, aquilo era demais pra mim, eu já estava tão frustrada com esse assunto, que pra mim isso parecia uma piada das boas, Jacob me olhava com curiosidade.

–Bella, ele pode apenas estar ignorando o sentimento... - ele falou.

–Jake, eu acho que você não entendeu direito, o Edward me odeia, e me desprezou a vida inteira - Bom, desde que o conheci - ele nem sequer tem um coração, ele solta um eu te amo como se fosse uma saudação, não encontro nenhuma forma de amor nos seus olhos, ele não sabe amar, então pare de pensar besteira - falei.

–É, você tem razão, talvez ele não seja capaz de amar... - ele falou.

–Claro, porque ele é um manequim... - falei.

–OCO POR DENTRO! - ele falou e eu assenti.

Foi muito estranho essa hipótese do Jacob, uma coisa impensável, que eu nunca pensei que alguém me diria.

Um flash back com imagens e vozes passou pela minha mente fazendo minha cabeça rodar.

Flash back on*

–Isabella, você ainda não percebeu? Não percebeu o que está acontecendo, o que eu estou escondendo de você e de mim mesmo, você não percebeu? - sua voz demostrava ternura e ele estava no chão.

–Eu não sei do que você está falando... - falei fria.

–Claro que não sabe, eu finjo muito bem... Eu me recuso a aceitar que...

Flash back off*

Uma frase inacabada, uma coisa que ele quase me diria, mas eu não percebi o que era... Será que Edward Cullen estava...

Segurei minha cabeça.

–Bella, você está bem? Bella! - Jacob disse ao meu lado.

Eu tentava parar de senti aquela sensação de que tudo havia mudado, a sensação de que se ele estivesse de fato se apaixonando por mim, o que eu faria com ele. As milhares de coisas que eu poderia fazer com o seu amor.

–Bella eu disse alguma coisa, eu... Me desculpe Bella! - ele falou e eu abri um grande sorriso, ele me questionava com o olhar.

–Jake... Será que você tem razão? - perguntei, minha voz estava rouca, abri um grande sorriso.

–Sobre o que? - ele perguntou.

–A hipótese de Edward, está... Apaixonado por mim - falei.

–Pelo o que você disse dele, parece que sim, ele só... Deve está ignorando o que sente por você, vai ver que nem ele sabe disso... - ele falou e eu me dei um tapa, tudo que o Jacob falava de alguma forma fazia sentido.

Abri um sorriso de esperança.

–Bella, você está me assustando - ele falou.

–Se você estiver certo, eu... - falei.

–Você vai namorar o Edward? - ele perguntou e num ato involutário lhe dei um cascudo.

–Isso nem se passou pela minha cabeça... Mas se ele tiver, nem que seja um pinguinho, metade da minha vingança já foi executada, e eu nem bem... Pensei que fosse tão rápido - falei.

Edward PDV

Flash back on*

Alguém me resgatou do chão e me levou até meu quarto, minha cabeça latejava. Tentei me debater com medo que fosse o tal cara de preto que estava atrás de mim, mas, eu parei pra pensar, eu estava com os olhos fechados, porque eu estava ainda vendo o tal cara?
Fui colocado com cuidado na cama, e senti uma espécie de relaxamento.

–Edward, eu tenho que contar ao seu pai do seu estado! - reconheci a voz da empregada.

–Não... - forcei minhas pálpebras a se abrirem e dessa vez consegui enxergar ela.

–Edward, você bebeu? - ela perguntou.

–Não... - sussurrei.

–Se drogou? - ela perguntou.

–Não... - sussurrei novamente.

–O que aconteceu então? - ela perguntou.

–Eu... Não sei, mas não conta pro Carlisle, não ainda. - falei.

–Você está sentindo o que? - ela perguntou.

–Dor de cabeça, sinto frio e meus olhos estão pesados... - falei.

–Eu não sei o que fazer... - ela falou.

–Eu... Só preciso descansar um pouco. - falei.

–Acho que não é uma boa idéia te deixar sozinho, nesse estado! - ela falou.

–Eu tô bem... - falei, ela apenas se virou e foi embora, sem dizer absolutamente nada.

Flash back off*

Eu não entendia duas coisas, porque eu tinha visões de olhos fechados, e porque eu estava tendo visões, pareciam efeitos de droga.

Será que eu havia usado dogas? Ou eu bebi...

Eu não consumi nada, pelo contrário, eu nem havia saído de casa. Eu nunca usaria drogas, elas estragariam minha vida, e...

Me acomodei no travesseiro.

Talvez eu tenha comido algo, talvez tenham colocado droga em alguma coisa que eu comi, ou bebi.

Mas... Ontem eu... comi, ontem ou hoje? Que dia é hoje? minha cabeça dois mais, quanto mais eu tentasse lembrar.

Se eu estivesse apenas drogado, o efeito iria passar em horas, talvez.

Recapitulando... Eu acordei hoje, ou foi ontem, não eu acordei não comi nada, apenas tomei um banho, eu... acordei de madrugada, o que eu posso considerar como um hoje, eu desci as escadas, vi Isabella na geladeira, e logo após eu bebi o suco da geladeira, e...

Fila da puta!

Levantei de vez e senti meu corpo todo protestar.

Foi aquela desgraçada, ela me drogou, então foi por isso que ela não quis me ajudar, foi por isso? CACHORRA!

Ela bem sabe a dor que eu passei, e eu achando que estava ficando louco, mas o tempo todo, foi ela, foi Isabella. A raiva fazia me cabeça pesar mais ainda.

Ela me drogou justamente no dia do jantar, obviamente ela fez isso pra atrapalhar o meu jantar com a Jessica, isso quer dizer que aquela desgraçada tem ciúmes de mim, e isso quer dizer que eu tenho que me recuperar, porque esse jantar tem que acontecer hoje, e eu vou me vingar dela.

Isso não vai ficar assim.

Vi o vulto preto a minha frente me encarando e não tive medo, era apenas uma visão, uma consequencia de consumir drogas, mas no meu caso eu nem sabia que havia consumido, nunca pensei que Isabella faria esse tipo de coisa comigo, mas já que ela fez, vai ter troco.
Irei me recuperar em algumas horas, no caso de algumas drogas, e algumas horas é o suficiente pra dá tempo pro jantar, era mais que o suficiente...

Continua...


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Notas finais do capítulo

Comentem!