To All The Boys I've Loved Before escrita por ladyenoire


Capítulo 4
Algumas mentiras aqui e ali


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!!



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Na hora do intervalo, fui até o meu armário pegar os livros para a próxima aula, me esgueirando pelas paredes. Queria simplesmente passar despercebida – o que não era muito difícil, mas ao contrário das protagonistas de filmes adolescentes, eu achava isso muito bom.

Ok, até agora tudo sob controle.

Peguei os meus livros, fechei o armário e minha ideia era entrar logo na sala da próxima aula. No entanto, avistei Luka vindo na minha direção, ele conversava com os seus amigos e ainda não tinha me visto. Só que ele passaria por mim, então veria.

O desespero tomou conta de mim e eu entrei na primeira porta que vi. Graças a Deus era o banheiro. Mas o masculino.

Por que eu tenho que ser um desastre total?

Ouvi vozes se aproximando da porta e adentrei uma das cabines, totalmente em pânico. Subi em cima do vaso para não deixar minhas sapatilhas cor-de-rosa à mostra, rezando que ele não quebrasse com o meu peso.

— Cara, eu não acho que você tenha que chegar nela assim, sabe. – era Ivan. Um dos meus colegas.

— Eu sei, mas eu quero saber o porquê da carta. – arregalei os olhos e senti minhas bochechas esquentarem, era Luka. Alguém me tira daqui, pelo amor de Deus!

— Só vai com calma. Ninguém sabia dela e do Agreste. – ah, ótimo! Agora eles acham que eu tenho alguma coisa com o Adrien. Também, quem mandou beija-lo, no meio do corredor?

— É, verdade.

— Você não cogitou a hipótese da carta ser uma piada? Ou sei lá, uma brincadeira?

— Não. Essa é mesmo a letra da Marinette e ela não faria esse tipo de coisa. – sorri mesmo com vergonha. Ele conhecia a minha letra? – Até porque... – Luka parou de falar quando outra pessoa entrou no banheiro.

O cômodo ficou em silêncio e pude ouvir Ivan e Luka saindo – ao menos imaginava que eram os dois. Porém continuei ali dentro, já que ainda tinha alguém no banheiro.

Escutei um barulho e olhei para baixo. A pessoa deslizou um envelope cor-de-rosa para dentro da cabine que eu estava. Era a minha carta. Mas qual delas? Seria Luka que tinha me descoberto ali? Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus!

— Já pode sair, joaninha. – um alívio enorme tomou conta de mim ao ouvir a voz de Nathaniel, me chamando pelo meu apelido de infância. Uma longa história que envolve tintas guache. Peguei o envelope e saí da cabine – Eu agradeço a carta, de verdade, foi muito linda. Mas você sabe que eu sou gay, né?

— Sim. – na verdade eu apenas desconfiava – E isso foi escrito há muito tempo. Quando eu não sabia. – o ruivo riu.

— Eu imaginei. Sabe, devolver o seu lápis de cor azul, é um bom motivo pra você ter se apaixonado, mas não me pareceu algo atual. – nós rimos e eu escondi meu rosto nas mãos.

— Que vergonha!

— Que nada, foi até que fofo. Agora vamos sair daqui, antes que pensem coisas erradas.

— Claro, claro. – saímos de dentro do banheiro e por sorte as aulas já tinham começado, logo, não tinha ninguém no corredor. Eu preferia chegar atrasada, do que ser vista saindo do banheiro masculino com outro garoto. Nada contra Nathaniel, mas enfim. – Me desculpa de novo.

— Tudo bem. Mas você disse que não era pra eu ter lido, então por que enviou? – expliquei a história já decorada em minha mente pra ele. – Wow! O que você vai fazer agora?

— Sinceramente? Não faço ideia!

***

Não consegui me concentrar de jeito nenhum na aula. Fiquei pensando na conversa entre Luka e Ivan que eu tinha escutado no banheiro.

Será que tinha alguma chance de Luka gostar de mim? Porque isso seria incrível. Mas eu não consigo encarar ele depois de ele ter recebido a carta. A vergonha estava falando muito alto.

Alguém me cutucou e me alcançou um bilhete. Era Adrien. Peguei a folha de sua mão e desamassei para ler.

Temos um problema. Alguém (Lila) disse para o seu irmão o que aconteceu no corredor entre a gente. Só que é claro, aquela piranha aumentou a situação.

Fiz careta, encarando a garota de longe. Por que ela tinha que ser tão mentirosa? Tudo bem que ela não mentiu de fato, mas inventou mais do que aconteceu.

Adrien me cutucou e alcançou outro bilhete.

Seu irmão vai querer me matar, né?

Assenti com uma expressão de “sinto muito” e Adrien fez careta, se recostando sobre a cadeira.

Aproveitei a onda de bilhetes e mandei um para Alya, que estava sentada na minha frente. Dizendo que precisávamos conversar. Queria contar tudo pra ela e esclarecer as coisas, antes que ela possa tirar alguma conclusão errada.

Minha melhor amiga sorriu e concordou com a cabeça em resposta.

Bufei frustrada e voltei a desenhar um vestido no meu caderno, já que eu não conseguiria prestar atenção na aula, nem se quisesse.

***

E o que eu temia aconteceu. Na verdade, o que o Adrien temia aconteceu.

O sinal tocou e eu fui a primeira a sair, pois não queria correr o risco de esbarrar com Luka de jeito nenhum. O problema é que assim como eu tinha o meu objetivo pessoal, Kim tinha o dele e era matar Adrien.

Meu melhor amigo passou correndo e gritando por mim, seguido pelo meu irmão, seguido por Nino. Alya veio correndo e parou ao meu lado.

— Precisamos fazer alguma coisa! – ela puxou o meu braço e eu saí correndo ao lado dela sem saber o que fazer.

— Agreste, volta aqui! – Kim o chamou e Adrien parou na calçada, com as mãos escoradas nos joelhos, recuperando o fôlego. Nino ficou na frente do meu irmão, impedindo que ele se aproximasse do loiro.

— Calma! – tentou apaziguar estendeu as mãos – Tudo tem uma explicação.

— Ele estava agarrando a minha irmã!

— Não foi... Bem assim. – meu melhor amigo respondeu, ofegante pela corrida.

Eles começaram a discutir e já tinha algumas pessoas na volta. Olhei para um determinado ponto e vi Lila com um sorrisinho perverso. Apertei os olhos a encarando.

Isso não vai ficar assim.

Caminhei em passos largos até o meu irmão e parei em sua frente.

— Kim, já chega. Eu não preciso que você me defenda de algo que nem aconteceu. Vamos pra casa.

— Como assim? Ele te beijou, não beijou?

— Eu beijei ele. E nem foi nada demais. – ele me olhou com certa dúvida. – O quê? Vai acreditar em mim ou nas mentiras de alguém aleatório? – Kim pareceu se acalmar – Vamos pra casa que eu te explico tudo.

— Ok. – ergueu as mãos em sinal de rendição e foi saindo. Adrien me agradeceu com o olhar, por mais que eu acho que quem tinha que agradecer, era eu.

— Marinette? – paralisei assim que ouvi a voz de Luka vindo atrás de mim. – Será que nós... – fingi que não escutei e saí andando até Adrien no automático, deixando meu irmão confuso.

— Quer namorar comigo? – parei na frente do loiro.

— O quê? – indagou confuso.

— Eu preciso que você namore comigo, agora.

— Bugaboo, eu não entendo você.

— Marinette? – Luka me chamou de novo e eu entrei em pânico. Segurei o rosto de Adrien e o beijei.

Pelo amor de Deus, alguém me para!

— Marinette! – Kim me repreendeu e eu me separei de Adrien.

— Casa. Precisamos ir pra casa. Agora. – puxei o loiro pela mão e saí. Kim veio logo atrás.

— Ei, pode soltando!

— É ela que está me segurando, se você não percebeu! – Adrien apontou para as nossas mãos e eu lancei um olhar feio para os dois.

— Calem a boca e andem.

— Mas...

— Shh! – entrei pela porta do lado, a que dava direto para a nossa casa e arrastei Adrien até o meu quarto, sendo seguida por Kim, que resmungava a cada cinco segundos sobre não estar entendendo nada – Sentem e escutem o que eu vou falar. – apontei para a minha cama e os dois se entreolharam – Vamos! – falei em um tom mais alto, então eles o fizeram. – Kim, eu e o Adrien estamos... Namorando agora. E você tem que se acostumar com isso.

— Isso é... Hum... Eu não sei o que pensar.

— Tudo bem. Não é nada demais. Já erámos próximos antes, mas agora a gente também se beija. – Adrien se pronunciou, entrando na mentira e recebendo um olhar irritado de Kim.

— Ok, agora você pode ir. Quero falar com o meu... Namorado. – era muito estranho me referir a Adrien assim.

— De jeito nenhum vou deixar vocês dois sozinhos no quarto. – respirei fundo.

— Você já deixava antes.

— Mas vocês eram só amigos.

— Será? – Adrien sorriu de lado e Kim avançou. Rapidamente entrei na frente e fui empurrando ele pra saída. Meu melhor amigo nunca teve medo de provocar ou de brigas. A situação na saída da aula, de ele fugir, era apenas porque Adrien não bateria no meu irmão. Mas também não apanharia dele.

— Eu agradeço a sua preocupação de irmão, mas eu já sou crescida e posso cuidar de mim. Agora pode ir, eu só quero conversar com ele.

— Tá. – concordou relutante – Mas eu estou de olho.

Assim que ele sumiu de vista, Adrien se atirou na cama, deitando de vez e rindo.

— Quase levei um soco agora, mas valeu a pena.

— Engraçadinho! – ironizei, sentando ao seu lado e cobrindo o meu rosto com as mãos. – Por que eu disse que a gente estava namorando? O que eu tinha na cabeça?

A situação estava virando uma bola de neve, tudo por causa da minha distração, ao ter feito as cartas serem enviadas sem querer e a minha timidez extrema para encarar Luka.

— Uma paixão secreta por mim? – fiz careta – Não fique assim, Bugaboo. Aconteceu, e agora você precisa lidar com isso. E como seu melhor amigo, você sabe que eu estou disposto a te ajudar. Seja como for. – sorri.

— Obrigada, Adrien.

— Ao seu dispor, my lady.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAAA A MARINETTE SOU EU ENTRANDO EM PÂNICO KKKKKKKKK!

Eu confesso que ri desse capítulo, porque achei demais ushaushauh! Adrien claramente está aproveitando a situação, ou será que não? Rsrs.

Muito obrigada por terem lido, nos vemos no próximo capítulo! Espero que tenham gostado ♥ xoxo



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