Em uma região mais tranquila da cidade de Atenas, morava uma linda moça muito bela e doce chamada Melissa. A jovem de longos cabelos negros e olhos castanhos era dona de um coração nobre e gentil que encantava todos a sua volta.

Melissa era filha única de um casal que sempre foi muito unido e apaixonado, o pai era arquiteto e a mãe era professora de literatura e também artesã.
Desde que era pequena, Melissa gostava muito das plantas e essa fascinação pela natureza foi só aumentando com o passar do tempo.

Quando ainda era adolescente, Melissa começou a se interessar pela medicina natural e lia tudo que encontrava sobre o assunto nas revistas e livros. Um dos passatempos favoritos da jovem era cuidar do jardim e da pequena horta que tinha em casa.

Ainda no segundo ano do ensino médio, Melissa decidiu que faria a faculdade de Naturologia e recebeu um enorme apoio dos seus amados pais que já tinham percebido o grande amor e fascinação da filha por aquela área.

Hélio e Ágda deram um enorme apoio a filha, pois para eles o mais importante era que sua amada filha fosse feliz na carreira que escolhesse e sentiam que Melissa seria uma terapeuta realizada e muito feliz.

Mas nem tudo foram flores, durante a faculdade Melissa perdeu muitos amigos por preferir estudar ao invés de ir sempre as festas dos universitários. Mas o pior de tudo foi quando conheceu a dor e o gosto amargo de uma desilusão amorosa. Tinha se apaixonado por alguém que nunca mereceu o seu amor e a sua dedicação, isso a feriu profundamente e deixou cicatrizes profundas em seu coração.

E foi durante essa época tão conturbada que Melissa conheceu a lenda dos cavaleiros de Atena e se encantou pelos lendários cavaleiros de ouro. O seu cavaleiro favorito era o cavaleiro de peixes que era conhecido pela sua enorme nobreza e sensibilidade.
E foi com a ajuda da lenda daquele incrível cavaleiro tão nobre e valente que Melissa conseguiu superar a dor de ter sido enganada por um canalha e seguiu em frente sem olhar pra trás.

Após terminar a faculdade, Melissa consegue montar uma pequena clínica com a ajuda do seu pai e também usando o dinheiro que tinha ganhado durante o estágio que fez em um dos hospitais da cidade.
E com o passar do tempo, a clínica foi se tornando mais conhecida e procurada por várias pessoas e isso deixou Melissa muito feliz e satisfeita.

A jovem terapeuta era uma moça muito bela e sempre recebia algumas cantadas de vários rapazes, mas Melissa ignorava todas as cantadas pois sabia que eles só estavam interessados no seu corpo e na sua aparência delicada.

Durante aqueles anos, tinha se dedicado apenas a sua família e também aos seus estudos sobre a medicina alternativa.
As vezes saia com suas amigas que de vez em quando inventavam de tentar arranjar um namorado para si. Mas como não queria saber de relacionamentos, não dava nenhuma chance para os pretendentes que suas amigas arrumavam, pois não confiava em nenhum deles e não queria ser ferida novamente por algum canalha disfarçado de bom moço.

Se sentia muito feliz com a vida que tinha e a sua carreira profissional estava indo muito bem.
Ainda morava com os seus amados pais, mas ajudava com as despesas da casa e comprava sozinha a maioria das suas coisas, pois já tinha uma boa estabilidade financeira.

Não se importava quando suas amigas lhe criticavam por já ter vinte e cinco anos e ainda ser virgem. Tinha se tornado uma pessoa exigente e não aceitava qualquer homem ao seu lado, para si essa pessoa precisava ter caráter e não ser um machista egoísta.
E como sabia que homens como o seu adorado cavaleiro de peixes eram raridade, preferia ficar sozinha.

Naquele final da tarde, Melissa estava em sua clínica arrumando na prateleira os produtos artesanais que a sua mãe fazia quando ouviu o alarma da porta soar indicando que alguém tinha entrado na clínica.

Ao se virar em direção a entrada, a jovem terapeuta fica sem reação ao ver dois rapazes indo em sua direção. Um deles tinha o cabelo azul turquesa e parecia estar muito preocupado com o outro rapaz que possuía uma incrível beleza, mas as expressões em seu rosto mostravam claramente que estava sentindo muita dor, coisa que deixou Melissa preocupada.

— Por favor senhorita, ajude o meu amigo. O preço da consulta é o de menos pra mim.
— Venham comigo, mas o que aconteceu?
— Nós estávamos trabalhando com alguns relatórios e de repente o meu amigo começou a sentir muita dor.
— Não sei preocupe, acredito que tenha sido um mau jeito. Nada que uma boa massagem não resolva.

Em seguida Melissa os leva até a sala de massagem e pede para que ele tirasse a camisa e se deitasse de bruços na maca.
Enquanto o rapaz de cabelos azuis era ajudado pelo amigo, a jovem terapeuta pega em um armário a vela especial que iria precisar para fazer a massagem e depois acende o pavio deixando o rapaz de cabelo esverdeado bastante intrigado.

— Com todo o respeito senhorita, mas isso não vai queimar o meu amigo?
— Não se preocupe, essa é uma vela especial para massagem e a cera dela não vai queimar o seu amigo. E vocês não precisam ser tão formais, o meu nome é Melissa.
— Eu me chamo Camus e o meu amigo se chama Afrodite. Devido a emergência acabamos não nos apresentando direito.
— Eu entendo, não se preocupem com isso.

Depois que a vela já tinha derretido um pouco, Melissa se aproxima da maca e fica impressionada com a beleza andrógina daquele rapaz, mas tenta se concentrar em seu trabalho.
Em seguida derramou um pouco da cera nas costas dele e começou a espalhá-la fazendo uma suava massagem, não demorou muito e sentiu vários nós nas costas e nos ombros dele. Não era a toa que aquele rapaz estava sentindo tanta dor.

— Isso pode doer um pouco, as suas costas estão cheias de nós.
— Faça o que for preciso pra acabar com eles, eu aguento a dor.
— Tente manter os seus músculos relaxados, isso facilitará bastante na eliminação dos nós.

Enquanto desfazia aqueles nós, Melissa se impressionava com a maciez da pele daquele belíssimo rapaz. Afrodite possuía uma pele extremamente macia e aveludada, algo que era bastante incomum na maioria dos homens.
Mas o que mais chamou a atenção da jovem terapeuta, era aquele perfume de rosas que exalava dele. Não parecia ser um perfume artificial e sim natural. Naquele momento imaginou que ele deveria trabalhar com flores e por isso tinha aquele perfume.

Cerca de trinta minutos depois, Melissa consegue desfazer todos os nós e sente que Afrodite estava bastante relaxado por causa da sua massagem terapêutica.
Quando terminou de fazer a massagem, limpou a pele do rapaz com um lenço descartável e depois se afastou um pouco.

— Eu já terminei, como está se sentindo?
— Eu me sinto muito melhor. Muito obrigado por ter acabado com aquela dor.
— Fico feliz que esteja se sentindo melhor. E eu gosto de ajudar os outros, por isso escolhi essa profissão. Eu vou pegar a sua camisa para que se vista.

Em seguida Melissa pega a camisa e a entrega para Afrodite e depois sai da sala para que ele tivesse mais privacidade para se vestir.
Não demorou muito e a morena vê o seu paciente saindo da sala com uma expressão tranquila e satisfeita, naquele momento sentiu uma sensação muito boa de missão cumprida.

Ao se aproximar de Melissa, Afrodite fica encantado com a energia tranquila que emanava dela e também com a aparência delicada daquela jovem terapeuta. Naquele momento entendia ainda melhor o motivo de estar se sentindo tão bem, Melissa lhe transmitira uma energia tão boa através daquela massagem que sentia como se suas energias tivessem sido restauradas.

— Muito obrigado por ter me atendido, se não fosse por ti eu estaria perdido. Acredito que estava no final da sua jornada de trabalho quando nós chegamos.
— Que isso Afrodite, eu jamais deixaria de atender alguém em apuros e fico muito feliz que pude acabar com a dor que estava sentindo. Te aconselho a tomar mais cuidado com a postura quando estiver trabalhando.
— Lembrarei do seu conselho e sei que me forcei demais.

Ao ouvir aquelas palavras do belo rapaz, Melissa apenas acena com a cabeça e depois eles voltam para a pequena sala de espera onde encontram Camus vendo os produtos artesanais que estavam na prateleira para serem vendidos.

— Vejo que você está muito melhor.
— Sim, graças a Melissa eu me sinto muito melhor.
— Senhorita, me diga qual foi o preço desse atendimento de emergência.
— Vamos até o balcão para acertarmos a conta.

Em seguida Camus segue Melissa até o balcão de atendimento enquanto Afrodite ficou vendo os produtos que chamaram a atenção do seu amigo.
Ali havia alguns aromatizadores de ambientes e alguns tipos de cosméticos artesanais, também havia algumas velas que pareciam ser aromáticas.
Foi então que uma ideia veio a sua mente e decidiu no mesmo instante que a colocaria em prática.

Depois que Camus pagou a conta e eles foram embora, Melissa fecha a clinica enquanto ainda pensava naquele belo rapaz tão educado.
Foi então que se lembrou da lendo do seu querido cavaleiro de peixes que era considerado um homem extremamente belo e nobre. Depois se lembrou do rapaz que tinha acabado de antender e ficou pasma ao perceber que ele se encaixava naquelas descrições.

Não, aquilo era apenas uma coincidência, mas no fundo gostaria que aqueles nobres cavaleiros existissem. Sabia que eles eram apenas uma lenda, pois há dois anos já tinha tentado encontrar o santuário indo até o lugar onde aquela lenda dizia que ficava o famoso santuário da deusa Atena.
Mas só tinha encontrado algumas ruinas e um enorme vale, os cavaleiros de ouro eram apenas uma lenda e nada mais que isso.

Ao chegar em casa, Melissa contou a sua mãe sobre o belo rapaz que tinha atendido e como ele era diferente da maioria dos homens que já tinha visto e conhecido.
Já Ágda ficou impressionada com o relato da filha e logo pensou que o rapaz poderia ser algum modelo, mas sabia que a filha tinha pensado outra coisa dele.
Mesmo que aquilo fosse um absurdo, admitia que era muita coincidência e o rapaz se encaixava perfeitamente nas descrições daquele cavaleiro lendário.

Aquela noite se passou normalmente para Melissa e seus pais. Mas na tarde do dia seguinte, a bela moça é surpreendida por um rapaz que lhe entrega um enorme buquê de rosas de várias cores.

Quando Melissa perguntou quem tinha mandado o buquê, o rapaz apenas dissera que tinha sido um amigo que lhe pedira para entregar o buquê e depois se retira da clínica deixando a jovem terapeuta ainda mais intrigada com aquele presente.

Nunca tinha visto em sua vida rosas tão belas e perfumadas como aquelas rosas do buquê. Foi então que viu um pequeno cartão no meio das flores e o pegou para tentar descobrir quem tinha lhe mandado aquelas belíssimas rosas.

Ao ler ver o cartão, Melissa fica surpresa ao ver que aquelas lindas rosas tinham sido mandadas pelo belo rapaz que tinha atendido no dia anterior.
Não esperava que ele fosse ficar tão grato a ponto de lhe mandar aquele presente, mas se sentia feliz com aquele gesto de gratidão do belo rapaz e naquele momento sentiu um inexplicável desejo de vê-lo novamente.