A Princesa e Adora escrita por Leonardo Alexandre


Capítulo 1
Capítulo Único - Vamos Fingir Agora?


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores...
Bem-vindos a mais um passeio pela minha mente louca e levemente interessante. Dessa vez não tão louca. É bem clichê na vdd, mas eu não podia abandonar meu bordão. Kkkkkkkkkkk
Vim destilar aqui o meu amor por Glimmadora que tá em falta aqui nesse site.
Espero em breve estar destilando meu amor por Entrapia.
Enfim, boa leitura...



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Adora e Arqueiro caminhavam com os braços dados para não acabar se separando em meio ao mar de adolescentes empolgados indo para o campo de futebol do colégio para outro jogo da temporada, todos especialmente eufóricos pela partida da vez ser contra o maior rival das Princesas de Grayskull High, a Horda de Hordak Academy.

Adora queria chegar logo para dar apoio a sua melhor amiga, Cintilante, antes do jogo começar, já que ela era a melhor atacante do time e sempre havia bastante pressão sobre seus ombros, ainda mais contra aquele colégio.

Cintilante se alongava junto às colegas de time quando viu os dois entrando no campo, diferente da multidão que apenas se acomodava nas arquibancadas. Então correu ao encontro deles tão rápido que Arqueiro riu pensando que se aquela garota tivesse um super poder com certeza seria teletransporte.

— Ei, guarda um pouco pro jogo. — Adora murmurou rindo enquanto envolvia a amiga com os braços quando ela se atirou em seu pescoço.

— Relaxa, eu sempre tenho energia pra acabar com as otárias da Horda. — Cintilante respondeu com um sorriso convencido. — Até porque, se esse timeco fosse um desafio, abreviar as iniciais da escola não ia formar HA.

— É mesmo, Princesa? — A voz aveludada e sarcástica soou, chamando a atenção do trio. — Veremos então.

— Felina. — Cintilante constatou entredentes, encarando o sorriso cínico da rival, mas a garota irritante focou os olhos heterocromáticos na loira.

— Oi, Adora. — Murmurou fazendo-a corar.

Cintilante bufou e agarrou o braço de Adora, arrastando-a para longe dali antes que ela tivesse tempo de responder, e Arqueiro logo as seguiu. Ao se afastarem o bastante, a jogadora começou a andar de um lado para o outro resmungando o quanto odiava aquela encarnação do demônio conhecida como Felina.

— Porque você detesta tanto ela? — Perguntou Adora depois de algum tempo apenas observando aquele “surto”.

— Isso não é óbvio! — Cintilante quase gritou, logo se arrependendo ao ver a expressão desconfortável de Arqueiro e as sobrancelhas franzidas de Adora. — Ela, e-e-ela… Ela é rápida e flexível como um gato, se aquela coisa encosta na bola, a gente se ferra. Além de que ela é cínica e irritante e eu odeio aquele sorrisinho debochado maldito. De onde você conhece a Felina pra ela falar com você daquele jeito, afinal?

— Fomos meio que amigas na antiga escola, até que... Eu não quero falar sobre isso. — Foi a vez da loira demonstrar desconforto.

— Cintilante! Aí está você. — Disse a treinadora Angella, correndo até o trio e puxando a filha de volta. — Venha e termine de se aquecer pro jogo, não quero ninguém contundido.

— Mamãe, eu já fiz um bom aquecimento. — Resmungou, tentando se virar um pouco apenas para acenar um tchau antes de seguir para junto do restante do time.

Adora e Arqueiro foram então para as arquibancadas procurar bons lugares, tendo sorte de ainda encontrar bons bancos na frente, pois todas as fileiras já estavam quase lotadas.

Como ainda faltava alguns minutos para a partida, Adora aproveitou para perguntar. — Alguma ideia pro trabalho de biologia?

— Esqueceu que não vou fazer com vocês dessa vez? — Arqueiro respondeu sorrindo.

— Ah é! Dessa vez é em dupla. — Lembrou soltando um muxoxo, então tomou ar para reclamar, mas o amigo disse “que bom” antes que tivesse tempo. — Pera aí, o que? Como assim “que bom”? A gente sempre faz os trabalhos juntos.

— É, eu sei disso. Não me leva a mal. — Ele pediu, rindo sem graça. — Não é que eu não goste estar com vocês, é sempre bem divertido, só que... É meio cansativo ficar o tempo todo segurando vela. Vai ser legal ter a experiência de fazer ao menos um trabalho sem ter que ficar no meio de toda a tensão sexual entre você e a Cintilante. E passar um tempo com a Perfuma é um belo de um bônus. Ela é tão linda e gentil, além de sempre estar com um cheirinho de flores muito gostoso.

— Pera aí e volta a fita. Você disse “tensão sexual”? Que viagem é essa, cara? — Replicou embasbacada depois de alguns segundos digerindo aquela afirmação.

— Qual é, Adora? Eu sou a pessoa no mundo que mais convive com você e a Cintilante. Agora vamos fingir que ninguém percebe o clima que rola? — Perguntou em tom mesclado de deboche e ironia. — Com todos aqueles olhares e sorrisinhos. Sem falar que vocês estão sempre arrumando alguma desculpa de tocar uma na outra.

— Para de falar besteira. — A loira resmungou, começando a ficar corada. — Ok, vamos dizer que talvez, só talvez, eu tenha uma quedinha bem pequenininha pela Cintilante. Ela ainda é simplesmente a melhor Princesa de Grayskull High e consequentemente a garota mais popular da escola. Cintilante Bright Moon pode ter quem quiser.

— Pelo visto não, já que ela quer você e nada aconteceu ainda. — Afirmou com tamanha convicção que deixou Adora desconcertada.

Por uns segundos ela ainda abriu e fechou a boca várias vezes, tentando encontrar algo para dizer, mas o sorrisinho de Arqueiro de quem sabia que estava certo só a fazia ficar mais irritada tanto com ele quanto consigo mesma por não conseguir pensar em nada. Então foi salva por Spinnerella, a narradora oficial dos jogos interclasse, anunciando os times.

Adora e Arqueiro fizeram questão de se levantar e gritar o máximo que podiam quando as Princesas entraram em campo, assim como a torcida d’A Horda quando elas apareceram. Era uma competição tão grande entre Grayskull High e Hordak Academy que a disputa já começava nas arquibancadas (e era muito acirrada).

A emoção da bola rolando rápido pela grama indo de pé em pé distraiu Adora daquele papo todo de “tensão sexual”, pelo menos por algum tempo.

A narração de Spinnerella era empolgada e energética, fazendo a adrenalina do público ir às alturas. Toda a torcida das Princesas foi involuntariamente para a ponta da cadeira quando Lonnie tomou a bola no meio campo e chutou na direção de Felina, mas antes que chegasse até a mais ágio da Horda, Serena a interceptou e passou para Cintilante, que correu alguns metros, driblou Scorpia fácil e chutou para o gol. A rede balançou e metade da arquibancada se levantou, gritando e aplaudindo em comemoração.

Cintilante levantou a mão, fazendo o sinal das Princesas, e correu em direção a torcida. Adora desceu de seu lugar para abraça-la com força na beira do campo e, sem se importar d’ela estar toda suada, lhe deu um beijinho no ombro.

Antes de se soltarem por completo, Cintilante fez questão de olhar para Felina com seu melhor sorriso presunçoso. Podia ser coisa de sua cabeça, mas Adora tinha quase certeza de que ela não estava se gabando apenas pelo lindo gol, como também por aquele abraço.

O problema foi que isso pareceu acender ainda mais o fogo competitivo dentro da mais ágil d’A Horda, ela correu atrás da bola completamente movida pela força do ódio. O time inteiro das Princesas precisou focar nela e ainda assim ninguém conseguiu pará-la até que conseguisse empatar o jogo e retribuir a expressão para Cintilante. O que, por sorte, só aconteceu poucos minutos antes do apito tocar, anunciando o fim empatado do primeiro tempo.

Na arquibancada, enquanto as pessoas conversavam alto, ansiosas e empolgadas para ver o que se seguiria no segundo tempo, Adora ainda estava pensando no que Arqueiro disse e em como as peças estavam se encaixando. Agora o surto de Cintilante a puxando para longe de Felina depois de um simples “oi, Adora” ao invés de continuar as provocações, como Princesas e garotas d’A Horda sempre costumaram fazer, tinha muito mais sentido. E, para fechar, ela deu aquele sorrisinho possessivo, como se estivesse marcando Adora como seu território.

Talvez fosse mais uma das viajadas extremas de Arqueiro. Talvez Cintilante só odiasse a garota de olhos heterocromáticos pela rivalidade histórica de suas escolas. Talvez aquele sorriso tenha sido realmente apenas pelo gol. Talvez... Talvez... Talvez...

Adora sempre foi uma garota impulsiva, jamais conseguiria ficar quieta com todos esses “talvez” rondando sua cabeça, então se levantou e desceu para tirar a prova, deixando Arqueiro falando sozinho (não que ele já não estivesse falando sozinho antes, mas agora sabia disso).

Foram apenas cinco minutos esperando do lado de fora do vestiário, mas pareceu uma eternidade em que milhares de pensamentos a fizeram mudar de ideia muitas e muitas vezes, até que as jogadoras finalmente começaram a sair, dando a loira um sentimento de “é agora ou nunca”.

— Hei! Oi. — Cintilante murmurou com um sorriso imenso ao ver a amiga ali. — O que tá fazendo aqui embaixo?

— Nada, só vim desejar boa sorte. — Adora respondeu, logo puxando-a para um abraço antes que ela tivesse tempo de notar seu nervosismo.

— Awn, valeu. — Agradeceu, retribuindo o gesto com carinho.

Engolindo em seco, a loira deslizou devagar as mãos na cintura da Princesa, então deu um beijo mais demorado que o normal em seu pescoço, depois outro no cantinho da boca, como quem não fazia nada de mais, por fim unindo suas testas.

— Acaba com ela. — Sussurrou simulando um sorriso quase inocente, mas falando no singular, para regar a semente da discórdia que já havia entre sua amiga e Felina.

— Pode deixar. — Cintilante respondeu não do seu jeito presunçoso de sempre, e sim, com certa timidez, parecendo ter ficado desconcertada com a atitude da loira.

— Ei, garota, tá fazendo o que aí? — Serena gritou já no campo. — Vem. Nós temos uma Horda pra detonar.

Cintilante sorriu e correu para o campo, no pique para o segundo tempo.

Adora voltou para seu lugar na arquibancada e, com uma expressão totalmente neutra por ainda estar muito atônita com a situação, se virou para Arqueiro e murmurou.

— Eu... Eu acho que você pode estar certo.

— An? O que você disse? Acho que não ouvi direito. — O garoto respondeu, irritando-a outra vez com seu sorrisinho convencido.

— Ai, para de falar desse jeito. — Replicou, beliscando-o na barriga sempre exposta pelo cropped. — Eu só fui até lá e fiz um teste... E talvez, só talvez, você possa estar certo.

— Sim, eu sei que estou certo. — Para sua própria sorte, Arqueiro mudou a expressão convencida para uma de total animação. — Mas agora que você deixou de ser tapada e notou o que vocês sentem uma pela outra, o que vai fazer? Espero que logo o namoro esteja oficializado porque já shippo há eras e só fiquei observando pra ver quando as duas tontas iam desenrolar. Só façam durar, por favor. Assim quando eu casar, não vou ter que escolher apenas uma pra ser a madrinha já que minhas melhores amigas vão ser um casal.

— E-eu... Eu não tinha pensado nisso ainda. — Adora constatou, subitamente entrando em pânico. — O que eu vou fazer? Não sei ao certo o que a Cintilante sente por mim. Na verdade, eu nem sei o que eu mesma sinto por ela, afinal, passei muito tempo reprimindo isso.

— Ei, não precisa ficar com medo. — Arqueiro passou o braço ao redor dos ombros dela e a puxou para deitar em seu peito. — Foca no fato de que ao menos você já sabe que de algum jeito ela gosta de você mais que como amiga. E que acima de tudo vocês são amigas, podem ser sinceras uma com a outra porque nada vai mudar o quanto vocês se amam.

— Você tá certo. — Ela respondeu, abrindo um sorriso sincero. — Agora me solta que eu quero terminar de ver o jogo.

— Ah, claro! — Exclamou, corando quase imperceptivelmente por conta da pele negra.

Olhando para o campo, dava para perceber que o plano das Princesas no segundo tempo era focar na defesa no começo para não se cansarem muito rápido enquanto A Horda fez o exato contrário, tentando a todo custo atacar e furar a barreira das adversárias. A estratégia funcionou bem, na marca dos vinte minutos as garotas de Hordak Academy já começavam a ficar um tanto quanto mais lentas. E foi essa a hora que o ataque de Grayskull High voltou a marcar presença no gramado e partiu para cima d’A Horda.

O lado ruim de ter oferecido pouco trabalho para a goleira até aquele momento foi que ela estava cem por alerta e nada cansada. E, embora estivessem devagar, a competitividade das escolas não permitia as Hordakianas deixar o jogo fácil para aquele time.

— Minutos finais, meninas, agora é tudo ou nada. — A treinadora Angella gritou e bateu duas palmas para incentivá-las.

— Se mexam, suas inúteis! Não me envergonhem ou vão ver só. — Sombria, a treinadora d’A Horda esbravejou para seu time.

Cintilante parou um segundo e balançou seus cabelos curtos e roxos, espalhando gotas de suor pelo ar, então voltou a correr e exclamou. — Bora, galera!

A bola estava no pé de uma das Princesa, todas as jogadoras corriam para o mesmo lado, exceto a novata que parecia confusa na visão da torcida. Cintilante deu o sinal e Serena estancou com a bola, puxando o pé para trás para preparar o chute, mas ao invés de passar a bola para a capitã, como suas adversárias esperavam, ela se virou levemente e chutou para Netossa.

A garota de cabelo azul claro era nova na equipe, uma simples primeiranista de Greyskull High, por isso A Horda não focou nela em nenhum momento e demorou um ou dois segundos para processar o que havia acabado de acontecer, isso deu uma boa vantagem para Netossa correr e fazer seu primeiro gol com a camisa das Princesas antes que pudessem reagir.

— Toma essa, otárias! Eu sou a rainha da rede! — Bradou para as adversários, então foi em direção a arquibancada, instigando a torcida a gritar mais.

Dois minutos depois o jogo acabou com o placar final de dois a um a favor de Grayskull High. As jogadoras foram se trocar, as Princesas em seu vestiário de costume enquanto A Horda ia para o masculino. Em geral, quando sediavam um jogo, as alunas de Grayskull dividiam sem problemas o vestiário, já que havia boxes fechados para tomar banho separadamente (onde as mais tímidas se vestiam), mas nenhuma treinadora com um mínimo de bom senso as mandaria ou permitiria ficar em um espaço fechado com as discentes de Hordak Academy, pois acabaria em brigas na certa.

Spinnerella colocou uma playlist para tocar nos alto-falantes e desceu do “palquinho” de onde narrava o jogo, seus colegas de escola agora estavam espalhados pelo campo, alguns em grupos conversando, outros dançando e zoando com os amigos e até casais se dispersando para lugares mais reservados a fim de fugir do olhar dos professores para poder se beijar. Já ela tinha um interesse específico.

Adora e Arqueiro ficaram com a galera de sua sala por alguns minutos, jogando conversa fora no pé na arquibancada, até que a mãe da loira mandou uma mensagem para avisar que já estava saindo do trabalho e iria direto buscá-la no colégio.

— Ih, gente, já minha mãe tá chegando por aqui. — Informou, virando a tela do celular para que os amigos pudessem ver. — Antes de ir embora, preciso ver com a Cintilante se ela vai querer carona pra festa da Serena mais tarde ou não, então... Até mais, pessoal.

— Tchau. — O grupinho disse em uníssono.

Adora atravessou o campo de futebol até o vestiário feminino e percebeu Cintilante do lado de fora (apenas ela embora quase todo o time também estivesse lá), mas ao chamar seu nome recebeu um “shiii” como resposta.

— O que tá olhando? — Questionou, agora aos sussurros.

Spinnetossa possivelmente virando canon. — A atacante respondeu, apontando para a direção que todo o time olhava descaradamente. — A Netossa tem uma super quedinha pela Spinnerella desde que entrou na escola, mas nunca teve coragem de falar por ser muito tímida e por ser caloura, mas rola uns olhares, todo mundo nota. Agora a própria Spinnerella veio aqui e ficou esperando ela sair pra puxar assunto. Saca só como elas são fofinhas uma com a outra. Certeza que vai rolar.

Adora observou junto por curiosidade e realmente era muito fofo a forma como as duas se olhavam ao conversar, no fim elas trocaram um abraço, Spinnerella voltou para o “palquinho” para pegar suas coisas e Netossa virou de uma vez, fazendo suas companheiras de time pagarem o mico de tentar disfarçar sem um mínimo de êxito que estavam encarando. Sorte que Netossa era muito tímida e apenas corou forte e não disse nada ao voltar.

— Tudo bem. Agora você pode falar, Adora. — Disse Cintilante, finalmente focando sua atenção na loira.

— Ah sim! Eu só queria perguntar: é pra eu te buscar hoje à noite ou vai sozinha pra casa da Serena? — Murmurou ao mesmo tempo em que checava a hora no celular.

— Eu vou precisar de carona. Minha mãe vai usar o carro pra ir até Mistral buscar nossos novos uniformes com o novo fornecedor, só volta amanhã à tarde. — Explicou, dando contexto ao pedido que veio em seguida. — Dorme comigo hoje? Por favor. Eu não quero ficar sozinha.

— Claro. Vou só pedir da minha mãe. — Respondeu com um sorriso. — Então... Te pego às oito, que tal?

— Ou eu te pego e aí vai ser a noite toda, que tal? — Disse Felina, surgindo com o sorriso cínico que Cintilante tanto odiava e irritando-a ainda mais pela forma de se dirigir a loira.

— Ela vai estar ocupada indo em uma festa comigo. Eu não sei se você sabe o que é uma festa, já que é uma coisa que os vencedores fazem pra comemorar e sabemos que isso você não é. — Cintilante provocou com deboche na voz e ódio no olhar.

Felina tomou ar para responder, mas Scorpia foi mais rápida em inundar a conversa com seu otimismo inconveniente.

— Não liga pra ela, capitã. Nós jogamos muito e o seu gol foi lindo, muito melhor que os dois delas juntos.

— Lonnie! — Felina exclamou revirando as íris heterocromáticas. — Eu já não disse pra controlar essa garota?

Podexar comigo, capitã. — Lonnie bateu continência e foi até Scorpia, fez uma carícia delicado em sua bochecha e sorriu com doçura. — Vem, bebê. Eu pago um sorvete pra você.

Chegava a ser cômico como uma garota grandalhona como Scorpia corava e se derretia tão fácil com simples carinhos da namorada. As duas deram um selinho, seguraram a mão uma da outra e saíram dali, ignorando toda a confusão.

— A minha mãe chegou. — Adora informou mostrando a tela do celular para Cintilante, depois a beijou na bochecha e antes de ir, disse. — Às oito, não esquece.

Cintilante se gabou de novo só com um olhar para Felina e foi embora de queixo erguido.

(...)

Adora já havia feito isso centenas ou até milhares de vezes antes, mas nada em toda sua vida até ali nunca a havia deixado tão nervosa quanto tocar a campainha da casa Bright Moon naquele momento. Suas mãos tremiam e suavam um pouco, seu pés se remexiam sem parar e um monte de borboletas pareciam fazer uma festa em seu estômago.

Porém, quando Cintilante abriu a porta e sorriu, tudo pareceu desaparecer para Adora, desde o seu nervosismo até o mundo inteiro ao seu redor. Apenas uma única certeza restou: ela queria beijar aquela garota.

Cintilante pulou em cima da melhor amiga, como fazia toda vez que se viam, mas assim que as mãos da loira deslizaram suavemente por suas costas, ela sabia que tinha algo diferente daquela vez.

Ela colocou os pés de volta no chão e se afastou alguns centímetros, só o suficiente para poderem se olhar nos olhos, suas braços ainda ao redor do pescoço de Adora, assim como esta a segurava com firmeza pela cintura.

Como se estivessem em câmera lenta, elas se aproximaram pouco a pouco até que seus lábios se tocassem, fazendo um encaixe tão perfeito que pareciam ter sido moldados um para o outro. O beijo em si foi calmo, lento e envolvente, mas os sentimentos que ele causava tornava-o intenso o bastante para deixa-las ofegantes.

— Finalmente. — Sussurrou Cintilante de olhos fechados e com a testa encostada à de Adora.

— Finalmente? — Repetiu em tom confuso, arregalando os olhos e afastando um pouco seus rostos.

— É. Eu já tava pra desistir de te mandar indiretas depois de todas as que você ignorou. — Respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— É o que?! — Adora exclamou ainda mais em choque.

— Depois eu te explico, agora shiu. — Disse Cintilante, puxando-a para mais um beijo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e a gente se vê de novo na continuação com o hot (ou não).
xoxo
Atenciosamente, Leonardo A. Guedes.



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