O fio vermelho através do poço escrita por Agome chan


Capítulo 6
Tem algo a dizer?


Notas iniciais do capítulo

Curiosidades: Na imagem do capítulo é a Akari de Ranma, não a Kagome. Mas como elas se parecem tanto, eu usei mesmo assim kkkkkkkk



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No terceiro dia, Kagome apareceu no poço, se erguendo usando os braços. Passou uma perna e logo a outra pela borda, era menos prático pela saia do vestido ir até os joelhos, diferente da saia verde do uniforme que costumava a usar nas viagens.

A Era Feudal acompanhava o clima da moderna, era um espetacular dia ensolarado, não tinha aula e pode ficar distraída a caminhar pelo seu bairro.

Sentia incompleto aproveitar sua folga, — uma real, em que dava tempo da caçada aos fragmentos, lutas contra youkais e de suas atividades escolares — sentindo saudades dele. Sem poder conversar com ele.

InuYasha estava numa árvore, desceu pouco depois dela ter se sentado no poço. Foi se aproximando.

Os cabelos castanho escuros, volumosos, voando contra a brisa, passou uma mecha para trás da própria orelha, os olhos curiosos o observando. Ela estava tranquila, ao menos parecia, ele não. Estava ansioso, nem se atreveu a ser o primeiro a falar.

— Eu quero falar com você, mas não aqui. — Disse Kagome, estendendo a mão.

Levou o tempo para ele entender que era para pegá-la, descruzando os braços, parecendo confuso, e aos poucos esticando a própria mão.

Não pode evitar de rir, notando o nervosismo dele:

— O que foi? Eu não mordo. — E apertou a mão dele na sua.

Podia estar confiante, tentando suavizar a tensão dele, porém sentiu a mesma, quando inconscientemente, InuYasha passou o polegar acariciando a mão dela. Sentia saudade de tocá-la, era a realidade. De sentir seu cheiro, de estar próximo. A deixou nervosa, mesmo que sem querer.

— E-eu só imaginei, seria bom nós estarmos a sós e seria mais fácil em casa.

Ele concordou. Mesmo que ela não explicasse nada, ele estava interessado em estar em sua companhia e a seguiria por qualquer lugar que o levasse.

Casa para ele, era onde Kagome estava.

 

 

Seu coração batia tanto quando sentiu as mãos dele em sua cintura, que seu corpo estremeceu, suas pernas ficaram fracas. Ele só estava a suspendendo para saltar junto a ele para fora do poço, finalmente na Era atual. Não era incomum dele fazer, era a falta do contato que causava tantas reações nela.

Quando as mãos dele não estavam mais em sua cintura, pode voltar a respirar, mas tanto se sentiu desapontada. Não se voltou para trás, não voltou o rosto para o encarar, prosseguiu a caminhar subindo as escadas, sabendo que ele a seguia.

No quarto, ainda estava nervosa, se sentando em uma das almofadas no chão, esperando que ele fizesse o mesmo. Perguntou a ele:

— Tem algo a dizer?

— Hã? — Pego de surpresa, se sentando na posição de lótus em frente a ela. — Eu estava esperando você, Kagome.

— Ah! Eu… — de fato tinha pensado muito em seu tempo, mas não tinha planejado nada para dizer.

Só queria vê-lo e agiu atravessando o poço.

Porquê… queria vê-lo.

Desta vez ele teve que esperar ainda mais tempo, respeitar o espaço de Kagome, ela pediu e ele não poderia lhe negar, não poderia a sufocar com sua presença. Dependia dela decretar que o tempo foi o suficiente e ir até ele. Foram mais de três dias.

Perguntou sem saber direito o que queria perguntar:

— Você sentiu minha falta?

Os olhos dourados arregalaram, piscou várias vezes, desconcertado, e desviou o olhar. Depois conseguiu concordar com a cabeça, entretanto ela continuava a ficar olhando daquela maneira, o estingando. Percebeu que não era resposta o suficiente:

— Sim — afirmou. — Sabe que sim — falou mais baixo.

— Às vezes tenho dúvida — confessou ela, o surpreendendo.

Para ele era tão óbvio.

Para todos não parecia óbvio? A falta que ela lhe fazia, mesmo quando tolamente tentava disfarçar?

— Pode ser por insegurança — disse ela, como se fosse capaz de ouvir as dúvidas dele.

— Pelo o que?

— … — ela mordeu o lábio e se virou para cama, fazendo desenhos em círculos no lençol, não o encarando ao dizer — Kikyou?

Talvez ele não devesse ficar surpreso, mas ficou. Analisou novamente tudo, o que o evento daquele youkai o fez perceber. Kagome realmente era uma mulher forte, extremamente, mais do que poderia imaginar.

Não queria ser os motivos de suas angústias, queria ser sua fortaleza.

— Eu a encontrei.

No momento em que as palavras saíram de seus lábios, Kagome, por reflexo, se virou para o encarar, espantada, confusa, com medo, irritada, e mais perturbada. Muitas emoções em frações de segundos que ele pode ler em seu rosto.

— Sem querer — completou ele. — Não fui até ela. Estava te esperando no poço… ela apareceu lá.

Muitas vezes tinham sido assim também. Ele nem precisava ir até Kikyou, mas ela surgia, por coincidência, do nada. Poderia estar atrás da Kagome, esperando-a voltar, mas o “destino” queria esses reencontros?

Então, apesar de saber que foi inevitável, Kagome não estava muito feliz.

— E… como foi?

InuYasha suspirou e esfregou o rosto, sério, a pensar.

— Conversamos. Não posso ficar agido feito um moleque. Disse o que ela já sabia, o que todo mundo sabe, que quero ficar com você.

Kagome respirou fundo. Moveu a cabeça o compreendendo, mas se sentia atordoada, o coração batendo forte novamente.

Olhando para ele, sabia que ele falava a sério:

— Me desculpe, Kagome, eu não quero machucar você. Eu nunca quis.

— Eu sei…

— Mas… maldição — cerrou o punho. — Não adianta eu só não querer, se fiz mesmo assim.

— InuYasha…

Ele movia cabeça, frustrado consigo mesmo, irritado, revoltado, se pudesse se daria um suco. Voltou a realidade sentido o toque das mãos de Kagome nas suas, as acaricias.

Ouviu a voz doce dela o dizer:

— Está tudo bem.

Enrugou o cenho, não disse tudo aquilo para ser reconfortado. Para ele, quem deveria receber conforto era Kagome. Por isso puxou pelas mãos, a surpreendendo. A fez perder o equilíbrio e cair em seus braços, envolvendo num abraço. Fechou os olhos se inebriando no aroma dela.

— Você está bem, Kagome?

Ela ainda tentava recuperar o folego, mole contra o corpo dele. Conseguiu se afastar um pouco, se segurar nas costas largas do rapaz, para encarar o olhar dourado, tão cheio de calor.

Estava feliz por estarem sozinhos.

Assim pode se deixar se aproximar, sentir a delicadeza em que ele a segurava, os dedos dele entre seus cabelos. Uma mão com garras tão perigosas, tinha um toque tão doce para a trazer para mais perto.

Segurou o rosto dele e se sentiu acolhida em seu beijo. Se sentiu sem folego se entregando as acaricias.


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