Capitulo Anterior:

- Boa noite, Bill. – havíamos acabado de chegar em casa. Todos pareciam que estavam dormindo. Assim que passei pela porta principal dei boa noite a ele e subi. Lembrar daquele beijo do Tom, não me fez bem mentalmente.

- Boa noite. – ouvi sua voz baixa, assim que cheguei ao topo da escada.

- Bill. – o chamei, ele olhou diretamente em meus olhos. – Obrigado. A noite foi maravilhosa.

Ele abriu um singelo sorriso e retribui. Ele não tinha culpa das minhas lembranças. E nem Tom tinha, apesar de ser dele a maioria das que venho lembrando ultimamente.

*****

Andava pensativa pelos corredores da casa. Droga, eu queria ter aproveitado melhor o momento com Bill, mas o Tom não sai da cabeça. Isso me deixava louca, por que para onde eu fosse Eu sempre pensava no Tom ou estava com ele. Será que eu finalmente deixei de resistir ao seu charme? Ah, não isso não pode acontecer, ele está noivo e logo vai se casar e ter muitos filhos e ser feliz. Por mais que sua noiva seja chata para caramba.

Terminei meu banho e me enrolei na toalha branca. Com outra toalha tentei retirar um pouco da umidade dos cabelos. Sai do banheiro e fui direto ao meu closet. Vesti uma roupa levinha, já iria dormir. Uma shortizinho curto branco e uma blusinha de alcinha do mesmo tecido do short. Terminei de secar os cabelos e fiz um rabo de cavalo neles, por que se não quando eu acordasse amanhã, estaria o maior fuá. Arrumei algumas coisinhas no quarto, me deitei do lado de Diego, apaguei a luz do abajur e cair no sono.

**** Horas depois****

Levantei assustada, olhei o relógio em cima do criado mudo, e este marcava duas da manhã. Eu não consegui dormir, mas quando consegui, tive um pesadelo ruim. Sonhei que duas pessoas pegaram Diego de mim e a levaram para longe de mim. Eu via meu filho chorar, gritando por socorro, e eu não podia fazer nada. Estava amarrada e uma mordaça na boca. Era estranho, eu nunca tive um sonho desse tipo, mas ter ele me fez mal. Dei olhadinha nele, e este continuava a dormir tranqüilo.

- Vou tomar água. – caminhei até a porta do quarto, a abri, dei uma ultima olhada nele e sai.

O corredor da casa estava um pouco escuro, mas eu podia ver algumas sombras feitas pelos moveis. Tateando a parede eu consegui chegar até a escada, e a descê-la com cuidado. Ao me aproximar da porta da cozinha, a luz estava acesa. Será que se esqueceram de apagar? Ao entrar no cômodo, meus olhares foram direto na pessoa com a cabeça mergulhada entre os braços, que estavam sob a mesa.

- Tom? – o chamei, ele levantou o rosto e me encarou,mas desviou logo o olhar. Posso jurar, que naqueles poucos minutos que o fitei, ele parecia que me olhava com raiva. Cheguei mais perto dele e me sentei em uma cadeira próxima a sua. – O que foi?

- O que você quer? – ele falou com certa raiva na voz.

- Eu quero saber se está tudo bem com você. – tentei acariciar seus cabelos, mas ele se esquivou assim que sentiu minha mão sobre sua cabeça.

- Me deixa,Dani. – ele levantou-se e estava já saindo da cozinha. Corri até ele e segurei seu braço.

- Tom, o que foi? Me conta. – ainda segurava seu braço.

- Por que tudo na minha vida não dá certo. Desisti de tudo, pensando que dessa vez eu seria feliz, mas como sempre isso não deu certo. Eu sou um burro em pensar que vo... Que ela poderia me amar. – eu não entendia o que ele tentava falar com essas palavras. Tom estava amando alguém?

- De que está falando? Como assim você desistiu de tudo? Está falando da Camille, é?

- Não é nada,Dani. Eu sou não consigo dormir, por que estava com dor de cabeça, mas agora já está diminuindo a dor e eu vou voltar a dormir. – ele soltou-se de minhas mãos. – Boa noite.

- Tom, eu posso levar um comprimido para você no quarto.

- Não, precisa já esta passando. Obrigado.

- Nada disso. Eu vou levar o comprimido e um copo de água. Vai indo, vou logo em seguida.

- Tudo bem. – ele deu um sorriso e saiu.

Procurei pelos comprimidos, e os encontrei. Peguei uma cartela, e enchi um copo d’água. Coloquei-os em uma pequena bandeja e fui logo levar para ele. Subi as escadas, e andava pelo corredor até que cheguei ao quarto dele. A porta estava aberta e ele estava sentado na cama, fitando o nada.

- Tom, aqui está. – me sentei do seu lado. Estendi cartela de comprimido para ele, juntamente com o copo. Ele retirou o comprimido e engoliu, juntamente com a água em seguida. – Agora, você precisa descansar. Vou levar isso para cozinha.

- Dani, você gostou de ter saído com o Bill? – ele lançou a pergunta. Coloquei a bandeja em cima da escrivaninha que ele tinha em seu quarto e voltei a me sentar na cama.

- É, foi legal. O jantar foi maravilhoso, Bill foi atencioso, educado, cavaleiro comigo, mas só tinha um problema.

- O que? – ele deitou-se na cama, encostou sua cabeça nos travesseiros e me olhou.

- Eu fiquei todo momento me lembrando daquele jantar que você me levou.

- Você ainda lembra? Pensei que havia se esquecido.

- Não, nunca. Aquele dia foi muito legal e divertido. É uma lembrança que nunca vou me esquecer. Espero que você não se esqueça.

- Nunca. – ele abriu um sorriso mais animado. – Dani, me responda algo sinceramente.

- Claro. Sobre o que?

- Passou por sua cabeça alguma vez, que durante esse jantar com Bill, vocês poderiam voltar a namorar? – Puxa, não esperei por essa pergunta. Alias, nunca pensei nela, como eu poderia saber lhe dá uma resposta.

- A verdade, é que não. – fitei-o. – Por mais que o Bill esteja sendo legal e carinhoso com Diego, é só isso que espero dele. Nosso relacionamento se acabou a três anos, e a única relação que eu quero dele é apenas uma bela amizade.

- Sério? – Tom voltou-se a se sentar na cama. O humor dele tinha voltado. O Tom que sempre fascinava.

- Sim. Eu só quero ser amiga dele, mas nada. – baixei meu olhar, fitando minhas mãos.

- E eu? – achou que isso ele sussurrou, mas eu pude escutar perfeitamente. Ele queria saber o que esperava da gente.

- DE você, bem você já é o meu grande amigo. Você é uma pessoal muito importante em minha vida.

- E se eu dissesse que eu gosto muito de você, mas não como amigo. – ele se aproximava mais.

- Bem, eu... – suspirei alto. – Não sei.

- Não sabe. E se então eu te beijasse desse jeito. – ele me puxou ao seu encontro, e os nossos lábios se juntaram, depois de tanto tempo. Tom ainda tinha o mesmo gosto de antes, e o seu cheiro continuava a me deixar tonta. A sensação de estar entre os seus braços e ainda o beijá-lo era maravilhosa.

- Dani, eu sempre gostei de você. Desde o momento que te vi pela primeira vez. Sempre quis te beijar, e eu já fiz muitas vezes isso.  Você não sabe o quanto era difícil, de ver nos braços do meu irmão, não sabe o quanto eu lutei contra meus instintos e de ir até lá e te puxar pro meus braços. E quando ele te magoou, eu até pensei em me aproveitar da sua fraqueza, mas eu não queria que você pensasse que era apenas uma noite comigo. Mas o pior de tudo foi a sua partida, eu me arrependi muito mesmo. Arrependi-me de não ter feito nada, de não ter dito que te amava. Tentei seguir minha vida em diante, até que comecei a namorar Camille, para te esquecer. Mas quando você voltou, parece que todos aqueles sentimentos que eu levei um bom tempo para que desaparecessem, voltou assim como você. Eu vi Bill se aproximar de você novamente, e jurei para mim mesmo que dessa vez você seria minha. E eu te diria tudo o que eu sinto. Que dessa vez eu te diria Eu te amo.

- Tom, eu gosto muito de você, mas eu não podia magoar o Bill, você era o irmão e melhor amigo dele, e um traição sua e minha o magoaria profundamente. Mas, quando você me beijou naquelas duas vezes, me deixou totalmente confusa. Quando eu fui embora, eu sempre soube que tinha algo forte com você. Mas, eu tinha medo que você quisesse apenas por uma noite e que me descartasse no outro dia. Por isso eu resolvi partir e esconder esse sentimento de você. Queria que seguíssemos em frente, mesmo tendo que mentir para meu próprio coração. Mas, agora eu quero que saiba que eu gosto muito de você, me apaixonei por você naquele tempo e ainda sou apaixonada. – Ele voltou a me beijar, descendo seus beijos para meu pescoço. Gemi baixinho com o toque de seus lábios quentes.

- Isso é tudo o que eu queria ouvir. Não sabe o quanto esperei por isso. Eu quero que você seja minha. Eu quero você apenas para mim. – acariciou de leve meu rosto.

- Eu quero ficar com você, Tom. – ele me deitou em sua cama e voltou a me beijar. Senti seus dedos descerem uma das laças de minha blusinha e ele passar a beijar aquele lugar. Eu queria ser do Tom.

- Eu te amo, Dani. – ele me fitou fundo nos olhos e beijou apaixonadamente. Nada melhor do que um eu te amo, para iniciar uma bela noite de amor. Tom era pessoa certa, sempre fora. Mas, eu nunca quis assumi antes que era ele, que eu amava de verdade.