happily ever after. escrita por unalternagi


Capítulo 29
Quantas vezes posso quebrar até me despedaçar?


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii

Estou tão animada sobre essa fanfic, porque mudei umas coisas no enredo e acho que vai trazer mais veracidade e humanidade para tudo.

Beward é, claramente, o que Alisper foi na última temporada: nosso casal seguro. Pontinhos de luz e eu espero que vocês gostem do que vão ler!



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Capítulo 29 – Quantas vezes posso quebrar até me despedaçar?

|EDWARD|

Olhei para Isabella que tentava enxergar seus pés com o enorme cesto em suas mãos, prendi a risada já que tinha acabado de ser hostilizado por inferir que ela não aguentaria o peso daquilo.

—Amor deixa esse aí que eu desço o de vocês e depois volto para buscar o nosso – voltei a tentar convencer a cabeça dura que a ideia dela não era boa.

Já que estávamos de folga e Rosalie e Emmett tinham ido ao mercado com Henri, decidimos lavar as roupas acumuladas. O nosso prédio dispunha de uma lavanderia comunitária, o que era excelente e muito conveniente para nós. O único problema, no meu ver, era Isabella mesmo, porque o prédio antigo não tinha elevador, então tínhamos que descer de escada até o subsolo onde tinha a lavanderia.

—Eu consigo, - ela falou altiva e então escutei o suspiro mais baixo - você é tão insuportável às vezes – ela murmurou como se eu não pudesse escutar.

Descia atrás dela com calma, tomando um cuidado extremo para não tropeçar o que, óbvio, foi inútil no momento que a minha namorada se desequilibrou e, como se cair sozinha não fosse ruim o bastante, ela puxou o meu cesto como que para se colocar de pé. O problema? Eu mesmo estava concentrado em meu equilíbrio e não contei com a força que me puxou para frente.

Rolamos três degraus antes de eu cair em cima dela com o cesto – que quebrou – entre nós dois devido ao impacto do meu corpo contra ele e o cesto que Isabella carregava tinha espalhado roupa por todo o primeiro andar. Saí de cima dela, apressado e preocupado com seu bem-estar.

—Amor, mil perdões, eu não esperava ser puxado, deveria ter segurado a sua mão...

Ela parecia em choque antes de explodir em uma gargalhada escandalosa que me fez relaxar, mas não por completo.

Tentei falar com ela, mas ela apenas balançava a cabeça e mãos, ainda deitada no chão, o cabelo espalhado pelo carpete do andar e as gargalhadas altas, seu rosto estava corado devido a falta de ar que ela começava a sentir e eu fui contagiado começando a rir com ela, parece que aquilo a atiçou porque logo ela começou a rir ainda mais e nós ficamos presos naquele ciclo de quem ria mais e mais alto.

Uma senhora abriu a porta de seu apartamento, parecendo nos querer dar uma bronca, mas foi impossível quando viu nosso estado, os dois deitados no chão rachando de tanto rir e uma quantidade ridícula de roupas espalhadas pelo andar.

—O que houve aqui? – escutei a voz de Rosalie da escada e Emmett já segurava a risada atrás dela.

—Eu posso chutar? – Emmett pediu debochado com os sacos pardos nos braços – Bella tropeçou? – ele perguntou e eu assenti tentando recuperar meu ar.

—E-ela – eu comecei a tossir, achando idiota aquela crise de risos – Ela caiu com o cesto de roupas sujas das garotas e puxou o nosso do meu braço – eu falei ainda com a voz presa na garganta por uma risada que eu soltei logo em seguida – Caí em cima dela e, de quebra, quebrei o nosso cesto – contei levantando um pedaço do plástico.

—Vocês são especiais – Rosalie disse ainda passada, parecendo não acreditar na nossa paspalhice.

—Emm – Bella gargalhou chamando a atenção do irmão – A cara do Edward, sabe quando ele arregala o olho – ela riu mais, fazendo-me revirar os olhos.

—Eu sei a cara! – Emmett concordou e riu com a irmã.

—Tão bom – ela disse ainda rindo.

Sentei sentindo meus músculos da barriga e maxilar doloridos de tanto rir, fazia tanto tempo que eu não gargalhava...

—Levanta daí, sonsa – Emmett riu colocando os sacos no chão.

Rose se desculpou com a senhora que fez cara feia antes de entrar em sua casa e eu levantei esticando meu braço para Bella que aceitou de bom grado, reclamou um pouco quando a puxei, colocando a mão na costela e aquilo me deixou preocupado, tirou toda a graça da situação.

—Qual é o problema? – perguntei culpado.

—Amor, nada, você caiu em cima de mim, ué, natural que esteja dolorido – ela disse calma e eu assenti, ainda nervoso com a possibilidade de ser o culpado por machuca-la.

Colocamos todas as roupas no cesto das meninas e Rosalie disse que ia subir para dar comida para Henri e começar nosso almoço, Emmett a acompanhou com as compras e Bella e eu descemos as escadas com mais calma agora, logo estávamos separando as roupas e colocando nas máquinas, ajustando tudo direito.

—Fazia tanto tempo que você não caia dessa forma...

—Burra? – ela interrompeu debochada.

—É uma boa forma de falar – eu brinquei e ela riu.

—Minha barriga está doendo de tanto rir – ela contou e eu assenti.

Emmett apareceu ali com Henri no colo.

—Vim ter certeza que vocês não tinham se matado – ele brincou e nós rimos com ele.

—Vai se foder – Bella mandou indo para o lado do nosso afilhado e esticando os braços para ele que aceitou de pronto.

Ficamos ali pelo tempo de lavagem das roupas, Rosalie também desceu e ficamos conversando imbecilidades e rindo uns dos outros. Rose correu para desligar o forno da lasanha depois de um tempo e nós colocamos as roupas lavadas nas secadoras.

—Você já vai fazer vinte e três anos – Bella murmurou e Emmett assentiu.

—Nem consigo acreditar que eu já sou um mocinho – ele debochou.

—Ano passado, nessa época, estávamos nos mordendo para descobrir o sexo desse ursinho gordo do padrinho – falei brincando com Henri que me ofereceu seu sorriso de covinhas e eu ri sem me aguentar de tanto amor que eu sentia por aquela criança.

—A surpresa da Rose... – Emmett suspirou e eu assenti, lembrando o quão emocionado meu amigo tinha ficado.

Esperamos mais um bom tempo lá em baixo para tirar as roupas da secadora e já dobrar tudo, aproveitando que elas saíam quente da máquina e, assim, nos poupava a necessidade de passar.

Subimos já no início da tarde para almoçar com Rose.

.

|JASPER|

A minha cabeça latejava de forma realmente irritante, queria me livrar do peso mental que sentia. Como se alguém tivesse colocado pedras em cima do meu cérebro, o calor não ajudava em nada. De fato, naquele ponto, eu concordaria com Peter de que a caverna nos protegeu e muito do calor que o deserto fazia, mas estava tudo sob controle embaixo da tenda que tínhamos feito. E o calor me ajudava a dormir, provavelmente a baixa em minha pressão contribuía com aquilo.

Suspirei tomando um pouco de água para ter certeza que minha dor de cabeça não provinha de desidratação. Maria estava com a cabeça apoiada no peito de Peter e eu sorri para os meus amigos, tinha reparado que os dois nutriam sentimentos um pelo outro há um tempo e, finalmente, eles tinham se beijado na noite passada. Eu me sentia um pouco intruso no meio dos dois, mas ao mesmo tempo, não era como se eu realmente pudesse deixa-los a sós, éramos um time e os dois me escutavam muito, de uma forma que eu até mesmo achava ser insana já que eu era o mais novo e desmemoriado do grupo, mas alguns instintos eram fortes em mim, mais forte que qualquer coisa.

Meus olhos pesaram quando achei uma posição confortável e eu deixei minha inconsciência me levar para longe.

Lembrei-me de uma sala de estar bonita, decorada com um pinheiro e a neve do lado de fora parecia uma visão costumeira para o eu do sonho, mas completamente de tirar o fôlego pra meu eu de agora, que tudo o que tinha visto era um horizonte sem fim do deserto no qual estava preso há meses.

—Jazz, Jazz, eu estou pronta para ir, papai disse que poderíamos ir para a casa dos Swan, tio Charlie está nos esperando – uma garotinha linda dizia para mim, e eu senti amor por ela. Um amor quase insano.

—Vamos Rose – falei agarrando a mão dela.

Quis apertar a mão dela mais forte. Rosalie. Eu me lembrava dela. É claro que eu me lembrava dela. Minha irmã, única irmã e gêmea. Onde estava minha mãe? Qual era o nome? Mãe! Eu pensava na mulher loira muito elegante, o par de olhos verde-água que eu sabia que estava em meu rosto também, o sorriso amoroso, o abraço carinhoso. Onde ela estava? Anne.

—Rose, você está linda querida – o homem com bigode disse quando atravessamos o jardim coberto de neve chegando à casa ao lado da nossa, Rosalie abraçou as pernas de... Tio Charlie – Jazz você... Bem, é inteligente não é? – ele brincou.

Aquela piada, a piada que ele sempre fazia, toda a vez que via Rosalie e eu juntos. Senti uma nostalgia me tomar, o abraço que eu dei em suas pernas não foi forte o bastante, eu queria que ele me levasse de volta, ele era policial, ele poderia me ajudar.

—Emmett e Edward estavam ansiosos esperando você, amigão – ele falou para mim e percebi que Rosalie já não estava em nenhum lugar próximo, então entrei na casa quente e aconchegante dos... Swan. Charlie Swan. Renée Swan.

Emmett e Isabella Swan.

—Jazzy, vem, o Emmett perdeu – Edward chamou e eu sorri.

O cabelo bagunçado do garoto me fez sorrir, corri sabendo que Emmett estava emburrado na poltrona do pai dele, o garoto rechonchudo odiava perder mais do que qualquer outra coisa.

A irmã dele também... Isabella. Brincávamos que era dos genes Swan serem tão competitivos. Pensei quantas vezes eu conseguia lembrar de Bella que não brincava de certas coisas somente porque sabia que iria perder.

Fiquei jogando no Nintendo de Emmett por um bom tempo, distraído com os meus melhores amigos e tentar lembrar-me de mais do que aquilo fazia a minha mente doer.

O que eu sabia com certeza:

Eu tinha uma irmã gêmea, mais nova por alguns minutos. Era filho de Anne e... John! John Hale. Emmett era filho de Charlie e Renée Swan, irmão mais velho de Isabella. Um dos meus melhores amigos. O outro era Edward... Qual era o sobrenome? Jasper, vamos, você sabe. É o seu melhor amigo. CULLEN. Edward Cullen. Minha cabeça começou a latejar e eu sentia me perdendo de mim mesmo, eu ia acordar, eu não queria acordar, faltava lembrar-me de mais pessoas.

—Jazzy, você viu que Emmett comeu nossa casa de biscoitos de gengibre? Eu falei que era nossa, fizemos juntos, ele escolheu fazer com Rose – a voz infantil disse atrás de mim e vi Bella Swan.

Lembrei-me da aparência daquela casinha em específico, coisa que fizemos juntos, como uma dupla porque Emmett ficou se gabando de ser o melhor naquilo e criamos a competição entre Bella e eu contra Rose e Emm.

Abri a boca, mas tudo o que consegui fazer foi puxar o ar escasso em meus pulmões quando minha mente me trouxe de volta para o calor insuportável. Eu queria a neve, nunca gostei do verão.

—Jasper, está tudo bem? – Maria murmurou sonolenta e eu abri os olhos, conseguindo enxergar o sol se pôr no horizonte.

—Estou bem – falei.

—Estava se mexendo tanto...

—Eu tive algumas lembranças – contei sem querer esconder.

—Tipo o que? – Peter perguntou e sentei vendo que os dois permaneciam deitados juntos. Imaginei o calor que eles estavam sentindo, mas não comentei nada.

—Era um natal na minha casa, estava com os meus irmãos – falei naturalmente.

E me bateu aquilo, eu realmente considerava cada criança que vi naquela memória como meus irmãos e, apesar de não ter visto minha mãe, pai ou tia Renée, eu conseguia me lembrar das feições deles, feições de quando eram, provavelmente, mais jovens do que o eram hoje em dia, considerando que eu era apenas uma criança naquela memória.

—Não sei muito da sua vida, mas sei por fatos que você só tem uma irmã, Jasper – Peter falou sério e eu sorri de canto.

—Pode me chamar de Jazz – falei sabendo que eu tinha gostado de ouvir o apelido – E foi jeito de falar, são meus melhores amigos de infância, os considero meus irmãos – falei sério e ele assentiu, sorrindo.

—Que bom que começou a lembrar – ele disse e eu assenti, ainda me sentindo incomodado com algo sobre aquela lembrança, como se um pedaço enorme tivesse sido deixado de fora.

Os pais de Edward! Claro, ele naturalmente tinha pais...

—Vamos comer a cobra hoje? – Maria perguntou trêmula e eu assenti, deixando todos os meus devaneios de lado, e sorri para minha amiga.

—Nem vai saber o que é que está comendo, mas foi o que consegui ontem – falei realmente sentindo muito por ela.

Ela assentiu, Peter tirou o animal da nossa bolsa térmica e começou a preparar. Tínhamos feito um curso de sobrevivência, o meu foi bem básico, mas Peter e Maria já tinham feito alguns daqueles já que eram mais velhos do que eu.

—Sabem quantos anos eu tenho? – perguntei percebendo que eu não me lembrava daquela informação.

—Acho que dezenove? – Maria perguntou a Peter que assentiu.

—Penso que sim, não sei se fez aniversário desde que chegamos aqui – ele falou e eu assenti, encolhendo meus ombros com o pensamento de que nem ao menos aquela coisa básica meus companheiros sabiam sobre mim.

Maria suspirou, virando de costas para Peter.

—Não era para você estar conosco, foi convocado no último momento porque, aparentemente, é um estrategista nato – ela contou sorrindo e eu fiquei surpreso com a informação.

—Já o vi trabalhando, é realmente um talento natural, os nossos superiores sempre teceram muitos elogios para o soldado Hale – ele falou e sorri sem conseguir evitar de me sentir orgulhoso daquilo.

Fiquei falando com Maria tentando tirar da mente qualquer coisa sobre nossa janta. Quando escurecesse o bastante e a temperatura caísse, voltaríamos para a nossa caminhada a leste. Estávamos naquela há dias já. Eu sentia os músculos da minha perna bem mais fortes e, para começar, no começo da manhã nós exercitávamos os músculos dos braços carregando peso e montando novos acampamentos para passarmos o dia.

Devido as altas temperaturas e até para controlar a perda de líquido, escolhíamos dormir de dia e caminhar a noite, era uma das dicas básicas sobre sobrevivência no deserto.

A caminhada daquela noite foi marcada por muita conversa entre o novo casal que se conhecia mais profundamente e eu os guiava pela escuridão, sério, pensando em tudo o que eu havia lembrado e tentando forçar minha mente para mais, mas eu desisti quando a dor aguda começou a aparecer, não estava pronto para lembrar mais, então fiquei pensando sobre sensações.

Se eu me concentrasse eu sentia o frio do clima da minha cidade natal, o calor da mão da minha irmã na minha, o amor que eu sentia por ela e a adoração ao meu tio que vi na lembrança. Pensei nos meus irmãos de coração, como eu percebi a dor no coração da saudade que sentia deles, pensei que ainda éramos próximos, até os dias atuais já que eles pareciam... Naturais em minha mente.

Entrei na conversa de Maria e Peter quando eles começaram a me pedir opiniões e ri um pouco com meus companheiros de aventura até os raios de sol ameaçarem aparecer.

.

|ROSALIE|

Saí apressada da faculdade para chegar logo no metrô, tinha que pegar Henri na livraria com Edward porque Emmett o tinha deixado lá quando foi trabalhar e eu avisei que iria me atrasar na faculdade. Eu estava maluca naquela metade do semestre, pensava sem parar nas datas de entrega que eu tinha que cumprir, Henri tinha passado três noites acordado com cólicas que ele nunca teve antes então a minha mente era quase um borrão, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e, naquele momento, eu tinha acabado de descobrir que tinha sido escolhida como protegida de uma professora, ela me ajudaria em uma pesquisa “científica” que me daria créditos extras para a faculdade e, de quebra, ela disse que dependendo do resultado, ela me convidaria a ser sua estagiária no final do semestre, aquilo era muito importante, eu estava sendo reconhecida.

No metrô eu li duas dissertações que eu tinha que entregar amanhã e fiz pequenas alterações para quando eu fosse digitar mais tarde. Cheguei no ponto da livraria e quase que perco, de tão compenetrada que eu estava na leitura.

Apressei-me pelas ruas, tomando cuidado para não esbarrar com ninguém então, finalmente, cheguei na livraria com um sorriso amplo.

—Boa tarde – falei sorrindo e Edward devolveu o sorriso da mesma forma.

—Boa tarde, senhorita, como vai o seu dia? – ele perguntou depois que lhe dei um beijo no rosto.

—Muito corrido, eu não sei o que seria de mim sem vocês – falei sincera e ele sorriu – Ele deu trabalho? – perguntei preocupada e Edward bufou.

—Nunca né, eu nunca vi um bebê mais bonzinho e, de quebra, ele encanta todos os clientes que capricham nas gorjetas – ele riu apontando para o vidro que ficava no caixa.

Sorri de canto.

—Queremos nossa porcentagem – brinquei acariciando a cabeça de Henri co delicadeza.

Edward me entregou a chave do carro e eu agradeci a ele.

Eventualmente eu ia para a faculdade com o carro, mas apenas se fosse coisa rápida ou então eu estivesse muito atrasada, caso contrário, preferia deixar o veículo para qualquer coisa que Henri pudesse precisar e, além de tudo, com o trânsito de Nova Iorque, o metrô me levava ao meu destino com maior rapidez.

—Muitos planos para essa noite? – Edward perguntou quase conspirador.

Queria contar-lhe sobre o estágio, mas resolvi que Emmett precisava saber antes.

—Até que sim, mas é surpresa – eu sorri e Edward assentiu.

—Ele gostaria até se você o desse um abraço forte apenas – Edward disse dando de ombros e eu franzi o cenho, sem entender sua colocação, mas ele riu.

—Ah, desculpa, surpresa – ele riu e eu fiquei ainda mais confusa com o tom de deboche de Edward – Você é muito boba.

Deu um beijo na testa de Henri e uma na minha antes de dizer que tinha que trabalhar e eu reparei que tinham pessoas no caixa.

Despedi-me de meu irmão do coração antes de sair de lá com a mochila e Henri deitado confortável no bebê conforto. Prendi  o bebê propriamente em seu assento no banco de trás quando chegamos no carro e, com uma música ambiente, dirigi para casa – que nem era tão longe assim da livraria de Edward.

Cheguei lá e minha maratona começou: banho em Henri, brincar com ele, conversar bastante, começar a janta e papinha dele – o bastante para ele comer hoje e amanhã, mesmo Emmett não se importando de fazer o almoço, eu gostava de fazer a mais só caso algo desse errado – então dei de mamar para ele, e fui tomar banho quando o neném cochilou em minha cama.

Finalmente sentei na escrivaninha do meu quarto, concentrada em digitar toda a dissertação que eu vinha ensaiando fazer no percurso da faculdade para casa há dias.

Atentei-me ao horário somente quando Henri acordou, então corri para a cozinha para amassar e aquecer a comida dele enquanto colocava a água para esquentar. Henri comeu tudo sem muita manha e eu agradeci a ele sem parar o deixando saber que ele era o melhor bebê do mundo, então coloquei o macarrão para cozinhar, deixei tudo pronto e achei estranho ninguém ter chegado ainda, deitei na cama com Henri enquanto brincávamos esperando os padrinhos dele para eu não jantar sozinha e, sem saber bem quando, mas dormi pesado em algum momento.

Acordei confusa com a escuridão tão presente e o relógio que já marcava quatro horas da manhã, reparei que Henri não estava mais comigo, Bella provavelmente dormiu com Edward. Levantei quieta e caminhei pela casa, entrando no quarto do meu bebê, que ressonava delicadamente, sorri para ele.

Vi que a cozinha estava impecavelmente limpa, mas sentia fome então comi um pão e tomei leite, sem sono. Resolvi aproveitar o silêncio e calmaria e fui terminar a digitação que deveria ter terminado a noite passada.

Às seis horas da manhã eu tomei outro banho e me vesti para mais um dia da faculdade. Preparei um café da manhã reforçado para todos e, depois de comer, fui para o quarto de Henri e sentei na cadeira de amamentação velando o sono dele por um tempo antes de tirar as cobertas de cima dele esperando ele acordar.

Logo meus olhos castanhos esverdeados brilharam no rosto do meu filho e eu sorri.

—Bom dia, minha vida – falei delicadamente e o peguei no colo.

Ele pegou o seio, faminto e eu sorri, cuidando e nutrindo meu filho com calma e amor. Eu o amava tanto, mas tanto. Fiquei surpresa quando Henri terminou de mamar e eu reparei em Emmett encostado na batente da porta. Ele parecia destruído, como se tivesse tido uma noite difícil.

—Está tudo bem? – perguntei preocupada e ele se contentou em assentir.

Deixei Henri deitado contra o meu peito e Emmett chegou perto de nós. Esperei um beijo ou carinho, mas tudo o que ele fez foi tirar Henri dos meus braços sem nem se dignar a me olhar nos olhos.

—Você está atrasada – contou antes de sair do quarto.

Fiquei confusa, mas não me permiti manter-me assim. Ajeitei minha roupa e corri para o quarto vendo que ele estava certo. Calcei um sapato confortável e com a mochila nas costas e celular no bolso eu saí de lá apressada, dando um beijo em nosso filho e, sendo impedida de beijar Emmett quando ele virou as costas para mim quando me aproximei.

Bufei de modo audível para expressar minha frustração.

—Muito maduro – falei saindo apressada.

Estava no metrô, concentrada em checar mentalmente tudo o que eu faria naquele dia, então puxei a minha agenda esquecida na bolsa para anotar algumas coisas e fiquei surpresa com o que vi.

Terça-feira, 16 de Março.

Merda. Merda. Merda.

Cheguei à estação da faculdade decidida a fazer apenas o necessário. Achei meus dois professores para quem precisava entregar meus trabalhos e, sem me importar com nada mais, corri para frente da Columbia atrás de um táxi.

Quando entrei num deles, passando o endereço de casa, senti meu celular vibrar no bolso da calça.

Bella: Fiquei pensativa se te mandava ou não essa mensagem, mas sei que seus dias estão corridos com tudo e, se fosse eu, gostaria de que alguém tivesse me lembrado... Ontem foi o aniversário de Emm, Rose, e ele realmente ficou machucado quando reparou que você não se lembrou. Só para ficar ciente. Eu te amo.

Merda. Eu me senti uma idiota ainda maior, mas grata por Bella ter avisado, mesmo que eu já tivesse percebido aquilo.

Rose: Sim, eu reparei quando estava no metrô, minha mente está tão cheia... Sei que não é desculpa, mas estou correndo de volta para casa. Espero que ele me perdoe... Eu te aviso.

Certo, vista suas calças de mulher adulta e enfrente seu problema de frente. Você é uma adulta, falei para mim mesma depois de pagar o táxi.

Entrei na padaria próxima de casa e comprei dois cupcakes e uma vela com o número 2 e outra com o número 3. Corri para casa e, na porta do apartamento dele, posicionei as velas e as acendi, perigosamente, em uma só mão, girei a maçaneta com a outra. Ele não estava ali, joguei minhas coisas no sofá e fui para o apartamento que eu dividia com Bella.

Emmett estava de costas para a porta, sentado no chão com Henri no meio de um monte de brinquedos com a televisão passando algum desenho infantil. Ele se virou ao som da porta se abrindo e pareceu estar surpreso comigo ali, mas seu rosto não sorriu como eu queria que tivesse feito.

—Desculpa – foi a primeira coisa que eu falei assim que entrei em casa e ele deu de ombros.

—Não precisava ter se preocupado tanto, bastava ter mandado uma mensagem – ele falou frio e eu suspirei.

Abaixei perto dele e Henri começou a bater palmas, eu ri sabendo que Bella e Edward colocavam vela acesa em qualquer alimento para o ensinar a cantar “parabéns para você”, então aproveitei o apoio do meu bebê e cantei docemente para Emmett que teve uma sombra de sorriso em seu rosto, mas ela foi direcionada apenas a Henri e eu me senti ainda pior.

—Faça um pedido – falei e ele suspirou. Fechou os olhos e assoprou as velas e Henri e eu o aplaudimos com entusiasmo, ele colocou os cupcakes de lado e voltou a montar o que quer que montava para Henri com os blocos coloridos – Fale comigo – pedi ansiosa.

—Agora você quer falar?

—Emmett, eu já pedi desculpas, eu esqueci completamente, não me atentei para as datas e...

—Estou cagando para o fato de ter esquecido o meu aniversário, Rosalie, eu sou um adulto, não me importo com isso – ele falou rude e aquilo foi a gota d’água para mim.

—Então pare de ser um puta de um babaca e fale direito comigo, eu faltei a faculdade para vir me desculpar – falei séria.

—Eu já falei que não era necessário – ele se levantou tirando os cupcakes de perto de Henri.

Combinamos que ele só comeria açúcar depois dos dois anos, Emmett tinha me explicado o porquê, mas eu apenas confiei em seu julgamento e nas matérias que ele disse ter lido.

Tive certeza que Henri estava bem confortável e colocado no meio das almofadas, sentado agora – sem a presença do pai – concentrado no desenho que passava e levantei seguindo Emmett para o quarto do neném. Ele ajeitava algumas coisas ali, parecendo distraído.

—Para que esse drama? – pedi e ele se virou, parecendo realmente ofendido com a minha colocação.

—Drama? – ironizou.

—É, ué, falou que não estava chateado comigo por eu ter esquecido, mas está agindo como um idiota...

Ele jogou as roupas que dobrava no chão se virando abruptamente para me encarar.

—Você esquecer a porcaria do meu aniversário foi apenas a cereja do bolo, Rosalie. Nós não somos mais companheiros, apenas colegas de paternidade – ele falou sério e senti o baque em meu peito.

—Do que está falando?

—Qual foi a última vez que conversamos...

—Ontem!

—Sobre nós, Rosalie, sobre coisas que eu quero, que você quer... – ele suspirou – Eu não conheço mais você, apenas a mãe do meu filho – ele disse parecendo chateado e entendi seu ponto – Temos fodido como dois malditos coelhos, você vem até mim, eu vou até você, acabamos com o tesão e cada um vai para um lado. Eu não quero isso, isso já não me satisfaz – ele falou sério e tudo recaia em mim como bombas.

—Emmett, a gente está ocupado.

—Ocupados para nós dois? Então que não estejamos juntos, porque estou me sentindo sujo e usado. Sinto que a uso também e não quero manchar nossa relação dessa forma.

—Você quer terminar comigo? – perguntei machucada.

Ele perdeu a pose irritada e se jogou na poltrona de amamentação de Henri, o rosto enterrado em suas mãos.

—Eu não sei o que eu quero – ele murmurou e eu encostei-me na porta, sentia que minhas pernas iriam fraquejar e eu me estatelaria no chão.

—Bem, então decida – falei séria, não aceitando a fraqueza – Se você não me ama mais...

—Eu nunca falei isso – disse urgente, levantando e andando até perto de mim – Eu a amo cada maldito dia um pouco mais – falou intensamente, minhas lágrimas molhavam meu rosto e percebi que ele não estava diferente -, mas desde que voltamos de Forks nós perdemos algo, eu não sei o que foi, mas você tem estado tão ocupada com a sua faculdade e-

—Quer que eu pare de estudar para satisfazer você?

—Você está distorcendo as coisas – ele se irritou – Não falei isso, me escuta, Rose, conversa comigo, solte essa sua maldita arma que não para de apontar para o meu peito como se você estivesse pronta para atirar a qualquer sinal de fraqueza que eu demonstrar.

Percebi que minha respiração estava acelerada e o que ele falava bateu em mim, forte. Minha defesa sempre pronta contra qualquer coisa que ele falava, qualquer sentimento que expunha.

—Eu amo você e quero lutar junto o tempo todo, mas você soltou o remo, Rose, e eu não consigo remar sozinho, eu estou cansado – ele falou e seu ombro estava realmente caído, sua pose demonstrava o quão esgotado ele estava.

Pensei por um segundo apenas. Desde que descobri minha gravidez ele tinha se tornado um gigante, me carregou nos ombros por toda a gravidez, apoiou cada pequena coisa minha. Dormia pouco, trabalhava muito, não deixou a peteca cair, nem a minha e nem a dele. Ele estava cursando faculdade, eu estava cursando também, ele trabalhava para manter Henri e eu sem pestanejar ou reclamar e o que eu vinha fazendo? Qual era a minha parte dentro desse relacionamento senão a vítima?

Percebi que eu sempre falei que o perdoei por todo o nosso passado, mas parecia que ele sempre estava pagando uma dívida para mim, como se me devesse algo e não era o caso, nem perto daquilo.

O quão nociva eu estava sendo para o homem parado que chorava em minha frente?

—Acho que só há uma coisa que a gente pode realmente fazer referente a isso tudo – falei com o nó na garganta e Emmett derramou algumas lágrimas, prevendo meu próximo passo.


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Notas finais do capítulo

Edward e a Bella são os dois patetas que a fanfic tem para não nos deixar afundar em tristeza. O Jazz não conseguiu lembrar da Alice... MAS ELE TA VIVO, VIU SABRINA?

Agora, o que acham que vai acontecer com a Rose e o Emm?

Espero que comentem e estejam gostando!

para os xingamentos serem mais diretos, fiz twitter: @porgiovannad



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