Fleur rolou no colchão, aproveitando todo o espaço que tinha para si e tentando se convencer de que não se importava com a falta do marido no outro lado. Há três dias, eles haviam discutido feio após Bill se recusar a passar as férias com a família Delacour em Paris. Sinceramente, a loira não estava arrependida de tudo que disse, mas ela já admitira para si mesma de que talvez tenha sim exagerado ao dizer que ele não se comprometia com o relacionamento deles.

Brigas sobre como suas famílias eram completamente opostas sempre estiveram presentes no relacionamento dos dois. Fleur se lembrava muito bem da primeira discursão onde ela confessou não gostar do jeito que Molly e Ginny Weasley a tratavam e que estava cansada daquilo. Foi bem no começo do namoro deles e Bill acabou levando o “cansada” muito a sério, pois não apareceu no apartamento da namorada por quase duas semanas. Ela gostava muito mais de lembrar de como essa briga foi resolvida depois com diversos beijos e carícias que os renderam uma bronca no trabalho.

A segunda briga aconteceu pouco depois do anúncio de que eles estavam noivos e novamente ela foi causada  pela certeza que a loira tinha de que sua futura sogra a odiava. Em um tom extremamente irônico, Molly disse que não esperava ver o filho se casando tão cedo depois de tantos relacionamentos, e começou a listar nomes das garotas que Bill á havia se envolvido. Algumas delas provavelmente haviam sido inventadas na hora. O desfecho desse episódio aconteceu assim que eles chegaram ao apartamento da loira, onde o Weasley fez questão de deixar claro que Delacour era a única na vida dele a partir daquele momento.

A terceira briga aconteceu quando Bill, recusou a ideia dos dois viajarem para uma lua-de-mel de verdade, depois de quase quatro anos de casamento. Para ele, o Chalé das Conchas era bom o suficiente. No fim, o ruivo acabou cedendo e eles foram para Paris. Nove meses depois dessa viagem eles foram presenteados pela pequena Victoire, que agora dormia um sono tranquilo no quarto ao lado, diferente da mãe que se remexia inquieta no colchão.

Fleur riu ao perceber o quão bobos eram os motivos das brigas do casal, e sorriu ao notar que eles sempre resolviam essas brigas nos braços um do outro. Depois de muitos momentos de reflexão, ela conseguiu vencer o próprio orgulho. Desceu as escadas do Chalé cuidadosamente para não acordar a filha. Bill se encontrava esparramado no sofá da sala de um modo que a francesa achou extremamente atraente.

― Ei, chega ‘pra lá! ― ela sussurrou, se aninhando ao lado dele no estofado. ― Nós três precisamos conversar.

― Nós três? ― ele resmungou.

― Sim. Eu, você e Dominique. ― concluiu, levando a mão repleta de sardas do marido até sua barriga.

William arfou.

― Dominique, é? ― ele sorriu maroto. ― Bom, vamos ter que resolver essa briga atual o mais rápido possível para podermos passar para uma nova, porque seja lá qual for o sexo dessa criança ela não vai se chamar Dominique.

Fleur riu. Ele claramente havia amado o nome.