Dobro Pozhalovat' v Katsu escrita por Haruyuki


Capítulo 1
Capítulo 0


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é bem leve. As coisas só vão começar a ficar mais... interessantes a partir do próximo capítulo.

Essa fic também terá algo especial.
No final de cada capítulo, haverá uma pergunta e vocês, caros leitores, devem me dizer o que acham.

Inspirado em Midnight Diner: Tokyo Stories da netflix



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Acontece de repente. São quase 10 da noite e Yuuri Katsuki estava prestes a abrir seu pequeno restaurante no subúrbio de São Petersburgo, na Rússia, quando encontra do lado de fora um homem de cabelos prateados sentado na calçada, desmaiado e segurando uma garrafa vazia de vodca.

"Olá?" Ele pergunta, em inglês, aproximando sua mão direita do ombro do homem para cutucá-lo. 

Sem ter nenhuma resposta e não podendo deixar ele ali, Yuuri se vê sendo forçado a pegar ele nos braços e colocar ele para dentro e o colocar deitado em seu sofá e o cobrir com um cobertor.

"Vicchan." Ele diz para seu pequeno poodle de estimação. "Se ele acordar, me avise."

O cachorro late, como se tivesse entendido o que ele quis dizer. Yuuri faz carinho nele, e volta a trabalhar em seu restaurante. Logo, os primeiros clientes surgem e Yuuri recolhe os pedidos, preparando a comida em sua pequena e prática cozinha. 

...

Viktor Nikiforov acorda com uma forte dor de cabeça, em um lugar completamente desconhecido. A segunda coisa que percebe é que ele está deitado em um sofá e que ele está usando um cobertor. A outra, é o focinho gelado que cheira a sua mão direita.

"Makkachin?" Ele pergunta, com a voz rouca.

Piscando algumas vezes para tentar colocar sua visão em dia, ele percebe que não é sua poodle e sim um poodle pequeno. Um filhote? Ou um Mini Poodle? O cachorrinho, notando que ele havia despertado, se afasta, indo em direção a uma porta e começar a latir. Victor franze a testa, não entendendo o comportamento do cachorrinho até ver a porta se abrindo e um rapaz muito fofo se agachar para fazer carinho nele e conversando com ele em uma língua estranha. O rapaz dá um prato com comida para o cachorro, e Victor escuta sua própria barriga roncar.

O rapaz o olha com surpresa, e Victor com certeza iria morrer de vergonha se ele risse da cara dele.

"English?" Ele pergunta, o surpreendendo por isso.

"Yes." Viktor responde, fazendo o rapaz abrir um leve sorriso.

"Meu nome é Yuuri, e este é Vicchan. Você está na parte interna do meu restaurante japonês." Ele diz, inclinando um pouco o rosto, então ele aponta para uma outra porta. "Aquela porta é um banheiro. Você pode se refrescar um pouco antes de sair por essa porta e se sentar. Você quer comer algo específico?"

"Bolo de chocolate?" Viktor pergunta, esfregando os olhos. 

"Ok." Yuuri diz, saindo do aposento e Victor continua olhando para onde ele saiu com surpresa.

...

Yuuri se surpreende por ele ter pedido bolo de chocolate. Mas parece que é algo muito importante para ele. 

Ainda bem que ele tem os ingredientes e os utensílios para preparar um.

"Chef, o que você está preparando?" Mila, uma de suas clientes fiéis, pergunta ao perceber o rapaz japonês preparar algo em sua cozinha.

"Bolo." Ele responde, colocando tudo para ser mexido em uma batedeira.

"Oh? Que legal!!" Ela exclama, animada. "Eu quero um pedaço também."

Mas antes que Yuuri pudesse responder, o homem de cabelos prateados e olhos azuis surge, olhando o ambiente em que se encontra.

"Ora, ora. Que homem bonito saiu de seu quarto, Chef!" Mila exclama, assobiando.

"Senhorita Mila, eu posso ser gay, mas não significa que eu não vou ficar pulando de homem em homem." Yuuri diz, com o rosto completamente vermelho. "Se sente, por favor."

Yuuri coloca pedaços de sushi em uma pequena bandeja retangular e a coloca na frente de Victor junto com um par de palitos, e molhos. 

"Desculpa, mas o bolo só vai sair daqui a pouco." Ele diz, sorrindo e se afastando para atender outro cliente.

...

Yuuri disse que isso é um restaurante, mas o local é simples e pequeno demais, se comparado a uma lanchonete ou cafeteria. É pequeno e simples, mas também é aconchegante. Viktor, em suas viagens para o exterior, conhece a culinária japonesa, e nunca pensou que iria encontrar um restaurante assim nessa parte de São Petersburgo.  Pegando os palitos, ele começa a comer um dos sushis lhe servido e se surpreende por ser saboroso.

"Vkusno!!" Ele exclama, fazendo Yuuri se surpreender e os outros clientes darem risadas.

"Isso mesmo!" A moça de cabelos ruivos ao lado dele diz, erguendo um copo. "A comida do chef Yuuri é vkusno mesmo!!"

Nisso todos caem na gargalhada, inclusive Viktor. Olhando para a cozinha, ele pode ver as costas do cozinheiro, que se movimenta graciosamente enquanto ele prepara algo, e Viktor pode notar o quanto a calça jeans que ele usa está deixando a bunda e as pernas dele em destaque para eles.

"Aquilo, meu novo amigo, deveria ser considerado uma das maravilhas do mundo." Mila diz, o fazendo olhar para ela com surpresa. "Uma pena que ele é gay. Mas eu também sou, então quem sou eu para reclamar."

"Você tem certeza que pode falar isso em voz alta por aqui?" Viktor pergunta, franzindo a testa.

"Você nunca veio para essa parte da cidade?" Ela pergunta, o olhando seriamente.

"Não." Victor responde, pálido. "Ao que parece, eu fiquei bêbado e meus colegas de trabalho me abandonaram por aqui."

"Isso é uma merda." Ela diz, e Viktor afirma com a cabeça, achando a mesma coisa.

"Okay." Yuuri diz, se aproximando deles. "Seu bolo está no forno. Você quer mais algo para comer enquanto isso?"

"Posso ter um copo com água e um comprimido para dor de cabeça primeiro?" Viktor pergunta, sentindo a dor voltar com força total.

"Eu tenho um comprimido." Mila diz, retirando uma cartela de sua bolsa e estendendo um comprimido para ele.

Yuuri dá um copo com água para ele, que bebe tudo logo após o comprimido.

"Chef, eu quero Katsudon!" Um novo cliente chega na loja, já se sentando ao lado de Mila.

"Ok!" Yuuri exclama, voltando para a cozinha. 

logo o cheiro de porco frito se espalha pelo restaurante, deixando todo mundo de água na boca.

"Chef, eu quero também!" Mila exclama, animada.

"Eu também!" 

"Mais um aqui!" 

"Eu posso também?" Viktor pergunta, timidamente.

"Claro." Yuuri diz, abrindo um largo sorriso para eles.

Quase meia-hora depois, Yuuri serve grandes tigelas de um prato que parece ser delicioso. Quando Viktor dá a primeira mordida, ele novamente arregala os olhos. Ele olha para os outros clientes, que se entreolham logo após darem a primeira mordida e afirmam com a cabeça.

"VKUSNO!!" Eles gritam, e começando a rir alto. Yuuri se assusta, não esperando os gritos deles e acaba rindo também, enquanto retira do forno o bolo pronto.

Viktor nunca comeu um Katsudon tão gostoso, quando estava no Japão. Ele devora o prato, ao perceber que a maioria dos clientes estufam a boca com a comida. Eles terminam tomando a sopa da tigela, soltando um suspiro quando terminam.

Olhando para o relógio na parede do restaurante, ele se assusta por ser quase 4 da manhã e Yuuri continuar trabalhando na cozinha, enquanto clientes continuam a comer e a conversar animadamente.

"Katsu só fecha as 6 da manhã." Ele escuta Mila dizendo e a olha com surpresa." Chefe Katsuki abre todos os dias as 10 da noite e só fecha as 6."

"Mas esse horário não afasta a clientela?" Viktor pergunta, franzindo a testa.

"Não necessariamente." Ela responde, sorrindo para ele. "Katsu é um restaurante simples, criado para atender todas as pessoas igualmente, sem sofrer nenhum tipo de preconceito por sermos homosexuais, prostitutas, pais separados, artistas de rua, e até pessoas que não tem um lar ou trabalho."

"Ele dá comida de graça?" Viktor pergunta, surpreso.

"Se ele conseguir dinheiro o suficiente, sim." Um outro cliente responde, sério. "Mas isso não tem acontecido ultimamente. Um banco está cobrando dele pagamento pelo empréstimo que ele fez para construir esse restaurante e os juros são absurdos."

"Tem vezes que ele fica sem o que comer para poder pagar esse empréstimo e ter ingredientes para cozinhar para nós." Outro cliente diz, e franze a testa. "Mas, pensando bem, ele já não deveria ter pago toda a dívida?"

"Eu também acho. Faz dois anos ele que sou cliente e ele sempre pagou mensalmente ao banco." Mila responde, e Viktor franze a testa.

"Vocês sabem qual é o banco?" Viktor pergunta, não esperando ouvir isso deles.

"Sberbank." Yuuri responde, os olhando com os braços cruzados. "Sabiam que é feio fofocar sobre alguém na cara dele?"

"Desculpa, Chef!" Os clientes dizem ao mesmo tempo. 

Viktor pede desculpas também, respirando aliviado ao ver que Yuuri volta a sorrir.

"Vocês tem sorte que eu gosto de vocês." Yuuri diz, voltando para a cozinha e surgindo logo depois segurando firmemente um bolo.

O bolo que Viktor havia pedido.

Yuuri o coloca na bancada mais elevada, de frente para ele, que o olha com surpresa.

"Então... aqui está o bolo." Yuuri diz, inclinando o rosto para ele. "Devo cortar ele para você?"

"Err... podemos cantar Feliz Aniversário primeiro?" Viktor pergunta, completamente embaraçado. "Hoje eu faço 28 anos."

Yuuri e os outros clientes o olham com surpresa, não esperando isso dele. 

"Esperem!" Yuuri grita, correndo para a cozinha e mexendo em algo por lá. 

Logo ele retorna e coloca uma vela no topo do bolo, a acendendo com um isqueiro.

"Perfeito." Ele diz, dando dois passos para trás e olhando para todo mundo, que abrem um largo sorriso e começam a cantar parabéns para Victor, que assopra a vela após fazer um desejo.

Yuuri corta o bolo e dá a primeira fatia para Victor, que empurra o prato de volta para ele.

"Fique com ele. Afinal se não fosse você eu teria novamente um aniversário triste e solitário." Ele diz, o surpreendendo.

"Que bom então. Que este ano e todos os outros agora podem ser diferentes." Yuuri sorri, pegando o prato e o colocando ao lado do bolo.

Ele serve para os clientes primeiro, antes de comer seu pedaço, e Viktor se vê encantado com aquele homem gentil e sexy. Ele observa Yuuri lamber os lábios para limpar a cobertura de chocolate que ficou neles, e sente seu coração bater forte e seu corpo reagir involuntariamente. 

Oh. Ele está se apaixonando.

Profundamente.

Mas ele não deveria.

Afinal ele usa uma aliança de casamento em sua mão esquerda.

...

Yuuri se sente feliz por trazer um pouco de alegria no aniversário daquele homem bonito ao qual ele ainda não sabe o nome. Ele deveria perguntar? Ou ele deveria abrir essa carteira que ele acabou de roubar quando o ele estava em seus braços? 

Mas... ele vê a aliança no dedo dele. E ele sabe o que realmente significa.

Então… Yuuri deveria esperar pelo retorno dele ao seu restaurante?


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