Sétimo ano

James nunca tinha ficado tão bêbado quanto naquele dia. Ele, os amigos e sua namorado tinham ficado acordados até tarde em seu dormitório e bebido algumas garrafas contrabandeadas de whisky de fogo. Ele tentava lutar contra o sono que o acometia para poder passar mais tempo com eles, mas finalmente dormiu, deixando apenas Sirius e Lilian acordados.

Sirius estava tão bêbado quanto o melhor amigo e havia começado a divagar a algum tempo, coisa que não era um bom sinal, até que finalmente soltou.

— Eu amo você. – Ele pronunciou as palavras de forma bêbada, e arrastada com sua voz rouca. Trazendo a atenção da ruiva para si.

— O que? – Lily perguntou.

— Eu amo você, ruiva. – Falou mais firme que antes.

— Sirius, você está bêbado. – Ela falou um pouco assustada com as palavras do garoto.

— É verdade. – Concordou

— Então você não quis dizer isso.

— Não. – Ele negou. – Eu quis dizer sim. Você é a garota do Prongs. Então eu amo você. – Lily olhou para ele, entendendo pela primeira vez o que ele queria dizer, onde ele queria chegar, sentindo naqueles olhos cinza a imensidão do amor que ele sentia pelo melhor amigo. – Você sabe... Você faz ele feliz e isso me deixa feliz. Eu nunca tive ninguém antes de entrar aqui. Ninguém com quem contar realmente, e Prongs me deu isso. Me deu uma família de verdade e amigos. Ele me permitiu ser tão feliz e ele merece o mundo todo. Sei que você pode dar isso a ele. – Ela sorriu para o moreno com lagrimas nos olhos, não havia outra resposta a dar.

Quando ele terminou de falar deitou a cabeça no colo da ruiva que estava sentada no chão. Ela levou as mãos para os seus cabelos negros e cacheados e a respiração do outro ficou mais leve indicando que ele também havia apagado.

*

Durante as férias da Páscoa de seu sétimo ano todos os marauders e Lily foram para a casa dos Potters. James tinha dito que tinha uma surpresa para Lilian e a garota estava muito nervosa, mais nervosa do que havia ficado quando conhecera os sogros durante o natal do mesmo ano.  Foi durante o jantar que James puxou uma caixinha com um anel dentro. O anel era de ouro, com uma dupla cravejadas em pedrinhas de brilhantes, no centro havia uma pedra, era uma esmeralda que combinava perfeitamente com os olhos de Lily, também rodeadas de pedrinhas. James foi interrompido antes mesmo de começar a falar.

— Ai meu Deus. AI MEU DEUS. – Sirius gritou na mesa. – Eu não acredito que isso finalmente está acontecendo. DIZ QUE SIM, LILY.

— Sim! – Lily respondeu, suas mãos tremiam levemente, e ela tinha lágrimas nos olhos. James riu.

— Ok..., mas tecnicamente você disse sim pro Sirius....

— Então me peça, James. – Ela riu um pouco junto com os outros.

— Okay. – Ele respirou fundo. – Lily... Você quer de casar com a gente?  Comigo. Principalmente comigo. – Sirius acenou com a cabeça em concordância. – Apesar de que Sirius sempre vai ser parte do pacote.

Todos riram, lagrimas saiam silenciosas dos olhos de Euphemia e de Lily.

—Sim. – A ruiva respondeu, a voz tremida, se jogando nos braços do noivo e distribuindo beijos pelo seu rosto.

O resto do jantar passou entre parabenizações e risadas de todos, o clima de família era simplesmente incrível.

No dia seguinte, quando James acordou, Lilian ainda dormia e ele não quis atrapalha-la, se dirigiu para a garagem, que era o local de onde vinham os barulhos, ao chegar lá deu de cara com Sirius sem camisa limpando sua moto nova, enquanto Remus, que estava sentado em uma cadeira com um livro no colo, não tirava os olhos da cena. Riu ao se aproximar do mais novo.

—Ai ai. Eu poderia montar nisso a qualquer momento. – Sua voz era quase um sopro.

— Achei que você não gostava de motos. – James deixou escapar.

— Quem estava falando da moto? – Moony respondeu, dando um sorriso muito Sirius na opinião do outro, que acabou cedendo e rindo também.

— Onde está Peter? – Perguntou mais para mudar de assunto, não queria pensar na vida sexual dos melhores amigos. – Ainda dormindo? – O outro assentiu sem tirar os olhos do Black.

Euphemia, que assistia a cena da porta, sorriu. Um dos seus filhos estava noivo, e o outro estava no caminho certo para ser feliz. Uma sensação de trabalho bem feito a acometeu e ela sentiu uma felicidade grande demais inunda-la. Sabia que tudo ficaria bem dali para frente.

Pós-hogwarts

— AI MEU DEUS, EVANS. VOCÊ ESTÁ BRINCANDO COMIGO? – Sirius gritou, a ruiva revirou os olhos. Ele podia ser tão escandaloso. – EU NÃO ESTOU PRONTO PARA ISSO. NÃO ESTOU PRONTO. TUDO ESTÁ INDO RÁPIDO DEMAIS – Continuou tagarelando – É MUITA RESPONSABILIDADE. EU NÃO SEI LIDAR COM ISSO. É MUITO CEDO E...

—Sirius. – Ela tentou interrompe-lo com uma voz firme.

—QUER DIZER... NÓS ESTAVAMOS EM HOGWARTS MENOS DE UM ANO ATRÁS. EU MAL POSSO CUIDAR DE MIM MESMO. E MOONY... OLHE PARA ELE, COITADO DELE. COITADO DO PETER. ELES NÃO PODEM NEM CUIDAR DE SI MESMOS.

—Sirius. – Dessa vez quem tentou interromper foi James. – Você sabe que...

—EXATAMENTE. MOONY É UM LOBISOMEN E PETER É MEDROSO DEMAIS. ELES NÃO PODEM LIDAR COM COISAS PEQUENAS E QUEBRAVEIS COMO UM BEBÊ.

—Sirius, você não é o pai. – Lilian falou em tom de riso. Já estava acostumada com esses dramas.

—O QUE QUER DIZER COM ISSO? SE PERTENCE AO PRONGS, PERTENCE A MIM. É MINHA RESPONSABILIDADE. DEUS LILY.

—Como você aguenta ele esse tempo todo? – A ruiva perguntou ao seu marido que deu um risinho de lado.

— Você aceitou casar com ele quando aceitou casar comigo, Lily. – James respondeu de forma simples, fazendo com que todos os presentes rissem. Remus levantou para tentar acalmar o noivo, mesmo sabendo que enquanto Sirius não colocasse tudo para fora ninguém iria conseguir acalmar ele, porém foi puxado de lado por Lily.

— Quando esse show do Sirius acabar, nós vamos chama-lo para ser Padrinho. – Remus assentiu rindo. Ele já esperava por isso. – Mesmo que não oficial, queríamos que fosse padrinho também. Quer dizer... Se algo acontecesse a guarda seria legalmente do Sirius, mas conto com você para não deixar Sirius mima-lo até a morte.

Os dois riram, Remus a abraçou. Tinha tanta coisa mudando, uma guerra batendo na porta, mas era tão bom estar entre família.