Já fazia um tempo que eu me sentia assim. Desde a primeira vez que a vi quando fizemos nossa primeira apresentação juntas, apesar das segundas intenções por trás daquele encontro, não pude deixar de notar que o brilho que saia de seu corpo era algo inigualável, algo que aquecia meu corpo e me deixava maluca. Acho que desde aquela época eu podia dizer que estava apaixonada.

Tsubasa Kazanari, uma aluna do ensino médio, cantora e assim como eu, uma usuária de Symphogear. Um dia já fomos chamadas de inimigas, mas hoje somos aliadas e juntas enfrentamos todo tipo de coisa, desde alquimistas até illuminatis, mas não importa as dificuldades que você enfrenta, sempre consegue superar tudo. Pode até não ser nossa líder, mas é aquela cujo meu coração deseja seguir para o resto de minha vida.

Eu estava sentada num banco de uma praça movimentada. Fazia dias que não tirava seu sorriso do meu rosto. Pensei em inúmeras formas de te contar o que sentia, mas não via uma que parece algo mais absurdo do que lutar contra uma criatura monstruosa dentro de uma dimensão alternativa.

— Ah, é impossível. – penso alto.

— O que é impossível? – sinto algo gelado tocar meu rosto.

— Hã? Tsubasa?! – a garota sorria para mim, enquanto me oferecia uma bebida gelada. — O que faz aqui?

— Eu estava apenas fazendo uma caminhada. – ela responde enquanto se sentava ao meu lado. — Por que está tão pensativa?

Naquele momento eu senti meu rosto inteiro corar, não esperava que logo de todas as pessoas, logo a Tsubasa viria falar comigo. Ela com estes longos cabelos azuis e um olhar penetrante que me fazem ficar louca de paixão por ela.

— Maria? – ela aproxima um pouco seu rosto do meu.

— Ah, desculpe. – me afasto um pouco e aceito a bebida que ela me ofereceu. — Eu só estava pensando em... Você...

— Hã? – Tsubasa me encara confusa.

— Ah, não é isso! Eu só... – me perco toda nos pensamentos. — Eu estava imaginando como você se declararia para a pessoa que você gosta.

— Ah, então você está gostando de alguém?

— Meio que... Sim...

— Entendo. Isso é bom! – ela sorri como se me desejasse boa sorte. — Não sou experiente nesse assunto, mas eu acho que posso te ajudar. Como essa pessoa é?

— A princípio ela parece ser muito durona e um pouco afastada, mas quando a gente se aproxima, notamos que é muito gentil e amável. – falo um pouco envergonhada. — Ela é uma pessoa forte e muito determinada, seu cabelo tem uma cor vibrante e seus olhar caloroso me enche de paixão.

— Essa pessoa parece ser mesmo o seu tipo. – Tsubasa ri.

Idiota, mal sabe ela que a pessoa de quem estou falando é ela própria.

— Então, como faria para se declarar para ela? – pergunto.

— Eu não sei... – ela faz uma cara pensativa. — Acho que eu a convidaria para ir num lugar que gosto ou enviaria uma carta pedindo para que me encontrasse em algum lugar.

— Algo tão simples?

— Bem, acho que se for para fazer de forma diferente... Eu cantaria uma canção para ele.

— Bem a cara de uma cantora mesmo fazer isso. – suspiro.

— Por que apenas não tenta ser você mesma e se declarar de forma direta?

— Entendo, acho que vou fazer isso mesmo. – me levanto, paro em frente a garota, aponto para ela e começo a dizer num tom autoritário. — Tsubasa Kazanari, eu, Maria Cadenzavna Eve declaro que estou apaixonada por você!

— Sim, desse jeito mesmo... – ela se enfim se toca. — Espere, de quem você estava falando?

— De você é claro! – respondo ainda no mesmo tom. — A pessoa que eu amo se chama TSU-BA-SA KA-ZA-NA-RI! Ou seja, você!

— Ah! Eu... Eu... Eh?! – ela fica mais confusa que antes.

— Sei que pode parecer estranho, mas há tempos que eu sinto algo a mais do que só amizade por você... – diminuo o tom de voz, mas logo volto ao normal. — Por isso estou seguindo seu conselho e me declarando sendo quem sou!

Os olhos dela encaravam os meus de forma confusa, mas após um tempo ela a abaixa a cabeça, bate em seu próprio rosto e então se levanta, dessa vez me encarando com um olhar confiante, o mesmo olhar que fez com que eu me apaixonasse por ela.

— Maria, eu não sei o que posso dizer em relação a esse seu sentimento, mas como sua amiga e companheira Symphogear, eu peço que ajude a entender ele! – ela sorri serenamente para mim.

— Então... Que tal termos um primeiro encontro? – digo um pouco envergonhada.

— Por mim, parece uma boa ideia. – ela cora ao me responder, enquanto segura minha mão. — Vamos?

— Sim!

Naquele momento eu senti pela primeira vez o calor da paixão ao segurar a mão dela, na minha mente nós éramos dois cisnes que ao se aproximarem, seus pescoços formavam um coração. Eu jurei a mim mesma naquele momento, que a partir desse dia, eu iria fazer o possível para torna-la a garota mais feliz do mundo, isso é, se graças a ela eu não ter me tornado a garota mais feliz do mundo.