13 & Team 1: Sem Rumo e Sem Vida escrita por Cassiano Souza


Capítulo 6
Migalhas na Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Tenha uma fantástica leitura!



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UM MÊS ANTES DO DIA 29/07/2019 EM SHEFFIELD/ GALÁXIA 4/ NEBULOSA HIPÁTIA/ CICATRIZ DE DUNOAB

 

A TARDIS normalmente estaria vagando vórtex a dentro, mas quando a Doutora buscava inspiração precisava de belas paisagens e silêncio, eterno e profundo. As portas estavam abertas, enquanto a Senhora do Tempo, dava pinceladas em sua tela. Estava sentada frente a vista, e ao seu redor inúmeros quadros de antigas amizades ela já havia feito. Esta era a vez de pintar a novata Yasmin. A loira sorri pincelando o sorriso da outra. Tudo estava esplêndido, não? Um dia de folga de humanos, aventuras, e natais, um dia apenas de paz. 

— Engraçado. - encarou a vista. - A cicatriz não devia estar menos brilhante? 

A Cicatriz de Dunoab, conhecida também como Rego de Dunoab, era uma espécie de mancha cumprida enorme na nebulosa, constituída de radiação, prótons selvagens, e tempestades de nêutrons. Era a reação físico-química do choque de outro universo contra este. Estava ali desde os Tempos Negros do universo, ou em outras rezas;  A Antiga Era do Universo, quando os Antigos reinavam o caos por entre a poeira estelar e as tempestades cósmicas. 

— Não, deve ser impressão. - continuou a diversão.

Porém, os sinos do claustro não pretendiam colaborar. A mulher revira os olhos fechando a porta e vai até o console, ao invés de uma notícia como: "Parabéns, ganhou 1 milhão de libras", o que estava era: OENI. 

— Objeto espacial não identificado?! Ah, qual é? Vai ser igual da outra vez, só uma sonda da NASA bugada.

Um tombo! A Doutora agara-se ao console, e ativa as defesas ao maximo, uma onda gravitacional de escala Rassilon havia chocado o veículo, como se uma enorme massa estivesse em direção. A canine rodopia tonta pela órbita. Pobrezinha? Este era o dia a dia de uma TARDIS.

— Ninguém empurra meu bebê! - acariciou a lataria que ela sempre martelava. 

A Doutora assiona seus interferometros para a Cicatriz, e de lá tem uma conclusão dobradora de sombrancelhas. Da cicatriz, começa a emergir uma esfera luminoza de particulas gama, de apenas 10 metros de cumprimento, mas com uma massa de algo entorno de 100 vezes o seu tamanho.

— Maior por dentro ou só uma quantidade enorme de energia?! - a loira começa a clicar em vários botões. - Tem algo mais.

Dentro da esfera, estava registrado um objeto metálico de apenas 2 metros de comprimento e origem fora dos registros.

— Pela sunga de Rassilon! - intrigada. - E você não vai fugir! 

O OENI bate em retirada rumo ao espaço profundo, em uma imprevisível velocidade de 2000 anos luz por hora! Esbarrava em nebulosas, cometas e anéis planetáries, como um trem desgovernado. 

— Eu também sei correr, querido! Empatei com Fanny Blankers-Koen, uma vez! Na verdade, terceiro lugar. - puxava alavancas e botões, apressada. 

A TARDIS estava bem próxima da esfera, rodopiando feroz e furiosa a todo o vapor, mas de repente, outra batida. A cabine de polícia rodopia fora da rota, igualmente a bolsa de valores toda semana, a pilota se segura resmungando, e no monitor outro registro intrigante.

— O quê?! Impossível! 

A nava range também resmungando. A piloto responde:

— Tá, meu amor, você nunca mente. Mas então… Outro Senhor do Tempo?!

No radar constava outra TARDIS, de leituras familiares, mas que a Doutora não conseguia se lembrar. Em seguida, a outra TARDIS bate novamente na nave da loira, e assim ela entende haver um duelo de interesses. As duas perseguiam o OENI, sempre uma chegando mais perto e a outra trapaceando. 

— Trapaceando?! Ora, eu sou a Doutora! Quem esse pensa que é?! - murmurou para o monitor. 

Mais um baque! Do lado de fora, via-se a TARDIS inimiga lançar um gato de energuia azul por sua porta. A cabine tentava resistir com o seu campo de forças, mas era um jato muito denso. Parecia mais que a cabine seria arremessada para longe. O campo perdia cada vez mais potência, e de 100% caiu para 25% em menos de um minuto.

— Usando o próprio olho da harmonia?! - segurava-se a Doutora no console. -  Mexeu com a trapaceira errada. No meu próximo truque… - deu uma martelada no console. 

A porta da caixa azul se abre, o campo se rompe, e o jato infernal vai bem para o cristal rotor do tempo no console. Parecia loucura? O cristal brilhava tanto que parecia querer explodir. A Senhora do Tempo desliga um pouco do compensador espacial, e o lado interior em um piscar de olhos fica apertado e minúsculo como um quarto barato de motel de estrada, já o lado de fora, como a própria estrada, crescida em milésimos de segundos. A enorme estrutura rebate a pequena nave, que sai roropiando desestabilizada, tombando-se pelos oceanos de pedras espaciais congeladas. 

— Rha! - pulou a Doutora. - Nunca dê energia a uma engenheira dimensional. Mas, não acabou.

O tamanho da caixa de polícia volta ao habitual, e bem no centro da esfera de energia fugitiva, a TARDIS se materializa, tão fora da lei quanto menores de 16. Os alarmes tocam mais alto, os alertas de perigo, mas como um bom jovem infrator a loira dispensa as observações. Faiscas comessam a sair para todos os lados, e o estranho objeto metálico é enfim materializado. A esfera morre, e a cabine parte ao vórtex.

— Impossivel de novo! 

O objeto era de apenas um metro e meio, dourado, e em um formato que lembraria um caixão humano, ou a arca da aliança, porém, cheio de escrituras em gallifreyano antigo. 

— Sarcofago? Suporte de vida? Capsula de emergência? O que é você?! 

Apontou a chave sônica, mas nenhuma resposta, tentou achar algum botão, ou trava, mas nada, parecia ser fundido por nanotecnologia. Era como se aquilo fosse absolutamente lacrado, assim como o Twitter humano. Já as escrituras entalhadas, diziam apenas "mantenha em segurança".  A loira respirou fundo: 

— Não sei o que é você, ou se pode me ouvir, mas quero e vou ajudar seja no que for, caso esteja sendo ameaçado. O outro Senhor do Tempo não declarou as suas intenções, mas se ele sabe quem eu sou e me atacou… Não seria por um bom motivo. E aliás, já tive uma amiga caixa. 

A mulher se vira para o console, iria levar aquilo a algum lugar. Quando então, um som como trancas e engrenagens se movimentando ela ouve, e corre ao objeto. Estava aberto, e a visão do seu interior guardava algo que faz a mulher dizer:

— Pelo buraco negro do Omega! Não exploda, por favor.  

***

 

SHEFFIELD/ 29/07/2019

 

Graham e Rose aguardavam o desenrolar no apartamento, igual senhorinhas aguardavam o fim do jornal e início da novela, pois a Doutora e Ryan haviam acabado de sair pela porta, o que significa que haviam ido até a fazendo com viagem no tempo, e logo, logo deveriam retornar. Rose senta-se segurando Lucio, sentada em um sofá:

— Está triste, querido? - indagou para Graham.

Graham senta-se cabisbaixo ao lado, como um cachorro de rua:

— Não queria ter de ser rude com ele.

— Eu sei. Mas qual escolha? Precisava ser assim, para não alterarmos os eventos pré estbelecidos do tempo. 

Graham franze a cara:

— Tá a cara da Doutora.

— Desde então me interessei muito por física. Já terminei o livro que me deu. 

— Você come livros?

— Graças a mamâe. E também assisti Interestelar e O Predestinado.

O grisalho ergue as sombrancelhas: 

— Só não dê uma de John Titor. 

Riram. Rose para o riso e fica séria como se bolasse uma teoria obscura da conspiração: 

— No entanto…

— O quê?

— Da mesma forma que a Doutora e Ryan nos rastrearam, os inimigos poderiam, não? 

— Se sim, por que não nos atacariam antes? 

— Pelos eventos pré-determinados. Agora estamos em curso.

— Em outras palavras… "Estamos encrencados", ou "neurônios andem logo?".

— Provavelmente a Doutora e Ryan estão vindo. 

— Mas a TARDIS é meio dificil às vezes, pode voltar em um minuto ou em uma hora.

— Enquanto somos alvos fáceis dos monstros da fazenda. - concluiu.

— Sim, do mesmo jeito que as vacas pensam. 

Eram presas fáceis, o tempo estava em fluxo, e agora tudo poderia acontecer. Assim, 4 flashes de luz reluzem na sala, dando origem a 4 criaturas tão peludas quanto um chow chow o um galdo afegão. Tinham focinhos médios carregados de dentes e narinas de porcos. 4 orelhas e 4 olhos ao redor de toda a cabeça grande, além de um par de asas iguais as de um morcego. As garras pareciam afiadas e duas pernas finas sustentavam tamanha beleza. 

Rose tremia, Graham indaga: 

— Os monstros da fazenda? 

— Os próprios! 

As criaturas haviam cercado o trio de humanos, sentados apavorados e abraçados no sofá, e rosnam ferozes. Mas sacando de dentro de seu casaco, o homem espirra um spray de pimenta nas fuças inimigas, que eram grandes e sensíveis o bastante para se incomodarem. Ele sempre carregava consigo, desde que havia ido ao Brasil e sido assaltado 22 vezes: 

— Corre! - levantam-se, mas um dos Tetraps vai até a porta. Estavam encurralados. 

O bebê começa o choro, e Rose as suas paranóias mentais e trágicas. Ela berra: 

— Preciso proteger o Lucio! - a loira e Graham se encurralam na sacada do apartamento. 

As 4 feras tentavam se aproximar, mas o homem continuava espirrando de longe, e até ele já tossia:

— Tive uma idéia. 

— Ligar o gás e explodir tudo?

— Não.

— Chamar a polícia?

— Não.

— Certo, se sacrificar enquanto eu e o bebê fugimos?

— Não! 

Rose cala-se curiosa, o grisalho revela:

— Pular! 

— Pular?! Está louco.

— Precisa confiar em mim! 

— Mas…

As feras se aproximam, e baba expelem no rosnado. Graham manda uma mensagem no celular, onde em seguida abraça Rose e a criança: 

— Te juro que vai dar certo.

— Estou com medo!

— Eu também. Gerônimo! 

O trio pula abraçado! E os gritos de Rose estrondavam.  A altura era de 120 andares, porém, a intenção era sobreviver. As 4 bestas pulam em seguida, e voam rumo aos suicidas. 

Agora o apartamento estava sozinho, correto? Errado. A TARDIS começa a se materializar, voltando dos acontecimentos da fazenda, e finalmente a Doutora e Ryan encontrariam Rose e Graham. Errado. 

As portas da cabine se abrem:

— Vô? - chamou o jovem.

— Sinto gosto de… - a alien começa a lamber o ar. - Hortelã? Não! Pimenta. Gênial, o que significa?

— Um abajur quebrado. - apontou Ryan. 

— Então estou errada, não é pimenta o cheiro, é perigo. - sacou e apontou a chave sônica.

— Ah não, vimos o fim do mundo. Preciso ver meu avô. - lamentou.

— Traços de viajem no tempo. - analisou a chave.

— Vou ligar. - saca Ryan o celular, onde uma mensagem o chama a atenção. - "Pulamos"?! Como assim?

A Doutora arregala os olhos sorrindo largo, como se houvesse ganho na loteria, e corre rumo a máquina do tempo: 

— Gênial! 

— Não me diga que…

— Exato! 

Enquanto a queda livre prometia uma bela morte à família, uma caixa de polícia inglesa antiga surge parada no ar, com as portas abertas, viradas para cima. Rose, Lucio e Graham caem para dentro, em um enorme colchão cheio de almofadas, já os Tetraps cercam a nave, mas conformam-se com a desmaterialização. 

Rose permanecia boquiaberta pela situação, Lucio chorava, e Graham levanta-se reclamando da coluna. Ryan surpreende-o com um abraço apertado:

— Senti saudades.

— Faz 5 minutos que te vi.

— Obrigado. - resmungou rompendo o abraço. 

— Feliz também! E sinto muito pela frieza.

— Tinha de ser. - sorriu. 

— Também senti saudades. - diz Rose.

— Claro que sim. - abraçou a loira junto a criança.

Já a alien, vem do console agitada:

— Amo vocês e adoraria abraçar a todos, porque amo abraçar, mas, Yaz não atende as minhas ligações.

— É, cadê ela? - Graham olhava envolta. 

— Porém, me mandou uma mensagem, perspicaz como você, O'Brien. 

— Obrigado.

— "Supermercado, rua Benedict Judas 25, quadra 8".

— O Vagante Branco? - supôs Ryan.

— Possivelmente. 

— Isso é de Game of Thrones. - comenta Graham desentendido.

— Não. - aproxima-se séria a alien. - Vagante porque não tem rumo, branco porque vem disfarçado de uma falsa paz. E RR Martin roubou alguns nomes em nossas aventuras. Tecnologia dos Antigos, forma nano-quântica ilusória para capturar os mortais. 

— Precisamos  salvar esta menina. - preocupa-se Rose.

— E iremos! - a gallifreyana corre até o console, abre uma gaveta e revela um anel. - Yaz disse que encontraram um anel presenteado por mim na Casa Monstro. Ela jura não ter feito e eu nunca dei anel nenhum a ela. Então… 

Os humanos entreolham-se teorizando. A alien revira os olhos: 

— Então voltarei no tempo, darei o anel, e ele grampeará o Vagante. Saberemos de todos os lugares onde ele está e para onde levou a Yasmin.

— Tem nanotecnologia esse anel? - indaga Ryan.

— Impressões quânticas, formas baratas dos Senhores do Tempo espionarem alguém. - começou a vestir um manipulador de vórtex retirado do casaco. - Estão seguros aqui, estamos no vórtex. Não toquem em nada e não tomem meus iogurtes. 

— Tá, mas o que eram aquelas coisas? Para quem trabalham? E por que o bebê é importante? - Graham sacudia Lucio. - Estou me sentindo em Lost.  

— Sem tempo, Graham. - clicou em alguns botões, e desapareceu em um flash de luz.

***

 

UMA SEMANA ANTES DO DIA 29/07/2019/ SHEFFIELD/ RUA DA YAZ

 

Era dia de folga da humana, e a Doutora sabia que a sua versão de dias atrás naquele dia não havia estado em Sheffield, estava no Egito com River Song, mas esta é outra história. A Senhora do Tempo se teletransportou bem em frente da casa, guardou o manipulador, e olhou no relógio que horas eram. Eram 16:45, o pôr do sol se aproximava, e de acordo com as lembranças da loira, a humana sairia às 17 para um aniversário. A gallifreyana encara sem jeito a porta, como um pretendente com medo do pai da moça, mas ainda tocou a campainha. Ninguém respondeu, mas ela tocou mais 3 vezes. 

— Já vai! - berrou Yaz. - Se for você de novo Sonya, eu juro que…- calou-se abrindo a porta.

— Oi. - sorriu acanhada.

— Doutora?! 

— Eu. - olhou Yaz dos pés à cabeça. - E você devia ser a Yaz, não?

Yaz revira os olhos sorrindo, estava vestida de princesa Leia:

— É pra uma festa fantasia. Jonatas e Davisson completam 5 anos juntos e querem todos nós colegas de trabalho como verdadeiros Jedi. 

— Que incrível! Eu amaria.

— Então vamos!

— Melhor não. - pigarreou - Estou bem ocupada.

— É? E por que está aqui, mocinha? - cruzou os braços. - Ontem disse que ficaria uma semana longe de Sheffield por não aguentar mais as músicas do rádio. 

— Sim. - encheu as bochechas imaginando uma resposta. - Mas estive em Akhaten, lugar lindo, vamos a qualquer hora! E então…

— E então?

— E então passei na vitrine da minha amiga lesma falante, e… - retirou uma caixinha vermelha do sobretudo. - Só queria te dar um presente. - brilhou os olhos.

Os da humana também, nem parecia ser aquela uma história falsa e improvisada, a atenção da Doutora somada à inocência humana renderam uma singela cena, digna de aquecer qualquer coração. Yasmin diz:

— Não precisava! - apanha o anel, e veste-o empolgada. - É lindo!

Era dourado por fora e azulado por dentro, cheio de pequenas escrituras intraduzíveis. 

— Combinou! - elogiou a loira. - Sempre mais linda, parabéns. 

— É serio, não precisava. - abraçou a outra. - E você nunca fez isso. - rompeu o abraço. - Está tudo bem?

— Lógico que sim! - forçou um sorriso, mas o olhar tinha vida própria. 

— Ok. E não quer entrar? Tomar um chá. 

Chá, pensou a Doutora vendo aquele penteado icônico da Leia, que poderia ser somente um chá, mas sendo aquele penteado absolutamente sexy para uma Senhora do Tempo, disse ela:

— Não. Eu… Eu me cansei de chá.

Yaz desfaz a animação, e responde conformada:

— Então tá. Era só isso? Preciso terminar a maquiagem.  

— Sim. Pode ir. Mas não me leve a mal, o seu chá é o melhor do Império, acredite! Eu só estou realmente bem cheia hoje. 

— Eu entendo, tá tudo bem. - deram um aperto de mãos. - Boa sorte com seu dia e boa sorte pra mim, nessa festa. 

— Arrase! 

— Pode deixar. 

A Doutora vira-se para partir. Yaz pigarreia: 

— Cadê a TARDIS?

— Ah, eu… Está no parque! Estou fora de forma. Resolvi caminhar.

— São há 2 quilômetros! 

— Exatamente! Até mais. - fez tchauzinho. 

Yaz fechou a porta, e a gallifreyana escondeu-se atrás do poste para vestir o manipulador. Vestiu, deu as coordenadas de retorno à TARDIS, mas… Nada. Possuía carga, porém não respondia, parecia travado ou defeituoso. 

— Porcaria! Aposto que saiu de um camelô espacial. - clicava com ódio em cada botão, sem sucesso.

— Pretendia ir a algum lugar, Doutora? Pensei em esperar você vir até mim, mas isto daria tempo para que tramasse muito mais. Recebi o alerta do seu vírus rastreador, a propósito. 

A gallifreyana faz careta virando-se para um sujeito vindo até ela. Era ele, um homem negro alto, forte, com barba baixa aparada, terno negro, colete e gravata bordô, calças negras de suspensórios, e sapatos semelhantes aos que a Senhora do Tempo calçava em sua décima vida. Ela comenta:

— O moço da farmácia? Nossa, a cara do Idris Elba. Na verdade, o dono de todas as farmácias britânicas, não é mesmo?

— Uma bela fachada. - acariciou o próprio queixo.

— Seu nome é… - franziu os olhos.

— Ah, sabemos que burrice não é o seu forte, minha amiga. 

— Amiga?! Nunca lhe vi antes, senhor. Se não, em uma placa amassada, apenas.

— Amnesia? Conte outra.

— Adam! Adam Rhannel. - lembrou-se do nome. - Mas, Rhannel… Rhannel, Rhannel, Rhannel, Rhan… - um calafrio gelou seu corpo.

O sujeito sorri malicioso, continuando a vir em direção, com o seu tom de deboche no sorriso e arrogância no olhar. Ele provoca:

— Continue. Quem acha que eu seja?

— Alguém bem indesejável, acredite.

— O Monge? - mais perto.

— Não.

— O Mestre? - bem mais perto.

— Não.

— Quem? - chegou em frente da loira, e seus olhos a analisavam cheios de prepotência e desprezo. 

A mulher respira fundo:

— A Rani. - disse, como se aquela pessoa fosse a última opção de se ter por perto em todo o universo.

— O Rani. - corrigiu. 

A confirmação fez a Doutora estremecer de ódio e medo, sabia do perigo que aquela figura representava. O Rani comenta:

— Gostei do seu estilo, sabia? Combina com palhaços. 

— O que quer dessa vez? O que quer com a criança? - exigiu autoritária. 

— Você sabe.

— Não, não sei.

— Hum, ou está sendo muito esperta ou muito burra. Mas ok, vamos aos fatos.

Clicou em um manipulador em seu pulso:

— Minha captura, agora. 

O teletransporte começa, a Doutora resmunga vendo ser tarde demais:

— Ah, pelos bigodes do Outro!

 


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Notas finais do capítulo

Hipátia foi uma filósofa, professora, astrônoma e matemática neoplatônica do Egito romana, que viveu na alexandria antiga. Considerada uma das primeiras cientistas do mundo, foi assassinada por fanáticos religiosos cristão que tomaram a cidade. E aqui foi homenageada na nebulosa do começo do capítulo.
A Rani tá na área!! Digo, o Rani. Amaria nessa figura de Idris Elba. Apareceu primeiro no capítulo passado junto a uma personagem na figura da Sophie Okonedo.
Quis a Rani homem aqui pra inovar, porque não queria a da série clássica, queria algo mais meu pra me dar liberdade.
Fanny Blankers-Koen, Francina, citada pela Doutora, foi uma das maiores corredoras olímpicas e saltadora. Ganhou 4 medalhas de ouro.
Interestelar e O Predestinado são dois filmes de viagem no tempo ótimos, mais do que recomendados. E John Titor foi uma pessoa que surgiu na internet dos anos 2000 se alegando um viajante do tempo de 2036, deu várias previsões e depois sumiu. 99% das pessoas tem ele só como uma grande fraude.
Dunoab é um anagrama de bundão, o rei bundão. E os Tempos Negros do universo, dark times, foi o começo do universo, quando tudo era apenas caos cósmico e aí os senhores do tempo surgem para organizar.
NETX TIME: Gênesis de Nova Gally

Gostou do capítulo? Eu gostei bastante, rápido, divertido e o pé do que estar por vir. Obrigado pela leitura!



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