Bem Perto escrita por ro_dollores


Capítulo 11
Bem perto


Notas iniciais do capítulo

Todo coração GSR merece ser cuidado com carinho, ser blindado, temos nosso mundo e nele somos pintores de uma tela que muito vezes foi nos deixado em branco ofuscante, mas a gente misturou esse branco com pontinhos de cor que nos trouxe vida e, dela fizemos outras tantas de várias maneiras que nos faz esquecer nossos dissabores do caminho. SOU FELIZ POR SER GSR!



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Assim que conseguiu se despedir de seus pais, ela pegou a estrada de volta disposta a ter uma conversa muito séria com Grissom. Mesmo sabendo que tinha parecido rejeição, ela o convenceria do contrário, a confusão em sua mente havia evoluído para a descoberta da grande verdade de amá-lo tanto! Pensar que nunca mais o teria tinha sido como a dor pela perda de Bruce, mas de uma forma diferente. Imaginar que ele poderia viver a vida longe dela, que estaria há quilômetros sendo feliz com outra pessoa foi sua própria morte.

Não sabia se sobreviveria!

Ela tentou seu telefone algumas vezes pelo caminho mas ele estava desligado, o medo de que ele tivesse decidido mesmo riscá-la de sua vida foi imenso.

Assim que estacionou seu Liberty em frente sua casa em Villa, ela correu para a porta dele.

O silêncio avisou que a casa estava vazia, ela espiou pelas frestas da cortina, e viu a escuridão.

Ela tinha perdido as contas de quantas vezes havia chorado, em horários diferentes, por motivos iguais. 

O gosto da derrota, um profundo e imenso corte na alma, estar de luto tinha sido horrível, mas admitir a morte de um relacionamento por uma confusão era muito pior. 

E ela tinha sido a culpada. Por que se deixou ficar tão em dúvida perante um conflito? Ele não merecia, deveria ter ficado ao lado dele, passado por cima de toda a sensação e segurado a barra daqueles momentos, ter a convicção e força de que passaria e eles ficariam bem.

“Oh meu Deus, faça com que ele não me esqueça!”

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Grissom já não sabia mais se deveria ter voltado ao trabalho tão precocemente, ele estava tão desligado e relapso que se esconder em sua sala tinha sido uma decisão acertada.

Ele escondeu a cabeça nos braços e sentiu seu mundo desabar, de novo. Sua noite tinha sido péssima, ele mal dormiu, depois precisou fazer alguns ajustes com sua equipe, se inteirando dos casos, então teve que chegar muito mais cedo no laboratório.

“Grissom!” - Catherine estava diante dele, sem saber exatamente se ele estava passando mal ou tudo aquilo era a profunda tristeza que viu nele! Ele parecia quebrado e esgotado. Por Deus, ele deveria estar descansado e disposto, cheio de energia e feliz pelo seu retorno! - “Grissom!” - ela repetiu e ele levantou a cabeça muito sem jeito.

Ela se sentou diante dele e o encarou!

“Eu não vou embora enquanto não me contar o que está havendo! Você não está bem!”

“Eu estou … só preciso de uns minutos!”

“E eu devo ignorar o que estou vendo?”

Ele suspirou e se levantou, em um gesto casual pegou seu telefone e olhou para o visor, se assustando por vê-lo desligado, seu objeto de trabalho sem bateria! Há quanto tempo aquilo estava acontecendo? Ele precisava dele para atender seus subordinados, ele precisava dele caso Sara decidisse que tinha sido um erro rejeitá-lo. Ele contaria que precisava do calor do corpo dela, de seu sorriso, de seus beijos, que a cama sem ela era um imenso deserto! Ele quis desaparecer, o nó em sua garganta o sufocando.

“Eu … acho que foi um erro, retornar mais cedo!” - Ele admitiu!

“Me diga a verdade, Gil! Você … está bem com sua saúde?”

Ele conectou o telefone na tomada e ficou olhando para a tela como se ela fosse dar a resposta para Cath.

“Gil … fale comigo, por favor, isso está me matando, vê-lo assim só está acabando comigo. Não estamos nem na metade do turno e você parece ter feito um triplo.”

“Minha saúde está ótima, vamos voltar ao trabalho, é só uma enxaqueca!”

Ela sabia que ele estava mentindo, ele era teimoso sem cura!

Catherine correu até a porta e a trancou.

“O que está fazendo?”

“Ajudando um amigo. Sente-se e comece a falar, ou vamos ter uma fila no corredor para saber porque estou lhe dando umas boas palmadas!”

“Você não faria …” - ele arregalou os olhos.

“Pois eu faria e você sabe!”

Derrotado ele foi até o sofá, ela se sentou ao lado dele.

“Eu … descobri que … fui … pai!”

Catherine abriu a boca e arregalou os olhos como se tivesse visto um fantasma!

“O quê?!”

“Foi há muito tempo, eu tive um breve relacionamento.”

“E onde ele está?”

“Morto!”

“Meu Deus … como foi isso? Como descobriu?”

“Um acidente de moto, eu … eu …” - ele abaixou a cabeça e olhou para o chão, depois sua voz mal saiu. - “Eu me apaixonei pela … noiva do meu próprio filho, Cath!”

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Eles estavam sentados no Frank’s, Catherine digerindo toda aquela coisa maluca que ele havia passado, olhando para as fotos de Bruce.

“Ele tem seus olhos …” - depois muito sem jeito e triste, ela completou. - “Tinha!”

“Ele era um homem ímpar, o que me conforta é saber que ele teve princípios, foi muito bem educado, mas confesso que é um sentimento dúbio. O meu alívio é minha derrota!”

“Eu não tenho palavras para definir sobre o que está sentindo, não consigo imaginar sua dor, Gil!”

“É imensa … tenha certeza!”

“Você precisa de um tempo para passar isso, como se concentrar depois de tudo, então? Termine sua licença, são três semanas ainda não é?”

“Quatro … está inclusa um seminário forense …” - então ele se lembrou de Sara e ficou ainda mais pálido. Ele corria o risco de se encontrar com ela, afinal o departamento de polícia de São Francisco estava envolvido! Ele tinha recebido a proposta no email, mas com tudo acontecendo o assunto tinha sido jogado para o lado. E ele não era assim, tudo em sua vida era na mais perfeita ordem e sequência, tudo muito organizado e revisto! - “Oh Deus …”

Catherine entendeu que aquela lamúria era o desgosto que estava transfigurado em sua expressão.

“Me conte sobre ela!”

Seus olhos se levantaram da mesa, depois ele voltou a olhar para as mãos.

“Os pais dela tem uma casa em Villa de Los Altos Hills, fomos vizinhos …”

“Como ela conseguiu a façanha?” - ela sempre o cutucava com a coisa de ser sempre indisponível, romance e aquele homem destruído à sua frente não combinavam. Ela acreditava que se um dia acontecesse, ela seria alguém de seu meio que depois de conhecê-la muito bem, talvez arriscasse algo. Gilbert Grissom não combinava com romances furtivos, não naquela fase de sua vida!

“Ela tem os olhos mais lindos que já vi!” - E aquele cheiro que ele não conseguia se livrar nem mesmo em seu sono.

Ela se inclinou para trás, estava tão impressionada de verdade, a cada palavra dele, uma surpresa, cada expressão uma revelação. Grissom estava diferente e ela o desconheceu. Então o amor havia o transformado, ela precisava saber por que aquela tristeza tão aguda. Ela iria arriscar, o máximo que poderia receber era o silêncio, nada mais do que já estava habituada.

“Quando vou conhecê-la?”

“Não vai … nós …”

Ele não precisou dizer que tudo estava no passado.

“E … este foi o motivo de ter acabado?”

Ela viu a dor crua quando ele apertou o maxilar e os olhos.

“Não posso travar uma luta com um fantasma, é injusto!”

Então ela levou as duas mãos aos lábios, não tinha como usar qualquer disfarce para dissimular sua perplexidade.

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“Por favor, por favor, por favor, me atenda Grissom!”

Ele olhou para o visor, mal tinha se lembrado que estava em seu bolso, seus olhos não acreditaram.

“Sara?”

Catherine paralisou, era como se os céus tivessem ouvido as preces secretas em nome da grande amizade que eles tinham há anos.

“Oi!”

Seu desespero estava tão imenso que se não fizesse aquela ligação, certamente não conseguiria dar mais um passo com coerência.

“Oi … aconteceu alguma coisa?”

“Sim … aconteceu, eu queria que soubesse que eu te amo, e se você me disser para ir para o inferno, eu vou entender, mas por favor, não diga!”

“Nunca!” - Ele se levantou e foi para o canto da lanchonete, em frente a uma grande parede de vidro que tinha visão para a rua, os carros indo e vindo, alguém gritando algo, um grupo de pessoas na calçada, rindo de alguma coisa, estava tão maravilhado com aquela ligação que ficou completamente perdido no ambiente, esquecendo de Catherine, do lugar, da parede que o escorava para não cair. Suas pernas tremiam e sua voz falhou.

“Tentei te ligar!” - ela estava chorando, ele sabia!”

“Eu … estava sem bateria! Onde você está?”

“Numa casa vazia, sem graça, tentando me levantar do chão, tentando aceitar se você me disser não, tentando e tentando não me culpar por ter perdido você! Me interrompa por favor, diga que vai me dar outra chance.

“Jamais diria não, eu pensei que … que …” - ele não teve coragem de tocar no nome de seu filho, perguntando a ela se ainda o amava, que ele descansasse em paz. 

“Você pode vir?”

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Ela o abraçou muito forte aos prantos e ele também não conseguiu segurar as lágrimas, era emoção demais.

Seus olhos, cabelos, face e lábios foram beijados com delicadeza e muito amor.

“Eu senti sua falta … tanto, tanto! Me perdoe por confundir as coisas, por fazer você acreditar em … em … estar no lugar de Bru…”

Ele calou seus lábios com um beijo, interrompendo suas palavras, não era mais necessário desfazer nenhum equívoco, Sara o chamou para ela, era só o que precisava saber!

E os lençóis foram cúmplices de que ela não precisava mais se preocupar se Bruce estaria entre eles, ela nem sequer pensou nele, a entrega era absolutamente total, sem interferências. Era Grissom quem a abraçava, era Grissom quem a beijava, era ele quem estava dentro dela, desfrutando de seu amor, de seu coração de sua alma. E era seu nome que ela cantava entre gemidos e sussurros.

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“Eu estou sem casa …”

“Você é meu convidado …”

Ela se virou para cima dele, beijando seu peito nu, descansando o queixo sobre a massa firme que a apoiava com perfeição.

“E costuma dormir com seus hóspedes?”

“Não, a não ser que ele esteja morando perto, BEM PERTO!”

 

‘Perto se chega longe’

 

FIM

 


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Notas finais do capítulo

Muito Obrigada pelo tempo, pelas palavras, pela companhia. É um privilégio ter vocês! Até a próxima



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