Aquela cena fazia o coração de Tsukishima apertar de ciúmes.

Não que devesse sentir tal coisa. Yamaguchi não era seu namorado, nem coisa alguma. Não era seu e talvez nunca fosse.

Mesmo assim, o seu coração doía ao ver aquela rapariga desconhecida a entregar uma carta a Yamaguchi. Pela cor, rosa, e pelo aquele selo em forma de coração, tinha que ser uma carta de amor.

Que injusto. Tsukishima já estava apaixonado por Yamaguchi há mais tempo que aquela rapariga.

— T-Tsukki?

Tsukishima surpreendeu-se pela voz de Yamaguchi tão perto de si. Olhou de súbito para ele. Aaah, ele tinha a carta na mão. Ele aceitou lê-la...

— Ah, viste? Desculpa, Tsukki, não pude recusar...

— Ai não?

— Hm... Os sentimentos dela pareciam ser reais...

— Vais namorar com ela?

— Hm? Por que é que--- Ah! –  Yamaguchi entendeu que havia um desentendimento ali. – Desculpa, Tsukki! Mas a carta é para ti!

Tsukishima arregalou os olhos. O coração dele deixou de apertar, agora aliviado ao saber que, por enquanto, não tinha rivais.

— Oh… – Tsukishima só conseguiu murmurar aquilo, e limpou a garganta. – B-bom, podias ter recusado. Não preciso de uma namorada, já te tenho… – Se interrompeu, sabendo bem o que aquilo parecia. – ... E o clube, não teria tempo para uma namorada.

Yamaguchi murmurou alguma coisa e Tsukishima notou as bochechas rosadas dele. Perguntou-se se poderia entender aquilo como um sinal. Num só movimento, colocou-se à frente de Yamaguchi e pôs o seu braço ao lado dele na parede, impedindo-o de se mover.

— Estás vermelho. 

— É-é que pareceu-me que...

— Era como uma confissão o que falei? 

A cor vermelha nas bochechas de Yamaguchi intensificou-se, e Tsukishima sorriu. Que fofo.

— Então, Tadashi?

As pernas de Yamaguchi cederam e acabou por se sentar no chão.

— És injusto, Tsukki... 

— Ai sou? –  Tsukishima abaixou-se, a fim de se encontrar com os olhos de Yamaguchi. – Por quê?

— Estás a picar-me... Mesmo sabendo o que sinto. 

— Mas não sei o que sentes.~

— Tsukki!

Tsukishima estava adorar aquilo. O seu Tadashi estava a ser tão adorável... Num momento de afeição, ele colocou a sua mão no rosto de Yamaguchi e acariciou.

O tempo parecia ter parado para eles, mas a campainha tocou e fez com que eles saíssem do seu transe. Levantaram-se repentinamente, envergonhados.

— Hm... T-temos que ir para a aula. – Yamaguchi murmurou.

Tsukishima não queria ir para a aula, não agora, mas tinha que ir. Pegou na mão de Yamaguchi e começou a andar.

— T-Tsukki?

— Hm?

— ... Gosto de ti. –  finalmente confessou e sorriu ao ver as orelhas de Tsukishima a ficarem vermelhas. 

— ... Também eu.

— Estás vermelho.~

— Cala-te, Yamaguchi.

— Desculpa, Tsukki~!