Villain I'm not - ItaSasu escrita por Lívia Black


Capítulo 2
II- make me the one that you wanna hate


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Se tiver alguém lendo, por favor, dá um alô para eu poder agradecer. Beijos



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Villain I’m not – Capítulo 2. - make me the one that you wanna hate

Como se não bastasse seus lábios estarem grudados, Itachi colocara as duas mãos em seu rosto, uma delas através de seu cabelo e outra em sua nuca, puxando-o mais para perto de maneira que seus corpos não ficassem um sequer milímetro distante. Sua boca agora sentia o atrito da língua dele querendo penetrá-la.

Sasuke tinha paralisado.

Era como se todos os músculos de seu corpo estivessem em temperatura negativa, e simplesmente não respondessem a seus comandos mais básicos. Na verdade, o problema era que seu cérebro ainda não havia conseguido processar o que estava realmente acontecendo, tamanho era o absurdo do que vivenciava.

Todo o cenário ao seu redor também pareceu se derreter, as árvores distantes, o chão arenoso e quebradiço, o vento cortante em suas costas. Nada disso parecia existir mais, para além dos dois e daquele toque. Era como se tivessem voltado anos atrás, quando o mais velho era seu refúgio, seu lugar de descanso... E ele só queria estar mais próximo dele. Cada vez mais perto.

Sasuke entreabriu os lábios...

Porém, bem no instante em que suas línguas se encontraram, as sinapses voltaram a funcionar, e foi como se o garoto tomasse um choque elétrico junto com o cenário voltando a pesar um milhão de quilos ao seu redor: empurrou o irmão tão rápido e tão forte para longe de si, que chegou a enterrá-lo no chão arenoso.

—O QUE FOI ISSO???!!! – Berrou, os olhos arregalados olhando o moreno deitado de olhos fechados, enquanto esfregava veementemente o antebraço nos beiços. -VOCÊ PERDEU A NOÇÃO?! -Mas por mais que limpasse, não parecia que o gosto de Itachi iria sair de sua boca tão fácil. Tampouco o cheiro de cereja em suas roupas.  -Por favor, diga-me que tem veneno na sua boca...  

Itachi estava deitado, um semi-sorriso agora enfeitava suas feições e seu olhar estava meio que contemplativo, como se ainda saboreasse o beijo que compartilharam. Levantou-se do chão, batendo nas roupas para tirar o pó, uma vez que tinham ficado realmente sujas ao ser enterrado nele pelo empurrão brutal do mais novo.

—Não, não tem veneno na minha boca, Sasuke. -Parecia achar a insinuação do mais novo genuinamente divertida, e até deu um risinho de canto de lábio.

—Mas você me beijou!

Sasuke estava o mais inconformado que um ser humano poderia estar. Havia desalento no seu olhar, uma angústia amarga de que ninguém poderia sanar suas dúvidas mais íntimas. Além disso, seu rosto estava ruborizado.

Itachi tinha jeito de que sentia pena dele.

—Você queria uma resposta, não é, otouto? -Inquiriu, com tom de quem diz “Eu avisei que você não ia gostar.” Sasuke sentiu um arrepio ao ser chamado daquele jeito, mas disfarçou como se tremesse de raiva. -  Eu não ia dá-la, mas você praticamente me obrigou. – Sim, havia pulado em cima dele, e grudado seus corpos num limite absolutamente perigoso. Mas esperava ser esganado com essa atitude. E não...Simplesmente... Aquilo.  - Não me culpe por você não estar preparado para o que viria.

Itachi deu de ombros. Parecia achar que nada demais havia acontecido entre eles.

—Mas isso...Isso não foi uma resposta!  -Protestou Sasuke, inconformado. Estava esperando por uma resposta legítima, algo que esclarecesse toda aquela loucura, e em vez daquilo havia sido presenteado com mais uma dose de dúvidas e angústias. -Que tipo de jutsu é esse? Quando exatamente eu vou morrer?

O garoto falava como se esperasse que em qualquer momento fosse perder o ar, engasgar na própria saliva, ter um ataque cardíaco, ou alguma outra coisa sinistra do tipo.

Não hoje.

Só faltou ele completar com um “ se tudo der certo, você vai morrer com 99 anos, de velhice, na sua cama, de mãos dadas com a pessoa amada.” Nada poderia tê-lo deixado mais irritado.

Sasuke sentia uma vontade violenta de socar seu irmão, até que aquele rosto, tão parecido o seu, ficasse irreconhecível, e desprovido daquela beleza maliciosa e indecifrável.

A sua sede por saber o que estava acontecendo era insaciável: nada mais fazia sentido e ele não queria deixar Itachi ir embora até que fizesse.

Não deixaria.  

—Se eu não vou morrer com o beijo, por que é que você me beijou?

Era uma pergunta simples, e também o motivo de todas as suas aflições naquele momento.

—Eu não vou matá-lo, Sasuke. -O moreno respondeu, aproveitando-se para desviar do verdadeiro foco da pergunta. - Simplesmente porque eu não quero. – Virou-se de costas e começou a recolher algumas coisas que derrubara no chão durante a queda, como que preparando-se para partir, mas o garoto entrou em sua frente, indignado com aquela resposta.

—E você espera que eu simplesmente me humilhe pra você e aceite a sua comiseração?!

—Eu não sinto comiseração por você. -O mais velho rejeitou a ideia, balançando a cabeça para os lados em negação. De fato, durante aquela luta, em que ele o enterrara de golpes potencialmente mortais e fizera provocações e ameaças, não parecia que sentia. Porém... Tudo que havia acontecido depois...

—Bem, não faz sentido que você sinta. Mas que outro motivo explica você querer poupar minha vida? E os meus olhos?

—Acredito que você vai me encontrar em outra ocasião com o Mangekyou Sharingan. -Itachi explicou, num tom mais ponderado e convincente que conseguiu. -E aí poderei lutar com alguém no meu nível.

Esperou alguns segundos para ver se o mais novo iria se manifestar em protesto. Como não o fez,             Itachi terminou de recolher as coisas e retomou a caminhada. Devia estar no quinto passo quando Sasuke interveio.

—Isso continua não explicando porque você me beijou.

O moreno paralisou.

Desfez os cinco passos num átimo de segundo, e segurou seu irmão mais novo pelo colarinho. Parecia ter sido tomado pela raiva novamente.

—Já parou para pensar, Sasuke, que às vezes as coisas acontecem simplesmente sem nenhum motivo plausível? Que mania é essa de procurar sentido e explicação em cada ato que eu realizo? Você não acha que está um pouco obcecado por mim? -Ele gritava cada sentença, os olhos se estreitando maldosos e a boca cuspindo as palavras com ferocidade.

Sasuke se desvencilhou como pôde, andando para trás e sustentando o olhar ameaçador. Não tinha medo dele. Não quando ele mesmo confessara que não ia matá-lo. E já que não ia fazê-lo, aproveitaria para obter todas as respostas, independente das provocações que tivesse que fazer. Nem que tivessem que lutar de novo.

É óbvio que eu sou obcecado por você, Itachi. -Sasuke revirou os olhos. -Eu odeio você. Eu quero matá-lo. E eu ia matá-lo. Com o Kirin. – Era óbvio o quanto a tentativa falha de assassinar seu irmão o havia frustrado, pela forma ressentida com que se referia a ela.   

—Talvez quando você tiver o seu próprio Susano’o. -Revidou, sugerindo que nada mais poderia ser forte o suficiente para abatê-lo.

—Eu não vou me igualar a você! Nunca!

—Por quê? -Itachi quis saber, num tom desafiador que recheava todos os seus pesadelos mais íntimos. - Você é tão fraco que não consegue nem matar o seu melhor amigo?

—... -Calou-se. Não conseguia responder aquela pergunta, simplesmente.

—Você está apaixonado pelo Naruto, Sasuke?

Já fazia um longo tempo, desde que eram os dois irmãos inseparáveis e queridos; ainda agora, havia um abismo infinito de ódio entre eles e milhões de máscaras haviam vestidas, disfarçando os sentimentos de cada um, mas ainda assim, era como se Itachi pudesse lê-lo por detrás de seu papel, descobrir o que estava gravado em seu coração, assim como desvendar suas verdadeiras intenções.

E isso era extremamente irritante, pois do contrário, Itachi era simplesmente ilegível e impenetrável.

—CALA A BOCA! Eu apenas não quero ser como você. A ideia de ter esses olhos me dá nojo.

—Traduzindo: você está apaixonado. Ah, que lindo, otouto! Eu achava que vingar seu clã era a coisa mais importante do mundo para você, mas pelo visto eu me enganei...

Havia algo peculiar na voz de Itachi, algo que Sasuke não sentiu desde o momento em que ouvira sua voz pela primeira vez aquele dia. Em sua experiência em decifrar as pessoas, era algo que parecia... tristeza. Ou mágoa.

De repente, uma ideia absurda surgiu em sua mente, e Sasuke não pensou duas vezes antes de proferi-la, uma vez que tudo de mais absurdo que poderia pensar já tinha acontecido. Por que não mais um?  

—Por acaso você... está com ciúmes de mim, Itachi?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :3



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