Revolução Vilã escrita por Sirena


Capítulo 6
Capítulo 6 - Fazer o Mal




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Gostaria de saber... Por que o príncipe preferiu pedir um acordo ao Homem da Sombra do que a Úrsula? Afinal, a bruxa do mar fazia isso a muito mais tempo, me pareceria mais lógico, mas não é hora de questionar sobre lógica.

Temos que ver se tem gente disposto a barganhar de verdade.

— Facilier, não! — Malévola chamou sua atenção como se falasse com um cachorro, vendo o desejo nos olhos violeta do Homem da Sombra.

— Não trai o bonde, amigo, não trai o bonde... — Gancho implorou unindo mão e gancho, como se tentasse orar.

— Contrato com o príncipe... Ou salvar os vilões... Contrato com o príncipe... Ou  salvar os vilões...— Facilier se virava de um lado para o outro, gesticulando de maneira exagerada. — Contra... O que eu ganho com o contrato?

— Pronto, viu? Traiu o bonde.  — Gaston bateu o pé, parecendo chateado. O que a traição não faz com um ser humano.

— Uma vida de servidão em troca de nos salvar. — Hans respondeu na força do desespero.

— Bom, bom...

— Pera aí! — Gothel interrompeu gritando. — Você quer que a gente passe a vida servindo ele? Na loja de voodoo dele? Com espíritos e... Sei lá, limpando entre os dedos dos pés dele?

— Limpar entre os dedos dos pés ou morrer pelas mãos de um bando de vilões. Você escolhe, querida! — Hans argumentou.

— Você limpa o pé direito e eu o esquerdo.

— Mas, que pressa, vocês dois. Eu não disse se aceitava o acordo. — Facilier revirou os olhos antes de se voltar para a maioria malvada da sala. — O que eu ganho se ajudar os vilões... Você sabe... Os de verdade?

— Hum, além de, sabe, continuar vivo... — Malévola lembrou como se fosse óbvio.

— É, é, além disso. — Facilier revirou os olhos como se aquilo não importasse.

— O que mais você quer? — Malévola bufou.

— Vejamos... Que tal... O seu cetro?

— Opa! O cetro não! Tá pedindo demais! Maneira aí! — Malévola deu um pulo para trás e foi se esconder atrás da Rainha Má, temerosa.

— Ok, ok... A coroa da Rainha Má.

Foi a vez da Rainha pular para trás e correr para se esconder atrás de Malévola, a empurrando para frente. Mas, Malévola logo voltou para a sombra da grande rainha a deixando sem escolha.

— Minha coroa? Pra que você quer minha coroa? Minha coroa? O bem mais precioso que tenho? A única coisa que ainda tenho nessa vida? — argumentava dramaticamente em falha.

— Dá a coroa pro cara, Rainha. — Úrsula mandou séria.

— Mas, ela é a única coisa que me restou! Eu não tenho mais meu marido, nem meu espelho, nem meu reino, nem um vestido novo, nem meus diamantes... Você quer que eu te dê tudo que me resta? O que foi que eu fiz pra você afinal?

— Passa a cora, Rainha. – Gancho mandou, revirando os olhos.

— Mas se eu fizer isso, não terei mais nada nessa vida! Minha vida perderá totalmente o sentido e... E... Não, não, eu não posso! Pede outra coisa! Eu posso te dar uma maçã, um abacaxi, uma laranja, mas a minha coroa não, por favor.

— Rainha, passa logo a coroa. Seu tempo com ela acabou. – Cruela mandou, impaciente. — Relaxa, se ela te amar de verdade, vai te escrever.

— Pera aí, ele ainda não decidiu. — Gothel se meteu, a voz com esperança.

— Oxê, pensou mesmo que eu ia ajudar você? Consigo criados melhores por catálogo! Fecho acordo com o bonde pela coroa, pegar ou largar. — Facilier riu com descaso estendendo a mão para a coroa da Rainha.

Relutante, a Rainha Má entregou a coroa para o Dr. Facilier, quase desabando em lágrimas. Gaston lhe deu um tapinha nas costas enquanto Facilier tirava a cartola para poder experimentar a coroa.

— Pronto, pronto! A gente compra outra na lojinha de um real. Pronto, passou. — Gaston a consolou o melhor que podia, ainda dando tapas brutos em suas costas.

— Lojinha de um real? Você realmente acha que eu sou mulher de ir em lojinha de um real? – a Rainha falou entredentes. — Quer saber? Tira as suas mãos cheias de dedos de perto de mim! — gritou se afastando do brutamonte.

— Vamos logo com isso, sim? — Malévola suspirou cansada.

Gothel e Hans foram se afastando, assustados, tentando chegar à saída, enquanto os vilões iam se aproximando com uma expressão assustadora nos rostos.

— Gente, vamos conversar. — Gothel tentou.

— É, o papo estava tão bom. Todo mundo se zoando na amizade e...

Gothel e Hans desataram a correr, fugindo da Fortaleza com os vilões mais antigos os perseguindo em seu encalço. No entanto, Malévola continuou na sala, arqueando a sobrancelha.

“Vai ser legal

Fazer o mal”

Três das gárgulas de Malévola entraram na sala pela outra porta, cantando e atraindo a atenção de sua senhora.

— O que vocês estão fazendo, inúteis?

— Ah! Malzinha! Nós estamos ensaiando. — uma falou docemente.

— É, pro nosso show, Malzinha. — disse a segunda.

Malévola arregalou os olhos e começou a gritar fazendo as gárgulas se afastarem com medo.

— Do que vocês me chamaram? Vocês que espalharam esse apelido ridículo? Foi isso mesmo?

— Nós achamos fofo... — a terceira e menor das gárgulas argumentou tremendo.

— Eu pareço fofa para vocês?

— Não, não! Claro que não, imagina... — as duas primeiras se apressaram a responder, no entanto,...

— Bem, um pouquinho... – se pronunciou a terceira.

— Como?

— É, quero dizer... — a terceira gárgula tremia dos pés à cabeça tentando falar.

— Agora me escutem aqui vocês três — ela deu um puxão na orelha da terceira gárgula — se vocês continuarem com esses showzinhos ridículos e brincadeirinhas idiotas eu transformo todos em pedra! Entendido? Agora saiam da minha frente! IDIOTAS! TOLOS! PARVOS! MISERAVÉIS! IMBECIS!

Malévola se virou, sua capa negra esvoaçando atrás dela e Diaval voando em círculos ao seu redor enquanto ela ia se juntar aos outros vilões, sem conseguir conter uma risada maléfica.

— É... É impressão minha... Ou a Malévola tá de bom humor hoje? — a menor das gárgulas questionou.

— Nunca a vi tão feliz desde... Bem, eu nunca a vi feliz. — concordou a primeira gárgula.

— Pois é. Vamos ensaiar mais um pouco? — a segunda comentou ansiosa para sair da sala onde haviam acabado de levar bronca.

— Claro! — as outras duas concordaram.

“Por muito tempo você mandou
Mas nossa hora já chegou
Vai ser legal
Fazer o mal...”

Era possível ainda ouvir os gritos distantes de Gothel e Hans, por detrás das risadas de todos os grandes vilões reunidos.


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