As três garotas estavam sentadas no chão e conversavam com o seu novo mestre.

Marin: Tenho seis anos, há seis meses perdi a minha mãe vítima de um assalto, como não tenho mais parentes, fui mandada para um orfanato, onde vivia sozinha, não queria a companhia de ninguém, eu chorava muito e todos os dias, sentia muita falta da minha mãe que era uma mulher tão carinhosa e batalhadora, ela trabalhava muito para me sustentar, vivíamos em um pequeno apartamento em um bairro pobre da capital, eu ficava na escola o dia inteiro enquanto ela trabalhava, mesmo chegando em casa cansada, sempre me abraçava com muito carinho e me dava muita atenção, nunca conheci meu pai, sei que nunca teve o interesse de me conhecer, achava estranho meus amigos da escola terem pai e eu não, mas nunca reclamei disso pois tinha muito amor da minha mãe, mas agora eu não tenho mais ninguém, há três meses me tiraram do orfanato e me levaram para uma casa enorme onde tinha outras crianças, mas antes de me deixarem ficar perto das outras crianças, me obrigaram a colocar essa máscara no rosto, ela incomoda muito, não entendo o motivo de ser obrigada a usar essa coisa no rosto, eu não fiz nada de mal para me punirem, tive aulas de grego e com muita dificuldade consegui aprender já que é um idioma muito diferente do japonês, agora me trouxeram para outro lugar, também não entendo o motivo disso, só sei que aqui não há nenhum garoto, mas ainda tenho que usar essa máscara,  gosto de ler mas não faço isso desse que fui para o orfanato.

Shina: Tenho seis anos, tenho cabelos e olhos pretos, sempre vivi em um orfanato em Roma, não entendo porque meus pais não me quiseram, eu vivia tranquila no orfanato, adorava brincar com as outras meninas, mas há três meses fui tirada do orfanato que era o único lugar que eu conhecia, fui levada para um país estranho onde fui obrigada a aprender um idioma muito estranho, mas o pior é que me obrigaram a usar uma máscara que cobre o meu rosto inteiro, ela me incomoda demais, me atrapalha a respirar e eu odeio todas as pessoas que me obrigam usar essa coisa no rosto.

Euridice: Morava no interior da Grécia, em uma cidade pequena, a casa onde eu morava era simples, pequena demais para tantas pessoas, meus pais trabalhavam muito mas o pouco que ganhavam mal dava para sustentar os cinco filhos, mesmo sendo pequena lembro das várias vezes que fui dormir com fome por não termos nada para comermos, era uma cama de solteiro para dividir comigo e mais uma irmã que é mais velha que eu, por sermos tão pobres, fui mandada para um orfanato aos quatro anos, desde então nunca mais vi minha família, sinto muita falta da minha mãe e dos meus irmãos, mesmo com tantas dificuldades, eu recebia carinho e atenção, algo que nunca tive no orfanato, há uma semana me levaram do orfanato, me falaram que fui escolhida para lutar por Atena, já conhecia a história dessa deusa, mas nunca imaginei que ela existisse de verdade, para mim era apenas histórias antigas, achei ruim ter a minha vida mudada, quando tudo que eu desejava era voltar para a minha família e fiquei muito triste quando me obrigaram a usar essa máscara que é incômoda, atrapalha respirar, não entendo porque a deusa é tão cruel com as suas guerreiras, se não gosta de nós, que sentido tem lutarmos por ela? Eu não vejo nenhuma lógica nisso....

Eu completei sete anos há quatro dias, adoro ouvir música e os pássaros cantarem, fico feliz que exista algo vivo que tenha liberdade, algo que sinto que nunca terei.

Dohko: As garotas possuem comportamentos bem diferente um dos outros, será um grande desafio as treinar, ainda mais que são obrigadas a usarem essas máscaras horríveis que podem até machucar os seus rostos.