— Tem certeza? – Moe pergunta preocupada.

— E por que não teria? – Julia questiona.

— É que a diretora é meia... – Erika comenta.

— Assustadora. – Taiga completa.

— Eu não acho isso tudo. – disse Julia.

Ao decidirem que iriam participar do Love Live, Taiga surgiu com esse problema, o de pedir autorização da diretora para que pudessem se inscrever como representantes da escola na competição.

— S-Será que ela permite? – Kimiko pergunta.

— Se não permitir, eu dou um jeito de convencê-la. – Julia responde.

— Como se isso fosse fácil. – Erika aponta um fato.

— Se tem uma coisa que eu pude notar sobre a diretora, é que ela é uma jogadora. – Julia afirma. — Eu só preciso entrar no jogo dela e propor o desafio.

— Não é atoa que te chamam de rebelde carmesim. Taiga ri. — Sinto que com você poderemos ir longe, líder.

— Sim! – Julia sorri confiante.

— Taiga-senpai tem razão, só temos que confiar em você agora, Julia-senpai. – Erika sorri.

— S-Sim! Faça o seu melhor, senpai. – Kimiko também sorri.

— É... Vai lá e faça o seu melhor... – Moe estava incomodada com algo.

— Certo, me esperem aqui! – Julia para em frente a porta da sala da diretora e com calma bate nela. — Diretora, com licença.

— Pode entrar. – a voz madura da diretora é escutada de dentro da sala.

— Contamos com você. – todas dizem.

Julia entra na sala e fecha a porta, ao entrar, ela nota que a diretora não estava sozinha, pois sua filha Usagi estava com ela. As duas se entreolham, a vice-presidente mostra uma expressão de incomodo e Julia sorri se vangloriando da vitória que teve sobre ela.

— Ora, vejam se não é a minha carta campeã. – disse a diretora com um sorriso ameaçador. — O que achou do presente que dei a você e suas amigas?

— Nós ficamos muito agradecidas por isso, diretora. – Julia se curva com a mão no peito. Como se fosse um cavaleiro diante de sua rainha.

— Também soube que foi a responsável por trazer a aquela garota que sofreu bullying de volta para a escola. – a diretora parecia contente. — Imagino o que fez para convencer ela.

— Kimiko-chan é uma boa garota e não merecia aquilo que lhe fizeram. – Julia comenta. — Apenas dei uma faísca para que a chama da coragem queimasse pelo corpo dela.

— E o que foi essa faísca? – Usagi pergunta.

— Convidamos ela para nosso clube e queremos dar uma oportunidade para ela poder cantar junto de nós em cima de um palco. – Julia responde. — Afinal, ela só saiu do quarto para nos pedir um autógrafo, pois ela não pode ir ao nosso show e pedir no dia. Da mesma forma que foi comigo e com a Erika, nós queremos usar nossa música para que ela possa ter um recomeço em sua vida.

— Recomeço, né? – Usagi sussurra curiosa.

— Entendo, mas ao que se deve a sua visita? – Hana pergunta curiosa.

— Ah, sim. Eu vim pedir a sua autorização para que nosso clube possa se inscrever no Love Live. – Julia diz.

— Love Live? – Hana olha confusa para Usagi.

— É a competição nacional de idols escolares. – Usagi responde a dúvida da mãe. — Muitas escolas que têm um clube de idols se inscrevem nessa competição, as vencedoras ganham o direito de participar da próxima competição da primavera, que é um evento muito maior do que o do verão.

— Ah, entendo. – Hana encara Julia de forma séria.

— Não acho que seja prudente se inscrever agora, uma vez que seu grupo acabou de começar. – Usagi comenta. — Vai ser um massacre.

— Massacre? Minha cara presidente, somente quem não luta a guerra que é pega no massacre. – Julia sorri confiante. — Vai ser a oportunidade perfeita para que nosso grupo alcance o brilho que tanto almejamos.

— Então não pretendem vencer? – a diretora estranha as palavras de Julia.

— É óbvio que pretendemos ganhar, mas nós sabemos que grupos grandes como as A.L.I.C.E da UTX vão participar. – a ruiva responde. — Então nós vamos encarar essa competição como uma grande batalha e iremos lutar bravamente até que nosso brilho seja o único que possa ser visto. Porém, mesmo se nós perdermos, nosso brilho vai continuar aceso e cada vez mais irá aumentar e no futuro nós seremos as vencedoras.

— É um sonho bem irreal dado que...

— Excelente, então tem a minha permissão. – Usagi é cortada pela fala da mãe. — Me forneça os documentos que preciso assinar para que possam participar do evento.

— Pode deixar! – Julia se curva novamente. — Muito obrigada, diretora.

— Ah, só mais uma coisa. – Hana abre a gaveta de sua mesa, pega uma folha e a entrega para Julia. — Já ia me esquecendo, mas vocês foram convidadas para participar desse evento num teatro de Akiba.

— O que é esse evento?  - disse ao olhar o papel.

— É uma show onde 30 grupos de idols escolares vão se apresentar e ao final, o público vai escolher quem é o grupo vencedor. – Hana responde. — É uma ótima oportunidade de aumentar o seu brilho, não acha?

— Sim! – Julia sorri contente.

— Boa sorte no evento e com o Love Live.  – disse Hana.

— Muito obrigada, diretora! – Julia sai da sala com um sorriso radiante em seu rosto.

— Mãe, porque as permitiu que participassem do Love Live? – Usagi questiona. — Elas são novatas demais, vão apenas se ferir caso não passem.

— Você tem certeza que é minha filha? – Usagi se surpreende com a pergunta de sua mãe. — Você não é capaz de notar que ela está apostando tudo o que tem nessa apresentação? A aura que emanava do corpo dessa garota era a de uma apostadora nata, não... Era a de uma general, pronta para levar seu batalhão para o campo de batalha e trazer a vitória em cima de seu inimigo. Essa garota... Ela é muito interessante.

...

— Brinde! – Julia grita ao erguer uma latinha de refrigerante que pegou numa das máquinas da escola.

— Brinde! – as outras faziam o mesmo, todas muito animadas ao serem autorizadas a participar do Love Live.

— Mandou bem, líder. – Taiga da um tapinha nas costas de Julia.

— Você consegue fazer uns discursos legais quando quer. – Moe brinca.

— Não enche! – Julia reclama.

— Mas e aí, sobre esse evento que fomos convidadas. – disse Erika. — Quando ele é?

— No último domingo do mês. – Julia responde. — O tempo limite para enviarmos o clipe para o site.

— Então não vamos ter tempo para treinar duas músicas... – disse Taiga.

— O jeito é cantarem a mesma música do clipe no evento. – disse Moe.

— Moe está certa, vamos então nos preocupar com o clipe e treinarmos bastante para não perdermos nesse evento. – disse Julia. — Erika, pode escrever outra letra para nós?

— Eh... Vou levar tempo agora, acabei de compor uma música. – Erika a encara incomodada.

— C-Com licença... – Kimiko se aproxima do grupo. — E-Eu...

— Você?

— E-Eu... – ela engole a timidez e solta tudo que queria falar de forma rápida. — Eu escrevi uma letra em casa!

— Sério?! – todas encaram surpresas.

— Eu escrevia muitos poemas no fundamental... – Kimiko diz envergonhada, enquanto entrega um caderno para elas. — Quando vocês disseram que eu podia entrar no clube, eu achei que devia fazer algo para ajudar e ai escrevi essa letra...

— São boas! – disse Moe.

— Hã? Sério? – Kimiko se surpreende com a reação.

— Sim! – Erika concorda. — Você escreve muito bem!

— Temos duas ótimas poetas aqui. – Julia sorri e então começa a fazer carinho em Kimiko. — Muito bem, muito bem!

— Aha. – ela solta uma risadinha fofa.

— Vou ver o que posso fazer sobre a melodia, tem alguma ideia, Kimiko-chan? – Erika pergunta para a garotinha.

— Ah... Eu... Hum... – ela faz uma cara de pensativa. — Algo com uma flauta...

— Flautas? – Taiga começa a pensar. — Como uma música antiga?

— Sim! Do tipo... É... Ninja! – todas ficam confusas e encaram a garotinha. — Aquelas que tocam em animes de ninja e... Samurais também!

— Ah, quer dizer uma flauta tradicional? – Moe pergunta.

— Sim! – Kimiko sorri ao ver que finalmente entenderam. — Se colocarmos essas flautas em conjunto com o estilo agitado da última, acho que seria uma boa ideia.

— Gostei. – disse Julia. — Vamos tentar!

— Não entendo muito de flautas, mas meu pai pode me ajudar. – Erika concorda com a ideia.

— Então acho que é boa termos um figurino que remete a época dos samurais, mas com um toque de modernidade. – Moe comenta.

— Tipo um vestido formal de nobres da época? – Taiga pensa. — Acho que seria uma boa ideia.

— Então está decido, vamos usar a ideia da Kimiko-chan! – disse Julia. — Deixem a coreografia comigo.

— Contem comigo pra ajudar nos figurinos e na coreografia. – disse Taiga.

— Mas como vai ser o nome da música? – Moe pergunta.

— Hum... – Kimiko faz uma expressão pensativa até que surge uma ideia. — Ah, já sei! Eu pensei que o nome podia ser algo que nos fez se reunir e nos tornar o que somos hoje.

— Rebelião? – Julia pergunta.

— Não, Carmesim. – Kimiko demonstra pela primeira vez um sorriso de total confiança.