A luta a ser travada escrita por MT


Capítulo 13
Capitulo 13- Aquele que não quer nada


Notas iniciais do capítulo

Esse é o capitulo do filho de uma p@#a!



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Ele não hesitava diante de nada. Fosse a fúria de seu irmão ou a faca de algum membro de grupo criminoso. Seu sorriso surgia e as palavras que tornariam inimigos em aliados escapulia por entre os lábios. Às vezes era sobre o doce dinheiro, outras acerca de como invadir ou destruir algo ou alguém e tinha a rara ocasião em que convencia-os que o desabamento de uma empreitada próspera não tivera o limiar nas suas mãos. Um homem com poder, dinheiro e respeito, mas sem um objetivo maior, uma criatura que não busca nada específico e simplesmente vive para rir outro dia. Ele era um fantoche que aprendera a manejar a corda dos demais bonecos. Era Deus feito carne e mortal. Mas com a malícia que dera vida aos boatos sobre a existência do diabo.

— Senhor, ele perdeu. - o subalterno falou do outro lado da linha, palavras em tom rouco carregadas de sotaque africano escapando por seu celular. - A execução começará em instantes, devo intervir?

As mãos dele deslizaram para sobre o cálice enquanto suas íris voltavam-se novamente para o mapa que mandará imprimir não havia um mês. O papel cobria quase toda a mesa e listava países, estados, cidades e algumas notas a respeito deles. Estava passando os olhos mais especificamente na américa do norte, num pequeno estado dentro do Estados Unidos. Um boato circundava por ali trazendo à tona antigas curiosidades e não possuia mais interesse no país em que se encontrava agora com o botão de autodestruição acionado. Ali jaz meus dragões, gostava de pensar, a fantasia, o divino em carne e osso, como será divertido se realmente encontrar essas novas marionetes. 

— Deixe-o por si só, mas garanta que quando os bons policiais chegarem haja carnificina o suficiente para reduzir meus numerosos antigos companheiros a um punhado mirrado.

O subalterno assentiu e desligou.

Aquele fora um jogo curto, as peças não faziam muito esforço para matá-lo ou entender suas intenções, tinham os olhos sobre o ouro e esqueciam do dragão. Líderes de organização, lacaios que serviram o homem que Henrique Montez, ou Boneco como se intitulara daquela vez, matara haviam abaixado a cabeça e apontado a seu pescoço lâminas curtas demais. Foi um desafio razoável estruturar a sociedade dentro de um espaço limitado para seguir as suas ordens, mas já dera a diversão que tinha que dar, existiam palcos onde mesmo estando no comando a cabeça acima do pescoço não seria garantia. E isso o fazia sorrir com a sinceridade de uma criança.

Bebeu o vinho da taça num único gole. Era aguado e doce, com pouco do calor do álcool, mas bom para planejar o que faria se ao chegar naquele lugar o inacreditável fosse real ou se não fosse. Seu pai certamente desdenharia da possibilidade de existir tal coisa e o irmão esbofeteia-lhe-ia a cara por ocupar a mente com aquelas tolices. A irmã riria com os dentes todos a vista, mas teria tanta fé quanto ele, ela sempre sonhara em poder andar então crer em magia não era a seus olhos estupidez tão grande. 

Henrique Montez acreditava naquilo e também sabia o quão numerosos boatos falsos eram no ar. Porém pesquisará um evento similar a anos atrás, super humanos envolvidos em conflitos que percorreram diversos dos estados americanos, mas que foram oficialmente taxados como terroristas comuns e sem nada de sobrenatural. Juntara documentos secretos de alguns oficiais, relatos de testemunhas e indícios empíricos como o aperecimento de diamantes cobrindo partes de corpos humanos em casas dentro das zonas onde ocorrera alguns dos confrontos. Não fora suficientemente surdo aos avisos do pai e irmão para jogar-se numa busca de tolo agora ou em algum momento qualquer. 

O celular tocou de novo, na tela surgiu o nome de seu irmão. Antes de atender pediu outra taça de vinho a garota que pegara para servi-lo naquele dia. Era sempre mais fácil ouvir o desdém do irmão com algo para turvar os pensamentos.

— Irmão, poderia saber como conseguiu meu número dessa vez? - falou ao atender com um pouco mais de álcool no sangue.

— Me pergunto como você conseguiu o meu. - respondeu em tom frio e desgostoso. - Onde está? Nosso pai exige sua presença para aquele dia.

— Ah… aquele dia está chegando. - disse enquanto o sorriso desvanecia e o tabuleiro de xadrez retornava do túmulo junto a mulher morta para suas lembranças. Costumavam jogá-lo antes dela morrer, apesar de ser péssima naquilo Henrique Montez apreciava quando lhe sorria, elogiava e despenteava os cabelos e quando fazia expressões teatrais de choro, alegria ou presunção. Ela era calorosa como uma fogueira no inverno. - Verei o que posso fazer, mesmo lugar de sempre, certo?

— Você irá, caso contrário irei garantir que tenhamos outro morto para visitar.

Ele riu sonoramente e tomou outro gole do vinho. A garota fingia não observá-lo mantendo as íris voltadas ao chão ou parede, mas seus olhares curiosos não passavam despercebidos. Essa infelizmente terá um caixão logo, logo.

— Suas doces palavras são lisonjeadoras irmão, me pergunto quão importante um homem deve ser para ser morto pela mão da inglaterra. - um sorriso travesso percorreu-lhe os lábios. - Oh, e que mão! Os homens ingleses dizem que é como se seus membros fossem tocados por um anjo!

— Espero que saiba controlar a língua perto de nosso pai se quiser mantê-la. - havia uma fúria sussurando como um fantasma abaixo daquelas palavras no lugar do seu desgosto habitual.

O filho mais velho de seus pais não podia bater nele a distância, por isso as palavras pareciam quase tão sutis e gélidas quanto de costume. Aquilo era um prato cheio para as piadas de Henrique, mas lembrar-se da mulher morta tirara o ânimo de seu corpo.

— Terei de me esforçar e isso requererá mais um pouco daquele velho e bom crédito para favores.

— Que seja. - falou e desligou o celular, o irmão mais velho desde pequeno sempre fizera esforço para dar a última palavra.

Henrique Montez ergueu a mão e com um gesto chamou pela garota. A jovem veio rapidamente trajando um sorriso estático e tenso. Não se importou e a possuiu assim mesmo, fazendo-a gemer por sobre o mapa e a mesa até senti-la atingir o orgasmo. 

Depois de satisfeito e vestido a enviou rumo ao lar num carro que estranhamente pararia perto do rio e desovaria lá o cadáver de uma bela jovem. 

Sozinho novamente naquela sala, cercado por rumores de pessoas mortas e presságios de seres fantasiosos, uma estranha necessidade por algo fútil com que limpar a cabeça o atingiu.  Voltou a mesa onde o mapa jazia molhado, despedaçado e inutilizado e abriu a gaveta na qual deixara o celular que usava para se comunicar unicamente com o empregado de mais longa data sob seu comando. Com alguns toques na tela a chamada foi efetuada e atendida.

— Fico satisfeito que não tenha morrido. - disse antes que o outro falasse.

— Obrigado, não foi tarefa fácil escapar com o cerco em torno da arena e todo o caos, tiro e sangue. - as palavras do subalterno eram entrecortadas pelo puxar agitado de ar. Henrique Montez tinha certeza de que aquilo não levaria a morte de alguém, então pediu.

— Parece ter uma história fascinante para qualquer um que esteja desocupado e no momento não faço nada, conte-me como foi.

E assim o fez apesar das contantes pausas para respirar mais profundamente.


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Notas finais do capítulo

No use drugs!



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