A Desdente escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 4
Capítulo 3




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Capítulo 3

Como ele ameaçou o pai de Ana foi até a delegacia prestar queixa.  Para registrar o boletim de ocorrência ele teve que fazer um retrato falado do acusado de ter invadido sua residência.

Quando o homem estava retornando para casa viu a filha no quintal da casa próxima:

— Não adianta fugir eu já te vi! Se eu te pego eu vou te bater tanto...

Ainda bem que ela correu para dentro e conseguiu fechar o portão rapidamente:

— Então é aqui que moram aqueles dois invasores? Melhor assim agora posso informar a polícia.

O homem vai embora gargalhando.

Carol entra na mansão afobada e encontra Esme na cozinha:

— Ele vai mandar a polícia atrás de vocês!

— Acalme-se querida – Esme ouviu perfeitamente o que houve e teria interferido caso necessário. – Nós já contratamos um advogado e lhe explicamos o caso e ele nos deixou seguros de que venceremos a causa.

— Preciso voltar para casa e buscar algumas coisas.

— Pode deixar que eu faço isso sem que seu pai perceba.

— Ah Esme não sei nem como agradecer.

— Sua segurança é o mais importante para mim, não vou deixá-la se expor ao perigo se eu posso impedir. Seu pai ameaçou, mas eu conheço bem esse tipo de homem, ele é capaz de cumprir o que disse.

— Como você sabe?

— Meu primeiro marido foi parecido. Ele era violento e me estuprava quase diariamente. Foi numa dessas vezes que eu acabei engravidando de meu primeiro e único bebê. Mas ele morreu pouco depois de nascer, isso me destruiu. Foi por isso que eu pulei do penhasco. Por acaso Carlisle estava trabalhando naquele hospital e me encontrou morrendo. Então ele me transformou em uma vampira.

— Isso aconteceu quando, mamãe?

— Em 1921. Eu tinha 26 anos naquela época, a idade que terei para sempre.

— Você fugiu para salvar seu filho que nem tinha nascido ainda! Ah como eu queria que minha mãe tivesse feito algo parecido para nos salvar, mas ela não teve coragem.

Esme pensa será que o pai assassinou a esposa? Não admira ele seria capaz disso. Ela tem certeza que Charles iria fazer o mesmo quando a descobriu na casa dos primos em Milwaukee.

— E onde ela está, querida?

— Ela está na casa dos meus avós e vem a cada duas semanas nos visitar no sábado.

— Seus pais são divorciados?

— Não. Minha mãe cuida dos pais.

— Ah! Mas como ela pode deixar um pai desses cuidar dos filhos. As crianças fim a mercê desse monstro.

— Parece que ele tem algo comigo. Ele me odeia. Eu nasci na hora errada, prematura.

— Ah filha, não fique assim. Nenhum bebê tem hora para nascer. Os pais têm de estar preparados para qualquer hora que o filho decidir vir ao mundo. Algo aconteceu que provocou seu nascimento antecipado. A culpa não é sua.

— Acho que atrapalhei enquanto meu pai dormia e por isso ele não gosta de mim.

— Nenhuma criança merece se sentir indesejada.

— E como sua mãe age?

— Bom ela parece gostar de mim, mas só um pouco mais. Não é o suficiente para compensar o desprezo que meu pai sente por mim. nem foi o bastante para fazê-la tomar alguma atitute ao vê-lo me espancar.

— Isso acontece com frequência?

— Quase diariamente. Ele bate com o que tiver ao alcance: sinta, com o lado da fivela para doer mais, chinelo, chicote, vara e até mangueira.

— Mangueira? Aquela para regar o jardim.

— Sim.

— Oh! Sinto muito.

— Obrigada pela compaixão Esme. Você me dá tudo que eu sempre quis e nunca pensei que merecesse.

— Você merece isso e muito mais filha.

— Quando tudo começou?

— Meu pai me agride desde quando eu tinha seis anos de idade.

— Por que ele fazia isso?! Você mal passava de um bebê, como pode ser tão cruel?!

— Eu nunca sei bem o motivo por que estou apanhando. Pode ser algo que aconteceu e eu nem sei ou sequer tive culpa. Várias coisas o irritavam. Ele sempre foi assim, desde que eu consigo me lembrar. Por qualquer coisa explodia e saí da frente se não. Uma vez era por algo que meus irmãos fizeram ou não, e eu não deveria ter deixado, eu estava no comando. Mas só para ele porque não me ouviam e eu acabava levando uma surra por algo que não fiz. Ou outra vez era por que não lavei a louça direito, ou coloquei sal demais na comida (meu pai tem pressão alta)...

— Não é certo. Ele deveria saber que uma criança não pode ser responsabilizada pelas outras. Pessoas assim não deveriam ter filhos não sabem cuidar. Seu pai não deveria exigir de uma menina cuidar de si, da casa e dos irmãos mais novos. E ainda pior do que isso, ele batia em você. Uma criança muito mais nova do que ele. Quanta covardia! Carol, você é uma sobrevivente assim como eu.

‘Quando seu pai ameaçou você me lembrei de meu primeiro marido. Imaginei que Carlisle teria feito o mesmo por mim que fez por você, se estivesse lá naquela época.'

— Mas ele está agora e vocês dois ficarão juntos para sempre.

— É verdade querida.

— a história de vocês dois é o melhor romance que jamais foi escrito. eu me deleito em ter o privilégio de poder testemunhar.

— Obrigada sweetie!

...XXX...


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