The Death Of Me escrita por julianab


Capítulo 14
Caught up in a danger zone.


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas estou de volta! Não fiquem bravos comigo. Quando eu digo que eu ando sem tempo, é porque eu realmente ando sem tempo. Eu escrevi todo esse capítulo hoje, e olha que eu geralmente demoro mais de um dia. Não revisei, então espero que não tenha erros e que esteja fazendo sentido hahaha Boa leitura!



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Caught up in a danger zone.
Presa numa zona de perigo.

Sem nem abrir os olhos, Elena tateou uma superfície dura, à procura da fonte do som que a acordara. Ela precisou de alguns segundos para descobrir que era seu celular, e alguns outros para achá-lo. Atendeu ainda sem olhá-lo e levou-o à orelha.

- Alô? – ela disse com a voz enrolada pelo sono.

- Elena, você está bem? Fiquei preocupado por não te ver nenhuma vez até agora.

Elena abriu os olhos rapidamente, arregalando-os. Junto com a sua visão, voltaram à sua mente todas as memórias da noite anterior. Ela estava encarando o teto do quarto de... Ela virou-se para seu lado esquerdo, e lá estava ele. Damon.

Logo atrás dele, Elena pôde ver o relógio marcando duas horas da tarde. Como ela dormira tanto?

- Eu... – ela balbuciou, sem saber o que responder, e Stefan deu uma leve risada.

- Acho que alguém dormiu demais! 

- É... Eu... Nossa, dormi demais. – a voz dela soava confusa, enquanto sua mente funcionava a mil por hora.

- Desculpa por lhe acordar, então. Conversamos depois, Elena. Eu te amo.

Stefan desligou e Elena apenas deixou seu celular escorregar por entre seus dedos, caindo na cama.

Como ela pudera ser tão irresponsável? E se Stefan tivesse voltado para casa e visto-a ali? E Jenna? Não estaria desesperada atrás dela?

Elena pegou o celular de volta e discou o número da tia, que atendeu rapidamente.

- Jenna, eu...

- Elena, querida, será que eu posso retornar mais tarde? Eu estou no meio de um probleminha aqui.

- Tudo bem... Sem pressa. – Elena gaguejou.

- Ótimo. Até mais tarde. – e sua tia desligou.

Elena franziu a testa. Jenna não parecia nenhum pouco preocupada com o paradeiro dela. Muito estranho.

Ela respirou fundo e se virou para a esquerda. Damon tinha os olhos cerrados, tentando protegê-los da luz que penetrava no quarto pelas cortinas ligeiramente abertas. Os cabelos escuros dele caiam em desordem sobre o travesseiro também preto.

Ele parecia... frágil. Elena sentiu vontade de apertá-lo.

Ela olhou para si mesma, notando que usava apenas sua calcinha e uma das típicas camisas pretas de Damon, fechada apenas por dois botões. Ela não pôde segurar um sorrisinho, lembrando-se da noite anterior.

Elena afastou os lençóis e fez menção de se sentar na cama para depois levantar. Porém, rápido demais, ela sentiu um braço envolvendo-a pela cintura. Quando se deu conta, estava presa sob o corpo de Damon.

- Onde você pensa que está indo? – ele perguntou com um sorriso de canto.

- Você tem noção de que horas são, Damon? Eu nem deveria estar aqui. E se Stefan aparecesse?!

- Menos “E se...”, Elena. Ele não apareceu, ponto. – Damon falou com tédio, enquanto inclinava o tronco, grudando-o no de Elena, e roçou a boca perto da orelha dela.

- Mesmo assim, Damon. Eu preciso ir embora. – ela resmungou, quase sem forças para resistir às carícias dele.

- Deixe eu lhe fazer algo pra comer, pelo menos. – ele sussurrou no ouvido dela, causando-lhe um leve arrepio.

- Apesar de eu não duvidar de que seria muito bom, eu preciso ir. – Elena murmurou com o restinho de força de vontade que ainda havia dentro dela.

- Então, pelo menos, deixe eu tomar o meu café da manhã. – Damon afastou o rosto do dela, para poder encará-la com um sorrisinho malicioso.

Elena cerrou os olhos para ele, mas não resistiu quando Damon grudou a boca na dela. Depois de algum tempo ela se afastou, mas esticou o pulso até os lábios dele. Ele, porém, levantou o próprio braço e cravou as presas na própria pele. Elena mordeu de leve o canto dos lábios enquanto observava.

Então Damon ofereceu o pulso a Elena, ao mesmo tempo em que ela sentiu a fisgada das presas dele no próprio pulso. Ela aceitou sem hesitar.

Os olhos dos dois não se desgrudaram durante todos os minutos em que Damon se alimentou de Elena. Quando ele se deu por satisfeito, afastando os lábios da pele dela, eles estavam cobertos de sangue. Os de Elena não estavam muito diferentes. Damon fez questão de limpar os dela com a própria língua.

- Agora você tem que me deixar ir.

Ele riu um pouco e depois rolou para o outro lado da cama, saindo de cima de Elena. Ela levantou-se e foi procurando as roupas pelo chão do quarto dele. Damon tinha os olhos grudados nela.

- Ela cai melhor em você do que em mim. – ele disse com um sorrisinho, se referindo à camisa que ela usava.

Elena apenas revirou os olhos enquanto se livrava da camisa, jogando-a em cima de Damon. Ela se vestiu rapidamente e desceu as escadas de dois em dois degraus.

Abriu a porta e caminhou até seu carro, mal estacionado bem em frente ao portão da casa. Ela tivera muita sorte por Stefan não ter aparecido por ali.

Ela entrou e se olhou no espelho retrovisor, arrumando os cabelos e verificando se não havia sobrado nenhuma mancha de sangue em seus lábios. Depois ergueu o queixo, observando o pescoço; viam-se apenas duas marquinhas rosadas, que poderiam ser confundidas com qualquer outro machucado. Nenhum rastro da presença de Damon, graças ao sangue dele.

- Como não pensamos nisso antes? – ela resmungou enquanto ligava o carro e dava uma leve risada.

Elena dirigiu rapidamente até sua casa, o rádio ligado em um volume alto. Ela estava sentindo-se feliz. Não que ela já não estivesse assim nos últimos tempos. Mas alguma coisa estava diferente.

Ela colocou o carro na garagem e depois foi até a cozinha, sentindo o estômago roncar de tanta fome. Abriu a geladeira e achou um resto de pizza, colocando-o no microondas. Enquanto a comida aquecia e Elena batucava no balcão, cantarolando alguma música qualquer, seu celular vibrou. Ela pegou-o, e era uma mensagem de Stefan.

Só me certificando se a Bela Adormecida não voltou a dormir. Combinamos de estudar juntos hoje à noite, lembra? Passo aí às 20h.

Foi como se alguém tivesse jogado um balde de água fria na felicidade de Elena. Ali estava Stefan, sendo tão bom e preocupado com ela, como sempre. Ali estava Stefan, que a amava tanto, que sentia o mesmo que ela por ele. E ali estava ela, Elena, mentirosa, egoísta, traidora. Ele não merecia nada daquilo.

O microondas apitou, mas de repente ela não sentia mais fome. A campainha tocando a acordou do estado violento de culpa.

Quando abriu a porta, deu de cara com uma Bonnie séria, de braços cruzados.

- Você me deve explicações, Elena. – ela disse com firmeza, fazendo Elena erguer a sobrancelha, sem entender.

- Explicações? – ela repetiu.

Bonnie passou por ela sem esperar para ser convidada, entrando na casa.

- Ontem à noite sua tia me ligou perguntando se eu sabia onde você estava. Pensei que deveria estar com Stefan, inventei uma desculpa de que fora estudar lá em casa e pegara no sono, e surpreendentemente Jenna acreditou. Só que hoje, na escola, Stefan veio me perguntar se eu sabia onde você estava. Fiquei morrendo de preocupação até depois do almoço, quando ele me disse que você dormira demais e perdera o horário. – Elena, sem ter o que responder, apenas encarou a amiga, que insistiu. – Então, Elena? Tem alguma coisa que você não está me contando.

Elena tentou rapidamente pensar em alguma desculpa para dar. Mas, por fim, acabou suspirando. Se existia alguém, no mundo inteiro, a quem Elena poderia confiar seus segredos mais obscuros, esse alguém era Bonnie.

Ela pegou a amiga pela mão e a puxou até o andar de cima, em silêncio, até ambas estarem trancadas no quarto dela, sentadas na cama. Então começou a contar.

Contou tudo. Desde o primeiro beijo entre ela e Damon, a culpa, as tentativas de ficar longe dele, os encontros às escondidas, até o ciúmes que sentia ao vê-lo com outras e o que acontecera na noite anterior. Antes que se desse conta, lágrimas escorriam livremente pelo seu rosto, e Elena não conseguia mais controlar os soluços. Falar tudo aquilo, em voz alta, fazia parecer ainda pior. Ainda mais horrível da parte dela.

- O que eu faço, Bonnie? – Elena perguntou com a voz desesperada, entrecortada, enquanto mal enxergava a outra em função das lágrimas.

Bonnie passou os braços pelo corpo da amiga, apertando-a contra si. Tudo o que ela mais queria naquele momento era achar uma resposta que pudesse ajudá-la a sair daquela confusão. Mas, por mais que procurasse dentro de si mesma, não havia nada.

Algum tempo depois, quando Jenna e Jeremy chegaram em casa, Elena estava mais calma. Era bom poder falar para alguém sobre tudo aquilo, não ter mais que aguentar tudo entalado na garganta, impedindo-a de respirar direito. Bonnie foi embora e Elena tomou um banho, se tornando apresentável. Ela desceu as escadas e encontrou a tia fazendo a janta. Desculpou-se por não ter avisado aonde iria, e levou apenas um leve sermão.

Ela ajudou Jenna a colocar a mesa e logo os três estavam jantando, falando sobre outros assuntos. Quando Elena e Jeremy tiravam os pratos, levando-os até a cozinha, a campainha tocou. Elena correu até a porta, abrindo-a para Stefan. Ela envolveu o pescoço dele, com força, tentando sentir-se segura.

Os dois subiram até o quarto dela, sentando-se na cama. No dia seguinte teriam uma prova de química, matéria em que Elena não estava muito bem. Como Stefan já passara por isso mais de uma vez, era perfeito para ajudá-la a estudar.

Não naquele dia. Aquela era a terceira vez que Elena afastava os livros e beijava Stefan. Simplesmente não estava conseguindo ficar tão perto dele, apenas observando-o. Além disso, dessa vez ela segurou-o pelos cabelos, puxando-o na sua direção enquanto se inclinava para trás, deitando na cama. As mãos dele tocaram o quadril dela, grudando mais os corpos dos dois. Elena deslizou as mãos pelo abdômen dele, por baixo da camisa, e quando fez menção de tirar a própria blusa, Stefan a parou.

- Nós precisamos estudar... – ele sussurrou contra o pescoço dela.

Ignorando-o, ela tentou grudar a boca na dele novamente.

- Sério, Elena... Não quero que você se dê mal depois. – Stefan apenas selou os lábios nos dela, rapidamente, e voltou a sentar-se na cama.

Bufando discretamente, Elena arrumou a roupa e sentou-se também, puxando os livros para o colo.

Na manhã seguinte, Elena estava pegando os materiais no seu armário e colocando-os na mochila. Quando fechou-o, ofegou de susto, dando de cara com Nicholas, que estava apoiado ao lado dela.

- Como você chegou aí? – ela exclamou ainda surpresa, arrancando risadas dele.

- Está tudo bem, Elena? Não lhe vi por aqui ontem...

- Está. Dormi um pouco demais. – ela deu uma risadinha forçada, tentando disfarçar.

- Ontem ganhamos um projeto na aula de Geografia. Você não estava, e eu não tenho muitos amigos por aqui, então... Bem, faremos juntos. Você se importa?

- Claro que não, Nich! – ele sorriu de leve.

- Ótimo. Passo na sua casa amanhã à noite para começarmos, o que acha? É para daqui a duas semanas.

- Combinado. – ela sorriu para ele ao mesmo tempo em que sentia dois braços envolvendo-a por trás.

- Bom dia. – a voz de Stefan soou perto do ouvido dela. Ela sorriu um pouco para Nich e depois se virou.

- Bom dia, Stefan. – ela beijou-o de leve.

- OK, acho que essa é a minha deixa. – Nich riu um pouco e depois se afastou.

Elena pegou Stefan pela mão e puxou-o para o próximo corredor, que estava vazio. Ela o empurrou contra um pequeno vão entre os armários e grudou a boca na dele, beijando-o com vontade.

Stefan, surpreso, apertou-a contra o próprio corpo, os dedos afundados entre os cabelos de Elena.

Não demorou para que o sinal tocasse. Ela nem pensou em afastar-se dele, pressionando-o ainda mais contra a parede. Stefan, porém, sugou o lábio inferior dela de leve e então sussurrou.

- A prova é agora, Elena... Você não pode se atrasar.

Elena fez uma careta e então se afastou contra sua vontade. Arrumou a blusa do uniforme e pegou Stefan pela mão, meio mal-humorada, indo até a sala de aula.

Eles chegaram poucos segundos antes do professor, e sentaram-se rapidamente enquanto ele entregava as provas. Elena entregou a sua pouco antes do sinal bater, e logo sentiu seu celular vibrando no bolso. Discretamente, tirou-o para ver quem era.

Meu irmãozinho pode ser um tédio às vezes. Ou sempre. Vá até o laboratório, eu lhe recompenso por ele.”

Elena não conseguiu segurar um sorrisinho de canto ao ler a mensagem de Damon. Um arrepio de antecipação já percorreu todo o corpo dela. Ao bater o sinal, ela deu um leve beijo em Stefan, que teria uma aula diferente da dela, e foi na direção do laboratório.

Quando todos já estavam nas suas salas de aula, e ela esperava impaciente, Damon surgiu no fim do corredor. A luz forte reluzia nos cabelos extremamente pretos, assim como nos sapatos, que produziam o único som que quebrava aquele silêncio total. Ele apenas ergueu a mão direita, com um pesado chaveiro pendurado no dedo indicador, enquanto dava um de seus típicos sorrisos. Ele passou por ela, abrindo a porta e esperando-a entrar. Quando Damon chaveou-a novamente, os olhos de Elena demoraram um pouco para se acostumar com a pouca luz que vinha por detrás das cortinas fechadas.

Antes que ela pudesse de fato enxergar alguma coisa, os lábios de Damon estavam nos dela, pressionando-os com força. Foi como se alguém tivesse ligado-a na tomada. Todo seu corpo parecia percorrido por choques elétricos, causados pelas mãos dele que passeavam pela pele dela. Isso sempre acontecia... Só que não naquela intensidade.

Elena agarrou-se nele quando Damon a puxou para o próprio colo, as mãos firmes nas coxas dela, por baixo da saia do uniforme que ela usava. Ele a levou até o comprido balcão do laboratório, colocando-a sentada nele e empurrando algumas coisas para o lado. Enquanto isso, ela se recusava a afastar os lábios dos dele.

Damon encaixou-se entre as pernas dela, puxando sua saia ainda mais para cima, as mãos parecendo queimar onde encostavam. Elena segurou-o pelo cinto e pressionou-o contra o próprio quadril, respirando de forma pesada contra a boca dele.

Ele deslizou os lábios até o pescoço dela, beijando-o demoradamente, fazendo-a ofegar. Elena abriu o zíper da calça dele rapidamente, logo se livrando da própria calcinha também. Damon voltou a segurá-la pelo quadril e então encaixou o corpo no dela, arrancando gemidos abafados de Elena. Cravou as presas na base do pescoço dela, que afundou os dedos nos cabelos negros dele, tentando manter-se firme.

Por algum tempo só o que poderia ser ouvido naquele laboratório era o som dos corpos dos dois se roçando, junto com ofegos, suspiros, gemidos. Quando os dois, com a respiração pesada, estavam satisfeitos, Damon ergueu o próprio braço, afundando seus dentes nele e oferecendo-o para Elena. Ela tomou um pouco do sangue dele, o suficiente para curar mais rapidamente as marcas no pescoço. Então passou dois dedos pelo próprio pescoço, limpando um restinho de sangue e levando-os até a boca de Damon.

Olhando-a, ele limpou-os lentamente, até não sobrar uma só gota.

- Esqueci de mencionar... – ele começou logo depois, enquanto fechava as calças. – Beber muito sangue de vampiro pode causar algumas mudanças repentinas de humor. – Elena abriu a boca para falar alguma coisa, mas ele continuou. - E pode aumentar consideravelmente a libido. – Damon abriu um sorrisinho inocente enquanto Elena cerrava os olhos para ele.

- Então está explicado. – ela resmungou logo depois, lembrando-se das situações com Stefan.

- Mas isso não muda o fato de meu irmão ser um tédio. – Damon falou, adivinhando o que se passava na mente dela. – Mas pode continuar assim, já que quem se dá bem depois sou eu. – ele deu uma risadinha maliciosa.

Elena ficou em silêncio, observando-o. Aquele balde de água fria, chamado “culpa”, voltou a apagar a chama que Damon acendera nela. Ela olhou para si mesma. Sentada num balcão, a saia levantada, com um homem que não era seu namorado. Pior, era irmão dele.

O que ela estava fazendo?

Damon a observava com a testa franzida, notando a diferença na atmosfera.

- Eu... – ela gaguejou enquanto aquele sentimento horrível que crescia dentro dela dava-a vontade de chorar.

- Achei que você tivesse superado a fase da culpa, Elena. – Damon falou com tédio.

- Nada disso está certo, Damon. – ela disse com veemência agora, saindo do balcão e se afastando dele. – Eu amo Stefan, ele me ama. Ele é muito bom comigo. Eu não posso fazer isso.

- Até cinco minutos atrás, você estava adorando. – agora ele soava frio.

- Isso não muda o fato de tudo isso estar errado. – Elena murmurou de costas para ele, arrumando o uniforme e os cabelos.

- Você pensa demais. - a voz de Damon parecia gelo atravessando o corpo de Elena.

- Alguém precisa fazer isso. – ela virou-se para ele, tentando juntar toda a força que ainda existia dentro dela. Para isso, focalizou a imagem de Stefan na sua mente, pensando no quanto o amava. E então fez sua voz soar firme, segura. – Isso não vai mais acontecer, Damon. Nós vamos esquecer o que passou e eu vou continuar sendo a namorada do seu irmão. Só.

- Se você prefere voltar a ser aquela Elena sem graça, tudo bem. A vida é sua. – ele disse com a voz carregada de sarcasmo, um sorrisinho forçado no rosto.

Elena observou-o, sentindo um aperto dentro de si. “Só mais um pouco, Elena” ela pensou consigo mesma.

Então ela deu meia volta e saiu do laboratório, caminhando o mais calma que conseguiu até o banheiro mais próximo. Trancou a porta e então se olhou no espelho, encarando a si mesma no reflexo.

E desabou.

Lágrimas torrenciais escorriam pelo seu rosto enquanto ela tapava a boca com a mão, tentando não fazer nenhum barulho. Dependendo de onde estivesse, Damon poderia ouvi-la. Por isso, segurava os soluços enquanto sentia como se uma parte dela estivesse morrendo. Por mais que tentasse pensar em Stefan, mantê-lo no primeiro plano de sua mente, não era o suficiente para acalmá-la naquele momento.

Ela precisou de um bom tempo para conseguir segurar as lágrimas nos olhos. O sinal já batera, mas ela não estava em condições de sair dali. Seu rosto estava vermelho, denunciando-a.

Mas ela tomara uma decisão. Uma vez, havia dito que não conseguiria escolher entre nenhum deles, não se quisesse ficar inteira, pois ambos eram metades essenciais. Entretanto, Elena abriria mão de um a partir daquele dia. Mesmo sabendo que não seria mais inteira.

Dizem que encarar a nossa própria tristeza é a melhor forma de se curar. Talvez seja verdade. Mas essas coisas levam tempo, e bem mais do que a semana que passara.

Quando estava perto de Stefan, Elena conseguia ficar feliz. Ela o amava, e sobre isso não restavam dúvidas. Quando ficava sozinha, porém, sentia falta de alguma coisa. De um pedaço de si mesma, que só aparecia quando Damon estava por perto.

Essa Elena defeituosa, incompleta, era bem menos divertida. Ela forçava um sorriso quando estava perto dos outros, sem a mínima vontade de falar com eles. A única luz naqueles últimos dias eram os momentos com Stefan. E com Nicholas. Eles haviam passado um bom tempo juntos em função do projeto que tinham que fazer.

Aquela tarde de sexta-feira era um exemplo disso. Eles estavam há horas lendo vários artigos, e então decidiram fazer uma pausa. Elena fez pipoca e eles se distraiam com um filme que passava na televisão. Nich já o vira tantas vezes que sabia até as falas de cor, antecipando-se aos atores. Elena xingava-o e ria ao mesmo tempo, jogando pipocas nele.

Quando uma delas quase acertou o olho de Nich, ele foi para cima de Elena, lhe fazendo cócegas. Ela se debatia e tentava afastá-lo, ambos rindo alto. Até que seus olhares se encontraram, e ela percebeu como estavam perto. Sentindo-se incomodada, ela fez menção de afastá-lo, bem no momento em que ele se inclinou ainda mais na direção dela. Antes que ela pudesse reagir, sentiu os lábios dele contra os dela.

Elena manteve os seus bem fechados, resistindo à pressão de Nich. Depois de alguns segundos ele afastou-se, voltando a sentar na outra ponta do sofá.

- Nich... – Elena falou um tanto constrangida. – Você sabe que eu tenho namorado...

- Eu sei. – ele balançou a cabeça e olhou para ela. – Foi mal, não vai mais acontecer.

- Tudo bem... – ela sussurrou ainda sem jeito, levantando-se e levando a pipoca até a cozinha.

Depois disso o clima foi lentamente voltando ao normal, mas Elena preferiu manter uma distância segura. Ela não precisava de mais um problema do tipo.

Quando ele foi embora, Elena subiu para tomar banho e se arrumar. Naquela noite era a festa de aniversário de Caroline. Como sempre, ela prometia que seria a melhor festa do ano. Não desapontara nenhuma vez.

Sem muita vontade, Elena escolheu um vestido preto e um sapato vermelho, se maquiando rapidamente, deixando o olho bem marcado. Caroline mataria Elena se ela aparecesse mal arrumada na festa dela.

Na hora combinada, Stefan buzinou em frente à casa dela. Elena desceu rapidamente as escadas, terminando de colocar os brincos, e esticou o braço para a tia fechar a pulseira. Elas se despediram e então ela foi até o carro de Stefan, dando-lhe um beijo leve.

Ele, porém, não deixou Elena se afastar, aprofundando o beijo. Depois de alguns segundos sorriu para ela, passando os dedos pelo seu rosto.

- Ainda mais bonita que o normal.

Elena sorriu de volta enquanto ele arrancava o carro. Stefan era tudo que ela sempre quis.

Então por que, diabos, Damon ficava voltando à sua mente o tempo todo?! Ela respirou fundo, mantendo o controle, e deixou Stefan voltar para seus pensamentos.

A umas três quadras da casa de Caroline, já se podia perceber a movimentação de pessoas e veículos. Eles tiveram que estacionar por ali, pois não havia lugar mais perto. Stefan ofereceu o braço a Elena, como um perfeito cavalheiro, e ela sorriu, fazendo uma pequena reverência, típica da época em que Stefan fora criado.

Entre conversas, os dois foram caminhando até a casa de Caroline, cumprimentando algumas pessoas pelas quais passavam.

Lá dentro já estava bem cheio, e eles não viram nem sinal de Caroline. Quando desistiram de procurar, foram até a mesa pegar alguma coisa para beber. Todos se divertiam ao redor deles, mas Elena se sentia como uma estranha entre eles. Como se diversão não fizesse mais parte do vocabulário dela.

Para melhorar ainda mais sua noite, algum tempo mais tarde, seus olhos encontraram uma pessoa entre a multidão, e foi como se todas as outras tivessem desaparecido.

O que ele estava fazendo ali? O peito de Elena ficou apertado, como se fosse explodir. Ela sentiu um enjôo repentino, e se segurou ao braço de Stefan. Mesmo depois de uma semana, ela ainda não estava preparada para ver Damon novamente.

Foi como se alguém tivesse tirado aquela casquinha que se forma na ferida quando ela começa a cicatrizar. Como se o machucado tivesse ficado exposto novamente.

- Elena? Você está bem? – Stefan perguntou preocupado, percebendo a força que ela fazia no braço dele. – Você está pálida.

- Eu... – ela gaguejou. – Estou. Fiquei um pouco tonta de repente.

- Você quer que eu busque um pouco de água para você?

- Quero... – ela forçou os olhos a ficarem grudados em Stefan, enquanto sentia os de Damon nela.

Stefan se afastou rapidamente, e ela não conseguiu mais se controlar. Quando virou-se para ele, Damon a encarava sem disfarçar. Parecendo perder o controle das pernas, Elena se viu caminhando na direção de Damon.

- O que você está fazendo aqui? – ela perguntou assim que parou na frente dele.

- Isso é uma festa, Elena. E eu fui convidado. – Damon respondeu com um sorrisinho irônico enquanto levava o copo de uísque até a boca. A voz dele era extremamente fria. 

- Ah, claro. Por quem? – ela perguntou com sarcasmo, as mãos na cintura.

- Por mim. – respondeu uma terceira voz. Caroline chegou por trás de Damon, envolvendo-o com o braço e selando os lábios nos dele brevemente.

- Caroline? – ela ergueu a sobrancelha para amiga, ao mesmo tempo em que uma raiva estranha e súbita brotava dentro dela. – Depois de tudo que ele já fez para você? – ela perguntou com desgosto.

- Todo mundo merece uma segunda chance, Elena. E tire essa cara de velório, a festa está ótima! – a loira roubou o copo da mão de Damon, virando o resto do conteúdo. Ele olhou-a, aprovando, e deu um sorrisinho de canto enquanto Caroline se afastava.

- Pare de controlar a mente dela. – Elena disse baixo, com raiva.

- Ciúmes? – Damon perguntou cínico. – Volte lá para meu irmãozinho, Gilbert, e me deixe em paz. Estou me divertindo.

A voz dele era tão gélida que pareceu perfurar a pele de Elena. Ela olhou-o nos olhos por alguns segundos, notando-os não indecifráveis, como sempre, e sim vazios. Ela nunca o sentira tão distante como naquele momento.

Respirou fundo, segurando-se em toda a força que juntara nos últimos dias, e ergueu o queixo, orgulhosa.

- Vou voltar, sim. Porque tenho certeza de que fiz a escolha certa.

Elena deu meia volta e foi atrás de Stefan, decidida de que ele seria a única coisa que manteria na cabeça daquele instante em diante. Forçou a “máscara” a ficar no lugar, escondendo bem no fundo de si mesma a parte que sentia-se vazia. Eles se amavam, e ela não iria jogar isso fora por um idiota como Damon.

Sorriu para as pessoas pelas quais passou, e encontrou Stefan na cozinha, beijando-lhe o pescoço ao se aproximar.

- Estou bem agora, Stefan.

- Ótimo. Mas beba um pouco, pelo menos. – ele esticou o copo para ela, que levou-o até os lábios, bebendo tudo só para deixá-lo tranqüilo.

Ela puxou-o pela mão para fora da cozinha logo depois.

- Vem, Stefan, eu quero dançar. – ele fez uma careta para ela, fazendo-a rir.

- Você dança, eu olho. O que acha da ideia? – ele perguntou enquanto roçava a boca na dela.

- Sem chance. Você vai dançar comigo. – Elena insistiu, teimosa do jeito que era, envolvendo-o pelo pescoço.

Stefan forçou a língua entre os lábios dela, começando um beijo lento, mas cheio de vontade. Ele segurou-a de forma possessiva pela cintura, sugando-lhe o lábio inferior com força. Ela suspirou contra a boca dele, deslizando as mãos pelas suas costas.

- Isso é jogar sujo! – ela repreendeu-o em voz baixa e rouca.

- Como se você se importasse. – Stefan disse com uma risadinha, voltando a beijá-la de uma forma provocante.

Porém, logo ele parou o beijo, puxando-a pela mão. Os dois subiram as escadas, na direção dos quartos da casa, e voltaram a se beijar assim que estavam no segundo patamar deserto. Elena agarrou-se nos cabelos dele enquanto Stefan arrancava-lhe suspiros com as suas mãos passeando pelo corpo dela.

Totalmente alheios a tudo ao ser redor, os dois foram cambaleantes até a primeira porta que acharam, entrando no cômodo. Stefan pressionou Elena contra a porta fechada e colocou as mãos por dentro do vestido dela.

Então, como se tivesse levado um choque elétrico, ele se afastou alguns metros. Elena abriu os olhos, totalmente confusa, mas não precisou de mais do que um segundo para entender o motivo. Ela cobriu a boca com a mão, sufocando um grito.

Por sobre o ombro de Stefan, Elena podia ver o corpo de uma garota, totalmente coberta de sangue, cujos membros estavam dispostos de formas não naturais. Os olhos azuis dela estavam arregalados, e a boca estava aberta na mais legítima expressão de medo que Elena já vira.


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Notas finais do capítulo

Não morram de curiosidade até a próxima atualização, OK? Eu adoro vocês, seus lindos, então continuem vivos para ler o resto. HAHAHAHA Continuem comentando e recomendando porque vocês me fazem uma autora MUITO feliz! Beijinhos e bom fim de semana pra vocês... O meu vai ser perfeito porque eu vou ver Paul McCartney ao vivo!!!!! (essa sou eu feliz e ansiosa, bjs)



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