A Saga de Íris escrita por Simon Lee


Capítulo 3
A Flor Rústica!


Notas iniciais do capítulo

A delicada Europa continua levando flores à casa de Touro, em homenagem ao saudoso Aldebaran. Makoto chega à mansão Kido. Na Grécia, as guardiãs de Íris chegam ao Santuário, e após um mal entendido, são recepcionadas com rispidez.



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Santuário da Grécia, casa de Touro.

 

Iluminada pelos primeiros raios de sol, algumas possas com água deixada pela chuva refletem os raios de sol. 

Uma jovem de cabelos castanhos até a cintura, trajando uma blusa branca com uma calça violeta e sapatos feitos com couro, sobe as escadarias. Ela carrega consigo um vaso com algumas flores roxas plantadas.

Ela adentra pela casa zodiacal, caminhando até aonde se encontra uma urna dourada. É a urna da armadura de Touro.

A jovem se ajoelha em frente à urna, e parece fazer uma breve prece, deixando o vaso no chão com delicadeza, e juntando as mãos. 

Ela abre os olhos, e observa um vaso ali no mesmo local, mas com as flores roxas já murchando. Com gentileza, ela retira o vaso antigo, substituindo pelo novo. 

Olhando para as flores vigorantes, a jovem relembra do dia no qual conheceu Aldebaran, lhe oferecendo uma flor semelhante. Enquanto Mu e Aioria aguardavam, o truculento Aldebaran, sem jeito, pegava a flor com carinho. 

Agora, já com os seus  trinta e três anos, os seus olhos que lembravam duas violetas transmitiam uma grande maturidade.

Erguendo-se com doçura, ela pega o vaso com as flores antigas e se despede da urna dourada.

Europa -  A armadura de Touro respondeu a algum cosmo há pouco tempo. Só o meu cosmo pode fazer isso, ou por acaso, Atena finalmente... 

 Repentinamente, um voz ecoa pela casa de Touro.

Voz— Europa, está me ouvindo?

Europa— essa voz...Psiquê? - fechando os olhos, tentando se concentrar. 

Nisso, próximo à Mansão Kido, está Psiquê, sentada sobre a urna da armadura de Peixes, emanando um leve cosmo, com os olhos fechados.

Psiquê— Sou eu mesma! Preciso que me faça um favor(falando telepaticamente).

Europa— está tudo bem com a senhorita Saori? 

Psiquê—  sim, depois te explico melhor. A deusa Íris está aqui, e aparentemente veio ajudar Atena a recuperar o seu cosmo. Mas as guardiãs da deusa estarão em breve aí para conhecer o Santuário. 

Europa - como assim deusa Íris?  Agora virou bagunça? Que guardiãs são essas? 

Psiquê - isso é muito sério, Europa! Só peço para que fique alerta. Não confio nem um pouco em nenhuma delas, logo, tenham cuidado. Mas não ataquem nem as provoquem! Vamos evitar uma guerra desnecessária. Logo partirão. Só isso...

Europa— Pode deixar, que tomarei as providências! 

Psiquê— conto com você para manter as coisas sob controle! - o cosmo dourado some, e ela abre os olhos, pegando uma maçã que estava ao seu lado.

Europa— se estamos em trégua com os deuses, o quê Íris e suas guardiãs fazem aqui? Bem, isso não importa, preciso sair das doze casas e chegar até essas guerreiras logo(refletindo). 

Europa deixa o vaso com as flores quase murchas próximas ao pilar mas à esquerda, e volta-se para a urna, tocando-a levemente. A urna brilha e se abre, exibindo a armadura dourada de Touro. A jovem retira uma máscara que estava amarrada à sua cintura, e cobre a face.

Europa -  vamos, Touro! 

A delicada jovem começa a emanar um cosmo arroxeado, que logo se torna dourado. A armadura entra em sintonia com o seu cosmo, e começa a se desfragmentar, partindo para cobrir todas as partes do corpo de Europa. Em seguida, ela caminha para a saída da casa zodiacal, partindo para a recepcionar as visitantes.

 

Mansão Kido

 

Seiya está indignado com tudo o quê está acontecendo. Ele caminha com certo receio para onde Saori e Íris estão, enquanto Tália espera no quarto, juntamente com o cachorro. As duas percebem a sua chegada enquanto riam durante a conversa, e parecem mudar totalmente de assunto.

Saori— Seiya, o que faz aqui? 

Seiya— nada, minha querida! Vim só ver se está tudo bem...

Íris— na verdade, eu percebo que vocês precisam conversar. Eu vou para fora um pouco, aproveitar o tempo que me resta aqui nesse lugar, antes que as meninas retornem! 

Saori— fique à vontade, Íris. Espero que tenha gostado do café.

Íris— em toda a minha eternidade, acho que raramente provei algo tão bom! - dando um leve sorriso, e olhando rapidamente para Seiya, desviando o olhar.

Saori retribui a gentileza, e Íris vai atravessando o corredor, indo para a saída da casa. Seiya, nesse momento, se aproxima de Saori, pegando o bule com o café, e se serve em uma xícara, assentando-se à mesa, cabisbaixo.

Saori—  Seiya, eu sei que está confuso! Mas, peço que me perdoe. Tudo que fiz tem um motivo. Você não compreenderia.

Seiya— querida, acima de tudo acho que precisamos confiar um no outro. Parece que há coisas acontecendo que nunca soube! Como assim você é a deusa Atena? Quem é essa gente da qual essa tal de Íris falou? Como explicar tudo isso que vi, como essas armaduras e esse brilho que vocês chamam de cosmo? 

Saori—  eu nem sei por onde começar, mas acredite em mim: nada disso é importante agora!

Seiya— como não é importante? 

Saori— amor, estou fazendo isso pelo seu bem, pelo bem da nossa família! Só confie em mim! Não se envolva com esses assuntos, ou tudo o que construímos será lançado no lixo! Você me promete?

Saori segura as mãos de Seiya, e dos seus olhos escorrem algumas lágrimas. Seiya fica sem saber como reagir, e apenas reflete sobre o que seria melhor no momento. 

Seiya— Saori, eu...

Tália— Papai,  o que está acontecendo? - interrompendo a conversa, assustada com o choro de sua mãe.

Seiya— nada, filha. Só estamos conversando um pouco e mamãe está cansada. 

Saori— filha, se quiser ir lá fora, está um lindo dia! Que tal? -  enxugando as lágrimas discretamente.

Tália— não precisa me tratar feito uma criança também, né...vou me arrumar pra escola. 

Saori— Tália, espera!

Seiya— depois conversamos, vou levá-la à escola. 

Seiya demonstra um pouco do gênio que tinha quando mais jovem. Saori apenas olha Seiya partindo atrás de Tália, e não sabe o que fazer, já que a trégua foi mantida graças à amnésia de Seiya como castigo dos deuses. 

Saori— não vai demorar para que Seiya saiba de tudo o que esqueceu. - dirigindo-se à Íris, que voltava para o recinto.

Íris— Atena, o fato dele saber não mudará mais em nada o rumo das coisas, pois o maior castigo de um guerreiro é ter uma vida inútil. Após todo esse tempo sem treinamento, batalhas, e levando uma doce vida familiar, seria um milagre ele voltar a se tornar um cavaleiro. 

Saori— você está me dizendo que...

Íris— ...estou dizendo que a punição de Seiya foi o suficiente para os deuses. Ou você acha que se algum de nós quisesse, já não teria se aproveitado da situação, derrubado o Santuário e conquistado a Terra? 

Saori— mas eu tenho os meus cavaleiros, que ainda me protegem!

Íris— Atena, você estava sem cosmo algum! Sua filha estava indefesa! Seiya continua um pai de família indefeso também. O que acabei de fazer por você foi para que possa proteger a sua família e deixar o cosmos em equilíbrio. Saiba que a derrota de Hades há quase vinte anos, abriu espaço para uma nova ameaça!

Saori— mas estamos em tempos de paz! Quem se aproveitaria disso?  

Íris— por isso me foi permitido aliviar a sua dor. Os deuses que você conheceu queriam conquistar, dominar e alterar o mundo dos mortais. Com a trégua, a Terra foi deixada de lado, mas o nascimento de Tália gerou um novo problema! - caminhando e parando ao lado de Saori  

Saori - como assim ? - sem olhar para Íris, perplexa.  

Íris— sua filha corre grande perigo! 

Nesse momento, ouve-se uma buzina tocando. Surge uma bela limousine preta chegando à porta da mansão. Era Tatsumi, que sai do carro e caminha, adentrando pela mansão. Uma outra porta do carro se abre também.  

 Tatsumi— senhorita Saori! Perdão pela demora e pelo sumiço, mas era uma surpresa! - para e repara a deusa - Ora, mas quem é essa moça?  

Saori— Tatsumi, essa é...Íris, a mensageira dos deuses. 

Tatsumi—  mas, quer dizer que você é uma deusa?

A bela Íris olha com certo desprezo para o pobre Tatsumi, e logo o momento é interrompido pela entrada de mais alguém.

 Saori—  Ah, é você? Que bom que voltou, Makoto! 

Nesse momento, ela vê o jovem Makoto surgindo logo ao lado de Tatsumi. Ele retribui o sorriso doce de Saori, e retira a urna das costas, colocando-a desatentamente no chão. Mas, o pé de Tatsumi estava ali.

Tatsumi— ai ai ai! Meu pé!!Você ficou louco! - pulando em um pé só - Já foi avisado que vocês não podem trazer as urnas para dentro, o Seiya não pode ver isso!

Íris ri da situação, e Tatsumi ao ver o sorriso da deusa, volta a se posicionar como se nada tivesse acontecido, fingindo não sentir mais dor.

Makoto— Olá, senhorita Saori! - caminhando em sua direção, e beijando sua mão.

Tatsumi—  essa que está com ela, é a senhorita Íris, mensageira dos deuses! Ou seja, é uma divindade! - encantado e assustado ao mesmo tempo. 

  Makoto olha para Íris e pela primeira vez como cavaleiro, tem contato com um ser divino em sua essência.

Íris— prazer! Você por acaso é um cavaleiro? - observando a urna da armadura, após Makoto fazer um breve cumprimento.

Makoto—  sim, sou um cavaleiro de Atena, e amigo de Seiya de Pégaso! 

Seiya - o que você disse, Makoto?! 

Todos se surpreendem com a presença de Seiya, que havia acabado de voltar. 

 

Ruínas do Santuário 

 

 

Enquanto isso, na Grécia, alguns turistas batiam fotos dos monumentos e das ruínas na entrada do Santuário. Surgindo atrás de um pilar, e fazendo algumas poses engraçadas, estavam Emma e Láquis, sendo fotografadas por um jovem que estava encantado com a beleza das duas.

Silena está com uma cara fechada, e braços cruzados, bufando de raiva.

Silena— não foi para isso que viemos ao Santuário! Vamos andando! - esbravejando.

Áclama—  ahhh Silena, relaxa. Disseram que é logo ali na frente! Para um lado, o cemitério dos cavaleiros, e no outro...

Damaris— ...tá, tá bom...vamos andando! Elas logo nos alcançam! 

Paloma— calma, elas estão vindo! 

Emma - meninas, conhecemos um rapaz lindo! O nome dele é Pietro ! 

Nisso, o rapaz acena de longe com a câmera em mãos, e elas retribuem sorrindo.

Silena— e o que isso tem de mais? Vamos logo, pois não temos muito tempo! - caminhando, seguindo Paloma, que já estava sumindo entre os rochedos.

Láquis— adorei ter conhecido o Pietro! - seguindo as guerreiras, empolgada.

Nesse instante, uma sombra surge atrás de um pilar. 

As guerreiras vão caminhando entre os rochedos, e chegam ao pátio, onde encontram vários jovens treinando. 

Um jovem cavaleiro, trajando a armadura de Prata de Auriga, se aproxima, observado por dois cavaleiros trajando as armaduras de Flecha e Lagarto.

 Auriga— eu sou Tapar, de Auriga. Percebi ao entrarem que  parecem meio perdidas.

Emma— não, estamos procurando os cavaleiros de ouro!  Queremos conhecer as doze casas!

Tapar começa a rir debochadamente, e olha para os outros cavaleiros.

Auriga— mocinhas, melhor retornarem daqui. O terreno a partir daqui é hostil, e os cavaleiros de ouro não gostam de ser incomodados por turistas. 

Áclama— por acaso está dizendo que não podemos passar? 

Emma— que legal! São armaduras de Prata! - colocando o dedo na armadura. 

Auriga - exatamente! Não sei como conseguiram passar pelos rochedos, mas normalmente os turistas que chegam até aqui, precisam voltar. Não é um lugar para aventureiros - apontando para a placa com uma figura de turista riscada. 

Emma— afff...

Silena— somos guardiãs da deusa Íris, tenha cuidado com as suas palavras! - exaltada.

Flecha - ela disse, deusa Íris?

Lagarto— o quê? Não podemos permitir que se aproximem!

 

Lagarto e Flecha se aproximam rapidamente após ouvirem o nome da deusa, e interceptam as garotas.

Níbia— ahn, o que tá pegando?

Auriga— Soldados! 

 Níbia— acho que falamos demais!- sussurrando.

Auriga— esse é o Santuário da deusa Atena. Aqui, só os guerreiros  de Atena podem passar. Por isso sentimos o cosmo de Atena novamente! Com certeza, foi para nos alertar desse novo perigo!

Emma—  perigo?

Nisso, muitos soldados já estavam ao redor, e os cavaleiros de Prata estavam atentos. O alvoroço chama a atenção de Shina, que estava passando mais distante.

Shina - o que está havendo ali?

As guardiãs de Íris não compreendem o que se passava,  e começam a se sentir coagidas. 

Paloma— que irritantes! 

Áclama - não viemos aqui para sermos açoitadas! Atena saberá disso! - cerrando os punhos.

Emma— Gente, relaaxa! Vamos voltar, e deixar as coisas como estão. Vamos embora! 

Antes de se virar, Emma percebe que alguns soldados haviam bloqueado o caminho pelo qual vieram também. Flecha e Lagarto vão adentrando na roda dos soldados, chegando até as intrusas.

Flecha— Vocês disseram, Atena? 

Lagarto— o que fizeram com Atena?  

Láquis— vocês conseguem ficar um pouco caladas, por favor?- sussurrando, levando a mão ao rosto.

Auriga— vocês não sairão sem dar uma explicação.

Nesse momento, um cosmo ardente começa a ser emanando dentre as jovens. Era Silena, que rapidamente surgia em frente ao cavaleiro de prata, colocando o dedo em sua testa! 

Áclama — Silena, o que está fazendo?

Silena— se esses são os defensores de Atena, digo que o Santuário não é digno de tê-los aqui! 

Auriga— como você conseguiu se aproximar sem que eu notasse?

Nesse momento, o cosmo de Silena cria um círculo de fogo que envolve rapidamente Auriga, e logo, retorna para o dedo da guardiã. 

 Láquis— não, Silena!!!

Todos veem o corpo do cavaleiro tombar queimado e sem vida.

Flecha— Auriga! - elevando o cosmo e avançando sobre a jovem.

Quando o cavaleiro de Prata de Flecha avança com sobre Silena, as jovens parecem não intervir, conhecendo o poder da companheira.

FlechaFLECHAS FANTASMAS!

Centenas de flechas douradas partem, saindo do punho do cavaleiro, mas Silena apenas estende a mão antes dos ataques chegarem, e emana um redemoinho de chamas que consome todas as flechas, avançando e envolvendo o cavaleiro também.

Damaris— pobre rapaz - dando um leve sorriso, observando junto com as outras o sofrimento breve do cavaleiro.

Lagarto— Patros!!! 

O redemoinho retorna para Silena, e o cavaleiro cai ao chão. Sua armadura se desintegra por completo, e apenas ouve-se o seu último suspiro.

 Paloma— os protetores de Atena são muito fracos!

Soldado— ela acabou com dois cavaleiros de Prata facilmente!

Lagarto— Impossível! - com os olhos trêmulos -  Ataquem todos juntos, vamos!!! O que estão esperando! 

Áclama - essa não! Parem, ou serão mortos num piscar de olhos! - tentando evitar o confronto.

Emma — vocês sabem que não há como determos Silena, né? 

Soldado— vamos, atacar!!!

Todos - haaaaahhhhh!!

Quando o desastre eminente está prestes a se concretizar, um brilho dourado surge, bloqueando todos os soldados, empurrando-os para trás. 

Lagarto - esse cosmo! 

Áclama— um brilho dourado!

Láquis— um...cavaleiro de ouro?

Paloma— Não, é uma amazona! Vejam, cobre o rosto com uma máscara! - admirada.

Entre as forasteiras e os soldados, está Europa de Touro, de braços cruzados, já intimidando as guerreiras.

Soldado — senhorita Europa!

Lagarto— delicada como uma flor, rústica como um Touro! Quem não a conhece pode julgá-la como frágil, mas é um mortal engano!

O cavaleiro de prata dá alguns passos para trás, e os soldados repetem o ato, temerosos.

 Silena— a armadura de ouro de Touro! - se entusiasmando.

Por um momento, o tempo parece parar em meio à tensão que surge.

Shina se aproxima, e observa a imponente Europa de Touro encarando as forasteiras por trás da fria máscara.

No alto de um rochedo, observando tudo à distância, está Tatsuya. O jovem parece bem interessado no que vê.

Qual será o desfecho desse impasse? Conseguirá a amazona de Touro deter os estragos gerados pela chegada das guardiãs de Íris ao Santuário?

 


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Notas finais do capítulo

As guardiãs de Íris sentem todo o poder de Europa de Touro. Makoto finalmente revela à Seiya que também se tornou um cavaleiro, e Seiya começa a ficar ciente do passado que foi apagado de sua mente. Tatsuya põe o seu plano insano em ação.

Não percam o próximo capítulo de Saint Seiya: A Saga de Íris

A INVESTIDA DE TATSUYA!



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