Juntos por uma Eternidade escrita por CamilaHalfBlood


Capítulo 4
Capitulo 4 – Elizabeth Masen




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Capitulo 4 – Elizabeth Masen. 

Pov. Bella

Já não havia mais ninguém no refeitório quando eu voltei 

Sabendo que Edward já tinha voltado para sua sala, sentei na mesa dos Cullens, e me deixei levar pela saudade que preenchia meu peito. 

Fazia 98 anos que não via Elizabeth, e não se passava um dia sem que eu não sentisse sua falta, as vezes imaginava como seria se ela ainda estivesse ali, como se eu pudesse voar para o paraíso e acha-la lá, me esperando com um sorriso doce. 

Mas não conseguia aceitar que Klaus falasse assim dela, não como se ela fosse o monstro invés dele. 

Eu o odiava, com todas as minhas forças, por ele ser tão cínico e controlador que não via seus próprios defeitos, e ainda mais por ainda conseguir me magoar como ninguém conseguia. 

Comecei a soluçar, me deixando levar pelas lembranças do passado surgissem em minha mente. 

Estava muito nervosa, faria a passagem, era a primeira vez que faria isso, se algo desse errado helena iria acabar comigo, ficaria mais um ano em treinamento. Mais um ano presa na coleira que Klaus havia colocado em meu pescoço, e eu queria minha liberdade. 

Além de que apenas imaginar ter que passar mais um ano com Helena era um pesadelo. 

Já tinha visto antes uma passagem, mas ver era diferente de fazer, se eu falhasse, não era apenas o meu treinamento que estaria em jogo, a alma da pessoa ficaria presa na terra, presa para sempre, aquele trabalho era uma responsabilidade muito grande, e eu não entendi como alguém podia gostar daquilo, quer dizer eu sabia que fazer aquilo era umas das responsabilidades de Bernard. Mas ele mesmo nunca falava de quem mediava. 

Agora estava eu, era minha vez e tinha esgotado as minhas perguntas para Bernard, agora eu tinha que fazer. 

Engoli em seco abrindo a porta.  

Quando entrei vi uma mulher sentada, ela me fixou seu olhar em mim, e diferente de como eu achava que seria ela não parecia assustada ou com medo, parecia cansada, como se aquilo fosse demais e ela apenas quisesse dormir. 

Preferia ter chegado antes da mulher, muitos desgarravam muito fácil, e cada segundo era crucial, eu só esperava que já não tivesse jogado minhas chances no lixo pelo meu nervosismo. 

Tentei sorrir para a mulher, mesmo que ela não mostrasse estar nervosa devia ajir como se ela estivesse. 

Puxei a cadeira em sua frente para me sentar junto a ela. 

— Olá - falei focando o tom da minha voz o mais neutro que eu conseguia - Sou Isabella, qual é o seu nome? 

— Elizabeth Masen— ela disse franzindo o testa - onde estou? 

Respirei fundo mais uma vez. 

— Você está segura Elizabeth, estamos em um lugar... especial e eu estou aqui para te ajudar. Preciso saber...o que é a última coisa que você lembra? 

Ela me olhou, então se remexeu desconfortável. 

Eu acho... Que estamos mortas. – a mulher me contou— ou pelo menos eu estou 

Meu sorriso sumiu com suas palavras. 

Ela sabia que estava morta. 

Qual era a probabilidade, um conhecimento tão raro para recém-mortos, que entre mil mortos dois sabiam disso, mas ia muito além disso, não era apenas saber, era sentir. 

Saber disso é muito mais, é a pura força de um ser humano. 

Era praticamente uma dádiva estar entre esses, 

Sorri para mulher a minha frente, não esperava que a minha primeira câmara fosse com uma escolhida, ela parecia estar na base dos 30 anos, tinha cabelos de bronze longos, mas seus olhos que me chamaram a atenção eram verdes-esmeraldas, uma cor que eu nunca tinha visto com tanto brilho antes. 

— Normalmente as pessoas vem para cá antes sabe, não são todas, mas sempre tem um padrão...elas não sabem o que aconteceu com elas, estão assustadas e com medo, então eu tenho que fazer esse... trabalho de impedir que elas fiquem por aqui — expliquei - Não são todos que aceitam que estão mortos... é doloroso para dizer a verdade. 

Eu lembro da dor – ela disse desviando o olhar – era frio e o médico... Ele disse que...que a doença estava muito avançada, meu marido... Ele morreu antes de mim 

não são todos que passam por aquiexpliquei – Mas você pode vê-lo novamente... Se quiser 

Minha vida já acabou – ela me contou — eu sabia disso quando decidi me internar. 

— Não dessa forma – sorri – normalmente um morto apenas tem um destino, aceitar a morte e seguir em frente, mas você... Você não. 

— Por que? 

Você é diferente Elisabeth, poucas almas tem isso dentro delas, essa forca entende?  - ela apenas se limitou a balançar a cabeça negativamente – não sabemos como acontece, mas voce morre, saber disso nesse momento da aceitação é... difícil, elas não tem o que é necessário para lidarem com a morte, elas ficariam presas pelo medo que a sua própria mente colocariam nelas, mas você está aqui nessa sala, calma como se nada houvesse acontecido, por isso você pode escolher, pode ir como todos ou pode ficar aqui 

Aqui? 

— Não exatamente aqui, eu gosto de acreditar que aqui é o meio do caminho – ri um pouco – tem um mundo enorme por trás dessas paredes, é exatamente o mundo que você já conhece, o que você acha que eu sou? 

— Você tem a idade do meu filho – ela pensou alto, ela se desencostou da cadeira se inclinando em minha direção - Edward... 

Seus olhos ficaram momentaneamente desfocados, como se pensasse em algo a milhões de quilômetros aqui, então ela se levantou da cadeira de supetão, seu rosto em completo choque, seus olhos encheram de lagrimas. 

Me-eu filho! O médico o salvou? – disse de repente com uma voz embargada seus olhos estavam transtornados - Por favor Isabella me diga que ele o salvou 

— Eu não sei - me levantei tentando apara-la - O houve com seu filho? 

— Ele estava doente... - um soluço cortou sua fala - O médico disse que salvaria ele, tão novo... 

— Sinto muito - falei - mas se ele estava doente como você estava, o médico não poderia ajudar... 

— Não - ela me cortou - ele não envelhecia, ele podia salva-lo, ele prometeu 

Não envelhecia... mordi minha boca enquanto o entendimento me abatia, um vampiro. 

— Você tem certeza?  

— Eu o conheci quando era menor - ela confirmou - Eu tenho certeza 

— O que você fez... - cai sentada mais uma vez - Vampiros são seres ruins, seu filho está perdido agora. 

— Edward... - ela cambaleou - Ele..Ele não...  

— Sinto muito, muito mesmo, mas seu filho não tem mais o direito de ter um anjo da guarda, os arcanjos dizem que as almas dos vampiros já estão condenadas a destruição, ele de agora em diante vivera da morte de outros, pela sede e pela fome 

Elisabeth entrou em desespero, chorou e chorou, eu não sabia o que fazer, então me limitei a abraçá-la, não disse que ia ficar tudo bem, até por que eu não sabia se iria ficar bem, apenas fiquei em silencio enquanto ela se acalmava. 

— Não, ele não vai - sua voz saiu mais firme agora, mas ainda era um sussurro 

— Você não tem como saber disso 

— Por que ele ainda é ele - ela levantou o olhar para mim 

Eu parei segurando a respiração, quando a última fala da mulher recaia, quase conseguia ouvir o sermão de Bernard por trás dessas palavras, sabia que a mulher a minha frente não sabia da importância dessas palavras, mas ela mostrava exatamente o quão idiota eu estava sendo. A minha vida inteira me tiraram o livre arbítrio, odiava isso e era exatamente isso que eu estava fazendo neste momento. 

Eu não podia pensar que sendo vampiro ele não podia continuar bem. O que houve com ele foi uma tragédia, mas ele podia estar lutando, e sem ninguém com ele com toda certeza o mundo consumiria essa força. 

A vergonha queimou em mim. 

— Me desculpe - pedi abaixando minha cabeça - você está certa, vou te ajudar com Edward, eu prometo 

— Não quero que você faça isso - ela sorriu para mim em meios as lágrimas Ele vai ser forte, só precisa de um empurrãozinho 

— Mas eu vou - voltei a falar - enquanto ele ainda for Edward. 

— Nós vamos 

Por algum motivo fiquei feliz por ela resolver ficar, talvez o modo como se ela falava do filho, mas ela parecia uma boa pessoa. 

—  Você precisa saber...— lembrei - mesmo que você seja forte, não dá para aguentar a carga da vida passada se você ficasse aqui – sempre imaginei o que eles sentiam ao perder a memória, na minha opinião era como perder sua vida toda, tudo que você é de verdade, aprender tudo do começo e sem nada com que se possa apoiar, por isso poucos ficavam, eu nunca tive essa opção, sempre foi um anjo, nunca me senti viva de verdade, não era uma coisa ruim, mas não teria escolhido essa vida se tivesse essa opção, olhei para Elisabeth - Você quer isso? 

Ela me olhou para mim por alguns segundos, limpando os últimos resquícios de lagrimas de seu rosto, de alguma forma agora ela parecia mais nova, quase como se tivesse encontrado algo novamente, seu olhar cansado estava bem mascarado pelo seu brilho. 

Você pode lembrar de quem eu sou? - ela me perguntou— é apenas isso que eu peço. 

— Claro - sorri sendo retribuída pela mulher a minha frente. 

Depois disso, Elisabeth passou a tarde me contando toda a sua vida, para quando perdesse suas memórias, era uma forma de ser lembrada e se de despedir, eu ri com ela nós momentos felizes e chorei junto com ela nós momentos tristes e por fim segurei seu mão quando sua memoria era apagada. 

A levei até onde Bernard e eu morávamos naquela tarde, meu pai por sua vez não pareceu surpreso, aceitou bem a nova companhia, e por um tempo todo dia que passava, ficava menos pior, parecia normal, uma mãe e um pai, de verdade. 

Nunca contei a ela o seu passado, ela não podia saber, mas foi como se nada tivesse mudado ela nunca perguntou de fato o porquê de tudo o que fazíamos, não sabia o por que eu levava ela para montanha mais alta todo dia de manha, mesmo ela tendo me contado que era o que ela gostava de fazer quando menina. 

E também não sabia o por que era tão importante para mim que um vampiro qualquer na terra tivesse um anjo guardião. Eu sabia que talvez o que a Elizabeth queria quando tinha suas memorias não era o que eu estava fazendo, mas eu gostava de pensar que sim. 

E de acreditar que ele ainda era ele. 

O processo para tornar Edward próprio para ter um anjo foi árduo,  a cada passo que dávamos mais um problema aparecia, os Arcanjos não aceitavam que um vampiro tivesse anjo. Era um ultraje para eles, tanto para as leis quanto para o anjo que o protegeria. 

Mas eu sabia que Elizabeth iria ser essa pessoa no final. 

Nesse tempo nós nos tornamos como mãe e filha, vivíamos juntas, ela me ajudava em tudo em que podia, principalmente com Klaus, naquela época eu  gostava de pensar que ela e Bernard podia se envolver, era um sonho de uma criança, mas os dois eram apenas grandes amigos  

Mas sua companhia durou pouco, com o tempo acabei por descobrir o que fazer para conseguir que Edward tivesse um anjo guardião, era um magia perfeita, a ultima barreira, fiz tudo as escondidas, até por que se eu contasse para alguém, não deixariam fazer o que eu tinha que fazer. 

Fechei os olhos. Lembrando daquele dia fatídico. 

Elisabeth e Bernard quando souberam que eu teria outra reunião na Redoma, insistiram que iriam , eu tentei fazê-los desistir, coisa que eu não consegui, mesmo eles não entendendo o que podia ter mudado, eles iriam, para me apoiar como sempre faziam. 

No dia da tal reunião, eu já tinha aceitado que eu teria que fazer, não havia outra saída, antes de entrar na sala abrasei Elisabeth e Bernard pela que eu achava ser ultima vez. 

Então apresentei minha ideia para os arcanjos, Edward teria um anjo guardião e em troca minha força vital, para mim na época era um fim digno, a ideia havia se fixado na minha mente. Ouve gritos e Bernard tentou me tirar do lugar a força, se desculpando com a redoma pelo meu comportamento. 

Mas mesmo ele tentando me tirar do lugar, eu permaneci lá, esperando minha resposta, que eu pensava ter apenas uma. 

Quando a negativa veio, eu sabia muito bem o porquê de não terem aceitado. 

Klaus. 

Por culpa dele eu tinha falhado de novo. 

Logo depois disso aconteceu. 

Foi a vez de Elizabeth colocar a existência dela para eles. 

Lembro-me quando ela se ofereceu para isso, como eu queria que como foi comigo eles não tivessem aceitado, mas claro que eles aceitaram, não  havia o por que de não aceitarem a proposta dela, eles só ficariam mais fortes. 

Mais uma alma para consolidar a força deles. 

“Não chore, minha filha – disse-me ela limpando minhas lagrimas – Eu amo você, você é tudo para mim, mas eu sei que vocês precisam disso, eu quero fazer isso, eu sinto que devo – Então ela me deu um beijo em minha testa” 

Ela foi até Bernard depois disso, sussurrou algo em seu ouvido, pediu desculpas e sorriu docemente. 

Aquela foi a ultima vez que eu a vi. Bernard me tirou de lá logo depois disso, eles não queriam que eu visse, mas eu queria ter visto, queria ter mais aqueles segundos preciosos roubados de mim de quem eu considerava minha mãe. 

Escutei ao longe o ultimo sinal do dia tocar. 

Logo depois Alice saiu do prédio junto com Jasper depois Edward e por ultimo Emmet e Rosalie. 

Sai do telhado parando ao lado do carro enquanto esperava eles saírem do estacionamento. 

Antes de levantar voo limpei as lagrimas dos meus olhos. 

Afinal eu tinha que ser forte, seria o que Elisabeth tinha sido em vida. 

Assim que chegamos a casa dos Cullens, percebi que tinha alguma coisa errada, todos estavam estranhamente quietos, até Edward estava preocupado, me concentrei em ler seus pensamentos, coisa muito rara para mim fazer já que nossa ligação era sentimental, não psíquica, mas ainda conseguia, se me esforçar escutar o que ele pensava. 

Ele estava pensando na visão que Alice tinha tido. 

Me senti enriquecer quando vi. 

Alice tinha visto uma sombra era quase sem contorno, mas dava para ver seus olhos, o que eu vi me fez tremer, eram quase multicoloridos, mas só mudavam para quatro cores, Preto, vermelho, vinho e por fim, Brancos. 

Olhos dos integrantes de um Arcanjo. 

Ela não devia poder vê-los, se alguém descobrisse isso séria o fim para a mim com a família Cullen, colocariam a culpa em mim, por estar perto de mais, e por isso Alice tinha tido a visão. 

E nunca mais o veriam outra vez. 

“Eu não deixar isso acontecer” 

Assim Carlisle chegou, eles contaram para ele a visão de Alice teve, claro que ele também não sabia o que poderia ser. 

— Vocês não sabem o que pode ser, melhor não contar a ninguém - falei, mas como acontecia as vezes eles não acataram minha sugestão, afinal eu não podia  obrigar ninguém a fazer nada, então Carlisle prometeu, ligar para Eliezar e ver se ele podia ter ideia do que podia ser aquilo. 

Escorreguei pela parede em que estava encostada, me sentando no chão da casa. 

Com sentimento de cansaço me abatendo. 

Fim do Capítulo 4. 


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Notas finais do capítulo

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