Juntos por uma Eternidade escrita por CamilaHalfBlood


Capítulo 22
Capítulo 22 – Concepção quebrada


Notas iniciais do capítulo

Oie, Olha queeeem está de ferias?
EU MESMA
Nossa pessoal agr vai ficar tão mais facil postar, vcs nn tem ideia
Prometo que o prox nn vai demorar tanto
Esperto que gostem ♥



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Capítulo 22 – Concepção quebrada

— Onde guardo isso? – perguntou Alice para mim indicando uma das caixas

— No armário a direita – respondi.

Ela assentiu, e voltou a arrumar. 

Sorri, feliz por a mesma estar ali.

Alice havia tomado boa parte do meu dia depois disso do que havia acontecido com Edward. Quando o dia amanheceu, ela me arrastou para o mercado da cidade, tendo descoberto que eu ainda não havia reposto minha casa com os mantimentos necessários. Embora invasiva, apreciava sua companhia e então aceitei de bom grado.

— Parece que as coisas estão se consertando. – disse Alice, com um sorriso satisfeito quando esvaziara a última sacola.

— Só falta uma coisa agora.. – suspirei encostando-me na bancada - Tenho que ir na loja de Camping.

— Tem certeza? – ela franziu a testa preocupada

Havia contado a ela o que planejava fazer, mas ela não concordou. Ela parecia entender meus motivos, mas ainda parecia estar relutante.

— Tenho. – Assenti para Alice – Vai ficar tudo bem.

— Quer que eu vá  com você lá? – perguntou ela – Nós podíamos fazer algo divertido depois disso.

Sorri para ela, apreciava sua preocupação já que sabia que seu convite era para me animar. Mas hoje já tinha planos para a noite.

— Acho que vou voltar para casa depois. – menti – Estou um pouco cansada.

A verdade era que precisava ir para La Push.

Havia recebido a mensagem marcando a reunião que ocorreria em algumas horas, e já havia me decidido que iria para a mesma sozinha, mas duvidava que Alice aprovaria isso.

Me despedi dela uma hora depois deixando a na frente a sua casa. Ela não precisava de carona de fato, e sabia que como passara ser para mim desde que tinha me tornado vampira. O fato da caminhonete ser tão lenta incomodava de varias maneiras, entretanto ainda sim apreciava esses momentos humanos.

Depois isso fui em direção a La Push, logo a loja de Camping apareceu em minha frente.

Repassei uma ultima vez antes de sair do carro, certa de que aquilo tinha que ser feito.

Entrei no lugar, que já era costume para mim. Tinha escolhido não vir no meu horário normal, já que se o fizesse Mike estaria alí também, e eu queria pelo menos manter aquilo o mais particular possível.

Encontrei-a nós fundos, afundada em seus documentos. Gostava da Sra. Newton, e era mais fácil de se lidar com ela do que com o filho. Mesmo que a mesma gostasse de fazer algumas perguntas pertinentes, não mudava o fato de que ela era uma boa pessoa.

— Isabella! – a Sra. Newton sorriu levantando da sua mesa – Que bom que melhorou.

— É, na verdade... Eu precisava falar com a senhora.

— Tudo bem. – ela franziu a testa – Pode falar.

Me atrapalhei com as palavras, em um momento me vi despejando para ela uma história que nem eu havia pensado em inventar, não tinha percebido o qual nervosa estava com isso.

Ou que aquilo significava mais do que eu achava que era.

— Então... Não posso mais trabalhar aqui. – Falei por fim percebendo que estava um pouco ofegante pela falta de paradas enquanto falava.

— Você tem certeza? – ela franziu a testa em confusão - Se é isso que você quer, tudo bem. Mas pela forma que você parece indecisa não prefere repensar sobre isso?

Desviei o olhar.

— Sinto muito – falei - Mas não posso ficar.

— Certo.. – Ela sorriu tentando me deixar confortável - Mas se quiser voltar e a vaga estiver aberta fale comigo, tudo bem?

O som característico do sino tocou, ela sorriu indicando ir para a frente da loja, já que teria que atender o cliente.

Ainda não havia mudado de ideia, entretanto enquanto a seguia refletia se era o que realmente queria estar fazendo.

— Olá, o que gostaria? – perguntou ela

— Não vim fazer compras.

A voz da pessoa me fez congelar, eu a reconhecia, ainda fresca demais em mim para pode-la esquecer.

Lembrava exatamente o que ele havia me dito na última vez e tambem lembrava exatamente quando havia o visto pela primeira vez.

Subi meu olhar para ele. Ainda continuava o mesmo, as mesmas feições, e o mesmo olhar assustado. Aquele que havia utilizado para me enganar um dia, como se em algum momento algo fosse o atacar.

Lembrava-me exatamente de como ele mudava tão drasticamente, em um segundo um humano assustado e no outro um integrante do Veneno.

Mas dessa vez ele não queria me enganar. Seu olhar malicioso em minha direção mostrava isso, mas ele parecia mais abatido agora, seus ombros um pouco curvados e seus olhos expressavam um cansaço que não haviam antes.

Mas ainda sim era ele.

Prendi a respiração.

Eric.

O sorriso dele se abriu quando me viu, como se fossemos velhos amigos que não se viam há muito tempo.

Os papeis que estavam em minha mão, caíram no chão com um baque surdo pelo meu choque.

— Vim buscar uma amiga.  – disse ele para Sra. Newton, mesmo que seus olhos ainda estivessem em mim, me analisando – Isabella.

Minha demora para reponde-lo chamou a atenção da mulher, ela olhou para mim estranhando meu comportamento, instantemente me abaixei para pegar os papeis esperando que ela não tivesse visto minha reação.

— Está tudo bem Bella? – perguntou a Sra Newton franzindo a testa

— Está – me adiantei – Obrigada por tudo Sra. Newton, mas acho que não vou poder ficar mesmo.

— Precisa que eu chame Charlie para buscar vocês? – sugeriu ela

Percebi um segundo depois o que ela estava propondo, seu tom não indicava nada além de gentileza, entretanto sua escolha de palavras fora suficiente para entender o que ela estava realmente dizendo.

Ela estava propondo chamar a polícia se eu quisesse.

— Não, Eric vai me levar para casa. – falei tentando fazer com que minha voz saisse o mais normal possível, sua desconfiança sobre Eric apenas pioraria tudo.

Ela tranziu a testa com minha tentantiva forçada de aparentar normalidade, mas assentiu sorrindo nervosamente.

— Pense no que eu disse, certo querida?

— Claro.

— Vamos – falei para Eric, passando por ele com passos rápidos querendo colocar mais distancia entre eles.

Ele riu pela minha pressa, o que apenas fez minha raiva por ele aumentar.

Estava traçando planos em minha mente enquanto saiamos da loja, quando vi algo que me fez parar novamente.

O volvo de Edward estacionado ao lado da minha caminhonete , enquanto o proprio estava encostado ao lado de seu volvo seu olhar fixo no chão, sem ao menos se mexer um músculo.

— Edward? – sussurei

— Trouxe uma companhia. – disse Eric passando por mim e parando ao lado de Edward que não reagiu a sua aproximação.

— O que fez com ele?

— Você sabe o que eu fiz. – ele deu de ombros como se aquilo não importasse - Ele vai ficar bem.

Aquilo era uma mentira, eu sabia, não havia motivos dele trazer Edward ali sem que fosse para machuca-lo, por que ele queria me ter rendida.

— O que você quer?

— Primeiramente.. buscar informações.

Tentei pensar em algo que o mesmo pudesse querer a ponto de ter vindo ali para isso, entregando nada me veio a cabeça, eu nunca fora um anjo de alto escalão para saber das coisas importantes.

— O que você quer saber?

— Tudo o que eu queria saber, eu já consegui.

Ele sorriu indicando Edward com a cabeça.

Tentei repassar o que havia falado para Edward, entretanto não havia nada.

Era apenas sobre mim, não havia nada alem disso.

— Quer um conselho? – sussurou se aproximando de mim - Não conte seus segredos para mentes que vão entregar tudo tão fácil assim.

Tentei utilizar nossa ligação para contê-lo na mente de Edward. Eu devia ter impedido isso, tinhamos uma ligação, era para ser suficiente, entretanto eu sabia o que havia acontecido de errado.

Eu estava tentando calar nossa ligação com tanto afinco que Eric não precisou de muito para utilizar isso contra mim.

Agora Eric estava mais no controle do que eu já estivera.

Os olhos de Edward se voltaram para mim, mas duvidava que o mesmo estivesse vendo algo de fato.

— Deixe ele ir embora. – propus – Eu não vou reagir, você não precisa dele.

— Não sou misericordioso como Frey, não quero fazer um trato com você. – ele disse - Ele vai continuar aqui, para ter certeza que você não vai fazer nada de idiota.

Frey – já havia escutado esse nome, lembrei-me do desalmado que havia atacado os Cullens pouco antes de contar toda a verdade para os mesmo.

Tinha chegado a conclusão que era algo que havia imaginado, mas o anjo tinha dito seu nome para mim? Não conseguia ver seu motivo para tal, a menos é claro que ele quisesse que eu soubesse quem ele fosse.

— Não vou. – prometi

Ele sorriu.

Entre no carro, Bella. – ele indicou a cabeça – Temos uma pequena viagem para fazer, nós três.

Mordi a língua, tentando pensar em uma forma de acabar com aquilo.

Não podia deixar que aquilo continuasse.

Voltei meu olhar para Edward, temendo que estivesse fazendo a escolha errada.

Sabia que uma vez que estivesse dentro do carro seria impossível fugir, e então não estaria apenas condenando a minha vida, mas sim de Edward também.

— Os outros Cullens - lembrei – O que fez com eles?

Ele suspirou exasperado, irritado comigo pela insistência.

— Eles são vampiros Eric – continuei antes que ele pudesse me mandar entrar no carro mais uma vez - Vão procurá-lo se ele não voltar.

— Então vão morrer quando achar. – respondeu ele, simplesmente.

— Mas quantos dos seus eles matariam antes de morrerem. Claro, a menos que você não ligue para isso também.

Tinha acertado um ponto sensível para ele, conseguia ver em seu olhar, foi por apenas um segundo, mas a preocupação havia passado ali.

Ele se importava com alguma coisa afinal.

— Edward pode ligar para um deles – propus - Avisar que vai embora cidade

Ele voltou seu olhar para Edward, enquanto de concentrava.

— Deixe ele se despedir – falei quando Edward levantou o braço com seu celular em mãos, seus movimentos mecanizados - Por favor

Senti a vergonha de ter que implorar por isso, entretanto quando o mesmo me encarou analisando o meu pedido sustentei seu olhar, esperava que ele visse o meu pedido como apenas o que era, não pelo o que eu queria dizer de fato.

Não achava que o mesmo fosse faze-lo, entretanto quando o mesmo olhou para Edward percebi algo que não tinha percebido antes.

Fazer aquilo estava doendo.

Não era de admirar, ele não estava apenas se ligando a Edward, estava também me mantendo fora, tal força devia estar acabando com ele pouco a pouco.

Ele suspirou e virou o rosto. O controle dele se desfazia e eu senti o alívio se formar em mim.

— Se você não controla-lo – disse ele por fim – Vou matá-lo.

Assenti, já sabendo disso.

Olhei para Edward esperando sua reação, ele piscou primeiramente, olhou para sua mão que ainda segurava o celular como se fosse a primeira vez que tivesse a vendo, logo depois olhou em volta, seus olhos parando em mim.

— Bella? – ele abaixou a cabeça confuso, depois balançou a cabeça como se expulsasse um pensamento ruim.

— Edward – sorri aliviada, foi o único momento em que eu me distrai pelo fato de que Eric ainda estava ali. Dei um passo em sua direção, mas Eric segurou meu ombro evitando que me aproximasse dele.

Ele precisava de um refém ainda.

Os olhos de Edward se voltaram para Eric que ainda estava atrás de mim.

— O que está acontecendo? – perguntou

— Ele é um amigo – menti – Ele veio me visitar. Ele é como eu...

— Precisamos que você ligue para sua família – disse Eric me cortando - Fale que vai sair da cidade por algum tempo.

— O quê? Não vou sair de Forks.

— Isso vai acontecer de uma forma ou de outra. – respondeu Eric rudemente.

Edward levantou seu olhar para Eric, percebendo então que ele não era quem eu estava dizendo.

— Edward, faça o que ele falou – pedi

Edward me olhou estranhando, sustentei seu olhar, querendo poder falar com ele a sós, ele precisava confiar em mim naquele momento.

Contive um suspiro de alívio quando o mesmo assentiu, fazendo o meu pedido.

Ouvi a voz de Alice pelo outro lado, enquanto ela pedia ao irmão a pensar melhor no que ele estava fazendo, desviei o olhar para o chão com sua tristeza.

Evitei olhar para Eric, não sabia o quanto ele havia tirado da cabeça de Edward, se ele soubesse que Alice conseguia ver o futuro ele iria perceber nesse momento o que eu estava fazendo.

Entretanto o mesmo não disse nada sobre.

Se eu tivesse sucesso no que eu queria fazer, Eric pararia de ser um problema. Aquela conversa realmente seria a última entre os dois.

Eric se manteve perto esperando que terminasse, esperando que fossemos de alguma forma revelar algo, entretanto eu não precisava falar nada, apenas que Alice se concentrasse em nós para ver o que havia de errado.

Entretanto ainda precisava de têmpo, pelo menos o máximo que eu poderia conseguir.

— Você era humano? – perguntei .

Ele não respondeu, continuando a prestar atenção na ligação.

— Eu acho que você era. – continuei – Foi para o Paraíso depois que morreu.

Esperei por uma reação dele, não o conhecia o suficiente para saber o que o incomodaria, mas o fato de ser um humano para Klaus e Helena era o que os irritava.

Mas o mesmo não expressou nada.

— Você não tinha água-Light antes, certo? – falei - Como está se acostumando com as vozes?

Seu olhar desviou para mim, apenas por um segundo antes de voltar a olhar para Edward.

—  Elas já começaram a te atormentar durante o sono? - pressionei - Já tem medo de dormir?

Espere no carro. — mandou ele trincando a mandíbula.

Não contive o sorriso. Era por isso que ele não queria manter aquela ligação com Edward, já era demais a água-light da forma que ele funcionava principalmente no começo e aguentar uma ligação piorava tudo ainda mais.

— Já perdeu o controle com alguem?

— Cala sua boca.

— Temos uma viagem pela frente Eric. É bom eu saber que você vai conseguir controlar para não fazer o mesmo conosco.

Ele reagiu, me empurrou contra o carro, o romper de fúria foi rápido, como se algo quebrasse dentro dele.

Ele piscou percebendo o que tinha acontecido com o mesmo, me soltou um segundo depois.

Por um segundo vi algo de diferente passar ali, ele parecia assustado consigo mesmo, com o pouco controle que tinha sobre si mesmo.

Mas eu não tinha tempo para aquilo, a abertura que sua perca de controle era a única coisa que eu tinha como vantagem.

Eu queria sua fúria, se ele perdesse a cabeça ficaria mais fácil, era por isso que poucos Especiais terminavam o treinamento, a Água-Light fazia isso, ou você reprimia ou explodia, nunca havia um meio termo no começo, e Eric aparentemente era uns dos que explodiam.

Mas ele também percebeu que eu queria aquilo, voltou a vir até mim querendo me imobilizar, mas Edward entrou em minha frente antes disso, contento seu avanço antes que eu pudesse pedir para que ele mantesse distância.

Um momento depois Edward calambeou, colocando a mão em sua cabeça gemendo de dor.

Evitei o instinto de ir até ele para ajuda-lo, mas se o fizesse agora, Eric se recuperaria, e então Edward estaria ainda pior.

Portanto investi contra Eric, desferi um soco em sua barriga com toda a minha força, desejando ter uma arma para utilizar naquele momento.

— Hey – escutei a voz da Sra. Newton vir de trás de mim - O que estão fazendo?

Mas a distração da minha parte era tudo o que Eric precisava, se recompôs segurou meu braço quando tentei desferir outro golpe em sua direção.

Senti suas mãos se fecharem sobre meu pescoço, apoiando meu corpo contra o carro com força, o baque fez com que o ar dos meus pulmões se fosse, lutei contra seu aperto.

— Não... – sussurei

Ouvia os gritos da senhora Newton pedindo que me soltasse, ameaçando ligar para a polícia, vi pelo canto do olha ela tentar soltar as mãos de Eric de mim, mas ela não era forte o suficiente.

Mas invés disso ele sorriu e soltou meu pescoço.

Me apoiei no carro tentando recuperar o fôlego.

Ouvi o baque um segundo depois que fez um um arrepio gelado subir pela minha espinha, o som fora forte, cortante, tão forte que pareceu rebombear pelo lugar mesmo depois te sumido.

O silêncio que se me fez tremer.

Por que ele era pior, por que agora não tinha mais a senhora Newton tentado fazer Eric fica longe de mim.

Invés disso ela estava caida ao pé de Eric, com uma poça de sangue envolta de sua cabeça que parecia crescer cada vez mais.

Senti meu estômago revirar com essa constatação.

— O que você fez... – sussurei

— O que você me fez fazer. – ele se abaixou – Quem vai ser o próximo?

Mordi o labio com tanta força que senti meu proprio sangue em minha boca.

Eirc não demonstrou arrependimento por te-lo feito, invés disso apenas ignorou aquilo, como se nunca tivesse o feito, vi o mesmo caminhar até Edward que ainda estava caído no chão inconsciente.

— Ele desmaiou – Eric suspirou irritado – Era mais fácil se não tivesse que carregar um corpo inerte.

Mas quase não escutei o que o mesmo havia dito, minha atenção estava voltada para outra coisa.

Queria evitar olhar para o corpo machucado da Sra. Newton caído no chão, entretanto o Vampiro em mim não partilhava a minha visão, o sangue me chamava de tal forma que não conseguia desviar o olhar.

Ela tinha uma vida, tinha um filho – tentei me concentrar nisso para não perder o controle.

Entretanto sangue humano ainda era demais para mim suportar dessa forma.

Tranquei a respiração antes que meu controle se fosse por completo.

Mas ainda sim...

Foi nesse momento que Eric entrou na frente, ficando entre o sangue e eu.

Seu olhar mudou para algo que não tinha visto anteriormente, quase como se ver meu lado vampiro o deixasse feliz.

— Você tem alguma ideia do que você tem? – ele chegou mais perto olhando para meus olhos como se conseguisse ver a fome neles – Você ao menos sabe o que é isso?

E talvez estivesse vendo, agora com a fome aumentada vinda pelo sangue e junto com isso a lentes que estava usando para esconder o que eu era já deviam ter se desintegrado.

Não queria que Eric soubesse disso, entretanto o mesmo já devia te-lo visto na mente de Edward pela falta de surpresa da sua parte.

Não respondi, não poderia o fazer sem respirar, e não sabia se conseguiria me controlar por tanto.

— Por que não se alimenta? – sugeriu ele pegando em meu braço com força

— Não... – sussurei travando meus movimentos antes que ele me arrastasse para mais perto dela

Esperei que o mesmo insistisse, e uma parte de mim queria isso, mas o mesmo me soltou, seu olhar se desfocando apenas por um momento antes de voltar a se focar em mim.

Virou o rosto para o chão, respirando pesadamente.

— Os lobos sabem que estou aqui. – Ele disse entre os dentes.

Ele estava tentando se controlar novamente, conseguia ver a sua raiva novamente pairando entre a superfície e a sua razão.

Fransi a testa.

Esse era o meu plano, entretanto esperava pegar Eric desprevenido quanto a isso, mas ele sabia.

Mas se o mesmo sempre soubesse disso por que não teria evitado Edward ligar para Alice?

Eu não sabia que Alice já tinha entendido o que precisava fazer muito menos que os lobos já estavam vindo para cá.

Como ele sabia?

— Preciso que deixem eles longe de Settle – avisou ele – Se algum dos meus morrerem por eles novamente e eu serei piedoso contra ninguém dessa cidade

“Voce não queria fazer um trato comigo”— pensei sem poder externar

— Eu não matei ele hoje. – disse ele – Considere como um presente.

Pisquei e um segundo depois, Eric não estava mais alí, tinha desaparecido como se nunca tivesse de fato aparecido revirado tudo de cabeça para baixo.

Cambaleei para longe.

Longe o suficiente para o sangue não chegasse em mim, mas ainda sim perto o suficiente para ainda ver.

Eu precisava saber afinal.

Me conventrei em meus ouvidos, não tinha a audição tão apurada quanto um Vampiro normal, entretanto se me consentrasse poderia ouvir.

Silêncio.

Eu sabia, afinal, o coração dela já havia parado.

“Ela tinha vindo por que achava que eu estava com problemas”— pensei sentindo o enjôo me abalar com essa contratação

Percebi um segundo depois que havia alguém ali, olhei para Lobo que havia aparecido no começo da floresta.

Era dele que Eric havia fugido.

Não o analisei para ver se o reconhecia, não tinha cabeça para tanto naquele momento então aoenas desviei o olhar para o chão.

— Ela está morta. – sussurei para o lobo, ou para mim mesma, nesse momento não sabia ao certo – O anjo fugiu.

— Talvez ele ainda esteja na cidade. – falei – Melhor fazer uma varredura, nós cuidaremos dela.

Vi o lobo tentar confirmar com a melhor forma que podia antes de sumir mata a dentro novamente.

Alguns minutos depois Edward voltou a se mexer, se levantando com calma quase como se ainda tivesse tentando acordar.

Imaginei como era para ele, havia décadas que o mesmo não se desligava dessa forma,

— Como você está? – perguntei evitando seu olhar

— Minha cabeça parece que vai explodir..

Assenti, eu já sabia, sentia pela nossa ligação que ainda estava tão aberta quanto possível.

Como eu poderia tentar afasta-la de mim novamente se Eric tinha utilizado isso contra Edward?

Senti o seu incomodo quando o mesmo viu como a situação havia se desenrolado, me encolhi, quando a raiva dele surgiu, esperando que ao menos não fosse dirigida a mim.

Ele se abaixou ao lado da mulher, mas até ele não poderia mais ajuda-la.

Ninguém mais podia.

— Vamos da um jeito nisso. – ele sussurou.

— Como? Ele sabe sobre você, sobre sua família, sobre os lobos – desviei o olhar – Acho que sempre souberam, eles vão destruir tudo se eu não obedece-los

— Não importa, eles não vão parar por isso.

Franzi a testa.

— O que quer dizer?

Ele não respondeu, se tivesse sido em outro momento teria insistindo, mas não podia exigir nada depois de tudo o que aconteceu.

Suspirei.

— Eu não posso escolher. – fechei os punhos com força - Quero ajudar Charlie, mas não a custa de ninguém.

— Então ajude-o. – disse ele. Como se fosse tão simples.

— Você viu o que ele fez com você? – perguntei – Ele vai se voltar contra tudo o que eu prezo se eu o fizer.

— Eu estou bem.

— E na próxima? Eu não vou conseguir proteger a todos.

— Você não é responsável por ninguém além de si mesma. – disse ele - Se quer ajudar Charlie,  ajude-o.

Desviei o olhar, não podia ser tão egoísta a esse ponto, o que me faria diferente de Klaus se o fizesse?

— Não posso.

— Pode sim. Se o problema somos nós, nos ajude a nos defender sozinhos. Já estamos envolvidos Bella, não há nada que você possa fazer.

Não tinha argumentos contra aquilo, achava que eles não sabiam sobre a família Cullen, mas estava errada com aquilo.

Antes Seattle era algo meu, Charlie era minha responsabilidade. Além do fato de que fora Bernard que havia começado tudo isso.

E no fim os inimigos eram meus.

Entretanto passara a não ser quando Eric envolvera Edward nisso.

— Bella, você não é mais meu anjo. – ele sussurou desviando o olhar – E tudo bem.

Me escolhi com essa constatação, por que no fim eu sabia que era verdade

Eu não podia estar o tempo com ele e mesma forma que eu tinha desistido do trabalho eu tinha que desistir disso também, era a única forma deles ficarem realmente seguros.

Não podiam mais depender de mim, e apenas coloca-los para fora do problema não funcionava mais.

Mas ao mesmo tempo eu não conseguia, ainda presa demais em meu dever, no que eu achava ser o certo.

Entretanto eu não era mais um anjo, tinha que parar de pensar dessa forma.

Eu assenti com relutância.

— Quem era ele? – perguntou ele

— Um integrante do veneno. – respondi me levantando – Ele queria me levar para algum lugar.

— Por que?

Esse era o pior. O fato de que eu não sabia, era para ser assim, era o que Bernard havia me ensinado. Uma vez na terra, não havia nada que protegesse você do Veneno. Mas pela forma que Eric havia falado, parecia ser algo a mais.

E eu não sabia se queria descobrir de verdade o que ele queria dizer.

— Não sei.. – suspirei.

Mas não importava, ele havia vindo em minha cidade, matara uma pessoa e ameaçara as pessoas que eu me importava, e eu sabia que não podia deixar faze-lo e sair dessa forma.

— Vamos fazer essa reunião agora .– falei decidida – Vamos para Seattle hoje.

Fim do capítulo 22.


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