“Por quê? Por quê? Por quê?”

Eu deveria ter dito a ele por que as pessoas são fracas. Porque nós somos humanos, nós cansamos. Ninguém vive com tanto ódio, ninguém quer viver pelo ódio, ser consumido por esse tipo de sentimento.

Ele estava tão frustrado por não conseguir o efeito que queria, que nem percebeu como seus gritos eram dolorosos e machucados.

“Que humilhação... Acabei nessa forma patética. E vocês, humanos, um bando de lixo... E, além disso, no meio de todo esse lixo, esse moleque que é um lixo ainda maior”.

Mas me surpreendeu vê-lo chorar. Aquela forma pequena e basicamente indefesa, apertar o chão com tanta raiva.

“Droga! É muita humilhação! Este Envy tem inveja dos humanos? Este Envy!? E essa criança é o único que entende como eu me sinto, essa é a pior das humilhações”.

Todos aqueles insultos não chegavam aos meus ouvidos, era como se fossem baixos e pequenos, igual à forma em que ele se encontrava. As lágrimas incessantes por outro lado, pareciam estar me atingindo.

E não havia nada que eu pudesse dizer.

“Espero que se esforce bastante”.

Ele estava tão humilhado, tão machucado... Aquilo estava o matando, tirar a pedra que o sustentava era apenas parte do processo.

Mas eu não queria ter visto aquilo. Não queria que ele tivesse morrido daquela forma.

E ele desapareceu tão rápido que não daria tempo de chegar até ele.

“Bye bye, Edward Elric”.

A última visão que eu tive do Envy, não foi a de uma forma patética virando pó, e sim de um garoto caído no chão, com o rosto encharcado e me dizendo adeus.

E eu realmente queria ter dito mais alguma coisa a ele. E pensar que a única coisa que ele deixou foi uma marca no meu dedo.

Fim.