Monarquia Serpente - Bughead escrita por Fortunato


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Música do Capítulo: Kehlani - Gangsta



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Jughead Jones

A determinação é como o fogo. Suas silhuetas chamam a atenção daqueles que a temem, seu calor é deveras perigoso, sua luz indica quem está disposto a queimar-se e quem está disposto a apenas aquecer-se. O fogo espalhou-se por todos. Iluminando, aquecendo e principalmente queimando. Elizabeth comandava cada faísca e sua determinação espalhou-se por cada membro da gangue, que agora contava com serpentes em chamas.

— Sim! Mas como Xerife eu não posso entrar lá sem um mandato, nem ao menos conduzir reforços sem que eles fiquem sabendo do que se trata. – meu pai discutia com uma mão que coçava a barba por fazer.

Os serpentes se mobilizavam para ouvir com atenção ao plano de Elizabeth que finalmente colocaria um fim nos Ghoulies. Eu mal conseguia olhar em sua direção sem que meu coração disparasse. Queria arrancá-la dali a força para ter um mais um momento a sós com ela. Enquanto isso não poderia ser feito, me contentava em roçar as pontas dos dedos nos lábios lembrando que ela os havia selado um pouco mais cedo.

— Sobre isso Sr. Jones, - Elizabeth tomou a palavra novamente com uma voz doce – não é só Nick e Bruce que não podem ter acesso aos Ghoulies. Quem entrou na gangue recentemente não é de confiança.

Meu pai assentiu imediatamente.

— Recolham todos os celulares dos novatos! – ordenou – Ficarão em observação intensa até segunda ordem!

Lamúrios podiam ser ouvidos em desaprovação enquanto uma caixa que Toni havia pego do outro lado do balcão passava por eles.

— Eu acho melhor que somente aqueles de confiança ouçam o que eu tenho a dizer. – Elizabeth disse olhando em volta e meu pai pigarreou.

Delimitar quem era de confiança e quem não era poderia estabelecer uma grande barreira entre a gangue. Os que não fossem escolhidos se sentiriam ofendidos.

— Na verdade, acho melhor nos dividirmos em equipes, já que temos muito trabalho a fazer. – comecei.

Eu excluiria todos aqueles que não eram de confiança extrema, mas sem que eles percebessem.

— Uma equipe fica por conta dos novatos que vieram dos Ghoulies para a gangue, outra equipe fica de olho no movimento da cidade e transmite qualquer novidade a nós. – meu pai sorriu com os olhos brilhando quando entendeu o que eu estava fazendo – A última equipe recebe as informações de Elizabeth, acho que quanto menos pessoas souberem, mais seguro será.

“Você é um gênio moleque”. Seu olhar dizia tudo. Fiz um aceno mínimo com a cabeça em sua direção em retribuição e me permitir piscar um olho.

Ninguém discordou, minha organização tinha sido convincente o bastante e, a partir daí, tomei a liberdade de dividir as “equipes”, restando poucos de nós. O corte em meu abdômen ainda ardia e pelo visto não cicatrizaria tão cedo. Quem quer que o tivesse feito poderia ser revelado a qualquer momento e agora estava sendo vigiado pelos outros.

— Pode dizer Elizabeth. – meu pai coçou a barba e ela se sentou no beiral do palco levando as mãos as coxas expostas.

Ao seu redor todos escutavam atentos enquanto ela explicava detalhadamente o que havia visto e ouvido junto de Verônica que em alguns momentos complementava informações.

— Como eu disse antes Elizabeth, não posso entrar lá sem um mandato... – ele passou a mão na nuca pensando – Para uma apreensão desse porte eu precisaria de reforços e de toda uma organização da polícia. Duvido que consiga fazer isso sem que os Ghoulies fiquem sabendo.

— É esse o ponto FP! Vocês vão contar comigo para entrar lá. – ela continuou sua linha de raciocínio sobre apreender as drogas. Antes de completar seus olhos correram até mim me fitando rapidamente – Eu e Verônica vamos fazer um “show” lá, – gesticulou aspas com os dedos -  o que é proibido para menores de idade. Por isso, vocês terão a desculpa de uma denúncia anônima ou algo do tipo.

— Que tipo de show? – perguntei incrédulo e alguns olhares me acompanharam.

Elizabeth pareceu pensar no melhor jeito de responder e no fundo todos ali sabiam do que se tratava.

— Você não vai fazer isso. – contestei e seu rosto se contorceu.

— Não é você quem decide. – ela desafiou com as sobrancelhas unidas e o tom rude.

Me recostei sob a sinuca envergonhado com a sua desaprovação. Eu não poderia decidir nada por ela e isso me matava.

— Eu vou com ela, já foi tudo combinado e até então ninguém desconfia de nada. – Verônica disse parando o olhar em Archie que assentiu com dificuldade.

Como ele podia concordar com isso?

 – E já que estamos aqui, é importante esclarecer que Penélope Blossom está envolvida no esquema. – Verônica completou.

— O que? Minha mamãezinha? – Cheryl se levantou de um banco ao lado de Toni – Do que você está falando?

— Sim Cheryl, sua mamãezinha contrata dançarinas eróticas para um bar cheio de drogas ilícitas. – Verônica explicou.

— Eu sei disso, mas o que ela tem a ver o com as drogas? Que eu saiba ela faz um trabalho honesto, mesmo que escondido do papai. – seu ar era de deboche.

— Tá querendo dizer que sua mãe não sabe do que acontece lá? – meu pai questionou com as mãos na cintura.  

Cheryl ajeitou uma mecha do cabelo dando de ombros.

— Perai, perai. Eu sei que não tem nada a ver, mas de onde saiu essa ruiva e o que ela tá fazendo aqui? – Fangs gesticulou com as mãos no ar apontando para ela.

Toni ergueu as sobrancelhas cruzando os braços.

— Ela tá comigo Foca. Fica na sua.

— Tudo bem Toni, sem briga. – meu pai interveio – Vocês três, - ele disse apontando o indicador para Cheryl, Verônica e Archie – não são serpentes, mas devem jurar lealdade à gangue nesse momento, mesmo que soe ridículo.

— Sr. Jones, sabe que eu nunca prejudicaria vocês, Jughead sempre foi meu amigo. – Archie disse apertando sua mão.

— Conte comigo também, - Verônica começou – não vou deixar Elizabeth sozinha nisso.

Meu pai lhe estendeu a mão o qual foi correspondida pela morena. Todos se voltaram para Cheryl esperando de dissesse alguma coisa.

Ela bufou revirando os olhos.

— Toni já disse que estamos juntas e, pra falar a verdade, minha mãe bem que merece um susto. – sorriu ao final apertando a mão do meu pai.

— Tudo bem pessoal, então vou falar o que tenho em mente e a gente vai corrigindo qualquer falha juntos. – Elizabeth continuou enxugando o suor das mãos contra seu sobretudo preto.

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(música)

A cada três palavras ditas sua atenção passeava por mim, enquanto a minha permanecia o tempo todo nela. Eu estava angustiado com os riscos em que ela se oferecia a correr e, principalmente os que ela já corria, afinal, seu pai estava no meio de tudo isso.

Quando a conversa acabou já passava da meia noite. Ninguém sentia sono ou demonstrava cansaço, pelo contrário, todos estavam pilhados e agitados. Enquanto as meninas se reuniam para discutirem sobre o “show” que agora envolvia todas elas eu sentia o corpo pesar com o corte de mais cedo.

Dei uma olhada novamente ao pano que estacava o sangue do meu abdômen. O vermelho vívido já o havia preenchido por inteiro e ao tentar erguer o rosto novamente minha visão ficou turva me fazendo cambalear dois passos para o lado.

Sweet Pea segurou meu ombro com força me dando apoio.

— Ei cara, tudo bem? – sua atenção foi até o pano ensanguentado.

— Foi de raspão, nada demais. – encarei o vermelho tentando conter a repulsa pelo sangue.

— Deixa eu ver isso. – ele disse erguendo minha camisa.

Segurei seu pulso com força e comprimi os olhos. Não tinha esquecido que Sweet Pea estava no Platinum Ghost dois dias atrás.

— Já disse que tá tudo bem. – minha mão se apertou ainda mais o segurando.

Sweet Pea pareceu confuso.

— Ei! – Elizabeth correu até nós tocando meu braço, a encarei surpreso deixando minha mão pender.

 

Ela comprimiu os lábios e baixou a cabeça, seus olhos vacilaram entre mim e ele.

— Deixa eu dar uma olhada nisso Jug. – tocou o fim da camisa esperando minha aprovação.

Assim que assenti ela ergueu o tecido fazendo uma careta ao encarar o corte.

— Já disse três vezes que não foi nada. – fechei um dos olhos evitando bufar de dor.

Ela franziu o cenho mordendo o canto da boca.

— Hm, - pareceu pensar – você vai precisar dar ponto nisso antes que infeccione.

— Não vou ao hospital. – neguei com toda convicção possível.

— Jughead odeia hospitais, prefere morrer do que ir em um. – Sweet Pea afirmou e por um segundo eu havia esquecido que ele estava ali.

— Você não fala por mim. – retruquei comprimindo os olhos.

— Qual o seu problema cara? – ele balançou a cabeça em negativo.

— Nós te vimos no Platinum Ghost Sweet Pea... Eu que quero te perguntar. Qual é o seu problema? - baixei minha camisa novamente e Elizabeth recuou – Você está com eles? Que merda foi fazer lá?

— Nós? – ele alternou entre mim e ela – Estavam juntos lá?

— Isso não é da sua conta. – disse seco.

— Jug... – Elizabeth chamou.

— O que?! – questionei perplexo e ela demonstrou desconforto.

— Pea, ontem nós estávamos investigando sobre isso tudo e você estava lá. – ela explicou com a voz doce - Eu quero acreditar que você não tem nada a ver com o que tá acontecendo.

Elizabeth levou a mão até o braço de Sweet Pea como se o confortasse. Ele mantinha uma expressão de dor, com certeza não queria decepciona-la. Eu me dispus a separá-los antes de entender que minha raiva estava consumida em ciúmes.

— Eu precisava de dinheiro... – ele respirou fundo passando a mão pela nuca – Só ontem à noite fiquei sabendo por alto o que aconteceria.

— Você sabia do contato entre Nick e Malachai? – os olhos de Elizabeth saltaram.

Ele assentiu.

— Quando eu procurei Nick, pensei que talvez ele conseguisse algumas lutas pra mim, mas ai ele me disse que era só eu entregar uma caixa em Greendale por muito dinheiro. O problema era busca-la na zona proibida para serpentes... – ele me olhou e voltou a encarar o chão – O resto foi tranquilo, consegui o dinheiro que precisava e, na minha cabeça tudo estava resolvido... Foi por isso que não pude te encontrar no campo. Sinto muito.

Elizabeth assentiu com as sobrancelhas unidas.

— Mas você voltou lá... – lembrei.

— Sim. Ele precisava de outra entrega e me ameaçou para que eu fizesse.

— Pensei que fosse mais corajoso que isso. – retruquei.

Ele mordeu o lábio ao fitar Elizabeth.

— Eu não tive medo por mim, tive medo por ela.

— O que você quer dizer? – ela questionou assustada.

— Malachai disse que uma garota loira com a jaqueta serpente estava em um ponto de encontro deles na floresta. Inicialmente Nick não disse seu nome a Malachai, mas ele contou com essa vantagem nas mãos para chantagear quem fosse preciso, ele me ameaçou que contaria a Malachai, ou ao seu pai, e Betty... Você não tem ideia do que ele é capaz.

Seu semblante tornou-se obscuro e a verdade era clara em rosto.

— Quando eu descobri isso fiz a entrega e vim até a luta, mas não te encontrei aqui. – ele estalou a língua no céu da boca – Te liguei umas mil vezes, mas também fiquei preocupado com Jughead. – ele apontou meu abdômen balançando a cabeça em negativa – Isso realmente não foi nada.

Elizabeth levou uma das mãos ao peito. Seu olhar brilhava em lágrimas que insistiam em permanecer ali. Ela retirou o celular do bolso do sobretudo fitando o visor.

— Meu pai também me ligou. – sussurrou e percebi que suas mãos tremiam – Acha que ele sabe?

— Não. – Sweet Pea disse seco –  Ele não sabe nem que você é uma serpente ainda.

— Como pode ter certeza? – questionei.

Ele torceu a boca cabisbaixo.

— Ao que parece, o lema deles é acabar com o máximo de serpentes. Não sei se hoje ou amanhã. – ele olhou em volta – Nick te disse algo antes da luta?

Busquei na memória.

— Que a monarquia acabaria, algo assim. – fitei o chão.

— Primeiro você e depois seu pai. Entendeu? Bruce arrastaria a gangue para o buraco sem que ninguém percebesse se não fosse por você... – ele engoliu em seco fitando Elizabeth.

Ela concordou com a cabeça guardando o celular novamente. Em seguida passou as costas da mão sobre os olhos úmidos. Meu coração se apertou e a puxei para um abraço desajeitado. Seu rosto se aconchegou em meu peito e dei um beijo leve entre seus cabelos me demorando em seu cheiro de morango.

— De certa forma é bom você saber disso. – disse baixo encostando meu queixo sob o topo de sua cabeça – Agora você desiste dessas ideias loucas. – fitei Sweet Pea de soslaio que assistia a tudo com os braços cruzados.

Ela afastou seu corpo do meu o empurrando-o. Apesar das bochechas úmidas em lagrimas sua expressão estava convicta e resoluta. Até o verde dos olhos pareciam mais escuros.

— Eu não desisti Jughead. E é incrivelmente chato você achar que eu não vou até o final disso. – praguejou.

— Fada, eu acho que... – Sweet Pea começou.

— Não ouse concordar com ele. – ela apontou o dedo frente ao seu rosto – Sejam covardes sozinhos, eu estarei lá amanhã!

— Não é covardia Elizabeth, é precaução. Ninguém aqui quer que você se machuque. – expliquei.

Ela girou os olhos.

— Eu também não quero que vocês se machuquem. Consigo convencer vocês a ficarem aqui enquanto seus amigos estarão lá? – ela gesticulou em direção ao sangramento.

Sweet Pea e eu trocamos olhares em silêncio.

— Foi o que pensei. – seu tom era presunçoso – Tira sua camisa Jug, volto já.

— O que? – tentei entender quando ela já havia me dado as costas.

Ela apenas girou o corpo na ponta dos pés apontando para seu tórax sinalizando onde eu estava ferido.

Sem pensar muito comecei a abrir os botões da camisa. Era isso ou ir ao hospital. Sweet Pea a assistia percorrer o caminho até o balcão junto de Toni. Agora ele parecia tão carrancudo quanto Tall Boy.

— Acha que consegue convencer ela a não ir amanhã? – perguntei deixando a camisa e a jaqueta descer pelos braços jogando-as em um banco de madeira próximo.

— Acha que eu conseguiria? – Sweet Pea disse ainda olhando-a do outro lado do bar – Ela é tão teimosa quanto você.

— Não. – sorri de canto – Ela é muito mais.

— E então?

Agora sua expressão carrancuda se voltava para mim, que percebi só após um momento de distração com o corte. O sangue ao redor não me deixava entender a dimensão do ferimento.

— E então o que? Ela não vai me ouvir. – eu disse.

Ele permaneceu imóvel com os braços cruzados.

— Vocês estão juntos ou algo do tipo? – semicerrou os olhos.

Esbocei um sorriso. Quis dizer que sim mil vezes, mas nós não tínhamos conversado ainda. Eu ainda não entendia o que havia acontecido mais cedo e muito menos dito o que queria tanto dizer a ela. Meu sorriso desapareceu instantaneamente.

— Não. – respondi baixo.

— Eu converso com ela então. – concluiu olhando para o balcão do bar novamente.

Toni agora voltava com ela com algumas coisas nas mãos, meu estomago revirou. Sweet Pea sorriu genuinamente em minha direção o que retribui com puro desdém.

— Boa sorte. - ele disse quando elas chegaram colocando as coisas sob a sinuca.

— Vai se ferrar. – respondi buscando pela agulha que já estava na mão de Elizabeth.

— Já tá esterilizada. – ela ergueu as sobrancelhas quando percebeu que eu encarava a ferramenta em suas mãos – Senta aqui em cima, fica melhor pra mim.

E assim eu fiz, obediente, mas sem tirar os olhos da agulha.

— Tá bom, primeiro a gente precisa lavar um pouco isso. – ela analisava o sangue com tanta naturalidade que chegava a me assustar.

Eu precisava me distrair daquilo antes que enlouquecesse. Fitei Sweet Pea. Ele não iria me distrair, sua cara de divertimento me irritava. Toni estava de costas separando algo e suas madeixas roxas me davam tontura. Meus olhos foram até Elizabeth que molhava uma atadura com soro. Seus olhos foram até mim como se esperassem aprovação e eu me inclinei sob a sinuca apoiando os braços atrás do tronco para que tivesse mais espaço.

Ela gotejou um pouco de soro sob o corte e o conteve com a atadura. Vagarosamente ela limpou toda a região contida pelo sangue. O fazia minunciosamente e com tanta atenção quanto a que eu a vigiava. Conforme ela se inclinava contra mim meu corpo se aquecia, era uma ótima distração a proposito. Por dentro do seu sobretudo escapavam fileiras de renda preta que cobriam um decote exuberante. O que ela estaria vestindo para ir até o Platinum Ghost se suas intenções eram dançar em um palco?

Meu pensamento voltou à tona quando ela posicionou a agulha frente ao meu tórax pronta para perfura-lo. Me encurvei recuando da ferramenta em um reflexo.

— Jug! – ela reclamou colocando a mão sob meu peito para me empurrar de volta a posição original – Tenho mão leve, não precisa ficar com medo de mim. – sorriu quando puxou a mão de volta.

— Eu não tô com medo. – constatei ainda analisando seu rosto.

— Mas seu coração tá disparado. – ela disse me empurrando mais uma vez para trás.

— É, mas não de medo de você.

Minha respiração pesou quando seu olhar encontrou o meu novamente. Ela suspirou forte o bastante para que eu pudesse sentir seu hálito quente. Sweet Pea pigarreou e em um sobressalto ela se afastou balançando levemente a cabeça.

— Fecha os olhos. – pediu – Vai se menos doloroso se você não olhar.

Me recusei a fechar os olhos, queria aproveitar esse momento para assisti-la morder o lábio inferior enquanto cautelosamente costurava meus pedaços. Vez ou outra eu deixava escapar um grunhido só para assustá-la e apreciar sua cara de preocupação.

Em um determinado momento Sweet Pea se cansou de montar guarda e Toni percebeu que Elizabeth não precisaria de ajuda nos deixando a sós. Era a oportunidade perfeita para dizer a ela o que eu queria.

— Prontinho. – se ergueu novamente sorrindo após colocar uma gaze no corte remendado.

Olhei para baixo e realmente estava novo em folha.

— Liz. - chamei quando ela começou a juntar algumas ataduras com sangue espalhadas por ali. Ela imediatamente se voltou para mim.

— O que?

Pensei em como começar a dizer e nada vinha. Seus olhos redondos esperavam apreensivos, ela alternou seu peso entre as pernas.

— O que Jug? – ergueu uma sobrancelha.

Suspirei. Talvez não fosse o momento. Eu diria em uma ocasião especial, o baile seria perfeito.

— Você ainda vai comigo ao baile? – ela correu os olhos parecendo pensar.

— Achei que fosse só uma desculpa para o seu pai.

—  E era, mas agora eu realmente quero ir com você.

— Tá bom. – deu de ombros com um sorriso de canto.

— Você vai?

— Sim.

— Simples assim?

Sorriu.

— Simples assim.

— Tá bom. – também sorri.

Ficamos sorrindo feito idiotas até que ela fosse jogar as coisas fora.

Desci da sinuca olhando em volta a animação do lugar. Alguns brindavam, alguns combinavam coreografias, outros separavam tacos de basebol e socos americanos e os piores colocavam gelo nos hematomas do rosto.

Se os serpentes estavam em chamas essa noite graças a uma determinada loira, o meu coração era o próprio incêndio.

E eu agradeceria por isso.


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Notas finais do capítulo

Obrigado Andreia por também comentar que está gostando!! Vou até o final da fic simmm, só vai demorar um pouco. Se eu disser a vocês que as vezes o capitulo fica pronto rapidinho e a demora é pra achar ou montar um gif vocês acreditam? kkkkk

Beijo! Espero que gostem!



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