A Cápsula Do Tempo escrita por _milenayamamoto


Capítulo 1
Skylert


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♡



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Desci do táxi e fiquei parada na calçada, sem saber ao certo se eu deveria atravessar a rua e ir para o encontro da minha antiga turma do colégio.

Passei a semana inteira tentando me preparar psicologicamente para esse encontro, mas não era fácil para mim. Muitas lembranças me esperavam ali.

Caminhei devagar pela faixa de pedestres e parei na frente meu antigo colégio.

Respirei fundo e atravessei o grande portão de ferro. Faziam exatamente cinco anos desde a última vez que coloquei os pés naquele lugar.

Olhei a minha volta e pude perceber que a pintura das paredes do colégio estava desgastada e haviam rachaduras novas. O tempo pareceu ter passado tão depressa por ali.

— Sky!

Me virei rapidamente, procurando por quem me chamava, e meus olhos encontraram os da minha antiga amiga, Megg.

Ela estava totalmente diferente. O rosto de adolescente havia dado espaço para o rosto de uma jovem mulher adulta. Os cabelos que antes eram loiros e na altura dos ombros, agora estavam alguns tons mais escuros e já passando da cintura. Ela permanecia linda e graciosa como sempre.

— Parece que já vão começar a cavar! – ela falou, se aproximando com aquele sorriso inconfundível. Seu perfume era doce e me lembrou o cheiro de bala. – O professor já chegou. Vamos?

Eu tentei sorrir de volta, mas eu nunca fui muito boa com sorrisos. E como Megg me conhecia muito bem, tinha certeza que ela sabia como eu estava me sentindo.

— Você... veio no lugar do seu irmão, certo? – eu perguntei, enquanto caminhávamos lado a lado, indo em direção aos fundos do colégio.

Ela não me respondeu, apenas sorriu novamente e seguiu em silêncio até onde meus ex-colegas nos esperavam.

Todos me cumprimentaram quando me aproximei, me abraçaram com força e tentaram trocar algumas palavras comigo. Mas a pessoa que eu mais queria ver não estava ali.

— Atenção! Atenção! – o professor Charlie começou a falar, um tanto emocionado em nos reencontrar. – Vamos começar a cavar!

Olhei para os garotos que carregavam as pás, rindo e se divertindo como a cinco anos atrás.

E, sem pressa, eles desenterraram nossa cápsula do tempo.

Procurei novamente pelo único motivo que me trouxe até aqui, mas não o encontrei.

— Sky! – Megg me chamou, apontando para o baú embrulhado por um saco de plástico escuro, que o professor estava abrindo. – Eles já desenterraram!

Escutei as vozes e os risos abafados:

— Nossa! De quem é essa letra horrível?!

— Essa é a sua carta! 

— Olha! A do Victor! O Victor veio?

Megg pegou a carta com as duas mãos, agradecendo em seguida.

— Ele não veio, Megg?

Megg abaixou o rosto em silêncio e se afastou dos amigos, indo para longe da cápsula do tempo, longe da multidão.

— Ele não foi para uma universidade do Alasca? – alguém perguntou.

— Me disseram que ele foi para a Flórida. – outro comentou.

— Não, gente. Ele está trabalhando com o pai, esqueceram?

— Ele não foi preso?

— Preso?!

— Eu tentei ligar para ele, mas acho que ele mudou de número, porque...

Sem que ninguém notasse, me afastei dali e segui em direção ao outro lado do colégio, onde havia uma grande árvore.

Caminhei devagar, como se algo em mim não quisesse que eu prosseguisse.

E ao longe, vi a enorme cerejeira, sem nenhuma flor ou folha. Era outono, e o vento frio me fez cruzar os braços diante do peito. Tentei, inutilmente, me aquecer.

Andei até a árvore e me agachei diante dela. Passei os dedos sob a terra gelada que cobria as raízes, e comecei a cavar o chão com minhas próprias mãos.

Não demorou muito até eu encontrar a pequena caixa de metal que eu havia enterrado.

Aquela árvore era tão antiga quanto a escola. Todos os professores a chamavam de A Cerejeira Mágica. Diziam que se você escrevesse um desejo em uma folha se papel e o enterrasse junto à árvore, seu pedido se tornaria realidade.

— Aposto que fui a única que acreditou nessa história... – eu sussurrei, me levantando do chão.

Abri a caixa, que já estava enferrujada pelo tempo e pela umidade, e retirei de dentro um papel dobrado que eu havia embrulhado em uma sacolinha plástica.

Minha cápsula do tempo.

Meu desejo.

Victor. – li, sentindo meu coração apertar.

Esse nome. Nesses cinco anos, foi apenas nesse nome que vivi pensando.

De repente, me senti tonta. Minhas pernas começaram a tremer. Cambaleei e fui ao chão.

Meus olhos pesaram e fecharam rapidamente, como se eu fosse adormecer.

 

• • •

 

Pude sentir alguém balançando meu ombro:

— Oh, moça. Acorda. Você está bem?

Eu conhecia aquela voz. E com muito esforço, consegui abrir meus olhos, que pareciam estar fechados por horas.

Com a ajuda daquele desconhecido, consegui me sentar, ainda sentindo a cabeça girar. Esfreguei meu rosto com as mãos ainda sujas de terra, e encarei a grande cerejeira.

Ela estava coberta por lindas flores rosadas. Eu estranhei e então, olhei para o garoto que estava ao meu lado.

Não pude acreditar no que estava vendo. O susto fez minha garganta secar e minhas mãos ficarem trêmulas.

Era ele! Era Victor.

Sua pele lisa, os olhos castanhos, o cabelo preto curto e bagunçado, o sorriso gentil e perfeito.

Era realmente o Victor. Mas... o Victor de cinco anos atrás.

Estava usando o uniforme do colégio. A jaqueta aberta mostrava a camisa branca e a gravata torta.

Corei imediatamente.

— Você está bem, moça? – ele perguntou, colocando a mão na minha testa. – Você parece estar com febre.

— Eu... – minha voz saiu tão baixa quanto um sussurro. Eu não fazia idéia do que estava acontecendo. – Onde estou?

— Você deve ter bebido muito ontem a noite, né? – ele riu. – Está no Colégio Lincoln. No jardim, para ser mais exato.

— Que dia é hoje?

— Segunda-feira.

— Em que... ano estamos?

— Nossa, moça. O que você bebeu? Estamos em 2014.

Eu quase perdi o ar ao escutar aquela frase. Não podia ser... Eu havia voltado no tempo? Impossível. Eu só podia estar sonhando!

— Como é o seu nome? – eu perguntei, com medo da resposta.

— Eu sou Victor. E você é...?

— Eu... – eu não podia dizer o meu verdadeiro nome. ele nunca acreditaria. – Quem sou eu...? Eu não me lembro.

Victor arregalou os olhos:

— Você perdeu a memória, moça?

— Eu acho que sim. – respondi, arrependida de mentir para ele. Mas eu não tinha escolha. Como explicaria? Nem eu mesma sabia como consegui voltar para 2014.

— Bom... Então, primeiramente se levante. – Victor pegou meu braço e me ajudou a levantar. – Eu vou ficar preocupado se te deixar sozinha por ai.

Fiquei em silêncio, e o encarei sem saber o que dizer, com medo de ser levada até a polícia.

— Claro que se você não quiser ajuda, eu... – ele disse, sem tirar os olhos de mim.

— Não! Eu... agradeço a ajuda! – sorri.

Ele sorriu de volta e me puxou para dentro do colégio. Fomos até a enfermaria, de um jeito que ninguém nos visse.

Entramos na enfermaria e Victor trancou a porta. Não havia ninguém ali além de nós dois.

Me sentei sob uma cama que havia por lá e Victor se sentou em uma cadeira à minha frente.

— O que mais você não se lembra? – ele me perguntou, limpando minhas mãos com um paninho molhado. – O que você estava fazendo no jardim?

— Err... – eu não sabia o que responder.

— Onde você mora?

— Hmmm...

— Quantos anos você tem?

— 22.

— Disso você se lembra??! – ele riu de mim, como se eu tivesse contado a piada mais engraçada do mundo. O mesmo riso da época que estudávamos juntos.

Eu sentia tanta saudade dele, e queria tanto poder abraça-lo.

— E já que você não se lembra do seu nome... Posso te dar um? – ele perguntou.

Eu não pude deixar de rir com a pergunta. Era tão a cara dele fazer esse tipo de coisa:

— Pode sim.

Ele fechou os olhos e pensou por um tempo. Ao abri-los novamente, disse:

— Vou te chamar de Sky.

— Sky?! – perguntei, temendo que ele estivesse desconfiando de alguma coisa. – Por que Sky?

— Você se parece muito com uma pessoa que eu conheço. Digo, na aparência. Porque seu humor é totalmente diferente. Você é engraçada, sorri e...

Houve um estrondo na porta, que fez nós dois pularmos de susto.

— Victor! Abra a porta!

— Sky! Se esconde! – ele sussurrou para mim, e foi até a porta abri-la.

Eu corri e me escondi atrás de um armário de remédios.

— Estou abrindo. – ele disse, e eu pude ouvir o barulho da chave rodar a tranca. – Skylert, o que foi? Você estava me procurando?

Eu?— me perguntei, assustada.

— Não é pra matar aula desse jeito! Esqueceu que somos os responsáveis da classe por sua culpa?! Temos que entregar os cadernos para a próxima aula. – era a minha voz.

— Ah, é. Mas, sabe... Eu tô com dor de cabeça, acho que vou embora mais cedo...

— Se acha que vou ficar fazendo o seu trabalho todos os dias, saiba que está muito enganado, Victor.

Escutei a porta se fechar num estrondo maior ainda. Não lembrava de ser assim tão chata.

Sai de meu esconderijo e fui até o Victor, que estava em silêncio encarando a porta. Ele parecia tão triste, eu nunca havia visto ele daquela maneira.

Quando percebeu que eu estava o encarando, ele sorriu para mim e disse:

— Como você não tem lugar para ir, quer ficar na minha casa?

Eu estava tão perdida e confusa que apenas balancei a cabeça afirmativamente.

— Então, vamos! – Victor disse, colocando o dedo indicador nos lábios, pedindo para que eu fizesse silêncio. – Mas sem que nos vejam.

Corremos para fora do colégio sem sermos notados. Por sorte os alunos estavam todos nas salas de aula, e não havia ninguém pelos corredores.

Eu nunca havia visitado o apartamento que Victor dividia com Megg, e eu não pude acreditar que estava realmente indo para lá.

— Você gosta de música? – Victor perguntou, plugando os fones em seu celular, e em seguida me oferecendo um dos lados.

— Gosto sim. – sorri, curiosa para saber que tipo de música ele costumava ouvir.

Victor aumentou um pouco o volume, e eu reconheci a melodia.

— Michael Jackson. – falei, me lembrando das inúmeras vezes que me peguei com essa música na cabeça porque Victor sempre chegava na sala cantarolando ela.

— Oh! Você tem um bom gosto pra música. – ele riu, e começou a cantar.

Era tão bom poder ouvi-lo cantando mais uma vez.

Chegamos no prédio onde ele morava depois de alguns minutos.

Usamos o elevador até o terceiro andar, e depois o segui pelo corredor.

— Não ligue para a bagunça. – ele falou ao abrir a porta do apartamento.

O lugar era pequeno, um tanto quanto apertado, haviam várias caixas de papelão no chão e eu precisei desviar delas até chegar na sala de estar.

— Fique a vontade. Está com sede? – ele perguntou, indo para a cozinha.

— Ah, sim. Por favor. – eu respondi, sem jeito.

— Eu tenho uma irmã mais nova. O nome dela é Megg. Mas não se preocupe, ela gosta muito de fazer amigos, tenho certeza que se darão bem.

Eu me sentei no sofá que havia na sala.

Victor voltou da cozinha com duas latinhas de refrigerante e se sentou no chão, bem na minha frente.

Ele me entregou uma das latinhas e me olhou bem fundo nos meus olhos, me fazendo corar:

— Pode ficar aqui em casa pelo tempo que precisar.

— Obrigada. – eu sorri. – Como agradecimento, eu posso ajudar a cuidar da casa. Posso cozinhar, limpar, posso te ajudar nas lições do colégio...

Victor riu:

— Nossa, eu ficaria muito feliz, Skylady.

Skylady?! Skylady. A voz dele ecoou na minha cabeça. Meu coração bateu forte. E eu sorri para ele, sem palavras.

"Acho que namorar um garoto mais novo até daria certo..."— me peguei imaginando bobagens, e logo em seguida balancei a cabeça, tentando afastar esse pensamento para o mais longe possível. – "Ai, é o Victor. O que é que eu tenho na cabeça??!"

— Ah, Skylady! Eu preciso te apresentar meu melhor amigo, que também mora aqui! – ele sorriu para mim e saiu correndo para um dos quartos.

Ele logo voltou com um aquário nas mãos. Dentro dele havia um peixe vermelho gorducho de olhos saltados. E eu tinha certeza que pelo tamanho do aquário, o pobrezinho não estava nada confortável.

— Esse é o Fofuxo. – Victor o apresentou.

— Muito prazer em conhecê-lo, Fofuxo. – eu ri, e tive a leve impressão de que o Fofuxo estava me encarando.

— Ele é meio preguiçoso, mas...

Escutamos a porta da frente se abrir. Lá estava a pequena Megg.

Minha pequena Megg.

— Olá. – ele me cumprimentou ao se aproximar.

Egg, essa moça perdeu a memória e ofereci ajuda. – Victor disse à irmã. -–Ela não se lembra de seu nome, então a apelidei de Skylady.

— Nossa. Você é muito parecida com uma amiga. – Megg disse, ainda olhando para mim. – Seja bem vinda ao nosso humilde "aperto". Pode dormir no meu quarto, se estiver cansada.

— Obrigada. – eu agradeci. – Desculpem o incômodo.

— Não é incômodo algum. A não ser que você prefira dormir com o Victor. – ela riu, e eu senti meu rosto queimar. – É brincadeira, Sky. Você não aguentaria dormir com ele. Ele peida muito enquanto dorme.

Não consegui conter o riso.

— Tá bom, tá bom, Egg. Chega de papo. Eu e o Fofuxo estamos morrendo de fome. – Victor disse, um tanto envergonhado.

— Ah, é. Hoje é a minha vez de fazer o jantar. Pode arrumar a mesa pra mim? – Megg perguntou para o irmão, que balançou a cabeça afirmativamente.

— Posso ajudar? – eu perguntei aos dois.

Como nenhum deles me respondeu, decidi que aquilo significava que sim, então fui com Megg para a cozinha.

Enquanto ela preparava algo nas panelas, eu temperei a salada.

— Você realmente se parece muito com uma amiga nossa. O nome dela é Skylert. – Megg disse. – Estuda na sala do meu irmão.

— Skylert? – perguntei. Me senti um pouco desconfortável. Já era ruim estar mentindo para Victor, e agora para Megg... Ela era a única amiga que eu tinha no colégio, a única em quem eu confiava de verdade.

— Eu até poderia dizer que vocês duas são a mesma pessoa. – ela riu. – Se não fosse pelo temperamento diferente. Skylert tem um gênio bem forte... Mas eu a adoro do jeito que ela é. E meu irmão também.

— Err... Ela... trata vocês mal?

— Não. – Megg riu novamente. – Ela pode até ser meio grossa com o Victor as vezes, mas talvez...

— Talvez ela apenas não saiba como demostrar o que sente...

— É... Isso... – Megg se virou para mim com o olhar desconfiado. – Skylert teve que aprender a ser forte sozinha, e não demonstrar seus sentimentos é a forma que ela descobriu para se proteger.

Eu limpei a garganta, e peguei a salada:

— Vou levar a salada para a mesa.

— O jantar já está quase pronto. – Megg disse. – Pode ficar a vontade, eu já vou levar a comida.

Sorri para ela e fui para a sala de jantar, onde Victor já havia preparado a mesa e agora estava dando ração ao Fofuxo.

— O jantar já está quase pronto. – falei.

— Obrigado, Sky. – Victor disse, e pediu que eu me sentasse.

Megg voltou da cozinha alguns minutos depois, com uma travessa grande de macarronada, e outra de batata frita.

— Parece delicioso. – falei, enquanto nos servíamos.

— Eu não sou boa na cozinha. – Megg disse, cabisbaixa. – Você precisa experimentar a comida do meu irmão. Ele faz cada assado maravilhoso!

Eu nunca havia imaginado que Victor sabia cozinhar. Eu estava me divertindo muito descobrindo coisas novas sobre ele. Coisas que eu nunca tive coragem de perguntar.

Depois do jantar, Megg me levou até seu quarto e me emprestou um pijama do Victor e uma toalha.

— Vai lá tomar um banho quente. Eu sou muito baixinha e minhas roupas não vão caber em você... Espero que não ligue por ser do Victor.

— Muito obrigada, Megg.

— E não se preocupe com suas roupas, vou colocá-las na máquina de lavar e depois na secadora. Vão estar limpinhas pra você usar amanhã.

Depois do banho, vesti o pijama que ficou meio grande, e fui pra sala, onde Victor e Megg estavam conversando.

— Obrigada pelo pijama. – agradeci.

— Não precisa agradecer. – Victor falou, me olhando da cabeça aos pés. – Você está com sono? Quer se deitar um pouco? Pode ficar no meu quarto.

— Eu posso dormir no sofá... Perdão pelo incômodo.

— Não é incômodo nenhum. Vem comigo.

Victor me levou até seu quarto, pegou uns lençóis do guarda roupa e uns travesseiros.

— Você pode usar a minha cama, eu vou dormir na sala.

— Não precisa. Eu...

— Está tudo bem, Sky. Boa noite.

— Boa noite... – eu sorri. – Obrigada.

Victor se virou e voltou pra sala, fechando a porta do quarto ao sair.

Dei uma volta pelo aposento. Pude ver alguns livros sobre ciências, tecnologia e física nas estantes. Haviam também algumas revistas sobre aeromodelismo e aviação.

Ao me deitar, olhei para o teto azul, haviam nuvens e alguns aviões. Parecia que eu estava olhando para o céu em um dia quente de verão.

Apaguei a luz da luminária ao lado da cama de solteiro e fechei meus olhos, pensando na única pessoa que sempre ocupou a minha mente:

Victor.

Quando acordei no dia seguinte, o apartamento estava vazio. Megg e Victor já haviam saído para o colégio e eu me senti mal por ter dormido tanto.

Depois de lavar meu rosto, fui para a sala e encontrei um bilhete na mesa, ao lado de um prato com torradas e do aquário de Fofuxo.

"Sky, não te acordamos porque achamos que precisava descansar. Estaremos de volta depois do almoço. Sinta-se a vontade. Se precisar sair, tem uma cópia da chave na entrada. Victor." – li.

A letra dele sempre foi pequena e redonda, sorri me lembrando dos bilhetinhos bobos que ele me enviava no meio da aula, perguntando se eu podia lhe emprestar uma borracha, ou o caderno para copiar a matéria.

Me lembrei também dos desenhos que ele fazia nas últimas páginas dos cadernos que eu lhe emprestava. Entre elas, caricaturas minhas lendo, outras olhando pela janela.

Me sentei à mesa e comi a torrada que ainda estava quente. Fofuxo estava dando voltas em seu aquário, como não havia muito espaço, ele praticamente girava quase sem sair do lugar.

Em silêncio, terminei minha refeição e fui lavar a louça.

Enquanto ensaboava os pratos que estavam na pia, tentei pensar em uma maneira de conseguir retornar para o presente. Mas era difícil encontrar uma solução sendo que eu não fazia nem idéia de como fui capaz de voltar no tempo.

Eu precisava ir até a escola e procurar por algo que me fizesse descobrir o motivo de eu ter vindo parar aqui. E se tivesse sorte, algo que me fizesse voltar para o dia em que a cápsula do tempo foi desenterrada.

 


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Notas finais do capítulo

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