Ainda sou uma garota escrita por Mel


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!!



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—Arai-kun.

—É você Fujioka? -Perguntou duvidoso.

Ambos se encaravam, o grupo que acompanhava Arai, ainda estava a espera do rapaz, de olho na cena que se seguia. Devagar o moreno se aproximou da garota, tinha certeza que era sua antiga colega de escola, levantou a mão em direção ao ombro, antes mesmo de tocá-la, foi segurado pelos gêmeos.

—Não se pode tocar em um anfitrião sem permissão. -Exclamo Kaoru.

—Anfitrião?

—Se quer conversar com o Haruhi entre na fila e espere. -Reforçou Hikaru segurando a namorada pelos ombros.

—Meninos…

—Vamos Haruhi.

Sendo puxada para longe do antigo colega sem dar explicações, despertou uma ira dentro de si, parou de forma bruta e puxou ambas as mãos. Olhou de relance e agradeceu por estar a uma distância segura para que Arai ou qualquer um pudesse escutar o que estava prestes a dizer.

—Qual o problema dos dois?

—Aquele garoto a tocou sem permissão. -Explicaram.

—Acho que já passamos desta fase, certo? Sobre não pertencer a vocês, ele também é meu amigo e merece uma explicação. -Bradou irritada.

—Mas é minha namorada e não permito que qualquer um a toque.

Kaoru olhou espantado para o irmão, sentia ciúmes também e era doloroso vê-los namorando ainda, mas ao ouvir a frase, temeu pelo irmão, de fato, Hikaru se tornará possessivo em relação ela. Haruhi o encarou por segundos, se antes sentia raiva, agora podia sentir o ódio direcionado ao recém e novo namorado.

—Não sou um objeto que pode ser disputado, estamos juntos não fazem nem 24 horas ainda, então se bote no seu lugar, ou melhor no meu. Assim como você, sou um Host aqui e agora. Como você trabalho com pessoas, não demonstro mas sinto, desde que chegamos ao clube, sua interação é com senhoritas que estão pagando para ficarem com você e Kaoru, então eu sei o que sente, apenas controlo. -Respirou.- Aqui não temos nada, vou permanecer no clube e fazer o que eu quiser como você também faz. Aprenda a controlar seus sentimentos, ou não chegaremos a lugar algum assim.

Haruhi deu uma última olhada para o irmão no qual se apaixonou e saiu em direção a onde antes estava.

—Hikaru, depois resolvemos esse problema, vocês dois estão de cabeça quente, nada de bom saíra agora.

Aconselhou vendo a pertubação nos olhos castanhos tão semelhantes aos seus. Sem palavras, seguiram para perto de Tamaki que agora os chamava, pronto para dar uma bronca por armarem um escândalo em um dia cheio de convidados.

A morena se aproximou do ex-colega de classe, que ainda permanecia parado a mirando.

—Arai-kun. -O chamou.

—É mesmo você Fujioka?

—Sim. -Suspirou, levaria um tempo para explicar. -Espere um momento, vou pedir uma folga.-Minutos depois retornou. -Tenho que voltar em 1h:30minutos para o me despedir dos convidados.

—Onde vamos? -Perguntou Arai curioso.

—Dar uma volta, preciso explicar o por quê disso tudo, em nome da nossa amizade.

Ele assentiu e passou a seguir a garota pelos luxuosos corredores da escola. Admirou a estrutura do lugar, de como as pilastras de gesso com acabamentos de ouro davam vida ao lugar. As enormes janelas de vidro eram suficientes para iluminar os corredores, dando ainda uma bela vista para o jardim da escola.

Os olhos do rapaz miraram a figura tão pequena em sua frente, que cumprimentava todos com um sorriso ou um simples aceno de mão. Os cabelos que na escola primária eram compridos e lisos davam um ar jovial a menina, agora com eles curtos e bagunçados, percebia como a menina que conhecia antes ainda estava ali, só que agora, madura e com suas próprias definições para seu futuro. Apenas não entendia, qual a causa de não usar um vestido como todas as outras, afinal era uma garota como as outras.

—Aqui é um bom lugar para conversarmos. -Ouviu a voz serena o tirando de seus devaneios.

Arai se perguntou o quanto havia viajado por seus pensamentos que ao menos notou quando haviam entrado no jardim que virá pela janela. Árvores de cerejeira desabrochavam aos poucos, Um pequeno rio cortava o jardim com águas claras e cristalinas. Seguiu para um banco a baixo de uma das árvores e sentou-se ao lado da morena.

—Se não quiser não precisa explicar nada Fujioka.

—Não quero que saia daqui com uma ideia errada de mim. -Mirou as flores em um arbusto perto dali. -Como sabe a Ouran é uma escola para ricos, e entrei aqui como uma mera bolsista e muito estudo. Poucos nessa escola querem saber de estudar, no primeiro dia de aula fui atrás de um lugar para estudar, assim entrei naquela sala onde me encontrou agora pouco. -Parou esperando alguma objeção dele.- Bom, como não tinha dinheiro, fui com as roupas do meu pai e os óculos do meu avô. Quando entrei na sala me deparei com o Host Club da Ouran, começaram a me fazerem perguntas e me chamarem de plebeu, nisso tudo, tentando escapar, esbarrei em um vaso de 8 milhões de ienes. -Arai permaneceu quieto esperando o fim da história. -Resumindo estou até agora trabalhando com eles para poder pagar a minha enorme dívida.

O rapaz absorveu a história, poderia imaginar mil e uma coisas para ela estar ali, menos uma dívida daquele valor.

—Eles sabem que você...bem, uma garota?

—Todos desconfiaram no começo, mas Tamaki-senpai foi o último a descobrir, quando por acaso me viu trocar de roupas.

Arai ficou vermelho só de imaginar o que o loiro havia visto.

—Não te incomoda todos acharem que é um rapaz?

—Nem um pouco. Me tratam como igual, e não é uma roupa que ira mudar quem eu sou de verdade.

Ele a olhou mais um pouco. Saberá que era ela logo de início, seus olhos sempre serão os mesmos, carinhosos e expressivos. Forçou a vista e por fim, percebeu os machucados em seu rosto.

—O que aconteceu com você Fujioka. -Apontou para o lábio inferior e logo sua testa.

Com todos os acontecimentos da manha, teria se esquecido do transtorno da noite passada. Ela lhe contou o fato sem muitos detalhes, mas o suficiente para deixar o rapaz preocupado consigo.

—Como pode reagir!

—Mais um- Pensou irritada. -Por favor, não quero entrar em mais uma discussão por causa disso, todos já me disseram para não fazer esse tipo de coisas, mas essa sou eu.

—Fujioka...Haruhi, sempre foi assim, foi isso que me atraiu por você desde a escola primária.

Arai se aproximou devagar e tocou de leve os cabelos curtos, admirando a macies contida neles. Sorriu para a figura parada em sua frente, em outros tempos, como quando se confessou não faria uma o que estava prestes a fazer, mas sentia que era necessário, o sentimento de protegê-la ardia em seu peito.

Segurou em uma de suas mãos a acariciando. Haruhi sabia o que aconteceria, afinal a mesma coisa havia acontecido na noite passada, só que dessa vez não permitiria. Prestes a se afastar, escutou a voz que aprendeu a gostar com o tempo, arrepiando-se com a breve ameaça.

—Solte a minha namorada, ou prefere que eu mesmo o tire de perto dela?

Hikaru os seguia e escutou as histórias da namorada em silêncio. De fato tentou manter a boa postura que tinha, mas não se conteve ao perceber o que Arai pretendia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Até a próxima.
BEIJOS
—Mel



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