Um Caso de Copa escrita por psc07


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo da nossa história que segue a linha cronológica! É mais curtinho, apenas diversão e felicidade.

Ainda teremos um epílogo e alguns extras! Gostaria de agradecer a todo mundo que leu e que comentou! Espero que tenham gostado e com certeza voltarei com mais Jily!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/776609/chapter/16

Lily não sabia exatamente o quê, mas algo estava estranho. A começar pelo fato de que ela estava, bem, confusa, e ela não ficava confusa ao acordar.

A confusão diminuiu e ela entendeu o que estava estranho: ela estava descansada. Será que tinha dormido demais e perdido a hora?

Lily suspirou.

E só quando suspirou ela percebeu mais uma coisa: ela não estava sozinha. A descoberta veio devido a uma reação ao suspiro – o braço que a envolvia apertou um pouco mais forte, como que para impedir que ela saísse.

Não que ela tivesse a mínima intenção de sair. Apesar de estarem aparentemente num sofá (sério, sofá?), estava muito confortável. Então Lily apenas se virou de frente para seu companheiro e não teve como não sorrir com os óculos tortos.

Tudo se clareou em sua mente. Ela achara o assassino. James era inocente. Eles conversaram. Foram interrompidos por Rita Skeeter. Voltaram para o hotel, onde passaram boa parte da noite discutindo estratégias para a coletiva que ainda não havia sido marcada mas que definitivamente iria acontecer.

A conversa começou a sair desse foco, indo para coisas mais pessoais, para lembranças, para rotinas, para experiências, para alguns beijos...

E aparentemente para dormir.

—Sabe, eu não esperava isso de você.

Lily fez uma careta ao ouvir a voz divertida de Marlene. A ruiva olhou para a amiga e pediu silêncio, indicando o adormecido James ao seu lado.

—Já está na hora de levantar mesmo – a morena respondeu – Mas eu não esperava isso de você, Evans. De Sirius, talvez. Mas não de você. No sofá comunitário?!

Lily pegou uma almofada e arremessou na amiga, que riu ao desviar com facilidade. O movimento, contudo, serviu para despertar James, que piscou algumas vezes com a testa franzida, até reconhecer Lily e abrir um sorriso, puxando-a para perto dele.

—‘om dia – James disse numa fala embolada, repousando o rosto no pescoço de Lily. Ela sorriu de volta.

—Hey.

—Dormiu bem? – Ele perguntou, depositando vários leves beijos no pescoço e ombro de Lily.

—Ai Merlin, isso tá meloso demais – Marlene disse, fingindo nojo. Lily sabia que era apenas pelo prazer de irritá-la, já que a morena gostava de um chamego de manhã cedo tanto quanto qualquer pessoa.

—É só sair – James respondeu em um tom brincalhão.

—Vocês estão em área comum, querido – Marlene respondeu.

—Não seja por isso, vamos para meu quarto!

Marlene e James riram enquanto Lily revirava os olhos e resmungava, mas com um sorriso no rosto.

—Vamos levantar que Moody já, já chega.

Lily teve que se desvencilhar do abraço de James, que sorria e soltava um pouco para depois prendê-la. Era idiota e infantil, mas era divertido.

Ela cutucou os lados de James até ele sentir cócegas e conseguiu se livrar com um enorme sorriso no rosto. James revirou os olhos, e sentou no sofá. Lily se aproximou e lhe deu um beijo na testa.

—Evans?

Nenhuma voz teria feito a garota gelar mais do que aquela. Rapidamente ela se afastou do namorado e virou para encarar o dono.

—Mo-Moody, digo, senhor Moody, eu-

—Tem algo que gostaria de dizer, Evans? – O auror chefe perguntou, erguendo uma sobrancelha.

—Ela quer férias! – James exclamou do sofá, fazendo Benjy, que chegara com Moody, e Marlene rirem.

—Cala a boca, idiota! – Lily vociferou para o moreno, que apenas piscou um olho – Senhor, eu, erm, talvez precise falar com o senhor e... ai meu Deus!

A frase foi interrompida quando Moody mostrou a capa do jornal que trazia na mão: uma foto de Lily e James se beijando na frente da casa dele, abaixo da manchete principal.

Escândalo: auror e acusado aos amassos?!— Ela leu em voz alta. Engoliu em seco. – Senhor, eu posso explicar.

—Ah, isso eu sei. Para sua sorte Fenwick me contou a história, Evans, mas você terá que contar para o resto da população – Moody disse – A coletiva de impressa será em 1 hora onde as entrevistas dos jogadores ocorrem. Não se atrasem.

—Benjy vai comigo? – Lily perguntou.

—Não, ele vai comigo para ajudar a preparar. Seu acusado irá com você.

—A Ministra já está ciente do desfecho? Não quero que ela saiba pelo jornal – Lily questionou. Moody acenou.

—Expliquei para ela ontem à noite. Ela também estará na coletiva. – Moody se virou e saiu, com um sorridente Benjy em seu encalço, mas parou na porta, com um pequeno sorriso: – Depois conversamos sobre essas férias.

Lily assentiu e focou novamente no jornal, sem acreditar que a cobra tinha realmente escrito aquela matéria.

Que James Potter, 22 anos, o atual capitão da Seleção Inglesa, é capaz de arrasar corações, todos sabemos. Quantas vezes não escutamos os relatos de pobres torcedoras que tiveram seus sentimentos esmagados pelo astro do Quadribol?

Por que então seria diferente com uma auror? Principalmente se fossem velhos conhecidos? Certamente a auror Lily Evans, conhecida nacionalmente pelo mau humor e silêncio quando confrontada pela mídia, não tinha nenhuma chance de ficar imune ao charme do galante moreno de óculos. E também não haveria problema.

OU SERÁ QUE HAVERIA?

Fontes secretas informaram que a auror Lily Evans não está na França de férias, como o Ministério fez questão de confirmar, e sim trabalhando na investigação do assassinato de ninguém menos que Jack Allison, o filho da Primeira Ministra!

Quem está na Copa Mundial vai achar tão estranho quanto eu, já que a Bela Ruiva nunca parecia estar trabalhando, sempre vista com os amigos e com a esperança inglesa em quebrar o jejum sem títulos.

Pareceria, para qualquer pessoa, que ela realmente não estava trabalhando, mas apuramos que a auror Evans estava numa missão especial e exclusiva: vigiar James Potter. O motivo?

James Potter é o único suspeito do assassinato de Jack Allison.

A comunidade pode achar chocante, mas nossas fontes dizem que Potter era, durante a sua adolescência, longe de exemplar, fazendo brincadeiras que beiravam a crueldade e azarando crianças mais novas. Como ele virou Monitor Chefe, em seu sétimo ano, é apenas mais um mistério que Albus Dumbledore esconde em suas longas barbas.

O companheiro de Potter nessa árdua tarefa foi ninguém menos que a auror Lily Evans. Nossas fontes dizem que eles eram quase inseparáveis nesse período, e que Potter sempre demonstrou grande interesse na garota.

Seus caminhos, contudo, se separaram e eles não continuaram a se ver após o término da escola. Teriam brigado sem chance de reconciliação? Seriam mais do que simples companheiros?

Teria essa separação motivado Potter a surtar e a assassinar o jovem Jack anos depois, pouco tempo depois de sair uma matéria sobre Lily Evans nesse mesmo jornal, para chamar a atenção da garota?

Quer tenha sido esse o plano ou não, foi o que ocorreu. A correspondente especial Rita Skeeter foi conferir informações fornecidas por fontes a respeito de uma possível prisão de James Potter, quando encontrou a cena ilustrada pela foto.

É esse o tratamento dado pelo nosso serviço de proteção aos suspeitos principais de assassinatos? Ou foi apenas os hormônios de uma mulher fazendo-a perder o controle?

E o mais importante: por que James Potter continua solto?

Só nos resta torcer para que algum outro auror consiga clarear a situação.

 

Lily terminou de ler a matéria com todo o rosto vermelho. Era ridículo! Como aquela víbora descobrira tanto da vida dela e de James? Como tem coragem de postar aquela foto?

—Eu vou me arrumar – Lily anunciou, entregando o jornal para James – Sugiro que faça o mesmo.

Ainda espumando de raiva, Lily tomou banho e escolheu vestes que usaria normalmente para o trabalho. Ela mostraria a Rita Skeeter quem ela era de verdade.

Marlene não estava mais na sala e James já a esperava pronto, vestido com roupas casuais. Não faria muita diferença – ele sairia de bonzinho de qualquer jeito. Apenas a índole dela que seria questionada.

—Então quer dizer que você não resistiu ao meu charme, eh? – Ele perguntou apoiado no sofá, os braços cruzados e olhos brilhando para combinar com o sorriso claramente provocativo. Lily revirou os olhos.

—Não é engraçado. Não pra mim – Ela respondeu, dando as costas para ele e arrumando a mesa. James a abraçou por trás e repousou o queixo em seu ombro direito, depois de depositar um leve beijo em sua bochecha.

—Tem razão. Não é – Ele concordou – Mas vai dar tudo certo, ok? Confia em mim – Quando Lily não esboçou reação, ele a virou em seus braços e segurou seu rosto com as duas mãos, olhando-a firmemente nos olhos – Você é excelente no que faz. Não deixe aquela ridícula lhe fazer duvidar disso. Todo mundo também ficará sabendo. E... desculpe por, bem, esse jornal.

Lily sorriu levemente.

—Eu também tive um pouco de culpa naquela capa – Ela concedeu.

James beijou sua testa rapidamente e soltou seu rosto. Eles saíram para andarem até o ponto permitido de aparatação para a coletiva, fazendo questão de não se tocarem no caminho; James colocara as mãos nos bolsos e Lily segurava uma na outra quase patologicamente.

—Pronta? – James perguntou quando eles se materializaram na frente da central. Lily acenou com a cabeça. Moody já esperava por eles, assim como a Ministra e Benjy, que sorriu ao vê-los.

—Só está faltando vocês, vamos logo – Moody rosnou, se virando e caminhando para a sala de entrevista propriamente dita.

—Boa tarde – Moody cumprimentou o mar de repórteres enquanto Lily engolia em seco – Vocês devem saber que sou Alastor Moody, chefe do Departamento de Aurores. Convoquei essa coletiva para desmentir boatos infundados a respeito de uma investigação desempenhada com muito sucesso pela Auror Evans com o suporte essencial de Auror Fenwick.

Lily e Benjy se sentaram no centro, com Moody ao lado de Benjy e James ao lado de Lily. A Ministra ocupou a cadeira ao lado do chefe.

—Auror Evans foi a responsável pelo caso, então ela explicará os procedimentos que podem ser divulgados. Espero que esclareça algumas dúvidas, e peço que deixem perguntas para o final.

Lily respirou fundo e tentou ignorar a quantidade de pessoas esperando que ela falasse, com seus blocos de notas e os flashes que já surgiam. Tentou especialmente ignorar a loira com vestes verdes e pena de mesma cor.

—Er, boa tarde. Sou Lily Evans, auror do Departamento. Falarei um pouco sobre a investigação de Jack Allison. O Ministério foi notificado na madrugada da sexta para o sábado que o garoto fora encontrado sem vida no alojamento. O Ministério foi chamado e iniciamos a investigação após a coleta de provas. Ao lado de Jack estava a credencial para entrada pertencente a James Potter, e apenas por isso ele foi tido como suspeito do caso nesse momento.

—Dado o fato que você foi colega por 7 anos de Potter, será que a senhorita seria a mais indicada para essa investigação? – Um repórter questionou. Lily segurou um suspiro; eles nunca esperavam o fim do depoimento.

—Eu estou... acostumada, digamos assim, a lidar com pessoas conhecidas. Além de que eu não dou a mínima para Quadribol, então o status do Sr. Potter não teria nenhuma influência em mim. – Lily sentiu os olhos de James nela, como se ele estivesse duvidando dela, mas ela não se importou – Teve também o fato de que por coincidência, sou amiga de um dos amigos do Sr. Potter, e ele já havia me incluído na lista de convidados, já que ele não é de sair muito e gostaria da minha companhia. Como não tínhamos o suficiente para prender Sr. Potter, usufruímos desse benefício para que eu viesse sem levantar suspeitas da minha investigação, já que o sigilo seria fundamental num caso com poucas provas.

Lily continuou a explicar os pormenores da investigação, ainda sendo interrompida por perguntas dos repórteres, muitas das quais ela já teria falado em seguida de qualquer jeito.

—Como podemos ter certeza de que ele foi morto desse jeito mesmo? – Um dos repórteres perguntou – Esse método trouxa é realmente confiável?

Lily dessa vez não conseguiu não revirar os olhos.

—Os bruxos se esquecem de que os trouxas sobrevivem e têm uma sociedade que em alguns aspectos são mais evoluídas que a bruxa. É um método extremamente confiável, e o executor é renomado na sociedade trouxa local – Ela respondeu de imediato.

“E esse é o ponto. Chegamos à conclusão que Peter Pettigrew se aproveitou de ser um animago ilegal e saiu de perto dos amigos para cometer o assassinato e incriminar Sr. Potter. Tudo isso não foi motivado por vingança ou inveja. Foi a mando de Lord Voldemort. Estamos numa guerra quase invisível. Essa morte foi um recado para a Ministra e para todos nós: quem defender os trouxas, sofrerá.

“Eu não tenho muita escolha a não ser combater, dada a minha origem. Mas esse não é o momento de captarmos a mensagem. É a hora de revidarmos. Não podemos abaixar nossa cabeça e nos deixar ser ameaçados. Precisamos lutar de volta. O preconceito de sangue já passou dos limites.”

Fez-se silêncio por alguns segundos, então Moody tomou a palavra e reforçou o comentário final de Lily. Toda ajuda era necessária nessa luta. Enquanto o chefe falava com o apoio da Ministra, Lily encontrou os olhos de James, que estava lhe encarando com um sorrisinho.

—Sr. Potter, o que achou dessa situação? – Perguntaram quando Moody se calou. James apoiou os cotovelos na mesa.

—Eu não tive muito o que achar, Leda. Eu estava numa situação delicada, e agradeço muito à auror Evans, ao auror Fenwick e ao chefe Moody pela condução de tudo. No fim descobrimos o executor e o mandatário, mas a batalha ainda não terminou. Precisamos lutar.

Quando a próxima pessoa ergueu a mão, Lily quase gemeu. Era óbvio que ela iria perguntar.

—Toda essa dedução foi antes ou depois de você se envolver romanticamente com o principal suspeito do caso como vi ontem na casa dele? – Skeeter perguntou, causando um pequeno alvoroço na sala. Estava claro que todos haviam lido, mas não tinham coragem de perguntar. Lily trincou os dentes.

—Srta. Skeeter, o que está implicando é algo muito sério. Eu tenho ética muito grande em meu trabalho, e não acuso ninguém a não ser que eu tenha provas. Deveria tentar o mesmo. – Lily respondeu. Ela escutou a risada transformada em tosse de James, que se voluntariou para responder.

—Obviamente depois. Quando a senhorita apareceu de surpresa na minha casa, auror Evans e auror Fenwick já haviam feito a captura de 6 pessoas, incluindo o executor, Peter Pettigrew.

—Então não vai virar rotina a Srta. Evans beijar todos os suspeitos que ela tiver de acompanhar? – Skeeter perguntou de novo.

—Eu realmente espero que não – James respondeu com as sobrancelhas erguidas, fazendo todos rirem, exceto por Lily e Moody.

—Essa insinuação teria sido feita caso eu fosse homem, Srta. Skeeter? Porque eu tenho um pressentimento que não, e acho extremamente inapropriada toda a sua abordagem. Principalmente considerando que compartilhamos dos mesmos cromossomos sexuais.

Fez-se um intenso silêncio na sala, e finalmente Moody esboçou um sorriso.

—Eu gostaria de deixar bem claro – Ele disse, olhando para todos – que a índole e ética de Lily Evans não são passíveis de dúvida. Eu já averiguei o caso pessoalmente, e não julguei passível de represálias, pois o caso já estava encerrado e Sr. Potter já havia deixado de ser um suspeito há muito tempo. Auror Evans tem minha completa confiança e não tolerarei comentários desse tipo a respeito de uma das melhores do meu departamento. Alguma pergunta a mais antes que eu libere Evans e Potter?

Novamente o silêncio reinou, até que um mais corajoso ergueu a mão.

—O treino de hoje será aberto para a imprensa, Sr. Potter?

James sorriu.

—O treino de hoje está cancelado, Timmy. A Srta. Evans fez uma promessa que veria os pais assim que esse caso se encerrasse, e eu preciso conhecer meus sogros – James explicou, arrancando risos da sala – Preciso aproveitar enquanto Moody não arranja outro caso que só ela consegue resolver e desapareça por mais um mês. Boa tarde para vocês!

James levantou e apertou a mão de Benjy, Moody e da Ministra, os três sorrindo. Em seguida ele se encaminhou para Lily, fez uma pequena reverência e ofereceu a mão para ela, o sorriso já tão familiar que dizia que nada o faria mais feliz do que a presença da ruiva.

Devolvendo sorriso, Lily aceitou a mão estendida e se levantou após um aceno de concordância de Moody, rindo consigo mesma da ironia.

Quem diria que ela sairia com um humor tão bom de uma coletiva de impressa?

E, ainda mais surpreendente, quem diria que ela acharia um famoso que ela fosse gostar tanto, ainda mais um jogador de Quadribol? Logo ela, a auror que odiava a imprensa?

Fazendo uma nota mental de compartilhar a ironia, ela entrelaçou seus dedos nos de James e seguiu com ele, um silêncio que dizia mais do que qualquer conversa.

Ela sabia que mudanças estavam por vir, com a atenção que ele recebia. Mas ele também sentiria com o trabalho dela, e ela sabia que ele a respeitaria e apoiaria. E que estariam juntos, não importava como.

No final das contas, ela refletiu quando James gargalhou com uma piada que seu pai contara, virando para lhe dar uma piscadela, ela trocaria facilmente sua reclusão por alguns papparazzis se isso significasse que ela teria James em sua vida, a única celebridade que ela definitivamente não odiava trabalhar com.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Caso de Copa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.