Girl – Rose May escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 2
The new boy and the invitation.


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo e aqui começa toda a história da Rose May! Espero que gostem.

Desculpe se houver erros de ortografia.

Boa leitura! ♡



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Ensino médio. – O pior lugar e momento pra ser adolescente. Muitas pessoas dão importância pra esse momento como se fosse o último das nossas vidas. Eles estão tão preocupados em ser notados, em serem populares. Andando pelos corredores com seus sorrisos estampados no rosto, como se alguém realmente ficasse feliz em estar aqui.

— May? – Izzie me tirou dos pensamentos assim que chegamos em frente aos nossos armários.

— Desculpe... Não estava prestando atenção. – falei abrindo meu armário e retirando dos livros de lá.

— As coisas não mudam nesse colégio! Os populares no pedestal de sempre, os nerds sendo zoados, e as excluídas passando despercebidas. – Ela apontou para nós duas e riu.

— Graças a Deus passamos despercebidas! – falei olhando pra ela.

— Lá vem... – Izzie olhou por cima do meu ombro. Fechei o armário e virei na mesma direção que ela olhava.

As líderes de torcida caminhavam imponentes pelo corredor. Como se o colégio fosse delas.

Lindsay Devon vinha a frente. – Capitã delas, patricinha, popular, bonita. Tudo o que um garoto iria querer Lindsay era, pena que ela exalava futilidade.

Elas passaram por nós, mas não antes de Lindsay parar e fazer a mesma coisa que fazia quando nos via todos os dias.

— E seu irmão, Izzie? – indagou olhando Izzie com impaciência pela resposta demorada dela.

— Acredito que ele esteja vivo, Lindsay. – Izzie falou a contragosto.

Ela só não ralhava com Izzie pelo óbvio motivo de que ela era irmã do Guss, então isso a livrava da Lindsay. – Mas as coisas não eram assim comigo.

— Perdedora... – Lindsay me olhou de cima a baixo e sorriu debochada. Algumas de suas amigas riram.

Eu já não me importava tanto com a implicância dela. – Conhecia Lindsay o suficiente pra saber que tudo o que ela queria era me atingir com as “brincadeiras” dela. – Na verdade conhecia ela muito bem, mal posso acreditar que fomos amigas no sexto e sétimo ano. – No fundo eu sempre soube que ela só começou a ser minha amiga porque era apaixonada pelo Guss, que já era meu amigo. – Então não foi uma surpresa quando a popularidade bateu na porta dela, e Lindsay rompeu qualquer vínculo de amizade comigo, agindo como se isso nunca houvesse acontecido.

Fingi não ouvir o que ela havia me dito e as risadinhas de suas amigas. – Olhei para Izzie que pareceu ler meu pensamento e saímos dali caminhando.

— Não seria o primeiro dia de aula se Lindsay não pegasse no seu pé! – Izzie revirou os olhos.

— Ela é um pesadelo!

— Ainda falta alguns minutos para as aulas começarem de vez... Quer ir até a biblioteca?! – Izzie perguntou.

— Não posso! Preciso encontrar o presidente do grêmio. Ele disse que queria falar algo comigo. – informei.

— Não acredito que você faz parte do grêmio estudantil... Isso é tão chato!

— Essa chatice contará no meu currículo para a universidade! – parei antes de virar no corredor que me levaria até a secretaria. – Até mais tarde Izzie.

— Até.

Caminhei pelo corredor, até chegar na secretaria.

— May! – Sam veio até mim. A expressão dele era de estresse e minha chegada parecia ter causado algum alívio nele. – Ainda bem que você chegou! Estou cheio de coisas pra fazer.

Sam Scott – presidente do grêmio estudantil, aluno exemplar, nerd. Sam era legal, a não ser pela mania irritante dele de arrumar os óculos de dois em dois minutos e seu perfeccionismo. Mesmo sendo um nerd de carteirinha, os “populares” não costumavam zoar com ele, pois Sam sendo presidente do grêmio, poderia acabar com a reputação deles para o diretor.

— Como posso ajudar você? – perguntei olhando ao redor. Mais dois garotos do grêmio estavam ali.

— Preciso que faça o tour com o novo aluno que chegará hoje... Na verdade em qualquer comento ele vai chegar. – Sam olhou no relógio de pulso. – Estou ocupado resolvendo as coisas para o baile de boas vindas! É por isso que odeio bailes! Pode fazer isso pra mim?

— Claro!

— Ótimo! – Ele sorriu aliviado e logo depois arrumou os óculos que já estavam perfeitamente colocados em seu rosto. – Pode ficar aqui na secretaria mesmo, acredito que ele venha aqui primeiro para pegar os horários.

— Tudo bem então. – concordei me sentando em uma cadeira ali próxima.

— Vou avisar a inspetora que você é quem irá fazer o tour. – Sam fez o que havia dito e logo depois saiu as pressas com os outros dois membros do grêmio.

Permanecia ali esperando. – Já estava ficando entendiada quando peguei uma revista e comecei a folhea-la. – Era de moda, mulheres com seus corpos que pareciam ter sido esculpidos por anjos. Cintura fina, rosto magro, um sorriso arrebatador. – Bufei fechando a revista com força. Só aí me dei conta do garoto de pé na frente balcão conversando com a inspetora.

Ele estava de costas. – Usava uma jaqueta de couro preta, calça jeans escuras, e um coturno da mesma cor da jaqueta. – 

Fiquei de pé a espers dele, pois tinha certeza de que era ele o aluno novo. –  Nunca havia visto ele por esses corredores, mas tive uma sensação de que ele não me era estranho.

Vi a inspetora entregar a ele o papel com os horários.

— A senhorita Rose May vai fazer o tour com você e lhe mostrar onde fica sua sala. – ela olhou em minha direção, me aproximei mais de onde o garoto estava.

Ele se virou de frente pra mim.

— Você? – falamos ao mesmo tempo.

Meus olhos não acreditaram que o garoto a minha frente era o mesmo idiota  que eu tinha esbarrado na lanchonete.

Mas eu nunca esqueceria os olhos dele. Azuis profundos e penetrantes.

— Vocês se conhecem? Que bom! Agora vão! – A inspetora falou praticamente nos expulsando dali.

Caminhamos até o lado de fora da secretaria. – Eu ainda tentava absorver o choque da segunda impressão.

— Por onde começamos? – Ele perguntou me olhando impaciente.

— Sim..? – indaguei deixando meus pensamentos de lado.

Ele me olhou nos olhos por alguns segundos analisando-me.

— Você é meio lerda, né?! – Ele sorriu debochado.

— O que? – o olhei com indignação. – Você nem me conhece!

— Por isso mesmo... – Ele mantinha um sorriso irritante nos lábios.

Ignorei o que havia dito e virei começando a caminhar pelo corredor. Logo constatei que ele estava atrás de mim.

Fomos até o corredor onde ficava os armários, e a porta de entrada da escola.

— Esse aqui é o primeiro corredor, esses são os armários... – Olhei pra ele que prestava atenção no que eu falava. – Posso ver o seu papel de horários? Provavelmente o número do seu armário e senha estão nele... – li duas vezes o número no papel, e tive certeza que o universo estava conspirando contra mim. – Seu armário fica logo ali, ao lado do meu. – falei com desânimo.

— Sério? Seria o destino? – Ele ironizou.

— Maldição do destino! – falei baixo.

— O que? – Ele sorriu. Um sorriso e tanto pra alguém tão idiota.

— Vamos! Tenho outras coisas pra mostrar ainda. – desconversei e voltei a caminhar.

Voltamos para o corredor onde estávamos antes e continuávamos a prosseguir.

— Aqui é a secretaria como você viu antes... ali já começam as salas de aula... – continuei a explicar.

Passamos pela área aberta, refeitório, biblioteca e por último o campo de futebol americano. – Em todos os lugares que passamos e haviam garotas elas olhavam pra ele. Tudo bem que ele é bonito, seria burrice negar, mas se elas soubessem o quanto ele é idiota.

— O esporte daqui é futebol americano? – perguntou analisando o campo.

— Sim... Você joga? – indaguei por educação.

— Um pouco. Não sou excelente.

— As inscrições para novos jogadores irão abrir. – informei enquanto caminhávamos para fora dali.

— Não tenho muito interesse nisso.

O sinal de começo das aulas havia tocado. Apressei o passo e ele que estava ao meu lado também.

— Droga! Me atrasei. – reclamei enquanto andava apressada.

— Calma! São só uns cinco minutos de atraso. – falou segurando o riso.

— Qual é a sua primeira aula? – perguntei e ele olhou no papel de horários.

— Química.

— É a minha também. Vamos logo porque o professor não gosta de atrasos! – falei levemente irritada.

— Você é sempre assim bem irritadinha?! – Ele perguntou rindo debochado.

Parei no corredor já vazio e virei de frente para ele.

— Eu? – o olhei indignada.

— A primeira vez que nos esbarramos você me chamou de idiota! – Ele mantinha aquele sorrisinho no rosto.

— Você foi mal educado! – falei ainda irritada.

— Você esbarrou em mim, queria o que?

— Você que esbarrou em mim, idiota!

— Tão irritadinha! – Ele se aproximou de mim.

Se aproximou de um jeito que eu achei por um segundo que fosse me beijar. De um jeito que nenhum garoto se aproximou antes.

Mas logo sai daquele devaneio ridículo. Me virei de costas para ele e voltei a caminhar. Sabia que ele estava logo atrás de mim porque estávamos indo para o mesmo lugar.

Empurrei a porta da sala com uma força desnecessária. Minha entrada chamou a atenção de toda a turma que já estava em seus devidos lugares.

O professor me fuzilou por cima dos óculos.

Pensei que a situação não pudesse ficar pior, mas piorou.

O idiota que estava logo atrás de mim acabará de chegar. – O professor olhou para nós dois com uma expressão terrível.

— Posso saber o que os dois estavam fazendo lá fora, sozinhos? – o professor indagou.

Escutei vozes falarem bem baixinho. – Eram os outros alunos.

Todos olhavam pra nós dois, curiosos. – E eu que odiava chamar a atenção estava bem no centro disso. Graças a esse idiota.

— Ele é aluno novo. Estávamos fazendo o tour pela escola, acho que o senhor sabe que como membro do grêmio estudantil essa é a minha função. De qualquer maneira, nos desculpe pelo atraso. – falei com impaciência, ficar ali de pé com todos me olhando era torturante.

— Sentem já! Os dois. – ordenou o professor. – Mais uma coisa... Qual o seu nome? – indagou para o garoto.

Só ali que havia me dado conta de que não sabia o nome dele. Nem tinha me dado o trabalho de perguntar.

— Elliot Rey.

— Que esse atraso não se repita, Sr. Rey e Srta Casey!

Caminhei ainda sobre o olhar dos alunos pelo laboratório de química. – Guss que estava sentado um pouco mais atrás fez sinal para que eu pudesse ir até ele.

Nós dois tínhamos algumas aulas juntos, e eu quase sempre era parceira dele de laboratório ou para fazer trabalhos em dupla.

Lindsay que também tinha somente duas aulas comigo – graças a Deus – me olhou com raiva.

— Guardei lugar pra você... – Guss falou sorrindo, ele tirou a mochila do banco ao lado para que eu pudesse sentar.

— Srta Casey, acho que como membro do grêmio estudantil você pode ser parceira do novo aluno! – olhei incrédula para o professor.

A contragosto fui até a mesa do garoto novo... Elliot! E desabei na cadeira.
Maldito professor!

— A Srta Devon pode fazer dupla com você Sr Miles. – Lindsay não demorou nem um segundo para se sentar ao lado de Guss. – E você Srta King... – Ele se referiu a até então dupla de laboratório da Lindsay. – Aqui na frente com o Sr Scott já que ele estava sozinho.

A aula transcorreu chata e longa. O professor não deixava ninguém falar nada que não fosse sobre química. – Por duas vezes Guss me lançou olhares rápidos, não consegui entender o que ele queria dizer.

Quando o sinal bateu eu saí apressada da sala, não aguentava mais um segundo que fosse olhar pra cara daquele maldito professor.

— Ei! May?! – escutei Guss me chamar no corredor.

Estranhei pois dificilmente nos falávamos fora das aulas que tínhamos juntos.

— Oi, Guss?!

— O que houve? Quem era aquele garoto? – Ele indagou curioso.

— O aluno novo, já disse! – respondi impaciente.

— Calma! Foi só uma pergunta.

— Desculpa... Eu só estou estressada.

— Guss? – A voz inconfundível e irritante de Lindsay pairou sobre o corredor.

— Eu preciso ir.... – Ele falou tentando se explicar, mas eu só sacudi a cabeça.

— Vai, tudo bem! – falei voltando a andar pelo corredor.

— A gente se fala mais tarde?! – Guss perguntou já mais distante.

— Só depende de você! – respondi rindo, ele riu também antes de ir ao encontro dela.

Passei o intervalo junto com a Izzie. – sentamos em um dos corredores da biblioteca.

— Você sabe que não pode comer aqui, não é? – perguntei pra ela que devorava um pacote de batatinhas.

 

— Ninguém está vendo! – Izzie me ofereceu o pacote mais recusei. – Como foi o primeiro dia no último ano?

— Até agora péssimo!

— Porque? Foi tão ruim assim?

Contei a ela sobre o irritante garoto, vulgo Elliot Rey. Sobre o atraso, e o professor maldito de química.

— Cômico! – Izzie soltou uma gargalhada, mas quando viu a expressão de fúria em meu rosto parou. – Digo, trágico!

O restante das aulas graças ao bom Deus passou rapidamente, quase não consegui trocar duas palavras com Guss, já que Lindsay e sua turma não largava do pé dele. – Quando a última aula chegou ao fim encontrei Izzie no corredor.

— Ainda bem que acabou! – falei aliviada.

— Amanhã tem mais! – Izzie sorriu me provocando.  –  O babaca do meu irmão ficou de nos dar uma carona.... Vamos esperar ele na frente do carro?!

— Pode ser. Espero que ele não fure, pela milionésima vez! – falei revirando os olhos.

Izzie foi até o espelho do carro e ajeitou seu cabelo curtinho. – Ela sempre gostou de manter o cabelo estilo “Joãozinho”. E pra ser sincera, combinava muito mais com ela.

— Ele tá demorando! – Ela reclamou depois de se passar apenas cinco minutos.

— Ele já tá vindo... – falei olhando na direção da saída do colégio. Guss vinha acompanhado de mais um outro garoto.

Se não me engano o nome dele é Brian Mendes. Jogador de futebol, um dos populares, e atualmente o melhor amigo do Guss.

— É o Brian... – Izzie falou a contragosto.

— Ele é legal, Izzie! Um dos poucos jogadores que não é babaca.

— Eu sei! É só que ele fica puxando assunto comigo, e eu nunca sei o que dizer!

— Acho que ele é a fim de você! – falei mas logo encerramos o assunto pois eles já estavam a uma distância razoável.

— Meninas... – Brian nos cumprimentou sorrindo.

— Ele vai com a gente. – Guss avisou dando a volta no carro e entrando, fizemos o mesmo.

O trajeto foi tranquilo. Guss e Brian conversavam sobre os treinos e novas táticas de jogo. Enquanto Izzie ao meu lado me lançava olhares de tédio.

— May, chegamos! – Guss parou o carro em frente a minha casa. Nós morávamos perto, eu no começo da rua, e eles no final.

— Obrigada! – agradeci abrindo a porta do carro. – Até amanhã! – me despedi de Izzie e Brian que provavelmente ia ir na casa deles.

Fiz o pequeno caminho da calçada até a entrada de casa.

— Espera! Quase me esqueci... – Guss me alcançou perto da porta de casa.

— O que? – perguntei confusa.

— Quer ir ao baile de boas vindas comigo? – Ele sorriu gentil.

Meu coração bateu forte contra meu peito. Meu estômago revirou em minha barriga. E meus pensamentos demoraram a fazer sentindo. – Guss me convidando para ir ao baile de boas vindas com ele? Guss Miles? – nós éramos amigos, mas ele nunca havia feito isso.

— Ao Baile? – indaguei ainda não acreditando.

— Sim! Sei que você não gosta muito... Mas é seu último ano, e você não foi nos outros bailes... Achei que seria legal que você fosse nesse sabe... Já que nós somos amigos, pensei que pudéssemos ir juntos, então...?!

— Claro! Sim! – respondi sorrindo.

— Ótimo May... – Guss se aproximou e apertou de leve minha bochecha. – Até amanhã.

— Até! – não conseguia tirar o sorriso do meu rosto.

Era inacreditável. Como se o universo tivesse me dado uma recompensa por aguentar aquele professor, e por fazer o tour com o idiota do Elliot.

O idiota que eu achei que me beijaria... – Não! Me recusei a pensar nisso. Guss havia me convidando pro baile, isso era incrível.

Queria poder conter as coisas que estava sentindo, mas não conseguia.


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Notas finais do capítulo

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Beijos ♡



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