Desperdiçou escrita por gridpudim


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

#DESAFIOSANDYEJUNIOR
Sim!!! Com a volta da dupla, nosso Fandom ShikaTema resolveu fazer um desafio e espero que vocês gostem...
Me baseei no clip da música Desperdiçou da dupla e amei escrever ♥
Espero que vocês curtam, e a música está nas notas finais



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Vocês podem me achar um perfeito desgraçado e, pode ter certeza que não tiro a razão de todos que aqui estão, mas, essa história é diferente de tudo o que já viram, e posso provar.

Temari e eu nos conhecemos há alguns anos. Eu ganhei bolsa em uma escola muito concorrida da minha cidade. Escola de gente rica, sabe? Coisa que eu não sou. Mas Temari era, e por eu não ser filho de bacana, tivemos complicações quando assumimos nosso namoro.

Apesar dos irmãos dela serem bem legais comigo, o pai de Temari me detestava, coisa que eu já imaginava que aconteceria. Rasa era dono de uma construtora muito famosa, era aquele tipo de cara que tinha muitos empregados dentro de casa e não fazia ideia nem da quantidade de sapatos que tinha em sua sapateira. Era, com certeza, o cara mais rico que já conheci em minha vida e a filha dele foi querer namorar justo eu. Filho da professora de história com o professor de matemática. O bolsista.

Justo com o cara que não tinha nada para oferecer, nada além de um papo furado sobre teorias da conspiração e jogos de shogi no intervalo das aulas. Mas eu relevei, e o pai dela me relevou.

Quando saímos da escola, Temari e eu fomos para a mesma faculdade, mas eu fui, novamente, como bolsista. Para mim e para Temari isso nunca foi um problema, mas para o pai dela sim.

Rasa não se conformava por eu ter 18 anos e não ter ganhado um carro dos meus pais por ter passado na faculdade. E ficava maluco de raiva quando Temari me buscava com o carro dela. Mas eu me esforcei muito e consegui um emprego de meio período, paguei pela a minha habilitação e comprei um carro. Óbvio que não era o carro do ano, mas o meu golzinho 95 dava para o gasto,

Bom, pra mim tava tudo ótimo, para Temari também, mas Rasa, meu sogro, não aguentava me ver com aquele carro, nem com as minhas roupas sem marca e muito menos contando moedas para ir no cinema com a filha dele.

Até que, um dia, quando meu carro quebrou na frente do enorme casarão onde minha namorada morava, Rasa veio até a porta antes que sua filha e falou para mim com a voz mais serena que poderia falar:

— Olá Shikamaru, como vai? — a partir desse momento, eu gelei.

Aquele homem nunca havia dito o meu nome, muito menos dessa maneira, ele queria algo, eu sabia que queria.

— O-olá, senhor. — respondi suando frio.

— Vejo que seu carro deu problema, né? — ele perguntou e eu só balancei a cabeça sem saber o que dizer. — Bom, como Temari está no banho, vamos conversar agora, de homem para homem, ok?

Eu não sabia o que fazer, mas o que eu sabia, com certeza, é que aquilo não acabaria bem, não mesmo.

— Vamos ser francos? — apenas concordei e deixei ele falar novamente — Temari é muita areia para o seu caminhão, além de ser minha filha, ou seja, tem dinheiro. E você, bom, você é muito esperto, essa é a verdade.

— Obrigado senhor, mas o que isso quer dizer? — eu não queria acreditar que ele estava me falando aquelas coisas.

— Quer dizer que eu sei qual o seu plano, sei do seu interesse. — Rasa falou com fúria nos olhos e eu não queria acreditar em tudo o que eu estava ouvindo.

— P-plano?

— É garoto, eu sei que você quer nosso dinheiro, é esperto demais.

— Eu nunca…

— Não me faça tomar medidas drásticas. — Rasa falou me interrompendo. — Você escolhe, termina esse relacionamento ridículo com a minha filha e suma da vida dela, ou terei que ser menos didático…

Rasa não conseguiu terminar de falar, Temari apareceu no portão e veio ver o que estávamos falando. Ele, simplesmente falou para a filha me ajudar com um guincho e bom, eu fiquei com medo.

Fiquei com medo do que aquele homem poderia fazer comigo, do que ele poderia fazer com os meus pais, ou do que ele faria com ela. Então, assim que Temari me ajudou com o meu carro e fui para casa, mandei uma mensagem para ela e terminei tudo.

Podem me xingar, eu mereço. Não deixei nem ela perguntar o que houve ou o que estava acontecendo, eu, simplesmente mandei a mensagem e não esperei resposta. Quebrei o meu chip e sumi da vida dela.

Mudei de faculdade, consegui transferência para outra e tentei viver a minha vida. Não queria, mas fui um covarde e a deixei.

Achei que seria o melhor para ela, afinal, eu não poderia colocá-la contra o próprio pai.

Você desperdiçou o amor
Partiu e nunca mais ligou
Você me complicou, usou
Fugiu com a minha paz

Passaram-se alguns anos e até beijei outras garotas, mas namorar mesmo, nunca mais. Meus amigos falavam que eu tinha trauma, mas não acho que fosse bem um trauma. Acho que era porque nunca deixei de gostar de Temari. Eu sempre comparava outras meninas com ela e eu acabava me sentindo melhor sozinho.

Até que, um certo dia, quando eu havia acabado de chegar no meu apartamento, depois de um longo dia de trabalho, liguei a televisão e vi, mas não acreditei. Respirei fundo e quase cai duro no sofá com pressão baixa. Era Temari de mãos dadas com o suposto galã da novela das nove.

Estava linda, em um vestido preto e longo. A manchete dizia que eles estavam em uma festa, mas iriam se casar em breve.

Aquilo foi como uma faca cravada em meu coração, eu sabia que esse dia chegaria, era muito mais fácil ela nunca mais ouvir falar de mim, um qualquer. Já Temari, da família Sabaku, rica e poderosa, eu sabia que ainda ouviria falar dela.

Eu juro, por tudo o que é mais sagrado, não sabia o que fazer, meu coração estava mais acelerado do que tudo, minhas mãos tremiam e minha testa suava. Eu não ia aguentar vê-la se casando com outro.

A primeira coisa que pensei foi entrar em contato com ela, mas lembrei de algo que poderia servir naquele momento. Peguei meu telefone, no mesmo momento e liguei para Ino.

Tocou uma vez e eu já estava em desespero, nunca, nenhuma vez na minha vida, eu me desesperei. Mas já era o terceiro toque e nada da Ino. No quinto, ela atendeu:

— Nossa, Shikamaru, você me ligando, aconteceu alguma coisa?

Ino me perguntou com tom de dúvida, no mínimo ela achou que havia morrido alguém, mas mal sabia ela que, possivelmente, eu que iria morrer por estar fazendo algo assim, mas essa atitude impensada que tive, foi a melhor coisa que fiz nessa história toda.

— Bom, deixa eu te perguntar algo e depois eu te conto o que aconteceu, ok?

Ino era a minha melhor amiga, na época da escola ela morria de amores pelo irmão mais novo de Temari. Só que ele era muito tímido e nunca haviam se beijado, mas me lembro de Ino dizendo que ele havia adicionado ela nas redes sociais novamente. Como eu não tinha nenhuma rede social, não tinha saco para aquilo, então não entendia muito bem se eles estavam conversando ou ele simplesmente só havia adicionado ela e acabou.

— Nossa, agora estou curiosa.

— Bom, primeiro me responde, você e o Gaara estão conversando ainda?

— Meu amor! — Ino berrou do outro lado do telefone e eu fiz uma careta com dor no ouvido. — Eu já dei muitos beijos naquele ruivo maravilhoso, só que, pelo visto, ele não gosta muito da fruta.

— Mas, você tem como perguntar algo pra ele?

— Você não vai me perguntar mais sobre nosso encontro, credo Shikamaru, como você é.

Revirei os olhos no mesmo instante, eu definitivamente não tinha tempo para os casos de Ino.

— Tá, como foi?

Ino ficou meia hora contando da vez que eles haviam ido no cinema e como tascou um beijo no Gaara e porque achava que ele não gostava tanto de mulher.

—… Mas sim, somos amigos agora, ele é um amor.

— Será que você consegue perguntar para ele onde a Temari vai casar?

Ino gritou novamente no telefone, e, por um momento, eu havia me arrependido de ter falado sobre isso com ela.

— Estou surtando! — gritou de novo. — Porque você quer saber disso, Shika?

— Depois eu te conto, descobre isso pra mim, ok?

— Sim senhor, capitão.

Me despedi dela e por um momento, me passou pela cabeça que eu devia não me meter nessa confusão, mas porque?

Perder ela de novo, perder o amor da minha vida por covardia?

Foi assim, desilusão
A tua indiferença
Calou a paixão
Meus sonhos se perderam
Não pude evitar
Desejos se renderam
Pra nunca te amar

Eu estava cansado, definitivamente, cansado de me fingir de morto. Cansado de sonhar com ela e não poder fazer absolutamente nada, tudo porque o pai dela não aprova. E nesse momento, eu liguei o foda-se.

Alguns dias depois Ino voltou a me ligar e me contou os detalhes do casamento. Onde seria a igreja, onde seria a festa e disse que o cara era perdidamente apaixonado por Temari.

Eu não duvidava, ela sempre foi incrível. Mas esse ator pediu a mão dela em casamento em um dos restaurantes mais chiques do país com um anel de brilhantes enorme.

Tá, qual a minha chance de conseguir ela de volta? Possivelmente nenhuma, mas tudo bem, eu iria tentar mesmo assim.

Contei para Ino o meu plano e ela me garantiu que me ajudaria. Então, precisávamos botar o plano em ação.

Eu vou desafiar
Seu coração
'Cê vai me procurar
Não volto não, não
Vou te desafiar
Provocação
Não quero mais te amar

No dia do casamento, eu estava uma pilha de nervos. Meu carro estava estacionado no outro lado da rua, mas eu estava com um óculos de sol, meu cabelo solto e uma blusa verde de capuz.

Assim que vi Temari chegando em um carro extremamente luxuoso, fiquei preparado, aquele teria de ser o momento.

Seu pai estava na porta da igreja e eu tinha pouquíssimos minutos para fazer o que iria fazer.

Assim que a loira colocou os pés para fora do carro, Ino, disfarçada de fotógrafa, tirou inúmeras fotos com o flash bem na cara de Rasa, eu corri para puxar Temari pela mão e ela não estava entendendo nada. Como previ, ela não foi fácil, tive de pegá-la no colo e jogá-la no banco do passageiro.

Quando entrei no carro, com aquela gritaria toda. Pisei no acelerador e sai dali.

— Calma, mulher. Sou eu. — eu juro que não esperei aquela reação de Temari, mas foi compreensível.

Ela me olhou nos olhos quando olhei para o banco de trás, imprudentemente, e ficou vermelha. Até hoje não sei se ficou vermelha por que estava feliz em me ver e estava envergonhada, ou se estava com raiva. Mas acho que a segunda opção é a mais plausível.

— Eu não acredito!— ela falou mais alto do que eu imaginava. — Você me deu o pior pé na bunda que uma pessoa poderia ter levado e agora tá me sequestrando. É isso?

— Falando assim fica foda pra mim.

— Fica foda pra você, Shikamaru? — Temari bateu em mim com o buquê de flores e muitas pétalas voaram pelo carro. — Pra você? É sério isso? Se você soubesse o que eu passei por sua causa, você nunca mais apareceria na minha frente.

E as flores não paravam de cair sobre a minha cabeça, eu sabia que ela estaria com raiva, não é por menos, eu simplesmente sumi.

— Calma, Temari, eu posso explicar.

— Explicar o que? Você é egoísta, só pensa em você…

— Calma, para… eu vou bater o carro se você não parar de me bater.

— As flores tão te machucando, querida? Imagina o quanto você me machucou, isso aí não é nada.

— Eu sei é só que eu tô dirigindo.

Temari não parava, e não era pra menos, ela tava puta comigo, o que eu já esperava.

Entrei em uma entradinha de terra que dava diretamente para um cabana. Aquela casa era dos meus falecidos avós e até que estava em boas condições.

— Seu maluco, pra onde você vai me levar?

Eu não respondi, simplesmente parei o carro e tirei ela de lá . Claro que foi muito difícil, quase impossível, mas consegui levá-la para dentro de casa. Vestida de noiva e nos meus braços.

— Que irônico! — Temari falou e de debateu no meu colo.

— Será que você pode ficar quieta, por um momento só, eu preciso conversar com você.

— Ah que graça, — ela debochou e eu a colocou no sofá velho. — agora você quer falar então. Bom, vamos escutar vossa majestade.

— Eu posso? — perguntei me sentando em uma cadeira de madeira na frente dela.

— Claro que não, palhaço. Você sumiu, simplesmente terminou comigo por mensagem, não esperou que eu respondesse. Saiu da faculdade e não se despediu.

— Eu sei, eu sei de tudo, mas…

— Mas o que? — ela me interrompeu.

— Você me fez sofrer,  sabia? — Temari começou a gritar e chorar, aquilo cortava o coração.

Claro que eu sabia o quanto ela sofreu, eu sofri também, e o que eu merecia era um tapa na cara, fechei os olhos e esperei que o estalo viesse, mas não veio e abri os olhos.

— Porque não vai me bater? — olhei-a com os braços cruzados.

— Porque não adianta, já estraguei um buquê caríssimo e pra que? Você não vale isso.

— Você tem razão. Tem total razão.

Eu admiti, precisava admitir não só pra ela, mas também para mim, o quão covarde fui.

Temari arqueou uma sobrancelha e descruzou os braços.

— Quer saber… — ela falou sentando-se direito no sofá e arrumando o vestido branco. — Desembucha.

E então eu contei, tudo, cada detalhe, cada palavra que ouvi de seu pai e cada noite que sofri pensando nela. Cada boca que beijei e não era ela quando eu abria os olhos e cada namoro que evitei por não ser ela. Contei tudo, como soube que ela iria casar e como consegui levá-la até a velha casa dos meus falecidos avós.

Nunca, na vida, tive essa coragem, mas aquele dia, eu finalmente falei.

Você desperdiçou o amor
Partiu e nunca mais ligou
Você me complicou, usou
Fugiu com a minha paz

Temari não falou nada. O que me deixou mal, eu já não sabia mais o que fazer ou falar. Mas, também, eu queria o que? Isso tudo era demais pra ela e ela era demais pra mim, eu sabia disso melhor do que ninguém.

Os olhos dela se encheram de lágrimas e aquilo me partia o coração, aquela mulher tão forte e tão dona de si, definitivamente, eu era um monstro. E Temari chorou. Eu fui tentar abraçá-la, mas ela se levantou e sai de perto de mim, ficando de pé ao lado da janela.

— Minha carona chegou.— ela disse com a voz chorosa e eu já sabia o que aconteceria.

A sirene da polícia era cada vez mais alta e então me levantei do sofá.

— Eu só precisava te contar tudo e dizer que sempre te amei, nunca te esqueci. Mas se não acredita, tudo bem, é compreensível.

Desabafei e nunca me senti tão leve quanto naquele momento. Respirei profundamente e abri a porta da casa, saindo primeiro. Esperei um dos policiais me render e fui algemado.

Mas o que eu não imaginava era que o que estava por vir. Temari saiu da casa e seu futuro marido correu para abraçá-la, eu olhei tudo enquanto o policial me empurrava. E antes de ser abraçada por completo, Temari se desvinculou dos braços do galã de novela e correu. Sim, ela correu até mim. Aquilo não era um sonho.

Temari veio em minha direção e gritou:

— Esperem, esperem por favor.

Arregalei meus olhos, não podia acreditar no que estava acontecendo. Temari empurrou os policiais que me deviam, me encostou no primeiro carro que viu e me beijou ali, na frente de todos, no meio dos policiais, no meio da dia família e na frente de seu futuro esposo.

Aquele era o sonho da minha vida, meu coração disparado juntou-se com os ritmos do dela. O beijo fora o melhor que já recebi e o calor que emanavamos era palpável.

— Me perdoa? — perguntei assim que ela soltou meu lábios.

— Soltem ele!— ela pediu e os policiais perguntaram se ela tinha certeza. — Sim,vamos.

— Me perdoa, Tema. — perguntei de novo.

— Eu amo você! Que saco!

Você desperdiçou
Partiu e nunca mais ligou
Você me complicou, usou
Fugiu com a minha paz


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Notas finais do capítulo

https://www.youtube.com/watch?v=iZhAAmzdrdM



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