O Fantasma da Ópera escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 38
Lorde Bingley




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P.O.V. Lorde Charles Bingley.

Não consegui dormir. Aquilo ficou gravado á ferro em minha mente. Aquelas palavras que flutuavam.

Mundo dentro do mundo. Vampiros, lobisomens, bruxas, facções, shadowhunters. Híbridos.

Decidi ir até a residência dos Howe.

—Anunciando, o Senhor Bingley.

—Oi Senhor Bingley.

—Senhorita Howe.

Tirei o chapéu e ela prestou uma reverência.

—Sinto falta de poder simplesmente dizer oi. Posso oferecer-lhe chá? Suco?

—É muita gentileza. Me contentarei com o chá.

Ela se levantou.

—Algo errado?

—Não. A empregada tá de folga.

—De folga?

—É. Ela não trabalha hoje e recebe mesmo assim.

—Mas, que ultraje!

—Você fala isso porque nunca teve que trabalhar na vida. Ficar de pé por cinco horas, etiquetando coisas, mostrando mercadorias, guardando as roupas que os clientes deixam jogadas pela loja. Se fazer isso por cinco horas já é cansativo, imagine ficar trabalhando varrendo, fazendo chá, ariando panela e tudo isso ai por quarenta e oito horas direto? Nossa! Cansei só de falar.

Ela mesma preparou o chá. Embora tenha lutado com o acendedor.

—Sinto falta da eletricidade.

—Eletricidade?

—Só vai ser descoberta daqui a um século. Em mil oitocentos e pouco.

Disse enquanto carregava a bandeja prateada com o bule e as xícaras para a sala de estar.

—Vem cá. Você vai querer ver isso.

—O que?

—A Melissa enfeitiçou o chá. Pra deixar ele bonito. É de jasmim. Olha o que acontece quando eu coloco na xícara.

Ela serviu o chá fumegante na xícara de porcelana e... dentro do líquido havia um botão de flor que abriu-se na mais bela flor branca. Jasmim.

—Uau!

—O Imperador da China pagou uma fortuna por um saquinho deste chá.

—O Imperador da China? Soube que ele esteve na Inglaterra, porém...

—Como eu disse, a família dela é legendária. Sinto muito por não termos biscoitos, mas eu não sou boa cozinheira. Na verdade, eu não cozinho. Mas, acho que não é sobre a minha falta de habilidade na cozinha que o senhor que falar. É?

—Não. Conte-me mais. Sobre este mundo desconhecido, sobre o futuro.

—Saber a verdade sobre o submundo, vai te dar pesadelos pelo resto da vida. E como sei que não estou criando um caçador? Alguém que vai usar esse conhecimento para matar essas pessoas. Porque eles tem dons especiais? Sou humana também. Tão humana quanto você. Humana, normal e não sobrenatural. Já o meu irmão... Jeremy é humano, tanto quanto nós, mas ele é sobrenatural. Ele um doppelgganger.

—O vosso irmão é o que?

—Doppelgganger. Chamam de eu-sombra. Uma bruxa maluca criou um elixir da imortalidade. A imortalidade concedida pelo elixir é absoluta e incontestada. Mas, a natureza não aceita isso. Aqueles que beberam este elixir em questão violaram a lei natural de que todas as coisas vivas, morrem, mas a natureza não aceita nada imortal. Ela encontra um equilíbrio. E este equilíbrio foi encontrado criando eu-sombras mortais. Versões humanas e matáveis daqueles que beberam o Elixir. Como meu irmão e Stefan Salvatore, e Katherine, e Renesmee e Elena. Tudo fruto do efeito cascata do pecado de Silas e Amara.

—Ainda não entendo.

—Eles são cópias. Cópias humanas de três imortais. Existem que eu saiba três tipos de duplicatas. As que tem a cara do meu irmão, as que tem a cara do Silas e as que tem a cara da Amara.

A natureza não aceita nada imortal, ela disse.

—E quanto aos lobisomens? É mesmo verdade que transformam em bestas durante a lua cheia?

—É. Mas, não em bestas, em lobos e lobas. Ser lobisomem é... uma maldição. Eles quebram todos os seus duzentos e seis ossos de seu corpo durante a lua cheia para se transformar. Dizem que a dor é excruciante, mas depois que completam a transformação... a sensação é de êxtase total.

—E quanto á prata?

—Quando um lobisomem é ferido por prata cicatriza. Causa tanto dano neles quanto em nós. A única diferença é que eles curam mais depressa.

—E vampiros podem andar ao sol?

—Alguns, não todos. Precisam de proteção. Alguns queimam outros brilham.

—Brilham?

—É. Como um diamante. É uma espécie de pigmento que eles tem na pele que é ativada por luz ultra-violeta. Ou seja, sol.

—A senhorita já viu?

—Já. É... lindo, porém ofuscante. Ai, credo! To começando a achar normal falar com tanta formalidade!

Eu tive que rir.

—Não ria. Você não sabe como é. Ai! Legal! Chamei você de você.

Eram coisas tão simples. Besteiras, mas era o que tornava tudo mais engraçado. O que a tornava tão autêntica.

—Porque a senhorita é tão... magra? Não é saudável?

—Sou. Sou mais saudável do que a maioria das pessoas do seu século, aqui ou você é obeso ou é desnutrido. Mas, já melhorou bastante. Me lembro quando estávamos em mil quatrocentos e cinquenta e cinco. Era horrível.

—Mil quatrocentos e cinquenta e cinco?! Isso teria ocorrido á trezentos e quarenta e dois anos!

—Ii, é? Nunca fui boa de cálculo. E ter que viajar de uma época para a outra confunde ainda mais a cabeça. Mas, conhecemos Edward IV. Foi assim que descobrimos sobre o Jer.

—Jer?

—Meu irmão Jeremy. Foi a primeira vez que vi o rosto do meu irmão... em alguém que não era ele. Vi outra versão, viva, consciente e respirante do meu irmão. Vi os dois lado a lado, não havia uma diferença física entre eles. Nenhuma. Mesma cor dos olhos, mesmo tom de cabelo, mesma cor de pele... é uma coisa impressionante. Ouvir a Mel contar que eles existem é uma coisa, mas ver com os próprios olhos... é totalmente diferente.

—Impressionante.

—É mais que impressionante, senhor Bingley... é chocante. Vem comigo.

Ela pegou despudoradamente minha mão e arrastou-me pela mansão. Puxou uma alavanca e abriu-se uma passagem.

—Onde isso vai dar?

—Sala de retratos. Lá tem os retratos, nomes e datas de todas as Doppelggangers Petrova que a gente já achou. Pessoas diferentes, épocas diferentes, nomes diferentes, criações, mães, pais diferentes e ainda assim... elas são exatamente iguais.

E quando chegamos á sala haviam vários, vários retratos daquelas mulheres.

—Essa é a Atalanta. Ela era romana, viveu na época da República. Nasceu apenas alguns anos após Silas e Amara terem bebido o elixir. Dois mil e três antes de Cristo, foi quando a Clary encontrou a Atalanta. Mil anos depois veio a Tatia. E foi com a Tatia que ser uma Doppelgganger Petrova virou uma sentença de morte. Em mil quatrocentos e cinquenta na Bulgária Katerina Petrova, depois a Elena, Renesmee e imagino que a próxima venha da Melissa.

—Porque razão?

—É a linhagem. Todas as eu-sombras são parentes. Elas ocorrem naturalmente, mas sempre dentro da mesma linhagem.


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