Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 60
Luta de Feras


Notas iniciais do capítulo

Bom domingo e bom dia das mães a todos.

Tenha uma boa leitura! :)



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Tudo começou quando Briana ganhou um adubo especial de Luís para usar em seu trabalho de ciências. O adubo tinha a intenção de fazer cenouras crescerem mais rápido, mas Briana acabou derrubando um pouco dele sem querer e uma galinha acabou comendo. O resultado foi um crescimento absurdo do galináceo e não ajudou muito o fato de Luciano ter jogado ainda mais adubo para ela comer. Agora, o monstro se dirigia para o restaurante da família de Anne e Briana.

—Ai, lá vamos nós atrás dela - disse Anne, puxando Briana para correrem atrás da galinha.

—Ai, ai, a mamãe vai me dar uma bronca por ter deixado isso acontecer - falou Briana, inocentemente.

—Acho que isso é uma coisa que podemos deixar para pensar depois, Briana - falou Anne.

—O que está fazendo parado aí, soldado Caxias? - disse delegado Fonseca - Vamos atrás da galinha!

—S-Sim, senhor, senhor! - disse o soldado - É pra já!

Soldado Caxias começou a correr, mas não acabou tropeçando e caindo no meio das frutas da quitanda.

—O que você fez? - disse o delegado, com a mão na testa.

—C-Calma, senhor - disse o soldado - Vou recolher tudo isso agora mesmo.

Só que ele acabou escorregando no meio das frutas e derrubando um monte de legumes ao lado.

—Agora vamos ter que fazer o boletim de ocorrência disso - falou o delegado, balançando a cabeça negativamente.

Já Luís tinha saído para produzir um antídoto para o efeito do adubo. Luciano apenas estava satisfeito por seu violão estar intacto.

—Pelo menos salvei meu violão - disse o garoto, abraçando o instrumento com todo o carinho.

Enquanto isso, a galinha seguia para a direção do restaurante da família Montecarlo. Agora não tinha mais como esconder.

—Não, não, não me abandoooneee! Não me desespeeereee! Que eu não posso, não posso, não posso ficaaar sem vocêêê! - cantava Gustavo, enquanto varria o chão, preparando o restaurante para receber os clientes.

—Gustavo! - gritou Anne, de longe - Toma cuidado!

—Hã? Anne? - disse ele - Que bom! Achei que iria demorar mais para chegar!

—Cuidado com a galinha! - gritou Briana.

—Galinha? - foi quando Gustavo olhou para frente e viu a galinha gigante diante dele - Mas o que é isso?

—É uma longa história - disse Anne.

—O que aconteceu? - disse Carla, a mãe das meninas, saindo à porta do restaurante para ver a gritaria e dando de cara com a enorme ave - Pai amado! O que é isso?

—P-Parece uma galinha gigante - disse Gustavo.

A galinha, porém, não parecia querer entrar no restaurante. Continuava ciscando e bicando como uma galinha comum, porém de tamanho aumentado.

—O que uma galinha gigante está fazendo aqui? - perguntou Carla.

—Desculpa, mãe. A culpa foi minha - disse Briana, se aproximando da mãe, enquanto se aproximava da porta do restaurante.

—Como assim? - perguntou Carla.

—Bem, eu deixei cair um adubo que o amigo da Anne me deu e…

—Amigo da Anne? Anne! Quantas vezes tenho que te falar para cuidar da sua irmã? - bronqueou Carla.

—Ei, espera. A culpa não foi minha, não.

—Tá, agora não interessa de quem é a culpa - disse Carla, interrompendo sua filha mais velha - Como é que a gente se livra dessa coisa?

—Nosso amigo está fazendo um antídoto - disse Briana.

—E quanto tempo isso vai demorar? - perguntou Carla.

—Não tenho a menor ideia - falou Briana, quase chorando.

—Não se preocupe - disse Gustavo - Estou aqui para proteger vocês!

O rapaz se colocou à frente da galinha e gritou:

—Ei, seu monstro! Não ouse se aproximar de nós!

Na verdade, a galinha não estava nem aí para o restaurante, mas o olhar ameaçador de Gustavo parece tê-la deixado nervosa.

—Ela olhou pra cá - disse Gustavo - Tudo bem. Estou pronto para tudo!

Gustavo resolveu atacar primeiro e agarrou o pescoço da galinha. A ave começou a se remexer e, no final das contas, Gustavo já estava nas costas dela, tentando se segurar ali.

—Acho que...só jogamos mais lenha na fogueira - comentou Anne.

—Será que ele vai ficar bem? - perguntou Briana.

—Não se preocupem! - disse Gustavo - Isso é um ótimo treinamento!

—Já vi rodeios pela televisão, mas rodeio com galinha em vez de touro é a primeira vez que vejo - comentou Carla.

—Bom, eles que lutem - comentou Anne.

Mas não demorou muito para Gustavo ser jogado pela galinha para longe.

—Gustavo! Você tá bem? - perguntou Carla.

—Sim, estou - disse ele - Já enfrentei coisas piores quando acampava na mata. Não pense que venceu, galinha!

—Parece que ele tá se divertindo - comentou Briana, mais aliviada.

—Ai, Luís. Chega logo com esse antídoto, vai.

Nisso, antes que Gustavo pudesse se aproximar mais, outro habitante da cidade dá de cara com a galinha. Era Amadeu, o urso cidadão honorário de Vila Baunilha.

—É o Amadeu - disse Briana.

—Ah, que bom! - disse Carla - Um urso certamente pode dar conta de uma galinha.

O urso estava passeando tranquilamente por ali, quando, enfim, o olhar dos dois animais se cruzou.

—Será que isso vai dar certo? - perguntou Anne.

—Melhor não olhar, Briana - disse Gustavo - O que vamos ver agora é uma luta de feras. Dois animais irão se enfrentar até a morte, guiados apenas por seus instintos. Não será uma coisa bonita de se ver.

—Verdade. Nem olha, filha - disse Carla, tampando os olhos inocentes de Briana.

De fato, a galinha e Amadeu se olhavam fixamente. Quando a galinha cacarejou, Amadeu correu imediatamente para o restaurante e se escondeu atrás de Carla.

—Você não tem vergonha, não, Amadeu? - perguntou Carla.

Amadeu parecia trêmulo. Bem, a galinha era, de fato, maior do que ele.

—Tá precisando assistir Kung Fu Panda, heim? - comentou Anne.

Pelo que parecia, a galinha não seria derrotada tão facilmente e ela só crescia mais.

—Desse jeito ela vai ficar maior do que os prédios - disse Carla.

—Ei, pessoal! - era Luciano que chegava mais ao longe.

—Não é o Luciano? - falou Briana.

—O que foi agora? - perguntou Anne.

—Lembrei de uma coisa - disse ele - Uma vez ouvi a história de um cara que tirava todos os ratos de uma cidade tocando flauta.

—E o que isso tem a ver? - indagou Anne.

—É simples. Tocarei meu violão e levarei a galinha para fora daqui - disse Luciano, confiante.

—Pode ser que dê certo - falou Anne - Sua música pode espantar a galinha daqui e ela nunca mais volta.

—Quem pediu sua opinião? - retrucou Luciano.

Mas, antes que esse desastre pudesse acontecer, Luís finalmente chegou com um antídoto.

—Gente! Consegui! Consegui um antídoto! - falou ele.

—Sério? - disse Briana - Que bom!

—Que bom mesmo! - falou Anne - Você sabe que tudo isso é culpa sua, né?

—Relaxem - disse Luís - Foi mais fácil do que eu pensei. Só precisei encontrar um novo modo de pensar a reação química entre..

—Dane-se a química. Só faz essa galinha voltar ao normal, vai?

—É pra já - falou Luís - Jogando milho no caminho da galinha.

—Milho? - perguntou Briana.

—Milho com o antídoto - corrigiu Luís - É só ela comer o milho e…

De fato, a galinha começou a encolher.

—Deu certo! - comemorou Carla.

—Claro que sim - disse Luís - O poder da ciência salva o dia mais uma vez!

O antídoto teve um efeito mais funcional do que esperavam. A galinha voltou ao normal em poucos instantes. Difícil de acreditar, mas acreditar em uma galinha gigante também não era muito fácil.

—Demais - disse Briana - Obrigada, Luís.

—Sim. Agora estamos salvos - disse Carla, também contente - Não vamos perder um dia de trabalho por causa dessa coisa.

—Não precisam me agradecer - disse Luís, obviamente esperando agradecimentos.

—Pois é… - comentou Anne

“Ah, a Anne”, pensou Luís, já se preparando para receber um beijo ou até um pedido de namoro, não, talvez casamento.

—Valeu, Luís. Seu antídoto funcionou mesmo - falou Anne, dando uns tapinhas no ombro do colega - Agora já está na hora de entrarmos, os clientes já estão chegando. Bora, Gustavo.

—Bem, até que foi um bom treinamento - disse Gustavo - Mas trabalhar também é treino, então, vamos lá!

—Acho melhor parar de criar tanta expectativa - disse Luís.

Amadeu também deu uns tapinhas no ombro de Luís e se retirou. Sobraram apenas Luciano e Luís.

—Ei - disse Luciano.

—O que foi?

—Será que a galinha tem nome? - perguntou Luciano - Acho que vou chamá-la de Merilu.

—Eu só quero ir pra casa - falou Luís, após um suspiro.

Enquanto isso...

—Finalmente! - disse o soldado, após colocar a última abobrinha no lugar - Agora já podemos ir atrás da galinha, senhor delegado.

—Finalmente - concordou o delegado - Vamos, o dever nos espera!

Algumas dias depois eles descobriram que o problema já havia sido resolvido e já não precisavam mais do cartaz de procurado da galinha gigante. Bem, mais um problema em Vila Baunilha resolvido. Pelo menos até o próximo, né?


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Notas finais do capítulo

Sim.

No próximo capítulo, começamos um novo arco. Até lá! ;)



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