Vila Baunilha escrita por Metal_Will
Notas iniciais do capítulo
Mais um capítulo na mão. Boa leitura!
Resumindo a situação: Luciano teve a oportunidade de fazer seu primeiro show, mas Ema deu a ele a condição de tocar a música predileta de Anne durante esse show. Esse era o ponto que estavam conversando no intervalo.
—Então, estamos combinados - disse Ema, confiante - Você canta a música preferida da Anne no show e deixa o resto por minha conta.
—Ei, espera aí - protestou Luciano - E como você garante que eu vá saber tocar essa música?
—É uma música muito famosa. “Hey Jude”, dos Beatles - explicou Ema.
—O quê?! - exclamou Luciano - Eu não sei nem falar inglês, quanto mais cantar em inglês!
—Com quem você pensa que está falando? - disse a garota - Você acha mesmo que eu não considerei isso? Mas você não precisa se preocupar. Tenho tudo planejado!
—Como? Que tipo de milagre você vai fazer? - perguntou o aspirante a cantor.
—Apenas deixa comigo, tudo bem? - tranquilizou Ema - Confie em mim.
—Não me peça coisas difíceis… - resmungou Luciano.
Seja como for, Luciano acabou concordando. É, ele não tinha a menor ideia de como cantar uma música dos Beatles sem saber inglês. Mesmo lendo a letra da música da Internet e tirando alguns acordes, não estava confiante (e se ele não cantava bem nem com as músicas que o faziam se sentir confiante, imagine com essa). Mas quando se marca data, ela chega. E o dia do show finalmente chegou. Várias pessoas se reuniram em um espaço da fazenda Fontes com várias cadeiras de plástico e um palco montado até que profissionalmente bem. Ema havia contratado alguns profissionais e técnicos de som para tornar o evento possível. O show tinha até mesmo responsáveis pela segurança.
—Ah, é o Amadeu - disse Briana, apontando para um urso de óculos escuros cuidando da área do show.
—O que um urso está fazendo aqui? - perguntou Anne.
—Anne! Que bom que você veio! - cumprimentou Ema, toda sorridente - Você não podia faltar.
—Só vim porque a Briana insistiu muito - respondeu Anne.
—Claro! É nossa chance de ganhar um ano de sorvete grátis! - disse ela.
—Sim. Vamos sortear no final do show - disse Ema.
—Escuta. Qual é a do urso, heim? - perguntou Anne.
—Ele concordou em fazer a segurança do evento em troca de uns peixes - respondeu Ema - Deu para economizar bem na segurança. Quem vai mexer com um urso?
—Legal - disse Briana.
“Por que só eu acho isso bizarro?”, pensou Anne.
—Fique à vontade - disse ela - Você vai amar esse show!
—O Luciano é nosso vizinho - disse Briana - É muito legal ser vizinha de um cantor!
—Alguém que acha ser cantor, né, Briana? - Anne complementou.
—Oi, meninas - disse Kelly, também chegando ao show.
—Ah, que bom que você veio! - disse Ema, alegre - Por favor, fique à vontade.
—Oi - Anne e Briana cumprimentaram juntas.
—O pessoal está chegando aos poucos - disse Ema, olhando tudo com atenção - Com certeza, esse evento vai ser o máximo. Não economizei em nada!
—Imagino - disse Anne - Quem consegue promover um evento inteiro em menos de uma semana?
—Em uma cidade pequena não é muito difícil - disse ela - Além disso, dinheiro não é problema quando se é herdeira da maior fábrica de sorvetes da região.
—Seu pai vai participar? - perguntou Kelly.
—Bem...ele autorizou o show, mas não quis participar - explicou Ema.
*Flashback da Ema*
—Um monte de pessoas juntas?! Tem ideia do quanto de germes vai ter naquele lugar? - exclamou Henrique, o pai de Ema, desesperado só de imaginar.
—Será tudo a céu aberto, pai - explicou Ema.
—Não importa - disse ele - Você pode fazer o que quiser com sua mesada, mas não me força a participar disso. Vou me isolar no meu quarto à noite inteira!
*Fim do flashback*
—Seu pai é tão neurótico com germes assim? - perguntou Anne.
—É, ele tem essas manias - falou Ema - Mas o importante é o que o show pode rolar!
“Para mim, o mais impressionante é que dê para fazer tudo isso com a MESADA dela!”, pensou Anne.
—Senhorita Ema! - disse uma voz conhecida se aproximando - Senhorita Ema!
—Mas é o…
—Ah, é o soldado! - disse Briana, interrompendo Anne - Soldado Caxias, né?
—Podem me chamar só de Carlos quando não estou trabalhando - explicou ele.
—Ah, soldado Caxias - disse Ema sorrindo - Que bom que veio!
—Não poderia faltar em um evento promovido pela senhorita, não é? - disse ele - Posso fazer alguma coisa? Pegar uma água? Uma cadeira?
—Não, obrigada - disse ela - Fique à vontade.
—C-Claro - ele gaguejava muito - Mas não posso me sentar sem ter certeza de que está tudo bem.
—Está tudo ótimo, soldado - disse ela - Relaxe.
—C-certo, vou relaxar - disse ele, sentando-se no chão.
—Não é melhor sentar na cadeira? - disse Ema, apontando para uma cadeira próxima.
—Ah, sim, é claro. Sentarei agora mesmo! - disse ele, sem tirar os olhos de Ema.
—Bem, vou ver como estão as coisas nos bastidores. Fiquem à vontade.
—A-até mais - disse o soldado, acenando para Ema, mesmo ela já tendo virado as costas.
—O que tá rolando? - Anne cochichou com Kelly.
—Deu para notar? - disse Kelly no mesmo tom de voz - Ele é caidinho pela Ema.
—E ela corresponde? - perguntou Anne.
—Parece que ela ainda não se tocou disso - respondeu Kelly - Mas o soldado é tímido demais para falar e a gente também não se mete.
—Que fofo - comentou Briana.
“Ela está sempre se metendo na vida amorosa dos outros e não cuida da própria vida amorosa. Vai entender”, pensou Anne.
—Briana, você veio - disse Samanta, acompanhada de sua amiga Cíntia.
—Oi - disse Briana, sorridente - Você também veio ver o show, Samanta.
—Na verdade, estamos interessadas no sorteio para um ano de sorvete grátis - disse Cíntia, apenas para receber uma cotovelada de Samanta.
—Quer que ela pense que nos acabamos comendo doce? - Samanta cochichou para Cíntia.
—Mas a gente se acaba comendo doce mesmo, amiga - respondeu Cíntia no mesmo tom - Lembra aquele dia que passamos a tarde com aquele brigadeiro de panela que a sua empregada..
—Calada! Deixa que eu falo - reclamou Samanta, ainda cochichando e quase beliscando a pobre Cíntia - Na verdade, somos interessadas em novos talentos. Viemos...entender melhor esse cantor que está aí, aparecendo em nossa cidade, sabe?
—Vocês não são muito novinhas para vir sozinhas em um show à noite, não? - perguntou Kelly.
—Somos independentes - disse Samanta.
—Querida Anne! - disse Ian, irmão de Samanta e um dos que arrastam um bonde pela Anne - Que bom vê-la aqui!
—Boa noite - disse Anne, sem muito ânimo.
—Como vai, princesa? - disse Ian, fazendo um cafuné em Briana e se abaixando para olhá-la nos olhos.
—Oi - cumprimentou Briana.
—Imagino que você veio aqui acompanhar sua irmã e a amiga dela, né? - perguntou Anne.
—É um dos motivos - falou Ian - Mas não estou interessado em música ou sorvete. Vim aqui, principalmente por saber que você estaria aqui!
Ian terminou a frase segurando nas mãos de Anne, mas foi interrompido por Samanta.
—Por que não vamos para nosso lugar, maninho? - falou Samanta - Afinal, temos ingressos para a primeira fila.
Samanta falou isso olhando para Briana em uma tentativa de parecer superior, mas Cíntia parece não ter compreendido a intenção dela.
—Primeira fila? Mas o show nem tem lugar marcado, amiga - disse Cíntia.
Samanta apenas suspirou de decepção.
—Tá bom, Cíntia. Só vem - disse ela.
—Claro! - atendeu Cíntia.
—Se depender de você, nunca vou conseguir cumprir meu papel de garota malvada - resmungou Samanta.
—Querida Anne, quer se sentar conosco? - disse Ian.
—Anne! - Ian foi interrompido na mesma hora por Luís, que acabou de chegar correndo - Que bom te ver aqui! Venha sentar do meu lado!
—Eu convidei ela primeiro! - reclamou Ian.
—E eu convidei depois. Qual é o problema? - retrucou Luís.
Nisso, Amadeu se aproximou por trás e levantou os dois pela camisa rosnando, provavelmente algo como "vocês dois, se comportem" em linguagem de urso.
—Obrigada, Amadeu - disse Anne - Você está se saindo um ótimo segurança. Briana, Kelly, vamos nos sentar por ali, tá?
—No fundo mesmo? - estranhou Briana - Acho que não vai dar para ouvir muito bem.
—A intenção é essa - falou Anne.
Enquanto isso, Luciano estava em seu camarim improvisado atrás do palco montado. Ema chegou lá para avisar que logo iriam começar.
—Precisa de mais quanto tempo, Luciano? - perguntou ela.
—Ainda estou me preparando psicologicamente - falou ele - É a primeira vez que vou me apresentar para um público tão grande
—Você não precisa se preocupar - disse Ema - Pode deixar tudo comigo!
—Só não estou confiante com a música que você me obrigou a cantar - disse ele - Eu não sei cantar em inglês!
—Confia em mim - disse Ema - Quantas vezes vou ter que repetir?
Será que dá para confiar mesmo? Vamos ver no que isso vai dar...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
No próximo capítulo, vamos ver como isso vai acabar. Até lá!