Counting Stars escrita por Dani


Capítulo 15
O Baile - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Quem é viva sempre aparece né? hehehehhee

Me desculpem pela demora, sabem né? vida uma loucura kkkkkkkkk

Boa leitura ♥



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Uma mulher alta, de cabelos loiros cacheados e curtos enfeitados pelo o que parecia ser uma tiara que remetia a uma coroa de flores, usava um vestido longo e branco, coberto por um véu opaco que ia do seu ombro a sua cintura onde se enrolava. Em seu pescoço, orelhas e pulso, joias não muito gritantes brilhavam e complementavam seu Look. Quando Percy a olhava, sentia que estava olhando para uma das estátuas da Grécia antiga que representavam as deusas em toda sua beleza e imponência.

Mas pensar isso parecia até uma piada, levando em consideração que aquela mulher era Atena Chase, uma arquiteta em ascensão.

— Pose... — O moreno falou, se interrompendo para em seguida se corrigir, enquanto um olhar sério de Poseidon de canto de olho — Pai — Falou por fim, tentando não transparecer o incômodo que sentia.

O mais velho sorriu, satisfeito, e virando-se para o garoto, sorriu e cumprimentou Atena e Annabeth.

— Percy — Soava forte e caloroso — Vejo que está na presença de uma celebridade, a que devo a honra senhoras?

Atena deu um passo a frente, sorrindo da mesma forma que Poseidon, contida, porém demonstrando toda sua simpatia e um pouco de seu entusiasmo.

— Senhor Olympus — Ela começou.

— Por favor, Senhor Olympus é o meu pai, pode me chamar de Poseidon.

— Bem, Poseidon — Atena se corrigiu — A honra é toda minha de ter sido convidada para um dos incríveis eventos da Olympus.

— Precisamos reconhecer os talentos da atualidade, e você se dúvida é um deles minha cara Atena, posso chama-la assim?

A mulher assentiu.

— É sempre muito bom lhes dar a oportunidade de conhecer pessoas com as quais podemos nos relacionar comercialmente, não é?

— Sem dúvidas — Ela sorria com tamanha classe que até Percy se sentia bem ao seu lado — Inclusive, espero não soar invasiva, mas adoraria lhe apresentar um pouco do meu trabalho, tenho certeza que seria extremamente benéfico para nossas empresas uma união comercial.

Poseidon sorriu e Percy soube que era sua deixa.

— Com sua licença — Falou inexpressivo, o que não deixou de chamar a atenção da jovem Chase.

E se retirou, ainda conseguindo escutar algumas palavras ensaiadas de encorajamento por parte de seu pai para que ficasse.

Ele não podia acreditar, aquela noite havia ido de 0 á 100 e depois á 0 novamente muito rápido. Havia ficado entusiasmado em encontrar Annabeth naquele evento, havia ficado encantado com a garota por quem – ele admitia – estava apaixonado, ficou ainda mais contente quando ela aceitou dançar com ele, tirando um peso de suas costas com medo que seu último encontre, tivesse sido de fato o último.

Só para então descobrir que fora usado novamente. Claro, ele sabia que não podia culpa-la, queria ajudar a sua mãe, e certamente Poseidon era a pessoa certa a quem se recorrer, mas ainda assim, aquilo machucava.

O dia da lanchonete reprisava em sua cabeça, quando havia compartilhado um pouco de sua vida com a garota, e se negando a citar seu pai, não havia como acusa-la se nem mesmo ele havia sido inteiramente sincero, mas mesmo assim duvidava muito que contar tivesse impedido isso de acontecer.

Ela ainda iria querer ajudar a mãe, não podia levar os sentimentos de Percy, alguém que conhecia a apenas alguns poucos meses, em tamanha consideração. Ele entendia todos os seus motivos, entendi que qualquer outra pessoa teria feito o mesmo, e que não houve a intenção de machucá-lo nas ações da Chase. Mas ele não queria ser racional naquele momento, ele queria sentir a dor.

E não, aquilo não se tratava apenas de Annabeth, se tratava de si mesmo, ninguém naquele salão – tirando seus primos – realmente se importava com ele. Poseidon o usava como um troféu a ser esbanjado para todos aquele com quem queria uma aliança mais sólida, tentava fingir ser um pai presente para uma criança que ele nem viu crescer. Sua madrasta Anfitrite, o olhava com descontentemente sempre que seus olhares se cruzavam, Tritão era um babaca que tinha ciúme e inveja da atenção que Percy recebia do pai, e sempre que podia, sussurrava gracejos infelizes para o garoto. Nem mesmo Tyson conseguia acalmá-lo com seu amor fraternal genuíno, sempre sendo chamado para perto da mãe quando estava com o meio-irmão.

Seus primos se escondiam, e não os culpava. Thalia havia desenvolvido o mecanismo de defesa de sempre beber e sumir as festas inteiras apenas para não ser constantemente corrigida e intimidada por Zeus – que não era muito melhor que o irmão – Jason tentava amenizar a frustração do pai com a irmã, tomando o seu lugar. Sendo o meu oposto, Jason e Thalia cresceram com Zeus presente, sim, traindo uma vez ou outra a mãe dos irmãos, e não realmente agindo como um pai, se importando apenas que fossem os melhores no que fizessem, mas pelo menos os viu crescer. Mais de uma vez Jason me falou que eu era o verdadeiro sortudo.

Bianca, Nico e Hazel por outro lado se escondiam a mando do próprio pai, Hades era o único dentre os três irmãos que parecia ter algum afeto pelos filhos, o que era engraçado imaginar, pela forma reservada e séria com que ele se portava, não era tão sorridente e caloroso com as outras pessoas e parceiros de negócio, mas era um pai presente e preocupado. O que explicava seus filhos parecerem ser os únicos mentalmente saudáveis na família. Hades sabia que Poseidon e Zeus iriam se gabar não só de seus filhos, como dos sobrinhos, afinal se tratava de uma empresa familiar, e todos tinham que ser perfeitos, coisa que ele jamais exigiu.

Ele protegia seus filhos de serem usados como Percy e Jason eram.

Então, quando a primeira garota por quem havia se apaixonado em tempos, também o usou como uma ferramenta, mesmo que inconscientemente, ele se sentiu despedaçar. E a boca da garrafa de champanhe que Thalia escondia, nunca lhe pareceu tão atrativo.

Mas então, a última pessoa por quem esperava, lhe tirou dos pensamentos a apenas alguns metros daquele que sabia ser o esconderijo da garota.

— Percy, espera, está tudo bem?

A voz de Annabeth, que antes lhe causava arrepios e fazia seu coração acelerar, agora só o lembrava da mágoa.

— Estou sim — Ele falava desinteressado, evitando olhá-la diretamente — Não deveria estar com a sua mãe?

Aquelas palavras fizeram a garota fechar a cara, esboçando uma feição confusa.

— Tem algum problema?

— Não, só quero ficar sozinho, tudo bem? — Sorriu amarelo, já virando-se para ir embora novamente.

Mas então ela o segurou pela mão. O toque fez Percy fraquejar e pensar se devia continuar ou não, enquanto que a loira tentava esconder os arrepios que o contato com a pele dele lhe causou.

Percy se virou, olhando-a nos olhos. Vê-la novamente tão perto, vestida de um jeito tão deslumbrante lhe fez reconsiderar a mágoa que havia lhe causado, mas respirou fundo e soltou-se de seu aperto, tentando não deixar transparecer como estava mexido.

Annabeth por outro lado havia ficado estática perante o olhar do moreno. O Percy a sua frente não parecia o garoto com quem estava acostumada a conviver. Ele tinha uma expressão tão mais séria, o cabelo arrumado lhe tirava o ar inocente e jovial, e o terno que parecia ter feito sob medida para ele, ao mesmo tempo que parecia mostrar a definição de seus braços, também escondia deixando um ar de curiosidade e sensualidade. Sua aura era pesada, profissional e intensa. E aquilo lhe causava tanto desejo como cautela.

Seguindo com a última em suas próximas palavras.

— Foi algo que eu disse?

Ele escondeu as mãos no bolso, alternando o olhar entre o corredor e a garota, como se decidindo o que faria.

Por fim ele suspirou.

— Na verdade, não — Passou a mão pelos cabelos perfeitamente alinhados — Você agiu como qualquer pessoa agiria ao saber de quem sou filho, não posso culpa-la por agarrar a chance.

Annabeth franziu a sobrancelha, enquanto parecia tentar se lembrar de algo, expressando confusão, o que novamente fez Percy rir.

— Acho que nosso momento na lanchonete não foi tão memorável assim para você lembrar.

E então ela sentiu como algo tivesse destravado em sua mente. O pai, o mesmo de quem ele se negou a falar.

— Me desculpe — Conseguiu dizer apenas.

— Pelo o quê? Você nem sabe o motivo de estar se desculpando, e não há um.

— Claro que há, me desculpe, eu devia ter lembrado que seu pai era um assunto delicado para você, mas eu não me arrependo da chance que dei a minha mãe — Falava com um olhar preocupado, porém determinado.

Percy permanecia sorrindo, sem sair da pose rígida. Ele parecia quase como um príncipe daquele jeito.

— Tenho certeza que sua mãe merece, Poseidon pode ajuda-la verdadeiramente com seus negócios — Falou, em um tom de voz calmo — Mas agora, se me der licença, eu...

— Você ainda não me disse por que está tão triste — Ela interrompeu.

Percy levantou uma sobrancelha, como assim ela não sabia?

— O que está... — Ele começou, sendo novamente cortado.

— Se quiser —Annabeth voltava a falar, juntando as mãos em sinal de nervosismo, mas permanecendo com uma postura rígida — Sou uma ótima ouvinte.

O moreno abriu a boca, como se fosse falar algo, a fechando imediatamente. Olhou mais uma vez para o corredor, suspirando por fim, deixando esboçar um sorriso triste. E então apontou para o bar onde apenas algumas pessoas estavam dispostas.

— Posso lhe pagar uma bebida?

[...]

Ao longo de um comprido balcão, algumas taças e pequenos copos estavam dispostos com bebidas das mais variadas cores. Homens e mulheres conversavam animados, dando risadas, contando piadas e fechando negócios e acordos regados a uísque.

Ao lado do bar, haviam ainda pequenas mesas distribuídas, com sofás confortáveis, dando um ar mais íntimo e tranquilo. E em uma dessas mesas, a mais afastada, sentavam-se Annabeth e Percy um de frente para o outro.

Àquela altura, Percy já estava se importando bem menos com as aparências, ainda mais que Poseidon estava longe de sua vista, o que fez com que o garoto tivesse desfeito o nó em sua gravata, abrindo alguns botões da camisa social que usava embaixo por baixo, seus cabelos estavam começando a ficar desgrenhado, mas permanecendo no limite entra ordenado e bagunçado. Sua mensagem corporal parecia de certa forma mais confortável, talvez por finalmente ter conseguido sentar, e ele se sentava esparramado no sofá.

Annabeth não conseguia evitar corar em vê-lo daquela forma, ele estava excepcionalmente bonito, misturando seu estilo despojado com um mais arrumado.

A loira por outra lado apenas se permitiu retirar os saltos e sentar-se confortavelmente no forro fofo do móvel.

— Então? — Percy falou, chamando sua atenção.

— O que houve com você e seu pai?

— Bem direta, como sempre.

Annabeth sorriu com o comentário, vendo um sorriso pequeno de canto se formar nos lábios do Jackson também.

— Eu não entendo o motivo de isso te interessar, me desculpe se soei rude.

— Você soou um pouco, mas tudo bem — As provocações haviam voltado — E eu quero saber por que, bem, nos conhecemos a alguns meses, e lembra que eu preciso fazer um trabalho sobre você? — Ela sorria, como se aquilo fosse o suficiente.

Percy não evitou sorrir em resposta, dando de ombros.

— Tudo bem, você que pediu — Ele inclinou seu corpo para frente, como se tentando se aproximar para contar um segredo.

Annabeth apenas ficou lá e escutou.

A Chase lembrava de parte da história do dia que foram a lanchonete e ela pôde conhecer um pouco mais sobre quem era Percy Jackson, lembrava da sua família, da sua mãe e da sua relação com a música, mas agora as lacunas que ficaram abertas, estavam sendo finalmente completadas.

Ela acabou descobrindo da traição de Poseidon e do abandono que Percy sofreu por parte dele, entendo a mágoa que o garoto sentia pelo pai que apenas se fazia presente quando lhe era conveniente – percebendo inclusive, que ele provavelmente se sentiu usado por ela também esta noite – usando o próprio filho para vender uma falsa imagem. Conseguiu ler nas entrelinhas que o amor por água que Percy carregava consigo, vinha de Poseidon um amante de pescaria e mergulhos, e viu que a música ia além do lazer, também se tornou uma válvula de escape para toda a dor que ele sentiu enquanto cresci.

Observando ao final, que ele esteve mais sozinho do que conseguia admitir, seu pai nem mesmo o esperou nascer e já o deixou para trás, sua mãe por mais que o amasse e tentasse se fazer presente, ainda assim foi ausente em grande parte da vida dele por ser consumida pelo trabalho, sendo apenas seus primos e amigos mais próximos aqueles a quem podia recorrer.

E ela só conseguiu pensar em uma coisa para dizer.

— Eu sinto muito.

O garoto arqueou a sobrancelha. Não era culpa dela.

— De novo se desculpando? Não precisa.

— Eu sei, mas sinto muito por tudo que você teve que passar — Respirou fundo — E por talvez ter parecido que eu estava te usando...

 Sim, é bem verdade que foi isso que pareceu, ou que pelo menos passou pela cabeça de Percy, mas ele também sabia que havia pensado nisso por que era o que estava acostumado a vivenciar. Ele não podia julgá-la por ter visto uma oportunidade de negócios e agarrado, e também sabia que não pode imaginar que fez isso de propósito.

Afinal ela não sabia de quem ele era filho desde o início, desde o momento que se conheceram. Ela não sabia quem ele era quando aceitou dançar.

Então Percy apenas sorriu tranquilizador, enquanto repousou uma mão em cima da de Annabeth, sentindo a pele suave, macia e quente da garota que corou com o toque.

Ele por outro lado parecia ter perdido um pouco da noção de suas próprias ações.

— Está tudo bem, é sério.

Os olhos cinzas da Chase estavam presos aos verde-mar do Jackson.

Percy remexeu um pouco a mão com a qual tocava a garota, parecendo acordar de um transe, finalmente sentindo o calor da pele da garota subir na sua.

Os olhos deles estavam presos um no outro, ele havia começado a aumentar o aperto sob a mão da loira, tomando cuidado. Seus dedos se entrelaçavam. Percy sentia a boca seca e um aperto no pescoço, mesmo que o nó da gravata já estivesse desfeito.

Uma música suave tocava. Seus olhos moveram-se lentamente para o salão de dança, mesmo afastado ele conseguia ver casais dançando ao longe. Mulheres que se deitavam confortavelmente no ombro de seus maridos ou namorados, enquanto eram conduzidas em uma dança íntima e lenta. E ele não conseguiu evitar olhar novamente para a garota a sua frente.

Era frustrante como Annabeth sempre parecia uma deusa grega, seja com suas roupas simples e normais que usava na universidade, seja com um vestido deslumbrante que ressaltava tudo que havia nela. Era frustrante por que Percy nunca conseguia evitar babar por ela.

Os cabelos loiros caindo em cascata em seus ombros e em suas costas, as maçãs do rosto redondas, os olhos intensos, sensuais e sinceros, os lábios finos e atrativos...

Há, aqueles lábios.

Percy mal notou quando já os tomava para si.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Estou perdoada?

Espero que tenham gostado ♥



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