Um brinde de... banana fish escrita por Ana Flávia


Capítulo 4
Cura e libertação


Notas iniciais do capítulo

Okay, talvez eu tenha me empolgado um pouquinho demais com esse capítulo, mas eu não sei terminar histórias kkkkk Sempre quero continuar escrevendo e tals... Talvez eu devesse escrever uma longfic mas isso é assunto pra outra hora
Deixa de enrolação e bora pra história
Boa leitura



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Eiji se aproximou de Ash, que se encontrava sentado em um dos sofás da sala, lendo as notícias do dia no jornal. Colocando-se atrás do americano, tendo as costas do sofá como uma separação entre os dois, Eiji colocou as mãos no ombro do garoto, dando um aperto de leve enquanto se esticava para tentar ler o que estava escrito abaixo da manchete principal da página.

— Você parece tenso. Anda preocupado demais com alguma coisa, né? - Eiji comentou distraidamente. - Acho que uma massagem lhe cairia bem, o que acha? Eu posso fazer, se você concordar...

— E desde quando você sabe fazer massagem? - O americano retrucou em tom de provocação Um sorriso de canto nos lábios, ao mesmo tempo em que fechava o jornal, virando o rosto para encarar Eiji.

— Eu tinha uma ótima fisioterapeuta e massagista quando ainda era atleta. Ela que cuidou do meu tornozelo quando me machuquei. - Eiji respondeu, recusando-se a cair na pequena provocação do outro. - Ela me passou algumas dicas aqui e ali. Era uma ótima pessoa, a Azumi-san.

— Hm, e ela era bonita? Uma possível pretendente, talvez? - Ash tentou parecer desinteressado, porém o leve franzir de suas sobrancelhas e o aumento da tensão em seus ombros entregaram a apreensão e curiosidade genuína contidas na pergunta. O japonês o encarou por alguns segundos, os lábios tremendo enquanto ele tentava conter o riso, até que não se aguentou mais.

Eiji riu com vontade, tirando as mãos do ombro de Ash para abraçar o próprio corpo enquanto se dobrava pra frente. A gargalhada fazia o músculo de sua barriga doer.

— Qual o motivo da graça? - Ash estava corado e fazia o bico que Eiji aprendera a relacionar com os momentos em que ele conseguia provocar ou constranger Ash. Normalmente acontecia quando Eiji ria de algo que o loiro havia falado, como era o caso agora.

— Azumi-san tinha mais ou menos uns 48 anos na época. Definitivamente não fazia meu tipo. - O japonês secou uma lágrima que estava prestes a escorrer pelo canto de seu olho e começou a dar a volta no sofá para sentar-se ao lado de Ash.

— Ah! Então você tem um tipo?

— Vai querer a massagem ou não? - As bochechas de Eiji se tingiram levemente com um tom rosado, porém ele apenas deixou seu peso cair no sofá e encarou Ash de forma calma. Ash fez bico novamente, mas por fim acabou suspirando e aceitando a massagem.

 

— Tira a blusa e deita na cama, por favor… - Eiji pediu enquanto ia até o banheiro para procurar uma loção de massagem. Ele tinha certeza que tinha guardado um frasco para caso seu tornozelo doesse tanto que precisasse de massagem. Encontrou-o dentro do armário embaixo da pia e voltou para o quarto. Ash estava deitado de barriga para baixo na cama mais longe da janela usando apenas sua calça de moletom. A pouca luz do fim da tarde que passava pelas cortinas iluminava a pele clara exposta.

Os olhos de Ash estavam fechados. Ele parecia tão relaxado que Eiji parou por um momento apenas para admirá-lo. Os cabelo loiros caíam pelo rosto, espalhando-se pelo travesseiro e dando-lhe o aspecto de um anjo em uma pintura clássica, com uma auréola ao redor da cabeça. A expressão suave e despida da suspeita e apreensão usual era tão preciosa que Eiji sentiu o impulso de buscar a câmera para retratar aquele momento.

Deixando o frasco do óleo sobre a mesa perto da janela, Eiji foi até o armário para pegar sua câmera.

— Eiji, o que você está fazendo? - Ash resmungou, sem se levantar ou abrir os olhos.

— Só um instante, desculpa. - Assim que o mais velho achou a câmera, ele a destampou e ligou, apontando-a em direção a Ash.

Depois de alguns ‘clicks’, o americano deu um sorriso de canto e Eiji foi rápido ao registrar este detalhe com a máquina fotográfica.

— Eiji… - ele resmungou, cantarolando, o nome do mais velho. - Achei que receberia uma massagem, por que estou posando pra fotos? - Ash abriu os olhos e olhou para o japonês de forma penetrante. Os olhos possuíam um brilho de divertimento que fez Eiji apertar o botão do obturador mais uma vez, o que fez Ash rir. Eiji não conseguiu evitar sentir uma pontada de culpa, junto com uma onda de calor que invadiu suas bochechas, fazendo-as corar.

— Desculpa, não consegui resistir... Você estava tão tranquilo e parecia até um… - Eiji pigarreou para se impedir de terminar a frase. Ele achava que talvez Ash não gostasse de ser comparado à um anjo, pelo menos não por ele. - Você estava bonito, então eu só... pensei que eu precisava tirar uma foto. Mas se quiser eu posso apagar… - Completou meio a contragosto, porém estava disposto a cumprir com o que dissera, se fosse isso que Ash quisesse.

O americano havia arregalado os olhos e virou o rosto na direção contrária a Eiji antes de responder com a voz controladamente neutra:

— Pode manter...

Eiji sorriu e desligou a câmera, guardando-a de volta no armário antes de pegar novamente a loção para massagens e se aproximar de Ash.

— Vou fazer a massagem agora, tudo bem? - Ash murmurou algo em resposta que Eiji aceitou como uma resposta positiva então ele se sentou na cama ao lado do garoto, sem tocá-lo ainda.

Antes de começar a massagem propriamente dita, o japonês colocou a palma da mão direita aberta sobre as costas do outro para se assegurar de que ele estava confortável. Uma rápida tensão surgiu nos músculos de suas costas e ombros, porém durou poucos segundos e logo Ash já havia relaxado novamente. Eiji então deixou a mão percorrer a pele exposta do loiro, atento às respostas dele. Porém Ash manteve-se relaxado, os olhos haviam se fechado e seu semblante demonstrava serenidade e entrega ao momento.

Incentivado pelas reações, Eiji despejou um pouco do conteúdo do frasco, que mantinha em mãos, sobre as costas de Ash, espalhando-o em seguida. Aplicando pressão com a ponta do dedão pela extensão da coluna do garoto enquanto a palma e os outros dedos trabalhavam suavemente no dorso e nas laterais, indo desde a base das costas até perto da nuca. Ash soltou um som de contentamento, derretendo-se sob o toque. O que fez Eiji sorrir:

— Calma, nem comecei direito ainda. Só estou espalhando o óleo. - O japonês continuou o que estava fazendo, sem que Ash respondesse a seu comentário.

Eiji se moveu para massagear um dos ombros, na região do músculo do trapézio. A posição estava um pouco ruim, portanto ele pegou o braço de Ash para colocá-lo parcialmente sobre seu tronco, porém isso fez o corpo de Ash enrijecer e ficar alerta. Eiji percebeu imediatamente o problema. Aquela posição assemelhava-se à uma imobilização que poderia se usada para prender os braços de alguém atrás do corpo. Como policiais colocando uma algema.

— Está tudo bem, sou eu! - Eiji respondeu de forma tranquilizadora. A voz no tom mais suave e afável que conseguia. - só estou ajeitando sua posição para conseguir massagear direito. Está tudo bem.

Em resposta ao som da voz de Eiji, Ash voltou a relaxar o corpo. O japonês acariciou seus braços delicadamente com a ponta dos dedos para ter certeza de que o outro estava completamente tranquilo e receptivo aos seus avanços antes de continuar.

Enquanto o massageava, Eiji reparou as várias cicatrizes que mapeavam a pele clara do americano por todas as costas e braços; marcas de bala, cortes de facas por causa de brigas e duelos e outros machucados mais antigos que Eiji não saberia dizer a origem, e preferiria que continuasse assim, pois só o machucaria ainda mais saber os detalhes do passado cruel de Ash.

Eiji tomou cuidado especial com esses lugares onde a pele era áspera e brilhante, e, por vezes, pegou-se acariciando com o dedão alguns dos ferimentos que ele reconhecia - eram mais novos e ainda tinham um brilho avermelhado da cicatrização recente - e teve que sacudir a cabeça de leve para voltar sua atenção ao que estava fazendo.

— Quem diria que você podia fazer uma massagem tão boa. - Ash comentou repentinamente, assustando Eiji. - Desajeitado do jeito que você é para fazer curativos, eu estava certo de que isso aqui iria doer muito mais…

Ele estava provocando. Eiji sabia disso e quis devolver a provocação, então ele levou as mãos aos ombros do loiro e apertou com força, da forma que Azumi fazia quando ele estava particularmente estressado e precisava soltar os nós de tensão dos músculos. Ash soltou um grito de dor, porém não se levantou.

— Não sabia que você queria que doesse, o japonês desajeitado aqui pode providenciar isso pra você, se esse for o caso.

— Prefiro a massagem sem dor, obrigado.

Depois de mais quase quarenta minutos de massagem, Eiji se colocou de pé, esfregando as mãos na lateral da blusa para se livrar do excesso de óleo. Ash continuou deitado, murmurando algo contentemente para si mesmo. O japonês não pôde conter o sorriso que se formou em seus lábios antes de se abaixar e passar os dedos pelos fios loiros do cabelo do mais novo.

— Ei, Ash! Ainda está cedo para dormir, o que acha de pedirmos comida?

— hmm… Fala com o Bones… - resmungou sem se dar ao trabalho de abrir os olhos. - hamburguer não! - completou ao ouvir os passos de Eiji se dirigindo à porta do quarto.

O japonês estava de muito bom humor enquanto falava com Bones para que este lhes providenciasse algo para comer. Não estava com vontade de cozinhar hoje. Queria apenas descansar e desfrutar da companhia de Ash, que a cada dia estava mais receptivo a abraços e outros toques em geral, o que fazia o garoto se sentir extremamente contente consigo mesmo.

Não que Eiji pretendesse que a relação deles avançasse para algo mais sexual, mas o garoto sentia extrema satisfação em saber que o outro confiava nele o suficiente para se abrir dessa forma, permitindo que Eiji entrasse em sua vida e que compartilhassem desses momentos íntimos. O toque em si não era o importante, mas a confiança e a segurança que Ash havia adquirido em Eiji para permitir que ele acontecesse o era. E era absurdamente gratificante ver as pequenas mudanças na dinâmica entre os dois conforme o americano se abria mais e mais.

Quando voltou para o quarto, ele constatou que o mais novo ainda estava deitado, porém havia rolado de lado e agora mexia em seu celular, apoiando a cabeça com a outra mão. o garoto levantou o olhar para Eiji quando ele entrou no quarto e sorriu. Eiji sorriu de volta e foi se sentar ao seu lado na cama.

— Bones saiu para achar comida, mas não sei o que ele vai trazer.

Ash bloqueou o celular e o deixou de lado para focar sua atenção em Eiji, que havia se deitado no espaço logo em frente a ele. O americano, que ainda estava sem sua blusa, virou-se de barriga para cima e colocou os braços atrás da cabeça antes de responder.

— Ele não trazendo hambúrguer, Natto ou comida mexicana pra mim já está bom.

— Comida mexicana?

— Longa história, depois eu explico. - Ash pigarreou e mudou de assunto rapidamente. A conversa que se seguiu era leve e descontraída, sem qualquer importância ou significado real, apenas troca de fatos e discussões sem relevância para passarem tempo. Uma sensação calorosa e aconchegante tomou conta do peito de Eiji, que não conseguia manter o sorriso longe dos lábios. Os olhos com os quais encarava Ash transbordavam ternura e ele podia reparar que a recíproca era verdadeira.

Pouco antes da comida chegar, entretanto, Ash fez uma pergunta que pegou o japonês de surpresa e fez todo o clima do ambiente mudar:

— Mais cedo você chegou a deixar implícito que tinha um ‘tipo’ e depois fugiu do assunto… Agora eu quero saber qual o tipo de pessoa que atrai Okumura Eiji.

O mais velho pensou em mudar de assunto e se esquivar da pergunta uma segunda vez, porém o olhar penetrante de Ash era tão sincero e exposto que ele não conseguiu evitar encará-lo com a mesma intensidade e sinceridade.

— Eu não sei se posso dizer que tenho um tipo especificamente, mas acho que prefiro pessoas mais ou menos da minha idade, teimosas, confiantes, independentes e divertidas. Alguém em quem eu possa confiar e com quem eu me sinta seguro para ser eu mesmo. - Eiji deu um sorriso malicioso. - E definitivamente prefiro estrangeiros loiros e fortes porém com um corpo delicado.

Ash, que estava escutando tudo com extrema atenção, sorvendo cada detalhe do perfil que Eiji estava narrando, se entregou ao riso com a última frase. O americano chegou mais perto e envolveu o japonês em um abraço, escondendo o rosto na dobra do pescoço de Eiji e inalando seu perfume.

—Eu sei que já fiz essa pergunta algumas vezes, mas por favor, Eiji… Fique comigo só mais um pouco.

— E eu já disse que se depender de mim, eu fico com você pra sempre, Ash. - o japonês envolveu o outro em seus braços, retribuindo o abraço e puxando-o para ainda mais perto de si. Estava prestes a dizer mais alguma coisa, quando ouviu batidas na porta. Era Bones com as comidas.

Quando Eiji fez menção de que iria levantar, entretanto, Ash cerrou o aperto. Impedindo-o de sair. O japonês deu risada, levando uma das mãos aos cabelos de Ash, passando os dedos pelos fios. Ainda rindo, tentou argumentar:

— Ash… nossa comida chegou, eu preciso levantar para pegá-la ali na porta.

— Depois a gente come.

— Mas aí a comida vai esfriar…

— Você nem sabe se a comida é quente. Ele pode ter trazido sushi ou salada.

— Ash, a questão não é essa! Você não está com fome? - O garoto apenas resmungou de volta, mas por fim afrouxou o aperto ao redor do corpo de Eiji, permitindo que ele se levantasse. - Eu já volto, você nem vai notar minha ausência.

Eiji acariciou o rosto do americano com as costas dos dedos antes de se levantar e se direcionar até a porta.

Bones sorriu para Eiji quando a porta foi aberta. Em seguida ele esticou o pescoço para olhar por cima do ombro do garoto e seus olhos se arregalaram. Rapidamente, ele estragou as sacolas para o japonês e saiu correndo para o final do corredor.

Eiji ficou parado por alguns segundos sem saber direito o que havia acontecido. Voltando para dentro do quarto e fechando a porta atrás de si, ele encarou o garoto deitado na cama. A expressão no rosto de Ash era de inocência, o que por si só já era algo suspeito. O mais velho ergueu uma sobrancelha:

— O que você fez para assustar o Bones? E por que o fez?

Ash apenas sorriu de canto e deu de ombros antes de puxar Eiji de volta para a cama e pegar a sacola de suas mãos.

— Cerveja, alguns salgadinhos, pães doces, uns tira gostos… Ele realmente chama isso de refeição? - Ele deixou a sacola no chão ao lado da cama, pegando um pacote de salgadinho e duas latas de cerveja e oferecendo uma a Eiji.

— Obrigado.

Por algum tempo, a dupla comeu em silêncio, apenas trocando alguns olhares e sorrisos cúmplices. Quando o pacote de salgadinhos foi esvaziado, Ash se abaixou para colocá-lo de volta na sacola e começou a caçar alguma outra coisa para comerem. Eiji apenas observava, tomando um gole de sua cerveja. Não era nem de longe sua bebida favorita, mas ele estava tomando mesmo assim.

— Você prefere pães doce ou palitinhos de queijo? - Perguntou Ash, ainda debruçado sobre a lateral da cama, cabeça enfiada na sacola de comidas.

— Os palitinhos, por favor. Esses pães doces daqui são muito estranhos. Prefiro o meu bolinho de feijão lá do Japão.

— Ah, é? Os do Japão fedem ou algo assim? - O americano comentou provocativamente.

— Você nunca vai deixar isso pra lá, não é? - Eiji suspirou e pegou os palitinhos, que Ash estava estendendo em sua direção.

— Não. - A resposta foi dada entre risos, enquanto o garoto se recostava na cabeceira da cama com um pãozinho em mãos.

Quando acabaram de comer, Eiji recolheu todas as embalagens em uma sacola e deixou o quarto para jogar tudo no lixo da cozinha. Já estava tarde e alguns dos membros da gangue tinham ido embora, enquanto outros, como Alex e Kong estavam recostados nos sofás, aparentemente dormindo.

Eiji voltou ao quarto e encontrou Ash sentado na cama olhando para seu celular com o cenho franzido. Sua linguagem corporal indicava que algo não estava certo, porém quando se aproximou dele, o americano desviou o olhar, escondendo o celular e sorrindo para Eiji. Isso o deixou tenso, por algum motivo.

— Acho que é melhor irmos dormir, está ficando tarde. - disse Ash casualmente.

Eiji ficou tentado a perguntar o que estava acontecendo, porém a maneira como Ash havia disfarçado, mudando sua postura e forçando o sorriso, diziam a Eiji que sua pergunta não seria bem vinda, seja qual fosse o motivo.

Portanto o garoto se limitou a assentir e aproximou-se do armário para trocar de roupa. Quando voltou para a cama, já usando seu pijama azul claro, Eiji sorriu para Ash, que estava na outra cama, mais próxima da porta. O americano sorriu de volta antes de se deitar e puxar as cobertas sobre os ombros.

— Obrigada pela massagem de hoje, Eiji. Eu estava precisando. - Comentou, os olhos fechados.

Eiji não sabia como responder àquele comentário, apenas balbuciou algo antes de se deitar. Mantendo-se de frente para o outro. Ele ficou acordado por um tempo, observando o peito de Ash subir e descer, como a mãe de um recém nascido que observa seu bebê para ter certeza de que ele ainda está vivo.

Eiji conseguia sentir as ondas de sono se arrastando sobre ele, porém sua mente se agitava, impedindo-o de dormir propriamente. Ash estava mais próximo do que nunca dele, porém ao mesmo tempo continuava tão distante que Eiji tinha medo de que se fechasse os olhos e o outro iria desaparecer, escapar-lhe por entre os dedos e ir para algum lugar em que não pudesse segui-lo.

Todos pareciam dizer-lhe, o tempo todo, o quanto Ash era quebrado e estragado. Eiji queria ser capaz de remendar todas essas feridas, porém era impossível, não sem que Ash o deixasse curá-lo.

— Você está encarando… - Ash resmungou sem abrir os olhos.

— Desculpe, ainda não consegui dormir.

Ash pareceu notar que algo não estava certo pela voz de Eiji, pois o americano suspirou, levantando-se da cama e andando até onde Eiji estava. Ele então enfiou-se debaixo da coberta que o japonês usava, deitando-se a apenas alguns centímetros dele.

— Agora você consegue dormir?

— S-sim. - Suas bochechas ficaram quentes e Eiji se obrigou a diminuir o ritmo de sua respiração e batimentos cardíacos.

— Bom.

Ash continuou deitado de frente para Eiji. Os dois a apenas alguns centímetros de distância. O japonês relaxou um pouco, fechando os olhos e inclinando-se minimamente na direção do loiro. Com cuidado, Eiji esticou uma das mãos e entrelaçou-a na de Ash, que deu-lhe um leve aperto de volta, porém não recuou a mão, nem se afastou do toque.

Eiji usou esse mínimo ponto de contato entre os dois como um âncora, um porto seguro que lhe assegurava que Ash ainda estava ali, que ele poderia ser ajudado. E com isso, e as lembranças do dia que passaram juntos em mente, Eiji se permitiu cair no sono finalmente.


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Notas finais do capítulo

novamente não é a oneshot dedicada a outros personagens, mas eu vou chegar lá eventualmente. Estou reassistindo o anime para ver se tenho alguma inspiração.


p.s: Azumi é uma OC, já que eu não consegui achar nenhuma referência à quem possa ter sido essa pessoa realmente (fisioterapeuta do Eiji)
p.s.s: o título desse capítulo é referência à um livro espírita que a minha mãe está lendo.