The Death Couple escrita por Thaís Romes


Capítulo 8
Amizade entre meninos e meninas


Notas iniciais do capítulo

Oi xuxus!
Não é quarta, fato, mas terminei a fic e quero muito ver como vão reagir a esse capítulo em especial, por não me aguentar, pedi minha amiguinha Sweet Begônia para ler toda a história e dar o veredito, depois de passar em seus padrões de qualidade, decidi que postaria mais um capítulo essa semana, e os dois restantes semana que vem, dependendo da resposta de vocês.
Espero que gostem!



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BARRY

As pessoas são engraçadas, bom, são engraçadas na maior parte do tempo. Elas deduzem por aparências, julgam as umas às outras por sua própria experiência de vida, e quase nunca as esperam mostrar o que realmente são para ter um dossiê completo, feito inteiramente de preconceitos e defeitos morais que elas e não quem está sendo julgado, possui de fato. Na maior parte do tempo, costumo não me importar com essas coisas, até por que as pessoas tendem ou a me amar de forma quase instantânea, ou me odiar com uma intensidade mortal.

Felicity é igual, ela se parece comigo em diversos aspectos e esse definitivamente é um deles. Não se importa com a forma que as pessoas a veem, o que depois de a conhecer descobri se dar ao fato de que ela não se importa com as pessoas, não de modo psicopata e doentio, não assim, ela tem bom coração e costuma ser altruísta quase o tempo todo, mas não sabe se importar com dramas alheios. Uma das coisas que mais amo nela. E talvez esse venha a ser o único motivo de continuar a seguindo nessa noite fria, onde deveria estar em uma cama hospitalar, não andando no meio do centro escuro de Star City, a caminho de nosso apartamento, enquanto grita baixarias e palavrões sempre que se recorda da minha presença.

—Mas é incrível, cinco anos seu filho de uma quenga! -grita, nem sei dizer o que é quenga, seria uma prostituta da idade média? Por mais que vasculhe meu cérebro não posso encontrar a resposta. -Eu te amei, seu desgraçado! -ela descalça os saltos, pisando com os pés nus no chão gélido e sujo das ruas.

—Espera, Fel, não faz isso. -murmuro em protesto enquanto ela descalça o outro pé. O que faz com que se vire e me lance um olhar mortal, sob o qual não posso deixar de me encolher. -Se deixasse eu me explicar... Olha o vidro quebrado! -me adianto e passo meu braço por sua cintura, a erguendo como se fosse uma boneca de pano, Felicity como uma garotinha muito irritada com o pai, apenas cruza os braços sobre o peito, faz bico e bufa, mas não se move ou tenta se soltar, sabe que um corte daquele a levaria de imediato para o hospital, novamente. -Pronto. -a coloco de volta no chão, quando percebo que nada mais oferecia perigo.

—Por que Barry? -se vira, me encarando com seus olhos cheios de lágrimas, sei que os meus não estão diferentes. -Não sou de confiança? Você... Você! -é incapaz de encontrar um adjetivo tão ruim quanto precisava para me descrever.

—Era uma missão, Felicity, onde a sua vida estava em risco. Não era opcional te contar, ou eu contaria, posso te contar qualquer coisa! -minha voz soa fraca e cheia de dor, ela estremece ao ouvir, mas percebo seu esforço para não seguir o instinto de me consolar. Ao invés, Felicity Smoak bate o pé descalço, alisa meu casaco que vesti nela quando tentava fugir de mim ao sair do hospital e volta a andar em duras pisadas pela rua.

—Argh! -urra irritada. -Que merda, Allen!

Entramos em ruas escuras, cheias de homens mal-encarados, vendendo drogas ou esperando pessoas idiotas o bastante para que pudessem roubar. Eles encaram Felicity, eu os encaro, e assim a maioria recua, algum parecem simplesmente chocados por alguém tão pequeno e delicado ter a boca tão suja. Ela continua tagarelando irritada, coisas que não posso mais entender, acho que escuto algo sobre até mesmo Oliver ter contado a verdade, destaca o nome, como se ele fosse o exemplo de tudo o que tem de errado no mundo, e ainda assim estivesse mais conceituado no momento do que eu.

—Não acredito, você seu pivete é a pessoa que mais confiei na vida! -grita em um beco, um homem avança em sua direção empunhando uma faca, tapo sua boca com uma mão e atinjo meu cotovelo em sua cabeça, ele apaga e deixo que caia no chão. Felicity se vira para me olhar irritada, mas o homem já estava fora de seu campo de visão, com a luz baixa.

—Quando quiser que me explique é só dizer. -dou de ombros e ela volta a andar. Chegamos a rua de nosso apartamento, Fel sobe as escadas e fuça a bolsa a procura de sua chave. Cruzo os braços e espero, espero e espero. Por fim ela me encara, como se perguntasse por que infernos eu ainda não abri a porcaria da porta. Contenho o riso que vem como reflexo e pego minha chave no bolso, a giro em um movimento rápido.

—Pode entrar e bater a porta, vamos fingir que foi você quem abriu. -não tem sarcasmo ou provocação em minha voz, ela assente com a cara fechada e nariz empinado.

—Claro que nós vamos! -diz petulante, entra e bate a porta na minha cara, sem nenhuma piedade, espero até escutar a porta de seu quarto bater, então entro em silêncio, tranco a porta e confiro todas as janelas, como faço todas as noites antes de dormir. Felicity vai para o banheiro, com uma toalha cobrindo o rosto, meu quarto divide a parede com o cômodo onde nem o barulho do chuveiro é capaz de abafar seu choro.

—Merda, Allen. -murmuro sozinho, deitado em minha cama encarando o teto sobre minha cabeça. -Espero que o plano de Patty dê certo, Deus, preciso que funcione. -me esforço para que o desespero não tome conta de mim, mas é completamente inútil.

FELICITY

Meu ódio por Barry Allen durou exatos quinze minutos, ele teve fim no momento em que aquele nerd idiota me levantou no meio da rua, e andou duas quadras comigo pendurada na lateral de seu corpo que nem se curvou com meu peso. Mas uma coisa é não ter mais ódio, outra é meu orgulho. Nada em sua história me irritava, tirando o fato que o mané me escondeu a informação que conhecia meu pai, conhecia pessoalmente Noah Kuttler, nem eu sei direito como é a cara do velho, mas esse Barry... não só sabe, como estava trabalhando em partes para ele.

Passo toda a noite olhando para o teto, até que minhas cortinas começam a ser invadidas por pequenos feixes de luz. Me visto, escovo meus dentes e saio em silêncio, não estou pronta para o deixar perceber que não tenho mais raiva nenhuma, é, o resto dela se foi durante minhas horas em claro, enquanto me dei conta de tudo o que Barry fez esses anos, sem nenhum reconhecimento, ou parecer desejar um. Mas não acho que esse energúmeno, mereça ter o perdão sem sofrer um pouquinho. Hum, talvez a raiva ainda esteja aqui.

Entro no departamento de TI da polícia, que mais parece um andar de telemarketing, onde minha mesa fica de frente para vários cubículos com repartições onde minha equipe trabalha, e tem grandes servidores no fundo. Jogo minha bolsa no chão e começo a trabalhar, enquanto escutei Barry me dizer sobre essa tal ameaça, percebi que não pegaram todos que querem minha cabecinha ocasionalmente loura em um espeto.

—Se esses idiotas tivessem me contado, eu poderia ajudar a fazer isso na metade do tempo. -tagarelo sozinha, frustrada demais para ficar em silêncio. -Babacas! -exclamo e escuto batidas tímidas na porta, ainda faltam duas horas para equipe chegar, o que me faz pular assustada, mas o que encontro é Patty, segurando uma bandeja com dois cafés e um saco pardo, ela me olha com a maior cara de “me perdoe pelo amor de Deus” que alguém pode ter, o que chega a fazer meu coração se apertar de piedade. Garota esperta, não consigo evitar o sorriso, que faz com que ela sorria radiante ao perceber que sou incapaz de se quer gritar com alguém que me olha daquele jeito.

—Posso entrar? Tenho comida. -sacode o saquinho pardo, vencendo qualquer outro argumento que eu poderia ainda ter. -Quero me retratar com você, corretamente.

—Não tem que se desculpar. -adianto, indicando a cadeira a minha frente. -Já estávamos bem no momento em que vi a comida! -pisco para Patty, quando ela me entrega um grande copo de latte. -Eu te amo, Spivot. -acrescento ao sentir o caramelo extra e escuto sua risada. -Olha, eu já consegui rastrear alguns dos Hackers que vocês queriam. -viro a tela do meu computador em sua direção, vendo a surpresa em seu rosto. -E podem parar de chamar de “ameaça”, por que eles têm nome!

—Como? -murmura perplexa. -Quer dizer, você está aqui a pouco mais de duas horas. -faz careta. -Desculpe, mas eu monitoro você, velho habito. -dá de ombros se explicando rápido demais.

—Vocês só não tinham ideia de onde procurar. -justifico, não dando a mínima para ser monitorada, é incrível o que um sequestro recente é capaz de fazer com nosso conceito de privacidade. -Se chama Helix. -volto ao assunto principal. -São como uma agencia de “faz tudo” na Deep Web. Eles encontram o que você quiser, de assassinos de aluguel a traficantes humanos, pessoinhas encantadoras.

—Cruzes. -estremece, salvo tudo em um pendrive e a entrego. -Vou dar isso aos outros agora mesmo, obrigada. -se levanta em meio a uma espécie de pulinho comemorativo, Patty começa a andar, mas parece se lembrar de algo, dando meia volta e deixa outro pendrive em minha mesa. -Um presente. -pisca para mim, e sai cantarolando.

—Ela é bem mais estranha do que eu. -percebo vendo como seus quadris balançavam ao ritmo de sua voz desafinada.

Conecto o pendrive e vejo paredes cinzas, bem antigas. Depois a câmera gira brevemente e posso ver os cabelos de Patty, antes dela focalizar meu melhor amigo, do qual ainda estou em processo de punição merecida. Barry estava sentado em um sofá de couro preto, com a mesma expressão torturada que o vejo ter a dias. Meu peito se aperta, ele é bem parecido com uma criança as vezes, o que torna a compaixão e empatia, sentimentos gerados de forma automática, sempre que fica tão triste que se torna incapaz de disfarçar.

‘Não vai dar certo, Patty.’ Murmura cruzando os braços, tão desconfortável com a câmera que posso sentir.

‘Argh, você não costumava ser tão negativo, Allen.’ A voz de Patty rebate. ‘Não estava assim quando me pediu desculpas!’

‘Claro, no nosso caso, eu não era o único mentiroso.’ Rebate por reflexo e seu rosto fica imediatamente vermelho, escuto a risada de Patty e me dou conta que eu mesma estava rindo.

—Idiota. -xingo com carinho.

‘Olha, você vai apelar para o trato estranho entre vocês, agora para de protelar e pede logo desculpas!’ sua repreensão é tão firme que assim como Barry, eu mesma me endireito na cadeira.

‘Oi Fel.’ Agora ele se dirigia diretamente a mim, seu rosto abatido e sem esperanças, mas determinado a não cair sem lutar. ‘Só quero que saiba que nada que te falei desde que nos encontramos pela primeira vez, foi mentira.’ Coça o queixo. ‘Bom, tirando vez ou outra que dizia estar em um encontro qualquer, eu geralmente estava trabalhando para ARGUS, ou depois que nos mudamos para Star, eu estava bem aqui.’ Gesticula em volta e Patty mostra pedaços de um apartamento que parecia velho, apesar dos móveis novos e arrumação impecável amenizarem isso. ‘Vou tentar te contar tudo o que puder daqui a pouco, quando for ao hospital ficar com você. Mas algo me diz que não vai ser simples ou fácil que consiga me explicar.’

—Bem que você queria. -faço bico, mais irritada por ele me conhecer tão bem do que qualquer outra coisa em questão.

‘Você foi um caso, para o qual fui designado a cinco anos. Tudo o que precisava fazer era te proteger, e foi o que fiz. Mas não pensava que seria tão fácil assim colocar minha vida em segundo plano por alguém.’ Seus olhos verdes cintilam para a câmera. ‘Felicity Smoak.’ Sorri com tristeza ao dizer meu nome. ‘Você mal precisa de proteção, a seu próprio modo, sempre foi badass. O que me tornava quase inútil, tendo que agir vez ou outra apenas, e na maioria delas você me ajudava mesmo sem saber. Dois anos depois que te conheci, falei com meus superiores que esse seria meu último trabalho, disse isso depois daquela noite que bebemos em frente a Star Labs, quando Iris começou a namorar o Eddie, se lembra?’

—Você chorou feito um bebê. -cutuco por pura maldade, mesmo sabendo que ninguém estava escutando.

‘Prometemos que independente de com quem nós ficássemos, que mesmo nossa falta de atração física pelo outro não impediria que nossa amizade durasse para sempre, e sempre é tempo demais, sempre não acaba quando um caso acaba Felicity, sempre vai ser até o dia em que um de nós morrer e o outro continuar contando nossas histórias para seus filhos e netos. Por que amizade pode ser algo tão forte e sincero quanto um casal apaixonado, aprendi isso com você, minha irmã e não posso mais abrir mão... Sinto muito, não consigo mais falar.’ Ele faz um gesto para câmera e se encolhe no sofá, escondendo o rosto entre as mãos, percebo gotas grossas molhando meu teclado e me dou conta que estou chorando como ele, o vídeo termina e encaro a sala vazia a minha frente, com coisas demais passando por minha cabeça.

BARRY

Entro em casa no fim da tarde, e vejo Felicity sentada em um canto do sofá e Patty no outro, uma grande vasilha de pipoca estava entre elas e posso sentir o cheiro convidativo de onde estou. As observo dando risadas de um filme qualquer, depois Felicity se vira e lança uma almofada em minha direção, que pego por reflexo.

—Anda logo, mané. -levanta a vasilha e corro pulando o sofá, caio entre elas. Como se nada tivesse acontecido Felicity repousa a vasilha em meu colo e Patty deita a cabeça em meus ombros. Me belisco discretamente, por que aquilo parecia perfeito demais.

—Deixa eu fazer por você. -escuto a voz de Felicity e em seguida sinto uma fisgada forte em minha cintura, onde dói mais, praga. Lanço a ela um olhar ameaçador, e recebo o sorriso mais doce e inocente em troca. -Agora, nós estamos quites. -tento ficar sério, mas é impossível ao som da risada de Patty.

Patty se levanta no fim do filme e pega sua bolsa, nos dizendo que tem trabalho a fazer. Me levanto junto e a levo para porta. -Obrigado. -digo fechando a porta atrás de mim, na privacidade do corredor. Ela sorri, um de meus sorrisos preferidos, o que faz com que seus olhos brilhem e o lábio estremeça de leve. Ela é tão linda que as vezes não posso acreditar que quis mesmo me ter como namorado.

—Não me agradeça, bonitão. -brinca acariciando meu rosto. -Não curto caras depressivos e que vivem na bad, como Oliver Queen. Então te ajudar, é como me ajudar junto. -faz careta. -Acredita que aquele idiota acha melhor manter distância da Felicity até que prenda todos os hackers da Helix? -tem tanto desgosto e desaprovação em sua voz que imagino o que não deve estar usando para alfinetar Oliver nesses dias.

—Oliver deve ter seus motivos. -pondero por reflexo e ganho um soco no ombro em resposta. -Ai! -reclamo esfregando o local. -Por que?

—Você sabe bem o porquê! -me olha no que deveria ser algo ameaçador, mas é tão incrivelmente fofo que me faz rir. Puxo ela pela cintura, quando estava prestes a me bater novamente, giro nossos corpos e a prendo entre a porta e eu, talvez ela possa sair de minha imobilização se quiser, mas o sorriso em seu rosto demonstra que não tem nenhum interesse em fazer isso. Beijo Patty, e quando nos afastamos a puxo de novo a beijando mais uma vez. -Eu tenho que ir. -choraminga com os lábios nos meus.

—Posso ajudar? -falo enquanto a beijo, sinto seu braço se prendendo ao meu pescoço e a falta de qualquer urgência em se soltar me diverte.

—Pode, você vai proteger Felicity, nós vamos caçar todos e te manter informado. -promete se afastando com muito esforço, não que eu a estivesse segurando, mas não parecia disposta a se afastar e eu não queria que fizesse.

—Por que não volta quando acabar? -sugiro, e vejo a confusão em seu rosto. Abro a porta só o suficiente para pegar a chave reserva que fica no móvel da entrada. -Aqui.

—Nossa, uma chave! -olha para o objeto sorrindo, depois me encara, semicerrando os olhos. -Somos sérios assim?

—Mais do que isso. -dou um beijo estralado em seus lábios. -Vai, antes que eu te arraste para dentro de novo. -ameaço, e ela pode reconhecer a sinceridade, pois se afasta meio cambaleando, fico observando até que desça as escadas, e desapareça de meu campo de visão.

—Hum, chave! -Felicity estava debruçada no encosto do sofá e me olha com um sorriso enorme no rosto quando entro.

—Não vamos falar sobre isso. -declaro sem conseguir parar de sorrir, feito um idiota. -Quer maratonar Game of Thrones? -pergunto me sentando no sofá, com o controle em mãos.

—Não fala dos Lannister, Felicity, não fala. -ela murmura sozinha, massageando as têmporas com muito esforço para não me zoar, dou risada quando o esforço se torna ainda maior quando dou o play no primeiro episódio, chega a ficar vermelha. A cena de Cersei e James se pegando começa e nós nos entreolhamos, antes de explodirmos em gargalhadas.

—Você arruinou isso para mim. -reclamo em meio ao riso.

FELICITY

Sete meses depois...

—Quer saber, eu vou sozinha! -reclamo, me dando por vencida ao encarar por tempo demais a porta fechada do quarto de Barry, onde meu melhor amigo se arrumava, decidido a honrar a tradição de sempre estar atrasado.

—Por que está com tanta pressa em enfrentar uma fila interminável? -reclama abrindo a porta. -Já falei o quanto odeio bancos? -reclama pela trilhonésima vez.

—Contas Barry, não tenho um fundo de meu tempo como agente secreto do governo, preciso desse dinheiro para quitar meus boletos mensais! -vou murmurando em direção a porta, e sinto seus passos me seguindo.

—Mas tem o aplicativo do banco em seu telefone. -retruca.

—Claro, por que meu celular imprime dinheiro em espécie, para pagar meus almoços! -olho irritada para ele, enquanto tranco nossa porta, Barry revira os olhos em resposta.

—Como pode gostar tanto de burritos, depois de tudo? -questiona perplexo.

—São deliciosos, não merecem ser culpados pela maldade humana. -dou de ombros e Barry revira os olhos.

A vida tem voltado aos eixos, aos pouquinhos. Meu melhor amigo era um agente secreto que me teve como trabalho por cinco anos. Não sou boa em lidar com mentiras, é a mais pura verdade, mas Barry Allen é um herói e foi meu herói particular por muito tempo para que o repudie agora. Então, apesar de sempre usar isso a meu favor quando queremos decidir o que ver na TV, ou o que vamos comer a noite, não posso sentir nada além de gratidão, algo que não o deixarei saber, nunca!

Patty se tornou muito mais presente em nossas vidas, o que eu adoro. É como se tivesse ganhado uma irmã, e melhor, alguém para lutar contra Barry quando ele cisma em honrar sua testosterona e assistir algum esporte chato na TV. Mas ao contrário da amiga, Oliver Queen só é visto em noticiários ou pronunciamentos ultimamente.

Oliver agora é o prefeito, ao menos esse é seu emprego oficial. E a última vez que nos falamos foi no hospital, a noite em que descobri tudo. O engraçado é que mesmo se quisesse ficar com raiva, não poderia. Ele me contou a verdade toda no dia em que o pressionei, eu não acreditar não pode ser creditado em sua conta.

Só o que me deixa possessa é que não tive se quer a chance de agradecer pelo que fez. Descobri da pior forma que o Dinah me disse no dia em que fomos o interrogar em seu gabinete era verdade, ninguém chega a Oliver Queen se ele não quiser isso, e pelo visto ele não quer mesmo me ver. Não com cada final de semana sendo visto na companhia de uma modelo diferente, e tenho várias reportagens na internet para comprovar, chegaram a fazer o top dez na semana passada.

—Está lotado. -Barry choraminga vendo as filas imensas nos caixas rápidos. -Vai levar uma vida inteira até chegar a nossa vez. -esse cara deveria ser ator, nunca vi ninguém tão trabalhado no drama como ele.

—Me sinto energizada por seu otimismo contagiante! -respondo com sarcasmo e encaro tudo ao meu redor, tentando não cair na mesma vibe do homem ao meu lado.

 Mas o tempo parece parar quando vejo uma pequena comitiva descendo as escadas da “parte chique” do banco, um homem negro muito alto desce a frente, Oliver o nosso prefeito vem andando calmamente, envolvido em uma conversa animada com o gerente do banco, seguido por mais dois guardas. Pobres homens, não tem ideia do quão inútil o emprego deles é. Ele anda na minha direção sem se dar conta da minha presença. Eu era apenas mais um de seus súditos no meio do caminho.

Sou incapaz de puxar o ar, e sinto a mão de Barry em minhas costas, ajudando a me sustentar depois de perder o equilíbrio sobre meus saltos por um segundo. Acho que a intensidade do meu olhar foi tão grande que sou percebida por Oliver, é como se fios nos puxassem em direção ao outro, a ponto de fazer meu estômago revirar. Seus olhos encontram os meus e vejo sua boca se abrir em um O perfeito, enquanto parece perder o controle da conversa que estava tendo, mas apesar do outro homem chamar sua atenção, Oliver não parece disposto a desviar os olhos e eu sou como a presa de uma naja, completamente hipnotizada por ele. Não sei quanto tempo se passa, onde não nos movemos ou avançamos, mas tudo muda com o som de estrondos que me lembram tiros e uma voz grave que grita tão alto que fico impressionada por um segundo, antes de entender o que aquilo significa.  

—TODOS PARA O CHÃO, É UM ASSALTO! -isso me tira do transe, isso e Barry me lançando para o chão com ele, a última coisa que vejo de Oliver é sua boca se mexer no que parecia muito ser um palavrão.

—É o Karma, Barry. -me odeio por estar tão feliz com minha vida assim por um fio.

—Fica caladinha, Fel. -Bear me conduz para me esconder atrás de uma bancada, abro a boca para continuar murmurando como iriamos morrer por estar no mesmo lugar que Oliver, mas o mesmo surge pelo outro lado, com seus seguranças inúteis e o gerente do banco, então sem saber como isso aconteceu, estou espremida entre Barry e Oliver, com homens armados prometendo nos matar e toda minha vida passando diante dos meus olhos como um filme ruim.


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Notas finais do capítulo

Então, é karma mesmo?
kkkkk pobre Felicity, depois disso acho que ela é o imã e só não percebeu todos os desastres a sua volta por Barry ser bom demais em seu trabalho.
Mas me contem o que acharam dessa amizade fofuxa e do reencontro desastroso (só para não perder a tradição), sem falar de Patty apaziguando tudo.
Conforme a resposta de vocês, vou decidir se continuo postando todas as quartas, ou posto os dois últimos tipo, segunda e quarta, bom vamos ver.
Bjnhos bebês!



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