Capítulo Cinco – Churrasco com a família Uchiha.

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No capítulo anterior:

Falou com sua mãe e deu um beijo em seu pai antes de ir para o seu quarto. Fechou a porta e foi até o banheiro, onde vestiu seu pijama. Jogou-se na cama e pegou o celular, mordendo o indicador relembrou o que havia acontecido aquele dia.

Ela admitia que Sasuke não era tão imbecil quanto ela pensava, o Uchiha conseguia ser um cara legal quando se esforçava e tal pensamento a fez rir, sem perceber, abriu a conversa com o moreno e mandou a mensagem.

“Eu gostei da noite de hoje, você não é tão babaca quanto eu achava, apenas só um pouco. Obrigada pelo sorvete.”

E realmente, ela havia gostado e foi surpreendente saber que Sasuke sabia o seu sabor preferido de sorvete.

Sasuke era legal, mas ele não precisava saber disso.

Colocou o celular no criado e se embrulhou fechando os olhos. E ela adormeceu recordando-se dos momentos ao lado de Sasuke com um pequeno sorriso.

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Olhou-se no espelho pela terceira vez e suspirou. O vestido rosé com uma renda em flores era de mangas e até um pouco abaixo do meio das coxas, era leve e confortável, a sapatilha compunha a roupa, como Sasuke havia pedido, ela estava confortável e bonita, porém, o nervosismo estava deixando-a se sentir feia.

Como ela havia se metido naquilo mesmo? Ah sim, Sasuke estava cobrando sua parte no trato de ajuda.

Flash Back

Olhou de um lado para o outro para se cerificar que estava mesmo sozinha e quando percebeu que não havia uma alma viva ali, abriu a porta do escritório do treinador e entrou rapidamente, virando-se para encarar Sasuke, que estava sentado sobre a mesa do treinador mexendo no celular.

Logo no primeiro horário Sasuke mandou uma mensagem pedindo para que ela o encontrasse ali, pois o escritório do treinador havia se tornado o point de encontro entre eles, na hora do intervalo. Foi difícil se esquivar de Karin, mas deu graças aos céus quando o – agora – namorado da Sabaku apareceu. Foi o timing perfeito.

Deu uma desculpa qualquer e correu para o escritório, rezando para que ninguém os visse juntos, já que desde a confusão com Ino, na segunda, as pessoas ainda comentavam sobre o acontecido e olha que já era sexta-feira.

— O que aconteceu? – Perguntou vendo o Uchiha retirar sua atenção do aparelho entre os dedos e lhe encarar, finalmente.

— Eu vou precisar cobrar a minha parte do nosso acordo esse final de semana. – Ele estava nervoso porque corria o risco dela dizer não.

Não desejava usar a parte de seu acordo naquele momento, esperava de coração que o almoço em família na casa de seu avô fosse mais adiante, mas quando recebeu a mensagem de Itachi no início da semana, passou o restante dos dias pensando em como pedir aquilo a Sakura, percebendo o olhar desconfiado da Haruno, se deu conta que ela esperava tudo dele.

— O que eu vou precisar fazer? – Ela estava curiosa, Sasuke parecia nervoso, mas ele estava fazendo sua parte, obvio que não se recusaria a cumprir a sua. Ela estava preparada para o que vier.

— Digamos que domingo eu preciso que você vá num almoço comigo. – Sasuke falou coçando a nuca enquanto seus olhos estavam presos às expressões que a Haruno fazia. – E fingir que esta comigo. – A última parte ele falou tão baixo, que duvidava se ela tinha ouvido ou não.

Ok, ela estava preparada para ouvir qualquer coisa, menos aquilo e Sasuke constatou isso ao ver os olhos de Sakura se arregalarem e seus lábios abrirem em incredulidade.

— O quê? – Ela tinha ouvido direito? Ele queria que ela fosse com ele a um almoço e fingisse que eles estavam juntos? – Eu ouvi direito?

Mordeu o lábio inferior e desceu da mesa, escondeu suas mãos nos bolsos da calça, pois elas já suavam e tinha medo de estarem tremendo. Sakura ainda lhe encarava, apesar de a expressão ter se amenizado, ele sabia que a Haruno estava chocada com seu pedido, tinha certeza que qualquer garota estaria, até porque, ele não era do tipo de cara que precisava fingir esse tipo de coisa.

— Ouviu. – Admitiu soltando o ar pela boca. Aquilo era humilhante.

Revirou os olhos ao ouvir a gargalhada alta de Sakura. Porque ele estava passando por aquilo mesmo? Ah, claro, porque ele tinha a boca grande demais ao inventar que estava com a Haruno para ver se seus pais largavam de seu pé para arrumar uma namorada.

Era claro que aquilo era hilário na opinião de Sakura, também era notório que poderia ser uma brincadeira, mas não deixava de ser engraçado. Sasuke sempre se mostrou um cara bonito e boa pinta, sem falar na confiança que ele emanava, ele não precisava desses artifícios para conseguir uma garota, não seria agora que precisaria.

— Isso é piada, né? – Perguntou após recuperar o folego e limpar as lágrimas que escorria na lateral dos olhos de tanto rir.

— Queria que fosse, mas não. – Sasuke falou de uma vez passando a mão na testa. Que merda havia se metido.

— Qual é Sasuke… – Riu se abanando para que não perdesse o controle novamente. – Nos dois sabemos que você não precisa disso.

— Não é bem assim. – Sasuke suspirou e coçou a nuca, nunca em toda sua vida tinha estado numa saia justa como aquela. – Digamos que é um pouco mais complicado do que isso.

Teria que abrir o jogo para ela, só não sabia como fazer isso, não estava em seus planos falar que não estava mais aguentando as piadinhas de sua mãe e acabou jogando-a na rodinha de confusões, junto com ele.

— Como assim? – Sakura questionou arqueando a sobrancelha, sentia que Sasuke não estava lhe dizendo tudo. – O que você está me escondendo?

Sasuke sabia que Sakura era inteligente, ela tinha a mania irritante de conseguir ler as pessoas, principalmente ele, que mordia o lábio com força e se segurava para não andar de um lado para outro enquanto bagunçava os cabelos de forma exasperada. Ele estava começando a entrar em pânico.

— Digamos que eu falei que estava saindo com você… - Jogou a bomba, o que não era mentira atualmente, apesar de estarem saindo por causa de um acordo, mas ninguém precisava saber disso, muito menos sua família, sem falar que a proximidade aconteceu depois de ele ter falado o que não devia.

Realmente, ele tinha motivos para entrar em pânico.

E ele esperou que Sakura risse, mas a risada não veio. E ele esperou que ela lhe batesse, mas o soco também não veio.

— Você o quê? – E ela gritou. – Eu vou te matar, Uchiha! – Sakura avançou na sua direção.

Era nesse momento que ele conheceria o céu, ou o inferno, ainda não tinha decidido, mas quando a Haruno veio em sua direção, sua primeira reação foi pular a mesa do treinador a fim de conseguir uma distância razoável da garota que tinha sangue nos olhos e tentava lhe agarrar, para quem sabe, lhe esganar.

— Calma ai, chicletinho. – Pediu, mas sabia que não ia adiantar, Sakura estava disposta a lhe assassinar.

— Calma? Eu vou acabar com você, Sasuke… – Sakura falou tão baixo que ele sentiu que era realmente seu fim, mas para sua sorte, conseguiu pular a mesa de novo.

Essa de ficar pulando de um lado para outro para fugir do agarre das mãos de Sakura não estava dando certo, vendo que estava em vantagem e ela estava quase encurralada entre a parede a mesa, não pensou duas vezes antes de atacar. Sasuke só poderia esta brincando com sua cara. Como ele tinha coragem de lhe envolver nas merdas dele? Não sabia, a única coisa que sabia, e tinha quase certeza, era que o esganaria.

Porém, antes que pudesse conseguir fazê-lo, ela que se tornou a presa, em um momento rápido, até demais em sua opinião, sentiu seus punhos serem presos pelas mãos grandes de Sasuke e seu corpo ser jogado para trás, sendo pressionado por um maior enquanto o rosto do Uchiha ficava próximo ao seu, nariz com nariz.

— Me solta, Sasuke. – Pediu ofegante, agora não sabia se era por causa do esforço em tentar matar Sasuke ou por ele estar tão próximo.

— Só te solto se me prometer que vai deixar que eu explique. – Sasuke falou, mas sentir o cheiro de Sakura quase o fez desistir de falar.

O cheiro de Sakura o atingiu completamente, era delicado e doce, mas não enjoativo, tinha certeza que se sentisse aquele cheiro para o resto de sua vida, jamais enjoaria. Seus olhos estavam presos nos olhos de Sakura, que o encarava sem temor algum. Tinha certeza que aqueles olhos ainda o deixariam louco.

Ele teve a constatação que Sakura o deixaria louco quando a Haruno umedeceu os lábios com a ponta da língua e ele seguiu o gesto atentamente com os olhos. Como sentiu vontade de beijá-la naquele instante, provar daqueles lábios e saborear aquela boca. Mas não o fez.

Mesmo contrariado, afastou-se quando um ‘ok’ escapou pelos lábios de Sakura. Quando Sasuke a soltou e deu um passo para trás, ela sentiu falta de seu calor, mas ela sabia que não deveria sentir isso, alias, não deveria sentir nada a não ser vontade de matá-lo.

Passou a mão no cabelo e bufou, não conseguia acreditar em tudo o que estava acontecendo, mas já estava na hora de resolver aquilo, se Sakura queria saber tudo, ele falaria, por mais que fosse humilhante. Respirou fundo e contou até dez, fitou a Haruno e ela esperava pacientemente suas palavras, mordeu o canto dos lábios e começou antes que se acovardasse.

— Eu falei que estava saindo com você porque minha mãe já te conhece… – O que era verdade, sua mãe faltava idolatrar Sakura, o que era bem chato. – Eu pensei que se falasse que era você, eles deixariam por isso mesmo, já que ela te conhece, mas não, as coisas não saíram assim.

Sakura o encarou com a sobrancelha arqueada. Sim, Mikoto Uchiha a conhecia das poucas e rápidas vezes que foi à casa de Sasuke arrastada por Karin e a mulher sempre foi um doce e muito atenciosa com ela, fazendo-a se perguntar o porquê do Uchiha mais novo não ter puxado a ela.

— E porque eu e não uma garota de sua vasta lista de conquista? – Estava ali o que realmente não encaixava, eles se odiavam, bem, até um tempo atrás, porque ele falou que estava com ela e não com uma das garotas que ele já havia se envolvido?

— Eu não posso apresentar qualquer garota a minha mãe…

E era verdade, sua mãe jamais aceitaria as garotas que ele se envolvia, já com Sakura, mesmo que ela não demonstrasse, Mikoto via na garota de cabelos estranhos a nora de seus sonhos. Estudiosa, atenciosa – em poucos momentos –, delicada – quando queria e convinha –, e que conseguia coisas de Sasuke que até ele mesmo duvidava que alguém fosse capaz.

Uma prova disso era ele, dando uma de conselheiro amoroso para ajudar a Haruno.

A resposta de Sasuke foi tão baixa que ela quase não ouviu, sua cabeça estava baixa com o cabelo tapando sua expressão. Mordeu o lábio inferior e suspirou enquanto coçava a testa e a outra mão ia a sua cintura. Não conseguia acreditar que Sasuke a havia enfiado em uma das suas merdas e uma delas a família Uchiha também estava envolvida e ela não estava conseguindo acreditar que ia aceitar aquilo.

— O que eu preciso fazer? – Declarou passando a mão no cabelo.

Sasuke a olhou incrédula, porque ele realmente achou que ela ia lhe xingar e falar para que se virasse.

Sakura era uma caixinha de surpresa e adorava surpreendê-lo.

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Agora lá estava ela, de vestido guardando o celular na bolsa a espera da mensagem de Sasuke, avisando que já havia chegado para buscá-la para irem para o sítio do avô do Uchiha, onde ela fingiria que estava com o moreno.

“cheguei”. Quando leu a mensagem de Sasuke quase se trancou em seu quarto. Mordeu o lábio inferior e se encarou pela última vez, respirou fundo e contou até dez, precisava retribuir a ajuda do moreno. Pegou a bolsa e desceu, seus pais já estavam cientes que ela passaria o domingo fora, não questionou, pois nem precisava, já que Sakura sempre foi muito responsável, então eles aproveitaram para sair bem cedo, para visitar um amigo.

Assim que trancou a porta olhou em direção ao carro e sentiu seu coração bater mais forte ao ver o Uchiha de calça jeans levemente colada e rasgada nos joelhos escura, uma camisa branca e uma blusa xadrez, preto com branco, dobrada até os cotovelos aberta por cima onde deixava que ela pudesse ver os cordões caídos no peito, uma bota masculina negra, combinando com calça, seus cabelos estavam como sempre eram, bagunçados, deixando-o com um ar debochado enquanto tinha sua atenção no celular na mão.

Se existia uma coisa que ninguém podia negar, nem mesmo ela, já que tinha olhos, era que o Uchiha era um rapaz muito bonito, até demais em sua opinião. Quando Sasuke olhou em sua direção e afitou de baixo para cima, ela sentiu uma incontrolável vontade de se esconder daquele olhar.

— Oi. – Falou timidamente vendo enquanto se aproximava.

Aquele almoço no sítio de seu avô não estava em seus planos, passou um bom tempo esperando que a mensagem que seu irmão tinha lhe mandado no início da semana era uma brincadeira, mas para seu azar, sua mãe disse que era verdade, ele se viu encurralado e sem coragem para falar com Sakura, mas o fez, jurou que a Haruno negaria, mas ela o surpreendeu aceitando.

Desde que conversou com a Haruno ele se pegou pensando no que vestiria. Não que fosse para agradar a garota de cabelos rosados, mas porque queria estar confortável para o almoço que poderia acabar com sua vida. Quando chegou domingo, ele quase não conseguiu se segurar, seus pais iam na frente, Itachi buscaria Izumi para irem juntos e ele só tinha que esperar dá o horário combinado para poder, finalmente, buscar Sakura.

Mas para quem havia acordado cinco horas da manhã, nove horas da manhã não chegava nunca, e olha que ele já tinha tentado de tudo para que a hora passasse mais rápido, chegou um momento que ele não aguentou mais e saiu do quarto, encontrando seu irmão saindo de casa. O Uchiha mais velho até tentou fazer alguma piadinha a respeito do almoço, mas a carranca de Sasuke era tanta, que ele até desistiu.

Ele nunca ficou tão feliz quando o celular apitou oito horas da manhã, se arrumou tão rápido, que até mesmo sua mãe, que estava saindo com seu pai, se espantou, já que ele demorava um pouco mais de dez minutos para se arrumar.

Os Uchiha saíram juntos, cada um em seu carro, enquanto seus pais iam para uma direção, Itachi ia para outra, ele ficava ali, parado em frente de casa, encarando o celular, ainda faltava meia hora para poder ir buscar Sakura, mas ele não estava ansioso, não enquanto dirigia em direção a residência Haruno, não para uma pessoa que chegou vinte minutos antes do combinado e ficou parado na esquina, dando um tempo.

Fechou os olhos e apertou os dedos no volante tentando controlar a “não ansiedade” enquanto a música da banda Arctic Monkeys tocava no rádio, quando deu o horário até pensou em ir até a frente da casa da Haruno, mas resolveu esperar pelo menos cinco minutos, não poderia se mostrar ansioso, porque ele não estava assim.

Quando estacionou na frente do sobrado da família Haruno ficou naquele impasse: a esperava dentro do carro ou fora? Droga! Ele estava parecendo aqueles caras que não sabiam como agir num encontro e aquilo nem era um encontro. Suspirou e mandou a mensagem avisando que havia chegado e saiu do carro, se encostando na lataria do mesmo enquanto esperava Sakura e se distraia mexendo no celular.

Sentiu-se observado então levantou a cabeça e sentiu o ar de seus pulmões sumirem e uma enorme vontade de abrir a boca em surpresa. Sakura estava linda, aliás, ela sempre foi linda, mas aquela manhã, ela estava mais do que linda, ela estava maravilhosamente linda. O vestido era delicado, combinando com a maquiagem leve e os cabelos ondulados no ombro.

— Você está linda. – A voz baixa e rouca de Sasuke fez sua pele se arrepiar.

— Obrigada. – Agradeceu apertando a alça da bolsa de lado enquanto se perguntava se o elogiava de volta ou não. – Você também está bem bonito. – E a sua boca trabalhou antes que seu cérebro.

Ela não deveria estar se sentindo daquele jeito, tímida na frente do moreno, mas a maneira que ele lhe fitava estava deixando-a intimidada, mordeu o lábio inferior e desviou o olhar para qualquer coisa, menos para Sasuke. Ele não conseguia parar de olhá-la, não por ela estar esquisita ou feia, mas porque ela o atraia tão fortemente, que era até difícil controlar, tinha quase certeza que poderia ficar admirando-a o dia inteiro, mas infelizmente, não poderia, ainda.

Soltou um pigarro e chamou para irem antes que o clima ficasse mais estranho que já estava.

— É quanto tempo daqui até lá? – Sakura questionou quando ele explicou que o almoço seria num sítio de seu avô.

— Mais ou menos uma hora. – Deu os ombros quando pegaram a avenida principal, que dava para a saída da cidade.

Seu avô mudou para um sítio quando se aposentou, há quase cinco anos, segundo o velho Madara Uchiha, ele estava cansado daquela bagunça da cidade, ele queria paz e descanso, Obito, seu tio e irmão de seu pai, não negou isso ao seu velho e mudou-se junto com ele e a esposa, para acompanhar o patriarca da família Uchiha.

A música que tocava no rádio era um rock mais leve, não conhecia a banda, mas era familiar, apenas percebia que Sasuke cantarolava baixinho enquanto dirigia. Sem querer seus olhos observaram o Uchiha. Ele tinha um traço marcante, o rosto era bem definido, o nariz fino e empinado combinava perfeitamente com os lábios finos e rosados. Sasuke era bonito demais e ter que admitir isso já estava cansando.

Vê-lo concentrado na estrada e cantarolando a música baixo o fazia ficar mais bonito ainda. Os óculos escuros davam a ele um ar de badboy combinando com a roupa e com o rock tocando baixo no rádio.

— O que foi? – A pergunta de Sasuke a despertou do transe que havia entrando enquanto o admirava.

Merda! Não era para ter sido pega secando o garoto, mas era inevitável quando estariam presos dentro de um carro pela próxima hora. Mordeu o lábio inferior e desviou o olhar para o som. Tinha que sair dessa.

— Quem está cantando? – Perguntou a primeira coisa que veio a sua cabeça.

— Royal Deluxe. – Ele respondeu dando os ombros, mas a careta de Sakura mostrou a ele que ela não fazia ideia de quem era. – É uma banda que faz parte das músicas que aparece em Lúcifer.

E os olhos de Sakura brilharam. Lúcifer era uma de suas séries favoritas e Sasuke sabia disso, apesar dele ter certeza que não deveria saber dessa informação.

— Eu sabia que eu conhecia de algum lugar. – Sakura remexeu no seu banco e sorriu enquanto virava-se para encarar Sasuke. – Até que é uma boa banda.

Sakura fechou os olhos e apreciou o rock leve ao mesmo tempo em que sorria. Sakura era linda, mas vê-la e de olhos fechados ronronando a música que tocava no rádio era uma visão e tanto, por mais que quisesse controlar, o seu sorriso escapou de forma involuntária. Estava gostando de vê-la daquela maneira no banco do carona, de seu carro.

Quando a música acabou sua atenção estava de volta na estrada, não poderia correr o risco de sofrer um acidente, primeiro por que não queria ver Sakura machucada e segundo porque os seus pais e os da Haruno, o mataria, entretanto, um toque familiar soou em seu rádio, que estava um pouco mais alto que o início da viagem.

Antes que tivesse tempo de desligar o som, Sakura aumentou o volume enquanto o olhava incrédulo. A música “End Game” da cantora Taylor Swift soou pelos alto-falantes de seu carro.

— Você gosta de Taylor Swift? – A pergunta incrédula e risonha de Sakura saiu mais como uma afirmação do que uma pergunta em si.

— Não… Claro que não. – A voz de Sasuke saiu esganiçada, arrancando uma risada de Sakura.

— Qual é Sasuke, não tem problema você gostar da Taylor… – Sakura começou sentando sobre uma perna e ficando de costas para a porta enquanto o encarava, a muito ela já tinha se livrado das sapatilhas por estarem lhe incomodando. – Eu mesmo gosto, o novo álbum dela está divino.

Respirou fundo e apertou o volante, esse era uma coisa que quase ninguém sabia, além de Karin, já que havia sido a Sabaku que o fez ouvir mais de trezentas vezes a cantora em seu carro quando o novo álbum havia sido lançado, reconhecia que a cantora norte-americana tinha músicas muito boas.

— Ela tem algumas músicas legais. – Declarou sentindo seu rosto esquentar enquanto ouvia Sakura gargalhar ao seu lado. – Se ia me zoar, porque pediu para que eu confessasse? – Ralhou.

Não gostava de ser zoado, gostava da cantora e admitia isso.

— Desculpa… Mas eu nunca imaginei que você, logo você, fosse gostar de Taylor. – Deu os ombros ainda sorrindo, curvou um pouco o corpo em direção ao Uchiha e sorriu mais abertamente, jamais o julgaria por seu gosto musical, ela também tinha um gosto musical diferente das garotas que conhecia. – E só pra você saber, você fica um fofo envergonhado.

Sakura estava próxima a ele, Sasuke tinha percebido isso, com o canto do olho notou que a proximidade era mais do que esperava, se soltasse a mão do volante poderia tocar a garota, mas sabia que se o fizesse, poderia perder o controle da direção, pois não sabia se era capaz de se segurar. Ela não havia notado que estava quase no ombro do Uchiha, percebeu apenas quando o mesmo ficou tenso a sua frente.

Sentou-se novamente no banco e mordeu o lábio inferior, o perfume de Sasuke estava impregnado em seu nariz, fazendo sua cabeça dar um giro, apertou as mãos e suspirou, desviou os olhos para o rádio que ainda tocava Taylor, só que outra música, para que não encarasse o moreno, que agora mordia o lábio concentrado na estrada.

— Desculpa e eu prometo não contar a ninguém sobre a Taylor. – Até tentou brincar, mas o clima no carro estava tenso, carregado.

E não tinha nada a ver com aquele segredo.

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O restante da viagem foi silencioso, onde a música que rolava era o único barulho que se ouvia. Sasuke se concentrou ao máximo na estrada e Sakura, que estava tão sem graça por conta de seu movimento impensado, ficou em seu canto, apenas cantarolando as músicas conhecidas. Quando Sasuke avisou que havia chegado ao entrarem em uma estrada de chão com várias árvores fazendo o caminho ficar nítido, ela ficou maravilhada.

Um grande pasto a sua direita onde ela podia ver vários cavalos pastando e outros correndo enquanto seguiam a estrada, de longe ela podia ver um lago com algumas aves e com uma ponte de madeira que dava até o outro lado onde tinha uma construção de madeira, que ela tinha quase certeza ser um celeiro.

Seus olhos fixaram-se a frente, ao final da estrada, onde tinha uma casa tipicamente americana de três andares de tijolo e madeira mostrava toda a sua glória, ela podia ver algumas pessoas e carros por ali, mas estava maravilhada por tudo o que via. O lugar era incrível.

— Aqui é lindo. – Confessou quando Sasuke estacionou num lugar próprio para isso.

— Espere até você ver o resto. – Aquela promessa fez Sakura ofegar, não tinha como aquele lugar ser mais lindo do que ela já tinha visto, tinha?

Quando saiu do carro não sabia o que fazer até sentir a mão de Sasuke encaixar na sua e puxá-la em direção à entrada ao mesmo tempo em que falava para ela se manter calma. Calma? Ele só poderia esta brincando. Estava prestes a entrar em um local onde enganaria a todos. Se tinha uma coisa que ela não estava, era calma.

Ele estava nervoso, estava ponto de pegar Sakura e sumir dali, não estava preparado para as perguntas indiscretas, que ele tinha certeza que sue irmão ia fazer, e que seriam alvos. Apertou a mão de Sakura e a levou para os fundos da casa, onde a família sempre se reunia para o almoço. Enquanto seu pai e seu tio se encarregavam em prestar atenção na carne na churrasqueira, sua mãe e sua tia, Rin, se ocupavam na cozinha.

— Finalmente o príncipe resolveu aparecer… – Fechou os olhos e resmungou ao ouvir a voz do irmão soar alta, atraindo a atenção de todos para onde ele entrava. – E olha que ele não trouxe realmente uma garota.

— Vai se ferrar, Itachi. – Rebateu parando ao lado da mesa e puxando Sakura para o seu lado.

Por mais que não quisesse se sentir tímida, foi impossível não se sentir quando todos aqueles olhares curiosos caiu sobre si, então abraçou o braço de Sasuke olhou para suas mãos juntas enquanto as apertava. Odiava se sentir intimidada.

— Sakura querida, não ligue para Itachi, ele é um bobão. – Mikoto Uchiha apareceu no local esbanjando o sorriso simpático, que ela tinha quase certeza que não abandonava aquele rosto bonito com frequência.

— Espera ai, a senhora a conhece? – Itachi questionou apontando para a Haruno que agora era puxada por Sasuke para se aproximarem.

— Claro que sim querido, ela já foi algumas vezes lá em casa, não é Fugaku? – A pergunta ao esposo que apenas sorriu e confirmou com a cabeça.

— Que bom revê-la, Sakura. – Fugaku falou cordial enquanto dava um pequeno sorriso e levantava o garfo de churrasco.

— Igualmente, senhor e senhora Uchiha. – Ela respondeu sentindo-se mais acolhida e menos acanhada.

Sasuke sentiu vontade de rir da expressão incrédula de seu irmão, que tinha uma convicção que o Uchiha mais novo poderia ser gay. Claro que ele não era gay, porém, não se via apresentando uma namorada para a família, não até aquele momento. Apresentar Sakura como sua namorada acendeu algo em seu peito, mas logo tratou de apagar enquanto puxava a Haruno para seu avô, que estava sentado em sua cadeira favorita de balanço.

— Vovô, essa é a Sakura, a garota que eu falei… – Falou parando Sakura a sua frente, segurando-a pelos ombros. – Sakura, esse é meu avô, Madara Uchiha.

— Muito prazer, senhor. – Foi educada fazendo uma pequena reverencia, por mais que se sentisse acuada, não poderia ser mal educada, e se fosse sua mãe a mataria.

— Você é uma bela jovem, Sakura. – O senhor foi educado e sorriu. – Seja bem-vinda à família.

A família Uchiha tinha um gene incrível, ela tinha que confessar, o homem a sua frente apesar de já ser idoso, mantinha as feições joviais e bonitas, o cabelo era longo e tingido de negro, isso era obvio, mas ainda muito bonito.

As últimas palavras do Uchiha mais velho fez seu coração apertar, só não sabia se era de arrependimento ou de felicidade pela maneira que ele havia lhe acolhido.

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O almoço havia sido mais leve do que eles pensavam, após fazer todas as apresentações necessárias, Mikoto os chamaram para almoçar. Apesar das piadinhas sem graça de Itachi e Shisui Uchiha, primo de Sasuke, e retrucadas de Sasuke, muitas vezes mal-educadas e repreendidas por parte de Mikoto, Sakura se soltou mais, conversando sobre tudo, até mesmos seus planos sobre o que fazer após a escola.

— A sua família é uma graça. – Falou jogando o corpo para trás e segurando na haste do corrimão de madeira da ponte. – Eles são legais, até mesmo Itachi e Shisui. – Riu da carranca de Sasuke.

Após a sobremesa, Sasuke a puxou dizendo que a levaria para conhecer o sítio, evidentemente isso acarretou em um comentário malicioso por parte de Itachi, que Sasuke e Sakura, mesmo com o rosto vermelho de vergonha, ignoraram.

— Eles são uns idiotas. – Sasuke bufou com as costas escoradas no corrimão que Sakura se apoiava.

Seu irmão e seu primo poderiam tirar qualquer um do sério, nem pareciam dois marmanjos de vinte e três anos, parecia dois adolescentes que só sabiam fazer piada das coisas, porém, foi um alívio perceber que Sakura não havia se sentido ofendida com as brincadeiras e insinuações de duplo sentido dos dois.

— Acho que é de família, você sabe, o dom de ser idiota. – Sakura riu o encarando de canto de olho.

— Você está me chamando de idiota? – Sasuke questionou virando-se para a Haruno, que riu ainda mais.

— Você melhorou bastante, mas ainda é um idiota. – Sakura sorriu enquanto o Uchiha abria um pequeno sorriso, com o indicador e com o polegar fez um gesto, mostrando a quantidade que Sasuke era idiota. – Você é só esse tiquinho idiota.

— Eu acho que vou te jogar nesse lago, Haruno. – Falou fechando os olhos, mas era nítido o tom divertido em sua voz.

— Oh, você não teria coragem. – Perguntou se afastando do Uchiha e erguendo as mãos quando ele deu um passo em sua direção, por mais que sentisse seu coração palpitar rápido o sorriso enorme ainda estava estampado em seu rosto.

— Quer testar? – Sasuke questionou indo em direção a Sakura que dava um passo para trás a cada passo seu.

— Oh não, não, não!

E antes que ele pudesse perceber, Sakura fugiu de seu agarre e riu soltando um gritinho feliz, quando deu por si já corria atrás da garota pela grama que dava para perto da piscina, onde seus familiares observavam a cena com um grande sorriso.

Sabia que Sasuke não a jogaria no lago, mas não tentaria a sorte, por isso correu, mas sabia que o moreno estava em seu encalço, também sabia perfeitamente que do jeito que era estabanada poderia dar de cara no chão a qualquer momento, entretanto, antes que pudesse dar de cara no chão sentiu seu punho ser segurado e seu corpo ser puxado para trás, sentiu seu corpo ir para o chão e um maior cobrir o seu.

Sakura gargalhava embaixo de si enquanto suas mãos estavam em seus ombros, Sasuke também sorria, mas seus olhos estavam presos no rosto de Sakura, que estava levemente soado pela pequena corrida e com as bochechas rosadas de tanto rir e correr. Ela estava mais linda do que antes.

Sakura abriu os olhos e finalmente se deu conta de que Sasuke estava em cima de si, o sorriso foi morrendo aos poucos e suas mãos apertaram os ombros do Uchiha ofegante a sua frente enquanto mordia o lábio inferior. Sasuke a fitava intensamente, e por mais que não risse alto, o sorriso ainda estava presente, levou a mão direita ao rosto da Haruno e alisou a bochecha da mesma, fazendo-a se arrepiar.

O clima entre os dois estava tenso, mas nem Sasuke e nem Sakura conseguiam quebrar aquele momento, ambos estavam perdidos no olhar do outro. O mundo a sua volta parecia ter perdido o sentido, só tinha eles ali.

Estava prestes a fazer uma coisa que queria há muito tempo, contudo, um barulho de algo caindo e quebrando o despertou de seu transe e atrapalhou tudo, afastou-se e sentou-se na grama enquanto Sakura ficou deitada com o rosto rosado e com as mãos no peito.

Merda! Itachi tinha que atrapalhar tudo derrubando uma cadeira ao tentar algo que ele nem se dignou a saber o que era.

Seu coração batia forte contra seu peito, a sensação do toque de Sasuke ainda estava evidente em seu rosto. O que diabo tinha acabado de acontecer?