With all the love escrita por SouumPanda


Capítulo 1
He's back, we need to talk.




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Podia escutar o despertador tocando ao fundo, meus olhos não me obedeciam em querer abrir, mas aos poucos relutei com o sono e abri eles, olhei a cama ao lado e minha irmã dormia. Minha pequena, nem tão pequena Florence. Seus cabelos loiros e olhos verdes, na verdade nem éramos tão parecidas, meus olhos eram azuis e cabelo castanho escuro, minha pele mais branca e rosada, ela tinha um sono pesado e não acordou com o barulho. Enquanto eu terminei a medicina com a ajuda dos meus padrinhos, Florence optou por moda. Tinha tudo a ver com ela, afinal ela parecia uma modelo. Me sentei na cama tentando ajeitar o cabelo e vi o meu bebê dormindo, e aquilo me fez sorrir. Tinha um plantão para enfrentar, logo saí da cama e fui ao pequeno banheiro da casa que morávamos na fazenda no qual meu pai Otto Davis era capataz. Tomei um breve banho e um café puro. Meu pai estava sentado lendo o jornal, o beijei na testa ternamente e sentei de frente com ele. Ele logo levantou o olhar para mim.

— Sua madrinha quer que passe na casa principal antes de ir para o hospital. – Sua voz era serena, sua barba era rala e grisalha, assim como seu cabelo que estava quase todo branco. Tinha criado nós desde a morte da minha mãe, quando Florence nasceu.

— Tudo bem, pode pedir para Florence trocar Matteo e levar para ela? Ela quer ficar com ele até o final do meu plantão e como ele está dormindo se acordar ele, ficará em um mal humor terrível. – Respirei fundo, levantando e dando outro beijo em meu pai. Peguei a bolsa que deixava pendurada.

— Assim que eles acordarem mandarei Florence levar ele para os outros avós dele. – Ele disse em tom de humor e revirei os olhos.

— Não fale assim papai, podem ser avós de Matteo. Mas sabemos que ele nunca será pai do Matteo. – Falei com um riso terno e fechei a porta indo caminhando até a casa principal à alguns metros dali. Entrei na grande casa, na verdade era uma mansão. Tinha passado muito tempo da minha infância e parte da adolescência correndo por todo canto daquela casa e fazenda, podia ver eles sentados na mesa tomando café, ao me ver minha madrinha Amália, uma senhora elegante e simples. Loira, com um corpo um tanto preservado e logo a ponta meu padrinho John Wright, ele era um dos maiores fazendeiros do estado do Texas, produzia petróleo e soja. Os abracei e beijei a testa de cada um e logo sentei do outro lado da mesa, eles sorriam tanto que estranhei, servi mais um pouco de café puro. – O que foi que estão radiantes?

— Achamos que tinha que te falar, que Aidam está voltando. – Meu padrinho comentou entusiasmado. O café desceu raspando minha garganta que havia fechado com a notícia que tinha acabado de receber. – Como tem o Matteo, acho que deveria te preparar para isso.

— Vai fazer o que? 2 anos que ele foi fazer a especialização? Não quis falar comigo, não respondeu meus e-mails, nem o que falei de Matteo. Acho que ele não tem que ficar perto do meu filho. – Minha voz era rígida, apesar de tentar ser calma.

— Querida, não fale assim. Aidam deve ter uma boa explicação. Quando ligou perguntou de você. – Minha madrinha falava suavemente e com um olhar de piedade. – Tem que conversar, cada um tem suas explicações. Ele vai ter a dele.

— Madrinha, suas intenções são boas. Mas nenhuma explicação que ele me der vai ser boa o suficiente em rejeitar o próprio filho. Isso eu não perdoarei. -  Peguei minha bolsa e me levantei. – O apartamento fica pronto no final do mês e me mudarei para Dallas com Matteo, não quero mais nenhum contato com Aidam, me desculpem. – Sai sem deixar que eles respondessem e fui em direção ao carro, entrando e indo em direção a Dallas e ao Hospital Parkland no qual trabalhava como neurologista. Apenas com essa breve conversa tinha acabado com minha manhã, podia lembrar de cada detalhe de Aidam, seu cabelo loiro escuro que mesmo bagunçado era mais arrumado que o meu, os olhos mel esverdeado que lembrava o de Matteo, os lábios bem desenhados e o corpo que parecia ser desenhado e feito à mão, mas seus ombros largos era o que mais me encantava, quando me carregava nas costas por toda a fazenda, ou nadávamos no riacho que tinha na propriedade. Respirei fundo e tentei recuperar a consciência que já estava chegando.

O plantão foi se arrastando, nos últimos minutos já ao anoitecer meu celular tocou, era da fazenda. Deixei tocar até desligar, mas a insistência era muita, tornavam a ligar. Não queria atender e assim não fiz, não queria saber de Aidam tinha chegado ou não. Quando saí tinha pelo    menos cinco ligações, estava no estacionamento e vi um vulto atrás de mim e me virei e lá estava ele, sorrindo, com a mão no queixo. Estava ainda mais lindo, ainda mais atraente, fiquei sem fala. Ninguém falava nada, apenas nos entre olhamos por alguns instantes que pareciam uma eternidade.

— Cami, está ainda mais linda. – Sua voz serena e um tanto sensual, suava em meus ouvidos e aquilo me fez rir ironicamente.

— Desapego me fez bem. – Falei abrindo a porta do carro e podia ouvir seus passos que ecoava pelo estacionamento. Me virei e ele estava alguns metros de mim. – Como me encontrou aqui?

— Meus pais, antes de ir para a fazenda mandou passar aqui esse horário e funcionou. – Ele falava em um tom bem-humorado. – Podemos tomar um café?

— Claro, podemos. Você vai de táxi para a fazenda? Posso te dar uma carona. – Falei de boa vontade, porém não queria ele tão perto assim de mim. Ele afirmou com a cabeça concordando. – Tem que pegar alguma coisa?

— Só umas malas no táxi que está me esperando, não muita coisa. Te espero sair do estacionamento com as malas tudo bem? – Apenas sorri e afirmei e o vi indo em direção a saída do estacionamento, e logo dei partida no carro e saindo o vi com duas malas me esperando, em primeiro estante quis deixa-lo ali, mas parei e o vi sorrindo, aquele sorriso que me matava. Destranquei a porta, e ele colocou as malas na parte de trás do Jeep Patriot que eu tinha. Ele entrou, engoli seco e sorri. – Como dois anos as coisas mudam não é mesmo?

— Vamos tomar café aqui na esquina. – Parei logo o carro, e nos olhamos mas logo desviei meu olhar, abrindo a porta do carro e saindo. Logo que ele saiu travei as portas e entramos. Sentamos afastados um de frente com o outro e após fazer o pedido o silencio se fez entre nós. Ele me olhava e eu apenas evitava olhar para ele. Olhei para o lado, foquei nas paredes, foquei em cada canto menos em nele, quando o uma tosse falsa vindo dele, fez cruzar nossos olhares. – Porque?

— Porque o que Cami? – Sua voz serena e seu olhar, me vez fixar o olhar em nele.

— Porque não respondeu meus e-mails? Porque não me ligou? – Seu olhar fechou assim como seu semblante, sua testa formou duas linhas de expressão e engoli seco. Nunca vi dois cafés demorar tanto para chegar.

— Desculpa Cami, tenho que confessar que não recebi nenhum e-mail seu. O que pensei que não estivesse mais interessada em mim. Por isso também não liguei. – Ele falava de forma preocupada e seu tom de voz era tão preocupado quanto seu semblante.

— Não me diz que não recebeu meus e-mails, a não ser que alguém tenha apagado antes de ler, o que acho pouco provável. Olha, não quero ter essa conversa. Vamos ir seguindo nossa vida. Eu segui a minha e acho que seguiu a sua, na sua especialização deve ter conhecido muitas pessoas. Vamos ser amigos, como éramos quando criança. Esqueça o que tivemos, assim como eu já fiz. – Os cafés chegaram e a conversa se encerrou por ali, não era verdade. Cada canto daquela fazenda lembrava de nós, estar assim perto dele, depois de quase dois anos sentia calafrios indeterminável em todo meu corpo. Logo terminei meu café e ele já estava me olhando. – Podemos ir agora? 

— Claro. – Ele tirou a carteira e pagou os cafés, enquanto me levantava e ia saindo na sua frente, destravei o carro e entramos. Liguei nas músicas para ver se quebrava todo o silencio do carro, logo começou Zara Larsson com Uncover, nos olhamos brevemente e desliguei o rádio. – Cami, não pode me ignorar para sempre. Meus pais disseram que tem algo para me contar, o que é? – Estávamos quase chegando na fazenda, podia se ver as luzes quando brequei o carro nos chicoteando.

— Eles não falaram mais nada além disso? – Nos olhamos e ele encostou sua mão no meu rosto, que logo senti queimar com seu toque, sabia que minha pele estava corada, mas não conseguia controlar isso.

— Sua pele ainda fica corada quando te toco. – Ele sussurrou e eu apenas pisquei algumas vezes seguida. Meu coração estava disparado e minha boca seca. Mordi a parte interna do meu lábio puxei o ar o mais forte que conseguia. – Eu fiquei esperando você chegar, fiquei esperando você ligar e você não foi.

— Quem foi embora foi você. – Retruquei de forma baixa e me recompus, voltando a dirigir e logo estávamos na fazenda, meu coração parecia que ia sair pela boca, parei o carro e logo desci e fui andando o mais rápido que podia para a casa principal, queria ver Matteo antes de Aidam entrar. Logo que entrei todos estavam na sala de estar, desde meu pai e minha irmã, junto com meus padrinhos, mas não vi Matteo, isso me fez respirar mais aliviada, fiz sinal para que ficassem quietos e logo entrou Aidam. – Está entregue. – Falei tentando parecer de bom humor, mas não conseguia controlar a tremedeira que consumia meu corpo, podia ouvir meu coração na cabeça, não pensei que estaria tão nervosa sabendo que uma hora ele conheceria Matteo.

— Cami  vocês conversaram vindo para cá espero. – Minha madrinha falava abraçando o filho e eu sorri de forma terna.

— Deixamos tudo claro, tudo que acho que ele deveria saber. – Falei em tom ríspido, e um sorriso brotou no rosto de John, meu padrinho.

— Então pode mandar trazer o Matteo. – Meu olhar de espanto parecia assusta-lo, faltou ar para eu respirar naquele momento, sentei no braço do sofá, meu coração ia sair pela boca, quando ouvi a voz de Aidam.

— Quem é Matteo? – Ele falou sorrindo e meu coração pulsava lentamente, sabia que minha pressão sanguínea estava baixa, respirei fundo e forjei um sorriso. – Cami, está bem? Me parece pálida.

— Não falou para ele do Matteo? Mas você disse ... – Parou meu padrinho de falar.

— Eu achei que tinha falado sobre isso no café padrinho e foi uma opinião minha e decisão sobre ele. Onde ele está? Traz meu filho aqui, vamos para casa. – Falei e logo pude ver Aidam em minha frente.

— Seu filho? Não me disse que tinha tido um filho. – Aidam disse exaltado.

— Como eu disse a vida que segue, eu segui a minha. Agora tragam o Matteo quero meu filho comigo. – Minha voz estava exaltada e pude ver ele vindo andando com a empregada, seus passinhos pequenos e lentos e o sorriso ao me ver. Fui ao seu encontro caindo de joelho e o abraçando e beijando. – Vamos para casa meu amor.

— Camille Davis, sabe que está totalmente errada e que isso iria acontecer. – Ouvi a voz do meu pai exaltada e um tanto brava, me levantei pegando Matteo no colo. Todos me olhavam e os olhos espreito de Aidam em mim me enjoava de nervoso. – Traga meu neto até aqui, sou seu pai e sabe que me deve respeito.  – Fui até meu pai que estava próximo de Aidam, Matteo repousava sua cabeça em meu ombro enquanto colocava seu polegar na boca. Me virei para Aidam que nem piscava olhando Matteo e meu olhar severo se cruzou com o dele.

 - Aidam, esse é Matteo. – Ele não piscava, logo levou suas mãos na cabeça de Matteo que levantou a mesma para olhar Aidam, um perto do outro, tirando o cabelo que era da mesma cor que o meu, nariz, boca, tudo lembrava Aidam que me olhou e cruzou nossos olhares.

— Ele é meu filho? – Sua pergunta secou minha garganta. Logo minha irmã veio e pegou Matteo do meu colo e suspirei olhando todos.

— Vamos deixar eles conversarem. – Falou minha irmã e todos saíram da sala de estar nos deixando sozinhos. O maxilar bem marcado de Aidam com sua barba rala, porém bem feita, seu olhar que estava penetrando cada parte de mim estava me deixando desconfortável, Olhei em volta e estávamos sozinhos, porem sabia que eles estavam por perto.

— Podemos conversar em outro lugar? – Falei com a voz abafada e ele concordou, passando por mim e fui seguindo ele. Subimos as escadas, sabia aonde daria, mas apenas segui. Logo andamos pelo amplo corredor cheio de portas e entramos na penúltima, dando visão a um quarto bem arejado, desde que ele tinha ido embora nunca mais tinha entrado ali, tudo estava igual menos os lençóis. Tudo branco e dourado, as duas poltronas perto a enorme janela, que dava visão da casa que morava com minha família, criados mudos com abajur e uma escrivaninha com uma cadeira branca e dourada estofada, um enorme tapete persa parecia ter sido feito de ouro, a enorme cama plus size, logo fui até a janela, seguida por ele, quando me virei e nossos olhares se encontraram e mordi a parte interna da minha bochecha. – Olha ...

— Ele é lindo Cami. – Ele disse em tom suave enquanto tocava meu rosto e se aproximava a ponto de sentir sua respiração. – Eu me apaixonei por Matteo assim que o vi. Não sei qual seus motivos para não me falar dele, mas ele é lindo.

— Meus motivos para não falar dele? Eu te liguei não me atendeu, mandei e-mails e não respondeu. Eu tentei te falar dele, não obtive resposta. Então não venha me dizer dos meus motivos. – Retruquei ríspida, e ele abriu aquele sorriso torto que logo mexeu comigo. – Ele estava muito bem sem você. Tem seus direitos perante ele, mas saiba que ele é meu filho. Quer vê-lo poderá. Mas as decisões perante ele, sou eu quem tomo está me entendendo? – Enquanto falava, seu sorriso foi se abrindo e mostrando a droga dos seus dentes perfeitos e brancos.

— Nunca vai deixar de ser mandona e briguenta, não é? – Ao ouvir ele, parei por instante e pisquei várias vezes. – Ele tem crescido um menino ótimo sem mim. Tem razão e não vou discordar disso, mas ele sendo meu filho quero estar perto dele. 1 ano e 3 meses é muito tempo e perdi em te ver gravida e ultrassons toda a parte boa. Então não vou deixar me proibir de ser participativo. – Ele falava em tom calmo e o que falava me fazia sentir calafrio.

— Não magoe meu filho Aidam, ele é tudo para mim. Quer me machucar, tudo bem. Mas não o magoe e nem o machuque. Ele pode passar um tempo com você. Quando eu estiver no hospital, faço plantões de 12 horas, sempre na parte da manhã, as vezes de noite, mas raramente. Nosso contato será restrito por Matteo, não teremos contatos nenhum e não quero conversas que envolvam eu e você. Tudo que conversarmos será sobre o Matteo. – Respirei fundo e logo o vi ainda mais próximo, minha boca estava seca e a respiração quente dele me excitava. Sua mão grande e macia estava em minha pele quente e nos olhávamos em silencio.

— Vou cuidar de vocês dois. – Ele sussurrou selando nossos lábios iniciando um beijo que a tanto tempo senti falta, não queria parar aquele beijo, meu corpo estava em êxtase com o beijo lento e intenso, logo nossos corpos se juntaram e a mão dele acariciava minha nuca arrepiada enquanto a outra mão deslizava por meu braço até entrelaçar nossos dedos. Abri os olhos em um estalo e me afastei passando a mão pelo rosto e arrumando o cabelo. – Desculpa Cami, podemos cavalgar amanhã? Quero conversar mais com você sobre o Matteo, sobre como foi tudo isso. E sei como gosta disso.

— Amanhã a gente conversa Aidam. – Passei por ele o deixando no quarto, enquanto descia via todos na sala novamente, Matteo dormindo no colo de Florence. Respirei fundo, peguei Matteo e sorri com grande esforço. – Boa noite a todos. – Saí indo em direção a casa na qual morava a alguns metros, podia ver Aidam nos olhando do quarto, aquilo me corroía. Respirei fundo, entrando em casa, levei Matteo para seu berço e fui tomar um banho. Quando saí Florence estava me esperando acordada com sorriso no rosto, sabia que ela queria informações, mas apenas neguei com a cabeça e deitei. Ela ficou me olhando e sorria com os olhos o que me fez revirar os olhos e sorrir, mas logo peguei no sono.

Acordei sem o despertador tocar, olhei e Matteo e Florence dormia, já desativei os alarmes e respirei fundo ficando deitada por alguns minutos até escutar batidas na porta, juro que se fosse Aidam iria socar ele, estava muito cedo ainda. Coloquei o hobby e fui até a porta e realmente era Aidam, mas a vontade de socar ele passava sempre que o via. Seu sorriso desconcertante, dei espaço para que entrasse e pressionei os lábios o vendo no jeans apertado e na camisa xadrez vermelha. Sorri e fechei melhor o hobby.

— Bom dia Cami, podemos conversar? Bom, se quiser espero se arrumar e podemos ir cavalgar. Temos muito que conversar. – Ele falava baixo, em quase tom de sussurro e sorri pelo seu esforço e afirmei com a cabeça.

— Vou me trocar e já volto. – Voltei para o quarto pegando uma calça e uma blusa e colocando sem tentar fazer muito barulho. Logo fui para o banheiro lavei o rosto e escovei os dentes, após alguns minutos me arrumando sai e ele abriu um sorriso e saímos de casa. Caminhamos em silencio até os estábulos e logo selamos nossos cavalos e saímos. – O que quer conversar Aidam? Como foi que engravidei? Tenho que te recordar de como é? – O olhei brevemente.

— Bom, podemos recordar se quiser. – Ele disse com um sorriso no qual mostrava todos seus dentes e revirei os olhos.

— Fazia poucos dias que tinha partido, eu realmente ia com você. Mas passei muito mal na gravidez de Matteo. – Respirei fundo recordando dos momentos de desespero achando que perderia Matteo, toda dor e repouso e sangramentos. – Com muito repouso, vinte dias internada, consegui segurar ele até estar fora de perigo. Não pude viajar para Londres, te dei a notícia por e-mail já que por telefone também não atendia. – Pressionei os lábios e vi ele me olhando enquanto cavalgava ao meu lado. – Eu sofri muito quando foi, eu pedi para ficar. Você foi, eu ia ir. Mas não pude. Passou dois anos e nossas vidas não são as mesmas. Não somos os mesmos. – Forjei o meu melhor sorriso e disparei com o cavalo e logo pude ver ele atrás. Abri um riso e parei quando cheguei no riacho, amarrei meu cavalo em baixo da arvore e ele assim fez, logo estamos sentados descalços nas pedras que ali continha.

— Quando não recebi notícias, arrumei uma namorada lá. Ela me consolou bêbado em um pub, estava me consolando sobre você. Foi terrível. – Ele sorriu e eu pressionei os lábios, nos olhávamos e sorri torto. – Me desculpe por tudo que passou sozinha. Antes de termos algo sempre fomos melhores amigos, crescemos juntos. Quero que sejamos francos e sinceros um com o outro, ter uma boa relação por Matteo. – Sorri ao escutar o que ele falava e afirmei com a cabeça, senti um beijo na minha testa e logo ele me empurrou da pedra no riacho e quando subi recuperando o folego ele já estava na água. Desabotoava a camisa que já marcava ainda mais seu corpo, e depois a calça. Fiquei sem reação por alguns instantes, logo tirei minha blusa e minha calça e joguei junto com a dele em cima da pedra. Nos olhávamos rindo um do outro. Ele jogando água no meu rosto não conseguia enxergar muito bem, apenas retribuía os jatos de água. Logo paramos e ele sorria, Deus como ele consegue ser tão sexy? – Camille, você está extremamente linda. – Pisquei algumas vezes o ouvindo, desde que ele se foi, não tive mais ninguém, ele tinha sido meu primeiro e único amor. O único que me conheceu por inteiro. O trabalho e Matteo me consumia, não conseguia encontrar mais tempo para namoros. Talvez por ele, tinha me fechado um pouco e o vendo ali na minha frente, podia sentir a excitação e o sangue ferver por todo corpo.

— Melhor a gente voltar. Nunca tenho folgas diurnas e quero ficar com Matteo. – Falei um pouco rouca e mordi o lábio, estava passando por ele para pegar minhas roupas na pedra e logo senti sua mão na minha cintura, todo meu corpo tremeu e não conseguia me mexer até que me virei para ele e seu corpo como a lei da atração se juntou ao meu, ele pressionava nossos corpos e eu ainda sem expressão não sabia ao certo o que fazer. Seu abdômen definido, tinha tanto musculo por todo aquele corpo que seria perfeito para estudo anatômico. Meu pensamento me fez sorrir e logo nossos lábios estavam unidos e eu sentia a língua dele dançar com a minha, podia sentir sua ereção pressionando contra mim, aquilo me deixava ainda mais excitada, logo minhas pernas estavam entrelaçadas no seu quadril e voltamos a 2 anos e meio atrás. Podia sentir sua mão abaixando sua cueca box, logo colocando minha calcinha de lado. Sempre disse para ele o quanto não gostava de fazer sexo na água, porém eu queria aquilo ali e naquele momento, meu corpo tremia imaginando ele dentro de mim novamente. Com um pouco de sacrifício pelo meu tempo em abstinência logo podia sentir aos poucos ele ir me rasgando e me preenchendo. Não sentia nenhuma dor, apenas adrenalina percorrendo todo meu corpo, meus braços ainda passados em torno do pescoço dele sorria entre o beijo quando os movimentos estavam mais precisos. Um gemido rouco saia dos meus lábios cerrados. E ele ria ao ouvir eu gemer, sentia suas mordidas em meu pescoço e aquilo me fazia querer gritar.

— Cami. – Ele falava baixo em meu ouvido, chamando meu nome. Riamos baixo de tudo aquilo. – Você está ainda mais maravilhosa. – Cada palavra dele em meu ouvido me deixava mais doida por ele, seus movimentos inibidos pela água, logo sentia ele pulsar dentro de mim no mesmo instante que todo meu corpo entrava em erupção e meus músculos se contraiam. – Você sempre vai ser minha Camille Davis. – Ele falou baixo enquanto nos olhávamos e sorrio.

— Preciso ir. – Falei baixo me recompondo e pegando as roupas e saindo da água. Ele já estava atrás de mim, enquanto colocava as roupas que imediatamente ficaram encharcadas. O olhei e ele ainda não tinha tirado aquele sorriso idiota e perfeito do rosto e revirei os olhos. – Somos dois adultos fazendo sexo casual. E só fiz porque eu quis e sim estava com vontade. Não quer dizer que vou querer de novo. – Ele gargalhou e eu tornei a revirar os olhos, desamarrei o cavalo e logo montei no mesmo indo em disparada para a fazenda com ele logo atrás, quase me passando. Parecia uma corrida em quem chegava primeiro, como sempre fazíamos, mas dessa vez os dois chegou juntos, meu pai olhava dos estábulos com um sorriso e eu fiz careta indo até lá montada e descendo acompanhada por Aidam.

— Bom dia Otto, trouxe de volta Cami. – Ele cumprimentou meu pai e eu tornei a revirar os olhos e logo Aidam foi para a casa principal, me deixando com meu pai.

— Espero que tenha se acertado com ele filha. – Meu pai comentou e eu sorri.

— Entramos em um acordo comum papai, Matteo acordou? Irei tomar um banho e aproveitar meu pequeno e vou ir para Dallas ver o apartamento que está quase pronto. – Meu pai apenas concordou e saí em direção a nossa casa e Matteo dormia assim como Florence e eu respirei aliviada.


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