Diga que sim, por favor...

Eu estava no alojamento com Nana e todos os outros havia cerca de 15 dias.

Quinze dias olhando para aquele rosto tão adorado e gentil sem poder fazer nada, tentando esconder cada vez mais meus sentimentos...

— Nana... – Nobu sussurra em meus ouvidos.

Ah, Nobu...

Eu estava no quarto dele, fazendo uma visita ao altar de Ren, quando Nobu apareceu e começamos a conversar... Até finalmente chegarmos àquele momento.

Agora, aceito ser levada ainda mais por seus braços ao redor de mim.

O celular dele de repente toca, faço menção de me afastar, mas Nobu me puxa de volta, ignorando totalmente aquele pequeno aparelho.

O rosto dele agora está no meu pescoço... Sinto seu perfume, seu aroma, inundar todo o meu corpo. Eu queria mais... Aquele tempo todo... Precisava de mais.

Abraço-o com ainda mais força e ficamos ali juntos, colados um ao outro, até o celular dele parar de tocar. Depois que o som parou, ficamos envolvidos pelo silêncio. Nem Shin parecia tocar no quarto ao lado mais. Agora, ouvíamos apenas a respiração um do outro.

Nobu respira fundo, sua respiração voltando quente em meu pescoço. Eu me arrepio inteira, mas não ouso me afastar.

Naquele momento, no fundo do meu coração, eu sabia quem era aquele que eu mais amava. Acho que, na verdade, eu sempre soube, e não queria admitir... Mas será que agora já era tarde demais para nós dois?

Nobu brinca com meus cabelos ao mesmo tempo em que minhas mãos agarram com ainda mais força o seu pescoço. É nesse momento que Nobu se afasta sutilmente. Uma mão dele agora está em meu rosto e outra em minha nuca.

Eu sabia o que ele iria fazer.

Eu sabia e queria aquilo.

Não consegui me afastar.

Nobu fechou os olhos e me beijou. Seu corpo quente colou ao meu e eu me inundei com todo aquele calor e todo o seu amor.

— Nobu... – sussurro baixinho de volta, meus olhos logo se enchendo de lágrimas.

Lágrimas que, na verdade, eram enfim de alegria.

Nós dois nos afastamos e eu enxugo rapidamente os olhos. Sorrio genuinamente para Nobu e ele devolve o meu sorriso.

Ele acaricia meu rosto e olha para a porta, preocupado com Nana e Shin que estavam logo no quarto ao lado. É então que tomo a iniciativa e caminho até a porta, trancando-a rapidamente.

— Coloque uma música – peço a Nobu.

Ele olha para mim e fica um instante em silêncio antes de assentir com a cabeça. Vira as costas para mim e caminha em direção ao rádio.

Por um momento, olho para minha barriga volumosa e minha mente tenta de encher de preocupações. Takumi... Ren... Nana...

Sacudo a cabeça. Naquele momento eu não queria pensar em nada além de Nobu.

O rosto sério de Takumi, principalmente, me veio à mente... Aquele homem jamais havia me amado. E nunca iria me amar. Por outro lado, bem na minha frente estava aquele que eu no fundo sempre amei, aquele que sempre me tratou com carinho e cuidou de mim, pois eu sempre fora importante para ele. Aquele que, afinal, sempre me amou: Nobu.

Jogo-me em seus braços e, quase inconscientemente, seguimos em direção a sua cama.

Nobu tira meu casaco e eu logo tiro a sua camisa.

Por um momento, nos encaramos, e logo sorrimos um para o outro.

Sim... Eu sabia que era a namorada dele no telefone, ao mesmo tempo em que Nobu sabia que eu ainda era a esposa de Takumi. Mas o mundo estava tão errado, nada daquilo deveria ter acontecido, afinal.

Quando olho para o rosto ansioso e carinhoso de Nobu, sorrio, pois percebo que sempre havíamos pertencido um ao outro.

Beijo-o nos lábios com vontade e começo a desabotoar meu vestido.

— Hey... É isso mesmo que você quer, Nana? – Nobu segura minha mão por um momento, olhando-me fundo dentro dos olhos.

Num segundo, mil pensamentos tomam conta de mim.

Meu casamento com Takumi era uma farsa, cada dia sozinha naquele apartamento pareciam levar embora uma parte de mim – a melhor parte de mim. Sim, sabia que eu e ele deveríamos nos divorciar, pois eu tinha plena consciência de que jamais seria importante e amada o suficiente por Takumi. Podia muito bem morar com Nana, Nobu, Shin e Yasu ali; sei que todos me aceitariam de braços abertos.

Diante desses pensamentos, respirei fundo, tomando uma decisão que eu sabia que não poderia voltar atrás.

Acariciei o rosto de Nobu e beijei com vontade aqueles lábios quentes e úmidos dele. Aproximei-me mais e levei minha boca até seu pescoço, subindo a língua e brincando rapidamente com sua orelha.

Afasto-me por um momento e logo em seguida olho para aquele homem carinhoso a minha frente antes de sorrir mais uma vez. O mundo, afinal, nunca havia feito tanto sentido quanto naquele momento.

Envolvo aquele homem em meus braços e escuto sua respiração e seu coração batendo acelerado junto ao meu. Viro o rosto sutilmente e sussurro em seu ouvido:

— Nobu... Eu quero ficar para sempre com você.

Podemos ficar juntos, Nobu...?